terça-feira, dezembro 30, 2014
Triunfo na abertura
Vencemos o Nacional por 1-0 na 1ª jornada da fase de grupos da Taça da Liga
e terminamos o magnífico ano de 2014 a ganhar. Esteve muito longe de ser um
jogo brilhante, mas o que se pedia na volta das férias de Natal era uma vitória
numa competição que nos é muito cara e que este ano, infelizmente, é a única
para além do campeonato onde ainda estamos inseridos.
Na primeira partida sem o Enzo Pérez, colocámo-nos em vantagem logo aos 11’
numa jogada similar à que nos deu o golo frente ao Braga na Taça de Portugal:
centro do Maxi na direita e magnífica cabeçada do Jonas. Pensei que partiríamos
para uma exibição interessante, mas o jogo foi todo muito sofrível. Alinhámos
praticamente com a equipa titular, com o Cristante (o Samaris não vai poder
jogar em Penafiel) e o Talisca no meio, mas faltou-nos muito ritmo e velocidade.
Até ao intervalo, só tivemos mais um lance de perigo, num remate de pé esquerdo
do Maxi à barra. O que valeu foi que o Nacional foi praticamente inofensivo.
Ao contrário dos treinadores, achei a 2ª parte mais interessante. O Júlio
César por duas vezes safou o golo do Nacional, o Jonas teve uma cabeçada que
deveria ter tido melhor destino depois de uma assistência perfeita do Gaitán,
anularam-nos (bem) um golo do Ola John por fora-de-jogo do Lima, que interveio
no lance e o Sulejmani, que entrou para os últimos 10’, mostrou que será um
jogador a ter em conta para a segunda parte da época. Mas o resultado não se
alterou e já lá vão sete anos desde a última derrota na Taça da Liga.
Em termos individuais, destaque para os homens que intervieram no golo,
Jonas e Maxi. Quanto à mais-valia do brasileiro já ninguém deve ter dúvidas, em
relação ao paraguaio, espero bem que renove de vez. Não me interessa quanto
pede de ordenado, mas será certamente merecido. Ainda por cima, nos últimos
tempos tem acertado nos centros! Óbvia palavra para o Júlio César, que nos
safou por duas vezes e, do lado negativo, para o Ola John, que começa a ter o
público contra ele por ser molengão
muito mais vezes do que seria desejável. O que é uma enorme pena, porque é um
jogador cheio de potencial, mas viu-se bem a diferença quando o Sulejmani
entrou.
Foi um jogo que não ficará na memória, mas em que cumprimos o objectivo
principal. Concentremo-nos agora no campeonato, porque geralmente as idas a
Penafiel não são nada fáceis e nestes próximos tempos, em que os olhos vão
estar postos em nós para verem se sentimos a falta do Enzo Pérez, não convém
nada mostrar fraqueza.
quinta-feira, dezembro 25, 2014
Feliz Natal
Os meus desejos habituais de um Glorioso Natal a todos os que seguem este blog. Que o Pai Natal mantenha estes seis pontinhos no sapatinho pelo menos até ao próximo Maio.
domingo, dezembro 21, 2014
À CRAC
Vencemos o Gil Vicente (1-0) e mantivemos os seis pontos de diferença em
relação ao 2º classificado. No entanto, terá sido o pior jogo da época com a
agravante de o golo ter sido obtido na sequência de um fora-de-jogo não
assinalado ao Maxi Pereira. Ou seja, ficámos a saber como é que é ganhar à
CRAC. E o sabor pelo menos para mim não é nada bom, mas há uma coisa ainda pior
do que ganhar com um erro do árbitro: é perder com um erro do árbitro! Nesse
aspecto, o nosso historial de há 30 anos ainda nos deixa com um enorme défice.
Para esta paupérrima exibição muito contribuiu a ausência de quatro
titulares indiscutíveis: Luisão, Eliseu/André Almeida, Enzo Pérez e Salvio.
Ficou mais uma vez demonstrado que o nosso plantel é muito curto e que não
somos capazes de superar estes impedimentos. Um remate do Talisca proporcionou
uma boa defesa ao Adriano e chegámos ao golo aos 30’ numa óptima abertura do
Ola John, que desmarcou o Maxi Pereira (que estava em fora-de-jogo), este
desviou a bola do guarda-redes para o poste e o Gaitán na recarga fez o único
golo da partida. Até ao intervalo, uma cabeçada do Jonas poderia ter tido
melhor destino.
