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quinta-feira, junho 28, 2012

Portugal - 0 - Espanha - 0 (2-4 pen.)

Uma exibição muito personalizada da selecção nacional conseguiu fazer algo que muitos (eu incluído) achavam impossível: anular durante praticamente todo o jogo o tiki-taka dos espanhóis. Estou de acordo com o Paulo Bento quando ele diz que Portugal terá sido ligeiramente superior nos 90’, mas bastante inferior durante o prolongamento, em que só o Rui Patrício garantiu a ida aos penalties. Aí não tivemos, de facto, sorte. O Bruno Alves atirou à barra e o Fàbregas atirou ao poste, só que… a bola entrou. Foi neste pequeno (grande) pormenor que se decidiu a meia-final.

A Espanha com menos de 60% de posse de bola já não é muito normal (também teve contra a França), mas ainda por cima com grandes dificuldades tanto em construir jogadas atacantes, como em impedir o adversário de chegar com perigo à sua baliza (o que conseguiu frente à França) é algo muito raro. E Portugal impôs um respeito à Roja que é de louvar. É claro que o Del Bosque deu uma pequena ajuda, cedendo à pressão dos media espanhóis e colocando de início um ponta-de-lança (Negredo). Este foi uma dádiva aos nossos centrais e foi só quando a Espanha resolveu voltar à “fórmula Barcelona, transformando-se num 4-6-0 com a entrada do Fàbregas, que começou a criar-nos mais problemas. Foi um jogo muito disputado, com grandes cautelas de parte a parte e sem muitas oportunidades. A melhor durante os 90’ terá sido nossa, mesmo perto do fim, quando, num contra-ataque depois de um canto adversário, o Meireles não fez um passe perfeito para o C. Ronaldo, que teve ainda que dominar a bola e rematar com o pé esquerdo, fazendo a bola passar por cima da barra. É certo que o nº 7 talvez devesse ter feito melhor, mas se o passe tem entrado bem, o C. Ronaldo poderia ter rematado de primeira com o direito e provavelmente estaríamos aqui a celebrar a passagem à final.

No prolongamento, acusámos muito o esforço físico durante os 90’, especialmente o nosso meio-campo, e a Espanha criou duas boas oportunidades para marcar, ambas anuladas pelo Rui Patrício. Esta diferença de rendimento pode resumir-se nas substituições: o Fàbregas, Jesus Navas e Pedro Rodríguez entraram muito melhor que o Nélson Oliveira (o Custódio e o Varela, estes já na 2ª parte do prolongamento). É a diferença entre ter um bom banco e não o ter. Nos penalties, tivemos o azar de ver a Espanha começar primeiro (gostaria de ver uma estatística que mostrasse a percentagem de vitórias das equipas que começam por marcar os penalties), mas o Rui Patrício defendeu o remate do Xabi Alonso. No entanto, o Moutinho anulou logo a seguir essa vantagem, ao fazer uma corrida ridícula aos saltinhos, que descambou num consequente remate fraco para defesa do Casillas. Depois foi a tal questão da sorte entre a bola que bate na barra e sai, e a outra que bate no poste e entra.

Os destaques individuais deste jogo são basicamente os destaques do Europeu: os três jogadores do Real Madrid e o João Moutinho. O Miguel Veloso enquanto teve pernas também esteve muito bem. Do Nani, esperava um pouco mais e o Meireles fez igualmente um jogo fraco.

Fizemos um excelente Europeu, facto que se deve a uma só pessoa: Paulo Bento. Mostrou, para quem tivesse dúvidas, que é um enorme treinador, porque consegue que o valor colectivo de uma equipa seja muito superior à soma dos seus valores individuais. Há por ali muito jogador mediano que se superou neste campeonato da Europa. A esta mais-valia técnica, o Paulo Bento junta a frontalidade e o carácter algo que prezo muito. E que, infelizmente, tem andado arredado do banco do nosso clube nos últimos tempos. Tenho pena que tenha renovado com a selecção até 2014, porque não me importaria mesmo nada de o ver a treinar o Glorioso antes disso… Assim, vai ter que ficar para depois desse ano.

domingo, junho 24, 2012

Campeões Nacionais de Futsal

Numa época absolutamente brilhante, limpámos todos os troféus em disputa no futsal. Seis títulos de campeão em dez épocas da modalidade diz tudo acerca da nossa supremacia. Parabéns a todos os campeões!













