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segunda-feira, maio 06, 2019

Goleada stressante

Vencemos o Portimonense na Luz por 5-1 no sábado e mantivemo-nos com dois pontos de vantagem perante o CRAC, que ganhou em Mordor ao Aves por 4-0. Quem olhar para o resultado sem saber nada do jogo, não ficará a perceber as dificuldades por que passámos: não só estávamos a perder aos 53’, como só tínhamos a vantagem de um golo aos 83’. Portanto não, uma “goleada stressante” não é um oxímoro.

Com o Jardel no lugar do castigado Rúben Dias, até nem entrámos mal no jogo e logo aos 9’ deveríamos ter inaugurado o marcado, quando, desmarcado pelo João Félix, o Seferovic conseguiu falhar isolado perante o guarda-redes pela terceira(!) jornada consecutiva: a tentativa de chapéu saiu muito curta e o Ricardo Ferreira só teve que levantar os braços para agarrar a bola. A partir daqui e até ao intervalo, a partida foi toda do Portimonense: não só trocava muito bem a bola, como manietava as nossas saídas logo a partir do guarda-redes e poderia ter inaugurado o marcador por três(!) vezes: dois remates do Dener (ao lado e por cima) em excelente posição, só com o Vlachodimos pela frente, e outro isolado em que o nosso guardião defendeu com o pé poderiam ter dado ao marcador números difíceis para nós superarmos. Do nosso lado, dois remates do Pizzi relativamente frouxos e um grande livre do Samaris mesmo à beira do intervalo, bem defendido pelo Ricardo Ferreira, levaram algum perigo à baliza dos algarvios, mas muito menos do que o do lado contrário.

A impressão generalizada na bancada durante o descanso era a que estávamos a acusar a pressão de ter de ganhar, agravada pelo facto de o Portimonense estar a jogar muito bem. Ao contrário do que seria de esperar, as coisas não se alteraram muito no início da 2ª parte. Continuámos manietados e, para piorar as coisas, sofremos um golo aos 53’ através do Tabata, depois de uma triangulação que o deixou sozinho frente ao Vlachodimos. Foi um enorme balde de água fria, mas a Luz começou a despertar e respondeu com palmas e incentivos à equipa. Por volta da hora de jogo, entrou o Jonas para o lugar do Samaris e seguiu-se não 15’, mas uma meia-hora à Benfica! Tudo começou num excelente passe do Rafa, que isolou o João Félix, mas um defesa conseguiu acompanhá-lo e cortou a bola. Aos 62’, fizemos a igualdade pelo Refa, que ganhou muito bem a bola a um defesa numa zona proibida e, à saída do guarda-redes, picou-a por cima dele. Pouco depois, o mesmo Rafa permitiu a defesa do Ricardo Ferreira, depois de uma boa jogada de combinação da nossa parte, com o Seferovic a atirar à barra na recarga, mas já em fora-de-jogo. A nossa pressão era asfixiante e o Grimaldo teve um remate fora da área, que o guarda-redes defendeu para a lateral. Finalmente aos 66’, a Luz deu um grito que não se ouve muitas vezes com o 2-1 pelo Rafa, a concluir uma jogada de insistência, com o Pizzi a isolar o Seferovic, este a centrar para trás, ressalto no Grimaldo para o nº 27 concluir com êxito. O grito da Luz foi uma autêntica panela de pressão que explodiu, semelhante ao primeiro golo do tri. Ainda faltava muito tempo para o fim e a equipa não estava tranquila, até porque com a saída do Samaris, havia espaço a mais no nosso meio-campo. O Florentino fez um mau passe na saída para o ataque, mas felizmente o remate do Tabata foi defendido pelo Vlachodimos. Pouco depois, foi o Lucas Fernandes a rematar à vontade à entrada da nossa área e a permitir nova defesa ao Vlachodimos. Para terminar, o Jonas homenageou o Pizzi frente ao V. Setúbal no ano do tri e isolou um adversário, mas o Vlachodimos por uma vez foi lesto a sair da baliza e, na sequência do lance, o Jardel fez um corte providencial. Estávamos a pouco mais de 10’ e um golo sofrido nessa altura teria sido muito complicado. Com visíveis dificuldades em segurar o jogo, o Bruno Lage fez entrar o Gedson para o lugar do exausto João Félix e começámos a reequilibrar as coisas. Aos 84’, finalmente suspirámos todos de alívio com o 3-1 do Seferovic a corresponder com um bom remate cruzado a uma assistência do Pizzi. A partir daqui, o Portimonense foi às cordas e ainda marcámos mais dois golos: aos 88’, bis do suíço (importante para conseguir ganhar o troféu de melhor marcador), depois de uma jogada de contra-ataque e um centro rasteiro do André Almeida; e, já na compensação, o Jonas voltou aos golos, noutra jogada de contra-ataque iniciada por ele, com outro centro do André Almeida para o nosso nº 10 fazer de cabeça o 300º golo da sua carreira.

Em termos individuais, óbvio destaque para o Rafa que desbloqueou o jogo para nós com o seu bis. O Pizzi, apesar de um jogo menos conseguido, fez mais uma assistência e o André Almeida mais duas. Ambos têm números inacreditáveis de passes para golo! O Samaris estava a ser dos menos maus, mas teve que ser sacrificado para a entrada do Jonas. O Florentino não pode arriscar tanto quando está no nosso meio-campo, mas há que ter noção de que tem apenas 19 anos. O Seferovic teve um falhanço escandaloso no início, mas somou mais dois golos (e ainda bem, porque o Bruno Fernandes fez um hat-trick frente ao Belenenses e o suíço só tem dois golos de vantagem agora). O João Félix, desta vez, passou mais despercebido, mas não se pode ser genial em todos os jogos.

Para a semana, vamos a Vila do Conde para a penúltima das finais. Faltam quatro pontos para sermos felizes. Está tão perto e ainda falta sofrermos tanto...!

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