Se a 1ª parte já não tinha sido grande espingarda,
a 2ª foi de fugir. Não criámos praticamente oportunidades de golo, o que valeu
foi com o Gil Vicente demonstrou por que está em último lugar sem nenhuma
vitória. O avançado deles ainda se isolou, mas o César foi rápido a compensar e
atirou para canto aos 54’ e já perto do final se o defesa-direito deles tivesse
pé esquerdo teríamos o nosso Natal ainda mais estragado. Quanto a nós, um
remate do Talisca que foi bem defendido foi a única jogada de jeito que
fizemos. Quando soou o apito final, sentiu-se um enorme alívio no estádio.
Em termos individuais, destaque para o Gaitán pelo golo, para o Maxi
Pereira pela entrega e para o Talisca por ser o nosso único jogador que acerta
na baliza com remates fora da área. O Jonas teve uns furos abaixo do que é
habitual, assim como o complicativo Ola John apesar de ter sido dele a abertura
para o golo. Quando ao negativo, destaque novamente para o Bebé. Já frente ao
Leverkusen não levantou a cabeça e não viu o Talisca isolado na área, mas muitos
disseram que só tinha cabeça para a baliza numa situação daquelas. Hoje foi
ainda pior: na recuperação de bola depois de um canto do Gil Vicente, tínhamos
dois jogadores isolados sob a linha do meio-campo. E aquela abécula
descerebrada voltou a não levantar a cabeça e prosseguir a jogada por ele! Era
o golo da tranquilidade a pouco menos de 10’ do fim. Passei-me completamente!
Deveríamos fazer um favor à ciência e oferecer-lhe aquilo que ele tem no lugar
do cérebro para ser estudado devidamente. Como é que se pode ser tão burro?!
Num jogo para esquecer, conseguimos o mais importante que era os três pontos,
mas se não recuperarmos alguns dos lesionados o panorama fica bastante negro,
porque os suplentes não estão claramente à altura.
sexta-feira, dezembro 19, 2014
Besta negra
E pronto, já me
estragaram o Natal! Perdemos em casa (1-2) com o Braga e já não vamos ao Jamor
esta época. Independentemente das vicissitudes do jogo, o que ficará para a
história é que a primeira vitória do Braga na Luz (só nos tinha ganho em casa
uma vez nos anos 50, mas tinha sido no Estádio Nacional) fez com que
perdêssemos a oportunidade de fazer um bis
na Taça de Portugal e quiçá uma inédita a nível nacional bi-dobradinha. Dois jogos com o Braga,
duas derrotas. Incrível!
Estava com bastante
receio desta partida por causa da vitória no Dragão. Dito assim, pode parecer
contraditório, mas na ressaca de um grande triunfo daqueles pode tender a haver
alguma descompressão, tanto da parte dos jogadores como dos adeptos. Só que
essa descompressão, neste jogo, significaria sermos eliminados da segunda prova
mais importante do calendário nacional. Não acho que tenha havido essa
descompressão, até jogámos razoavelmente bem, mas o que importa é que perdemos.
Outra razão para a minha apreensão é que já se sabia que iríamos jogar sem o Salvio
e o Luisão, situação agravada com o impedimento do Samaris e, principalmente, a
saída forçada do Enzo Pérez ao intervalo. A baixa de quatro titulares
indiscutíveis foi demais para nós e nomeadamente na 2ª parte foi bastante
notória. Claro está que poderíamos ter chegado ao intervalo com o jogo
decidido, mas só marcámos um golo numa excelente cabeçada do Jonas depois de um
dos poucos centros que o Maxi Pereira acerta ao longo do ano. Estávamos no
minuto 33 e já antes o Júlio César tinha feito uma enorme defesa a um remate do
Pardo. Pardo esse que deveria ter sido expulso logo aos 11’, por ter derrubado
o Jonas quando este estava isolado. Aliás, o sr. Artur Soares Dias teve uma 1ª
parte para esquecer, porque pouco antes desse lance deveria ter havido um
penalty contra nós por mão do Jardel num livre para a área (não sei porque raio
de carga de água é que o 33 resolveu dar uma palmada na bola!!). A partida
decorria com ataques para ambos os lados, mas já perto do intervalo o Jonas
rematou muito fraco na sequência de uma das melhores jogadas do encontro,
quando estava em excelente posição para resolver a eliminatória.