P.S. - Três títulos de campeão em três modalidades de pavilhão (só foi pena o Voleibol), mais o título masculino de Atletismo tornam esta uma época inolvidável para a história do ecletismo do Sport Lisboa e Benfica. Há que dar o mérito a quem o merece.

sexta-feira, junho 22, 2012

Portugal - 1 - Rep. Checa - 0

A vitória injustamente tangencial sobre os checos colocou-nos pela quarta vez na nossa história nas meias-finais de um Europeu de futebol. Estes jogadores não precisam de fazer mais nada até final para já terem um lugar de destaque no palmarés do futebol português. A unanimidade é geral acerca da justiça da nossa passagem e agora resta-nos esperar para saber qual das duas bestas negras (Espanha ou França) vamos defrontar.

A sorte que não tivemos na fase de grupos tivemos nos quartos-de-final. A Rep. Checa é uma selecção bastante acessível, ainda para mais privada do seu melhor jogador (Rosicky). Por isso mesmo, não percebi bem a nossa 1ª parte. Entrámos receosos demais e exasperadamente lentos nas transições ofensivas. A não ser que estivemos a treinar já para a Espanha, sinceramente não entendi o que se passou. Uma coisa é entrar com cautelas no jogo inaugural frente à Alemanha, outra é fazê-lo perante a Rep. Checa… Mesmo assim o C. Ronaldo ainda atirou uma bola ao poste no final dos primeiros 45’.

Felizmente que tudo mudou na 2ª parte, em que demos um banho de bola aos checos que só por muita sorte (outra bola ao poste do C. Ronaldo…), aselhice nossa (dois cabeceamentos muito tortos do Hugo Almeida) e mérito do Cech e dos defesas (a remates do Moutinho e Nani) é que não sofreram golos mais cedo. A justiça tardou, mas não falhou e aos 79’ um óptimo cruzamento do Moutinho proporcionou ao C. Ronaldo uma entrada fulgurante de cabeça fazendo o resultado da partida. Grande jogada e grande golo! Até final, os checos nem viram a bola demonstrando que esta selecção apresenta um nível de maturidade bastante assinalável.

Em termos individuais, é inevitável referir novamente o C. Ronaldo que, não fossem as bolas aos postes, já teria sete(!) em vez de três golos marcados no Europeu. É o grande destaque do torneio e será incompreensível se não ganhar a Bola de Ouro. Continuo a achar que o Messi é melhor, mas com o campeonato espanhol no bolso e as estas exibições na Polónia e na Ucrânia a temporada do C. Ronaldo é indiscutivelmente superior (mas também em 2010, quando o Barça ganhou tudo e Espanha foi campeã do mundo com um golo do Iniesta na final, a FIFA deu o prémio ao Messi…). O Pepe é outro que está a fazer um Europeu irrepreensível e praticamente ninguém passa por ele. O Moutinho também se exibiu em grande nível e fez a assistência decisiva. Outro que está em grande destaque é o F. Coentrão, que deve estar a fazer pensar os madrilenos que não se enganaram mesmo.

Contra todas as expectativas, estamos nos quatro melhores da Europa. Basta comparar esta selecção com as de 1984, 2000 e 2004, para ver que há aqui um ENORME mérito do Paulo Bento. Não há nenhum Chalana, Nené, Diamantino, Bento, Carlos Manuel, Jordão, Gomes, Jaime Pacheco, Rui Costa, João Vieira Pinto, Nuno Gomes, Figo, Deco, Ricardo Carvalho, Miguel, mas há um espírito colectivo muito forte que permite superar a menor valia individual (C. Ronaldo e Nani à parte) desta selecção. E isso demonstra que o Paulo Bento é um grande treinador. Ainda por cima, é um tipo com carácter o que só faz crescer a admiração que tenho por ele.

P.S. – Já imaginaram o que seria esta equipa neste Europeu se fôssemos treinados(?) pelo senhor professor Queiroz…? Credo, que susto!

segunda-feira, junho 18, 2012

Portugal - 2 - Holanda - 1

Uma grande exibição da selecção nacional permitiu-nos derrotar os vice-campeões do mundo (convém não esquecer…) e assegurar a qualificação para os quartos-de-final do Euro 2012, ajudados igualmente pela vitória da Alemanha sobre a Dinamarca. Para esta exibição da equipa foi decisiva a prestação do Cristiano Ronaldo que, ao marcar os dois golos e ainda atirar duas bolas aos postes, demonstrou que, quando não se mete a fazer comparações idiotas sobre o Messi, é o melhor jogador do mundo. (Só que o Messi não é deste mundo…)

