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quinta-feira, junho 18, 2020

Balão de oxigénio

Vencemos ontem o Rio Ave em Vila do Conde (2-1) e, com o inesperado empate anteontem do CRAC na Vila das Aves (0-0), estamos outra vez colados a eles no 1º lugar, mas sempre com a desvantagem no confronto directo (atenção, Liga mudem lá essa estupidez de só considerarem os resultados do confronto directo na última jornada!). Era um jogo que já se previa difícil, dado que o Rio Ave é das equipas que melhor futebol pratica, o que se confirmou com o nosso golo da vitória a surgir a três minutos do fim e perante nove adversários.

 

Tal como em Portimão, não entrámos mal, com uma pressão no campo todo que nos fez dominar nos primeiros 20’. O Bruno Lage teve de reformular a defesa com as lesões do Jardel e Grimaldo, e o castigo ao André Almeida, e entraram os Tavares para as laterais (Tomás e Nuno) e o Ferro. Para além disso, o Carlos Vinícius deu lugar ao Dyego Sousa e o meio-campo foi reforçado com o Gabriel em detrimento do Cervi. Tivemos algumas oportunidades neste período, mas sofremos um golo praticamente na primeira vez em que o Rio Ave atacou: o Ferro fez uma falta desnecessária perante um adversário de costas para a baliza (aliás, este tipo de faltas idiotas foram ontem uma constante dos nossos centrais), a bola foi bombeada para a área e o Dyego Sousa (um pouco puxado pela camisola) assistiu involuntariamente de cabeça o Taremi para este, também de cabeça, só ter de encostar aos 26’. O panorama complicava-se sobremaneira, até porque o Rio Ave equilibrou a partida e poderia ter feito o segundo golo pouco depois com outro remate do Taremi que, caso não tivesse sido desviado pelo peito do Nuno Tavares, teria entrado na baliza do Vlachodimos. Em cima do intervalo, o Rafa marcou depois de uma óptima jogada do Taarabt na direita, mas o VAR invalidou o golo porque o Dyego Sousa (que tentou tocar na bola) estava com o pé 17 cm(!) à frente do defesa. A minha posição em relação a isto mantém-se: acabem com este VAR e com as linhas! Se a olho nu há dúvidas acerca da posição do avançado, faz-se o que se fazia há muito tempo: favorece-se a equipa que ataca. Ponto final! Anular um golo que resulta de uma jogada fantástica por 17 cm (como se essa distância fosse fundamental para se ganhar uma vantagem indiscutível, ainda por cima de um jogador que acaba por nem sequer tocar na bola!) é um crime lesa-futebol! E sim, também diria isto se fosse contra nós.

 

Para a 2ª parte, entrou o Seferovic em vez do Dyego Sousa e foi o suíço logo a criar perigo com uma cabeçada ao poste num livre lateral do Pizzi. À passagem da hora de jogo, o Seferovic isolou o Rafa, mas a bola saiu ligeiramente comprida e o guarda-redes defendeu com o peito a tentativa de picar a bola do nº 27. Pouco depois, o Rio Ave começou o seu hara-kiri com o Al Musrati a derrubar o Rafa, impedindo um perigoso contra-ataque nosso, tendo levado o óbvio segundo amarelo. Praticamente na jogada subsequente, igualámos a partida aos 64’ com um cruzamento rasteiro da esquerda do Nuno Tavares para o Seferovic encostar lá para dentro. Entretanto já tinha entrado o Carlos Vinícius para o lugar do Taarabt e aos 73’ o Rio Ave completou o seu suicídio com o vermelho directo ao Nuno Santos por ter pontapeado (ainda que inadvertidamente) o peito do Pizzi. Tínhamos mais de 20’ para conseguir marcar um golo contra nove jogadores, mas inexplicavelmente o Bruno Lage só mexeu aos 81’ (Chiquinho no lugar do Gabriel) e preparava-se para o fazer aos 87’(!), quando marcámos o golo da vitória. Não se compreende a razão para estarmos com quatro defesas perante nove adversários, com, por exemplo, o Cervi no banco que podia fazer todo o lado esquerdo. Felizmente lá conseguimos o golo da vitória numa cabeçada do Weigl num canto do Pizzi e as substituições perderam a relevância, mas o Bruno Lage arriscou em demasiada a não fazer tudo ao seu alcance para marcarmos. Não se percebe...!

 

Em termos individuais, o Weigl voltou a fazer um bom jogo, abrilhantado com o facto de ter marcado o golo da vitória. O Pizzi esteve melhor do que em partidas anteriores (também pior era difícil...) e o Seferovic voltou finalmente aos golos, apesar de ter tido um falhanço inacreditável de cabeça ainda com o jogo empatado. O Nuno Tavares fez uma assistência, mas revela preocupantes deficiências no domínio da bola (por mais de uma vez, ela fugiu pela lateral...). O lado (bastante) negativo é que continuamos a defender muito mal as bolas paradas.

 

Depois de uma só vitória em 10 jogos, espero que este triunfo dê a equipa a confiança necessária para melhorar em termos exibicionais, o que não deixará de se reflectir nos resultados. Mas é bom que estejamos conscientes de que, pelo caminho que o jogo levava, apesar de as expulsões terem sido mais do que justas, 11 para 11 dificilmente teríamos ganho.

2 comentários:

Anónimo disse...

o que significa CRAC?

S.L.B. disse...

vem de há 12 anos. É o que eles são.