Não sei porquê, mas
senti este falhanço do Jonas como um mau prenúncio para o que aí vinha. Mau
prenúncio esse que se avolumou com a saída forçada do Enzo. Entrámos
completamente desconcentrados na 2ª parte. O nosso meio-campo, com Cristante e
Pizzi, está a léguas de ser Samaris–Enzo Pérez e o Braga passou a explorar isso
muito bem. Empatou logo aos 48’ através de um canto, em que o André Almeida
falhou clamorosamente o corte ao primeiro poste e depois nenhum defesa reagiu
permitindo que o Santos marcasse de recarga ao seu próprio remate. Até nem
demos uma má resposta ao golo sofrido, o problema foi que o Braga este ano
parece que contratou guarda-redes especialistas em defenderem (quase) tudo o
que venha das nossas bandas. Já tínhamos levado com o Matheus para o
campeonato, agora apareceu um tal de Kritsyuk que defendeu tudo e mais alguma
coisa. Logo a seguir a uma excelente defesa a um remate do Lima e uma recarga
do Jonas que iria para a baliza se não fosse desviada para canto por um defesa,
o Braga colocou-se em vantagem aos 58’. O Pardo (o tal que já não devia estar
em campo…) arrancou desde o seu meio-campo(!), foi acompanhado generosamente pelo Pizzi (só faltou estender-lhe uma
passadeira vermelha), perto da área o Cristante quase que se desviou para o deixar passar e rematou perante a fraca
oposição do César para o lado contrário do Júlio César. Outro golo
inacreditável, que jamais aconteceria com Samaris e Enzo. Naturalmente, um
deles ter-lhe-ia dado uma pantufada e
não o permitiria andar a passear-se por
metade do nosso relvado. Ainda havia mais 30’ para jogar, mas também havia o Kritsyuk
na baliza. Jonas por mais que uma vez, Lima e Talisca tornaram o russo o melhor
em campo. Houve um lance na área em que pareceu que o Lima foi claramente
derrubado pelas costas, mas o sr. Artur Soares Dias também teve um critério
largo e nunca permitiu a entrada da maca quando os bracarenses simulavam
lesões.
Em termos
individuais, o Ola John foi um substituto à altura para o Salvio e o nosso
melhor jogador. O Jonas fica com um registo excelente de golos na Taça de
Portugal, mas hoje ficou a dever-nos pelo menos mais dois. O Enzo também esteve
muito bem até ao intervalo. Ao invés, o André Almeida fez uma exibição para
esquecer (aquele falhanço no canto é inacreditável) e o Gaitán pareceu que não
recuperou fisicamente de Mordor. O Pizzi, que tão bem tinha jogado frente ao Leverkusen,
mostrou ontem que ainda não é opção válida para a titularidade no lugar do
Enzo.
Se há jogo que mais
me custa perder todas as épocas é o que nos elimina da Taça de Portugal. Por
várias razões: adoro ir ao Jamor; temos um registo de Taças conquistadas que é
importante manter; é o último jogo da época e quem a ganha faz a última festa
antes do defeso; o CRAC farta-se de mandar vir contra o Estádio Nacional e a
minha ética republicana obriga-me a gostar de tudo o que eles não gostam; e é
uma derrota que não tem hipótese de redenção. Ainda por cima, esta época seria
a oportunidade de tentarmos a tal inédita bi-dobradinha.
Por tudo isto, estou mesmo FURIOSO! Não contra a equipa, porque como já disse
até jogámos bem, mas com o facto de termos sido eliminados.
P.S. – Espero
SINCERAMENTE que esta derrota faça os nossos responsáveis abrirem os olhos para
as deficiências do nosso plantel, nomeadamente para o facto de haver jogadores
para os quais não há substitutos à altura. Luisão, como já se sabia, e, principalmente,
Enzo Pérez. Viu-se bem a falta que ele fez na 2ª parte, porque não tivemos
nenhum médio rompedor quando
estávamos a pressionar o Braga. Uma saída dele em Janeiro seria uma baixa
enorme a meio da época e peço aos nossos responsáveis que, se a saída for mesmo
inevitável, pelo menos negoceiem a sua permanência até final da época, mesmo
que se faça um desconto valente no preço a pagar. Tipo Garay. É que, pelo que
se viu ontem, a sua ausência fará com que os seis pontos de avanço comecem a
parecer muito pouco…
P.P.S. – O Rúben
Micael é possivelmente o jogador mais asqueroso que alguma vez pisou um relvado
de futebol. Cão!
segunda-feira, dezembro 15, 2014
Lima no Olimpo
Nove anos depois voltámos a ganhar em Mordor para o campeonato, com o
resultado fetiche sempre que triunfamos no antro do Mal: 2-0. Foi uma vitória
justa que sinceramente não esperava, não só porque o CRAC tem um plantel
superior ao nosso, como pelo facto de a partida ser arbitrada pelo sr. Jorge
Sousa. No entanto, revelámos imensa personalidade e manietámos tacticamente o
CRAC, que só conseguiu criar perigo com a lesão do Luisão nos últimos 15
minutos.