A Holanda entrou muitíssimo bem na partida, com uma equipa bastante atacante e chegou à vantagem aos 11’ pelo Van der Vaart num fantástico pontapé de fora da área. Só que a exibição dos holandeses ficou por aí, porque a reacção de Portugal foi muito forte. O C. Ronaldo atirou ao poste, o Postiga foi igual a ele próprio ao falhar um golo isolado, até que o João Pereira fez de Özil em Nou Camp e desmarcou o C. Ronaldo para o 1-1 aos 28’. A 2ª parte foi toda nossa, com os holandeses a quererem, mas a não conseguirem criar perigo (Robben, Van Persie e Huntelaar nem se viram). O Nani falhou um golo feito ao permitir a defesa com os pés do guarda-redes, quando estava completamente isolado, mas fez a assistência para o C. Ronaldo bisar aos 74’, num lance magnífico de contra-ataque. O Van der Vaart ainda atirou ao poste, assim como o C. Ronaldo pouco depois. No outro jogo, a Alemanha fazia o 2-1 a 10’ do fim e a nossa qualificação estava garantida.

O C. Ronaldo, claro, merece todo o destaque. Jogou, fez jogar, marcou e, se for preciso umas criticazinhas (justificadas perante o que tinha mostrado até este jogo) para apresentar este rendimento, então venham elas! Outro enorme jogo do Pepe e prestações bem positivas do João Pereira e Miguel Veloso. Boa notícia é igualmente não termos perdido ninguém por causa dos amarelos para os quartos-de-final. Muito bem novamente o Paulo Bento na altura das substituições, com a entrada habitual do Nélson Oliveira e desta feita do Custódio, que nos permitiu segurar o meio-campo e lançarmo-nos em perigosos contra-ataques.

Iremos defrontar agora a República Checa e sinceramente acho que somos favoritos. A equipa está a subir de rendimento e esta exibição do C. Ronaldo pode ser muito importante para o que resta do Europeu. Com ele na sua melhor forma, temos muito mais hipóteses de chegar às meias-finais. Esperemos que assim aconteça.

P.S. – Como “não há bela sem senão”, a birra dos jogadores ao não prestarem declarações no final da partida, muito ofendidos com algumas críticas que se têm ouvido, era perfeitamente dispensável…

domingo, junho 17, 2012

Campeões Nacionais de Hóquei em Patins

Ao fim de 14 anos, voltámos a conquistar o título nacional, derrotando um sistema corrupto que faz parecer o que se passa no futebol uma brincadeira de crianças. A quem tornou possível a conquista do 22º campeonato da nossa história, os meus mais sinceros parabéns! Viva o BENFICA!

quinta-feira, junho 14, 2012

Portugal - 3 - Dinamarca - 2

Outro bom jogo da selecção a merecer a vitória, mas sem necessidade de termos passado por tanto sofrimento e corrido o risco de não ganhar um jogo em que fomos manifestamente superiores. O Paulo Bento apostou na mesma equipa que defrontou a Alemanha e não se saiu nada mal: o Postiga até marcou um golo e tudo!

O Pepe inaugurou o marcador de cabeça na sequência de um canto e a nossa supremacia ficou ainda mais vincada com esse tal golo do Postiga ainda na 1ª parte. Infelizmente, uma desconcentração colectiva da defesa permitiu ao Bendtner reduzir à beira do intervalo. Na 2ª parte, apostámos no contra-ataque e o C. Ronaldo teve dois falhanços inacreditáveis quando tinha só o guarda-redes pela frente. A 10’ do fim, o Bendtner voltou a marcar, num lance em que me pareceu que o Rui Patrício poderia ter feito mais, e a coisa esteve muito tremida até que o Varela, entretanto entrado, ter resolvido a partida aos 87’. Foi outra boa aposta do Paulo Bento que o preferiu ao brinca-na-areia do Quaresma e foi recompensado por isso. O Varela dá um pontapé na atmosfera, mas não se desconcentra e remata de primeira apanhando o guarda-redes desprevenido. Grande golo!