As forças do Mal entraram mais velozes e logo aos 2’ o Tello sacou um
amarelo ao André Almeida. Fiquei imediatamente preocupado, porque estava mesmo
a ver o filme de ficarmos a jogar com 10 na próxima falta do nosso improvisado
defesa-esquerdo. O CRAC criou perigo num remate cruzado do Herrera ainda na
fase inicial e teve uma excelente oportunidade pelo Jackson Martinez numa boa
jogada atacante, em que o Júlio César fez uma defesa assombrosa. Nós íamos tentando
responder, com remates do Gaitán e Talisca, e abrimos o marcador aos 36’ através
do Lima. Lançamento lateral do Maxi Pereira (podem repeti-lo ad nauseam na Sport TV para ver se
descobrem que ele pisou o terreno de jogo na altura do lançamento, mas não vão
ter sorte nenhuma…) e o Lima antecipou-se ao Danilo, marcando com a anca! Até
ao intervalo, era fundamental manter a vantagem, o que foi conseguido.
O início da 2ª parte trouxe uns quantos livres para o CRAC, mas sem nunca
criar perigo, enquanto nós alargámos a vantagem aos 56’: remate de fora da área
do Talisca, o Fabiano defende para o lado e o Lima só teve que encostar. Logo a
seguir, o Lima não conseguiu fazer o seu centro para o Talisca, que estava em
boa posição para fazer o terceiro golo. Seria o golpe de misericórdia! Uma boa iniciativa
do recém-entrado Quaresma criou-nos perigo, mas foi só depois da lesão do Luisão
aos 76’ que o CRAC teve as melhores oportunidades: duas bola de cabeça do
Jackson à barra, em lances em que o César não teve bem. Nós poderíamos ter
aumentado a vantagem num contra-ataque em que o Lima centrou para o Salvio, mas
um defesa antecipou-se e quase ia fazendo autogolo. E já perto do final, o
molengão do Ola John não conseguiu colocar a bola no Gaitán, que ficaria numa
situação de 2x1.
Em termos individuais, ÓBVIO destaque para o Lima. O futebol tem destas
coisas muito engraçadas: o Lima não estava a jogar nada desde o inicio da época,
discutiu-se muito sobre se seria de utilizar o Jonas e depois entra e qual César
Brito ou Nuno Gomes decide a partida. Pode já não fazer nada no resto do seu
percurso no Benfica, que o lugarzinho na história (e nos nossos corações) já ninguém
lhe tira. Também gostei bastante dos suspeitos
do costume, Gaitán e Enzo Pérez, que emprestam um toque de classe a tudo o
que fazem. Grande exibição do Samaris, que só levou um amarelo perto do final e
foi essencial para contar a avalanche atacante do CRAC. O Maxi Pereira foi uma máquina a parar o Brahimi e não sei por
que esperam os nossos responsáveis para renovar com ele… Regra geral a equipa
esteve toda bem, muito concentrada e entrando sem medo no campo. O Júlio César traz
muita confiança a todo o sector defensivo e resta-nos esperar que a lesão do
Luisão não seja grave, porque se viu bem a falta que ele faz (as duas bolas aos
poste foram na zona do César).