Em termos individuais, o Pepe e o Nani foram os melhores da equipa. O Nélson Oliveira voltou a entrar bem na partida e o Coentrão fez o centro para o 3-2. O Raul Meireles esteve muito discreto e a sua não-substituição mais cedo (Hugo Viana ou Custódio para segurar o meio-campo) foi a única coisa que eu acho que o Paulo Bento esteve menos bem. O C. Ronaldo pura e simplesmente não defende, e a Dinamarca fartou-se de atacar pela esquerda, com o Coentrão a ter muitos dois para um. Falando da vedeta da equipa, deveria ter a humildade de perceber que, estando as coisas a saírem-lhe muito mal em termos ofensivos (os falhanços são imperdoáveis), ao menos que ajudasse os companheiros a defender, fechando seu corredor. Nem uma coisa, nem outra e foi claramente o pior jogador da equipa.

Com a vitória da Alemanha frente à Holanda (2-1), ainda está tudo em aberto no grupo e nenhuma selecção está apurada ou eliminada. As contas são tão complicadas que tanto uma vitória nossa frente aos holandeses pode não nos apurar como uma derrota nos pode apurar! Aguardemos por Domingo.

domingo, junho 10, 2012

Portugal - 0 - Alemanha - 1

Uma exibição bastante melhor do que o esperado não foi suficiente para batermos a selecção alemã na nossa estreia no Euro 2012. Revelámos personalidade, vontade e chegámos a jogar de igual para igual com eles, mas uma grande dose de azar foi determinante para o desfecho final. Atirámos duas bolas aos ferros e o golo deles resulta de um ressalto no Moutinho, que desposicionou o Pepe, e permitiu ao Gomez cabecear à vontade já perto do último quarto-de-hora. Depois do golo, ainda tivemos o Varela isolado que não conseguiu superar o enorme Neuer. Foi uma pena, porque não merecíamos mesmo ter perdido o jogo.

Basta ler um pouco deste blog para se ver que eu não sou propriamente politicamente correcto. Mas também não faço fretes nem sou do género de dizer mal por dizer. Vem isto a propósito de alguns comentários que ouvi no final do jogo, nomeadamente do David Borges na SIC Notícias, que criticou o Paulo Bento por não ter sido audaz durante grande parte da partida. Disse ele que não percebia porque é que nós não jogámos os 90’ como o fizemos a seguir ao golo alemão. Quer dizer, vamos lá a ver se eu percebo: a equipa vinha de dois jogos de preparação que tinham corrido bastante mal, os níveis de confiança não estavam propriamente nos píncaros, tem grandes limitações em algumas posições do terreno (ponta-de-lança, a mais gritante), íamos defrontar um tricampeão Mundial e Europeu(!), e era suposto irmos à maluca para frente?! Eu acho que há pessoas que já têm três comentários prontos, dependendo do resultado do jogo e depois debitam-nos sem olhar a mais nada.

Noutro aspecto, se é impossível que eu sofra pela selecção como sofro pelo Glorioso, sou incapaz de não me interessar por ela e não desejar que ela obtenha sucesso. Se é certo que a actual Federação é liderada por um ex-contabilista do presidente de um clube assumidamente corrupto, também é verdade que pessoas que eu admiro, como o Humberto Coelho e o João Vieira Pinto, e outras que respeito, como o Hermínio Loureiro e o Pauleta, fazem parte da direcção, pelo que naturalmente espero que a selecção consiga os resultados desejados, até porque também gosto do carácter e da frontalidade do Paulo Bento. (Qualquer semelhança com a selecção anterior de Madaíls e Queirozes é pura coincidência.)

Voltando ao futebol propriamente dito, o melhor de Portugal foi indiscutivelmente o Fábio Coentrão. O Pepe e o Bruno Alves também estiveram bem, assim como a espaços o Cristiano Ronaldo e o Nani. O trio de meio-campo, Miguel Veloso, Moutinho e Raul Meireles, aguentou bem o embate com o poderio físico do outro lado. O Hélder Postiga é uma anedota e há outros muito medianos, como o João Pereira. O Rui Patrício esteve concentrado e sem possibilidades nenhumas no golo. Ao Nélson Oliveira, que substituiu o inoperante Postiga, ainda falta ganhar experiência (perdeu quase todos os lances de corpo-a-corpo), mas a tal oportunidade do Varela, que também entrou bem, resultou de uma jogada dele.

Com a derrota da Holanda frente à Dinamarca, está tudo em aberto no grupo. É fundamental ganharmos aos dinamarqueses para depois discutir com os holandeses o 2º lugar. Se mantivermos o nível exibicional mostrado frente aos alemães, julgo que teremos as nossas hipóteses.