Com o CRAC a seis pontos e a lagartada (empatou com Moreirense já nos
descontos) a dez, temos uma tarefa muito importante no futuro próximo que é não
perder a concentração e achar que o campeonato já está ganho. Aliás, essa
concentração pode ser testada no jogo frente ao Braga para a Taça de Portugal. Os
minhotos estão a subir de forma e tenho medo que entremos em excesso de
euforias… E melhor que o bicampeonato era uma bidobradinha…
P.S. – Como tem sido habitual em casos semelhantes, aguardo com especial
entusiasmo a renovação de contrato do Lopetegui! Mas, se calhar, faziam-lhe uma
cura de desintoxicação antes, não? É que aquelas declarações não lembram ao
careca… (depois deste jogo ainda está mais confiante que vai ser campeão…?!)
quarta-feira, dezembro 10, 2014
500 mil euros
Empatámos com o
Bayer Leverkusen (0-0), mas poderíamos ter terminado a nossa participação nas
competições europeias com uma vitória. Dado que alinhámos só com um titular
(André Almeida, que já de si é um lateral-esquerdo emprestado), a nossa exibição foi muito melhor do que eu estava à
espera e alguns jogadores mostraram que poderão ser uma opção válida para jogar
com os crescidos num futuro próximo.
E sempre foram meio milhão de euros que entraram para os nossos cofres.
Os alemães também
jogaram com os habituais suplentes, o que lhes acabou por custar o 1º lugar do
grupo, já que o Mónaco derrotou o Zenit. Na parte final, quando o treinador se
lembrou de colocar titulares em campo, já não foi a tempo. Eles lá saberão, mas
se eu fosse seu adepto estaria furioso, porque não será propriamente a mesma
coisa jogar com o Chelsea ou com a lagartada…
Voltando ao jogo, entrámos bem e uma boa jogada do Ola John permitiu ao Lima
entrada directa nos maiores falhanços que a nova Luz já viu: em cima da linha
da pequena área, conseguiu acertar na
barra. O Leverkusen pouco incomodava o Artur, o Pizzi abria o livro durante
toda a 1ª parte e tivemos ocasiões mais do que suficientes para resolver o
jogo: o Lima rematou ao lado quando tinha o Derley sozinho no meio, o Bebé não
conseguiu meter a bola no Lima num contra-ataque de dois para um e o Ola John
tirou dois adversários do caminho, mas depois não conseguiu rematar.
A 2ª parte começou
com os alemães a acercarem-se mais da nossa baliza, mas isto só durou 15’ e
mesmo assim apenas criaram perigo relativo. Um corte do César contra um
adversário, que fez a bola passar perto do poste do Artur, foi o lance mais
perigoso. Quanto a nós, o Pizzi perdeu imenso gás e a equipa ressentiu disso. O Jesus colocou o Talisca no lugar
do Lima por volta da hora de jogo e as coisas melhoraram um bocado. O Ola John,
apesar de alguma molenguice, ia
criando qualquer coisa na esquerda, enquanto na direita o Bebé confirmou mais
uma vez que sem cérebro não se pode ser jogador de futebol. O expoente máximo
disso foi já perto do fim quando, com o Talisca c-o-m-p-l-e-t-a-m-e-n-t-e
isolado no meio, resolve continuar a jogada pela direita, com um adversário a
estorvá-lo e rematar sem grandes condições de êxito. Passei-me completamente e o Jesus provavelmente também, porque o
retirou pouco depois para fazer entrar o João Teixeira. Entretanto, também já
tinha entrado o Nelson Oliveira para o lugar do sempre esforçado Derley, que
também construiu uma boa jogada perto do final, em que um defesa impediu que a
bola chegasse ao Pizzi, que ficaria isolado.
Um jogo destes
serve sobretudo para ver quem está apto para a primeira equipa e o Pizzi, assim
que aguentar os 90’, poderá ser uma opção muito válida. Que grande 1ª parte! O
Cristante também não esteve mal, apesar de me parecer que lhe continua a faltar
alguma agressividade na recuperação depois de ser batido pelo adversário. O
Derley mostrou novamente que está em melhor forma que o Lima e, apesar de não
ser nenhum génio (também estávamos mal habituados com Cardozo e Rodrigo…),
continua a ser um jogador que me agrada bastante pela entrega e alguma
qualidade que coloca na partida. O Ola John é uma pena, porque com um pouco
mais de intensidade e constância (e menos moleza)
seria um jogador fabuloso. Assim, limita-se
a criar dois ou três bons lances por jogo. Os centrais (César e Lisandro)
também estiveram muito concentrados e praticamente sem falhas. O Nelson Oliveira
teve dois bons pormenores, mas não sei se alguma vez deixará de ser uma eterna promessa. O João Teixeira, que já se tinha destacado na pré-época, jogou os
últimos minutos e ainda deu para ver qualquer coisa, nomeadamente uma finta de
corpo em que provocou um segundo amarelo a um adversário. Para seguir com
atenção.
Negativamente
destacaram-se o Lima (aquele falhanço é imperdoável) e sobretudo o Bebé. Será
que podemos alegar que está em período experimental e devolvê-lo ao Manchester
United sem custos? De qualquer maneira, espero que lhe comecemos a descontar os
500.000€ do ordenado por conta daquela bola que não passou ao isolado Talisca e
que certamente nos daria a vitória no jogo. Que descerebrado!
Passado este
interlúdio, continuemos a nossa concentração para domingo. E há uma coisa que
não percebi: se o Jesus poupou a equipa quase toda, porque é que colocou um
titular em campo que é apenas o nosso
melhor marcador? O Talisca pregou-nos um valente susto no joelho, quis
continuar em campo, mas dizem os jornais que saiu do estádio a coxear. Vamos lá
a ver se não temos uma enorme baixa para Mordor…
domingo, dezembro 07, 2014
Enganador
Vencemos o Belenenses por 3-0 e mantivemos a distância para o CRAC a uma
semana de irmos a Mordor. Quem olhar para o resultado sem ter visto o jogo,
pode ser levado a pensar que foi fácil para nós, mas está muito enganado. O
Belenenses trouxe o autocarro muito
bem calibrado e confesso que até aos 64’ vi o caso muito malparado. Felizmente,
o golo do Lima veio abrir várias portas e lançou-nos numa vitória de mérito
inquestionável.
O Jesus repetiu a mesma equipa de Coimbra, com o Talisca e o Jonas na
frente, mas cedo se percebeu que isso tinha sido um erro. Em jogos na Luz
perante equipas maioritariamente defensivas, tem que se jogar com um
ponta-de-lança de raiz, que prenda os centrais e seja uma presença constante na
área. Sempre! Um remate ao lado do Gaitán e uma cabeçada a rasar o poste do
Luisão foram dos poucos lances de perigo que criámos. Em termos defensivos,
praticamente não tivemos problemas já que o Belenenses mal saía do seu
meio-campo.
Na 2ª parte, o Jesus tirou o apagado Talisca e lançou o Lima. O Belenenses
cada vez recuava mais e tapava bem os caminhos da sua baliza, tornando os
nossos ataques de difícil resolução. Conseguimos finalmente desembrulhar a
partida na sequência de um canto, com a bola a ser cabeçada por três jogadores:
Jardel, Jonas e Lima, que acabou por voltar aos golos. Já estávamos com 64’ e,
apesar de a equipa não dar mostras de ansiedade, eu dava, por isso foi com
grande alívio que vi o marcador mexer a nosso favor! Seis minutos depois, o
encontro ficou praticamente resolvido, num penalty sobre o Enzo Pérez, que o
próprio converteu com um remate rasteiro e para a esquerda do guarda-redes. No
estádio, fiquei com a nítida sensação que tinha havido um empurrão
(desnecessário) ao Enzo e na televisão confirmei isso mesmo. Empurrão nas
costas não é carga de ombro, razão pela qual para mim o penalty foi bem
assinalado. O Jesus começou a rodar a equipa, tirando o Enzo (que, se visse o
amarelo, não ia a Mordor) e colocando o Pizzi, mas ainda conseguimos meter mais
um: grande jogada do Gaitán (possivelmente a melhor jogada do campeonato até
agora), a arrancar do meio-campo, passar por vários adversários e cruzar para o
Salvio só ter que encostar de cabeça. Foi aos 83’ e terminámos o jogo com elevada
nota artística.
Em termos individuais, destaque para o Gaitán pela jogada do terceiro golo.
Quem faz uma obra-prima daquelas, tem que naturalmente constar das figuras da
partida. Gostei bastante do Samaris, que com bom sentido posicional se fartou
de cortar bolas. O Enzo também me parece a subir de forma e estreou-se a marcar
esta época.
Terça-feira vamos ver se teremos uma saída digna das competições europeias
(têm a palavra os suplentes e não-convocados habitualmente). É certo que há 1
M€ para uma possível vitória, mas temos que nos concentrar é em ir a Mordor e
fazer um bom resultado. Se conseguirmos não perder em casa das forças do Mal,
daremos um passo muito importante (principalmente a nível da confiança) para
alcançarmos o tão desejado bicampeonato.
P.S. – É inevitável que a lei mude e se torne esclarecedora acerca dos
jogadores emprestados não jogarem (ou terem lesões
muito oportunas) frente aos seus clubes de origem. O Miguel Rosa e Deyverson
(os melhores marcadores do Belenenses) não jogaram contra nós e isso não foi
bonito. Prefiro que o Benfica não adopte este tipo de comportamentos, mas
sempre é preferível do que o jogador emprestado fazer um penalty desnecessário
ou dar um frango.
segunda-feira, dezembro 01, 2014
Calmo
Vencemos em Coimbra por 2-0 e mantivemos a distância na liderança do
campeonato. Estava com algum receio deste jogo, porque a seguir às jornadas
europeias geralmente só duramos meia parte, mas a oposição foi fraquíssima e
percebeu-se bem porque é que a Académica só tem uma vitória em 11 jornadas e faz
parte das equipas com o segundo pior ataque da Liga.
Como também tem sido habitual depois da Europa, entrámos fortes na partida
tentado marcar o mais depressa possível. O que aconteceu logo aos 8’ numa
abertura fantástica do Enzo Pérez para o genial Gaitán, dominar, ultrapassar o
guarda-redes com um toque com o joelho e atirar para a baliza num movimento de
classe. Fantástico! O golo teve naturalmente o condão de nos dar ainda mais
segurança e poderíamos ter ampliado a vantagem com um cabeceamento do Jonas à
barra e um remate em arco do Enzo Pérez que passou também muito perto do poste.
Em cima do intervalo, num livre para a área, o guarda-redes vem tentar socar a
bola quase no limite da grande-área, mas o Luisão conseguiu cabecear para a
baliza deserta. A repetição mostra que o Luisão estava em fora-de-jogo na
altura da bola partir, no entanto assim que ela vem no ar a defesa contrária
coloca-o em jogo. É uma bola parada, mas o lance é rápido. Todavia, é óbvio que
é um golo irregular.
Na 2ª parte, esperava-se um abaixamento de intensidade da nossa parte, mas
ainda fizemos uns bons 15’ iniciais, em que tentámos marcar mais um para fechar
o jogo de vez. O Jonas quase o ia conseguindo num remate fora da área, mas o
guarda-redes defendeu para canto. A oposição da Académica era praticamente nula
e a nossa baliza nunca esteve verdadeiramente em perigo. O Jesus fez entrar o
Ola John e posteriomente o Derley, e as coisas animaram na parte final da
partida, com o brasileiro por duas vezes e o Gaitán a terem remates que nos
poderiam ter dado o quarto golo. Não aconteceu, mas também conseguimos manter
as nossas redes invioladas.
Em termos individuais, destaque óbvio para o Gaitán pelo golão e por se ter
mostrado muito comprometido com o jogo, inclusivamente defendendo já na parte
final. O Enzo Pérez está igualmente a subir de forma e, parecendo que a sua
saída em Janeiro é inevitável, ainda para mais com a nossa vergonhosa
eliminação da Europa, vai ser uma perda muito grande. Até porque o Samaris
ainda parece muito verde (salvo
seja!) para o substituir convenientemente. Bom jogo também dos centrais, com a
mais-valia do golo do Luisão. O Salvio é que continua bastante complicativo e a
agarrar-se demasiado à bola. Já agora, convém o Enzo e o Maxi terem cuidado com
os amarelos frente ao Belenenses senão falham o jogo em Mordor.
Este encontro era muito importante para ver como a equipa reagiria ao
desastre europeu e a reacção foi, apesar da fraca oposição, muito satisfatória.
Aliás, há aqui uma série de equipas que não se sabe muito bem o que estão a
fazer na I Liga. Tudo bem (ou tudo mal, mas enfim…) que quisessem passar uma
esponja pelo que aconteceu e subir administrativamente o Boavista, mas o que já
não acho compreensível é que este ano não desçam já quatro equipas para voltar
a ter 16 no escalão principal. Que já é bastante por si só, mas mesmo assim
ainda suportável. Agora, isto com 18 faz muito pouco sentido.
P.S. – É favor não virem falar de arbitragem! Sim, o nosso segundo (repito:
s-e-g-u-n-d-o) golo é irregular, mas em Mordor quando ainda estava 1-0, o
Danilo rasteira um jogador do Rio Ave na área e o Herrera mete descaradamente a
mão à bola num canto. O sr. Olégario nada viu (como é habitual em relação
àquele clube). Claro que depois do 5-0 final, muita gente vai esquecer-se
disto, mas eu não sou “muita gente” nem sou “esquecido”.
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