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sábado, agosto 29, 2009

Sorteio da Liga Europa

Mesmo sendo cabeças-de-série, ficámos num dos grupos mais forte desta Europa League. Mas, se queremos ter pretenções de ganhar a competição (como eu acho que podemos ter), há que estar preparado para qualquer adversário. Everton, AEK Atenas e Bate Borisov são quem nos calhou em sorte.

O mais conhecido e teoricamente mais difícil é o emblema de Liverpool que, ao menos, irá garantir uma boa receita de bilheteira para os nossos cofres (e para os cofres de todos os vendedores de cerveja de Lisboa...). Acho que temos potencial para lhes ganhar, apesar de tradicionalmente não termos muita sorte com equipas inglesas (o Manchester United e o Liverpool nos últimos anos foram excepção). Os gregos são uma equipa que vive na sombras dos gigantes locais Olympiakos e Panathinaikos e, apesar do ambiente sempre complicado, somos favoritos nos dois jogos. Quantos aos bielorrussos, atenção, porque eles no ano passado empataram os dois jogos com a Juventus para a Champions. Não podemos facilitar e espero que os jogadores não se esqueçam tão cedo do jogo em Poltava...

Um aspecto que nos favoreceu foi a ordem dos jogos: começamos em casa com o teoricamente mais fraco para conseguirmos logo os primeiros três pontos. Os jogos com os ingleses são os do meio da competição, o que é bom, porque o 5º e o 6º jogo são, respectivamente, depois da ida ao WC e antes da recepção ao CRAC. Portanto, ainda bem que nos livrámos de defrontar a equipa mais forte nessas datas. Só é mau ir à Bielorrúsia em Dezembro, mas já fomos a Donetsk nessa altura e ganhámos. Terminamos o apuramento em casa frente ao AEK Atenas, o que nos dá teórica vantagem no caso de ainda estarmos a lutar pela qualificação.

Mas isto é tudo teoria, na prática é que se vai ver se temos estofo de campeão ou não. No ano passado, também fiquei contente com o grupo que nos calhou e depois foi a desgraça que foi.

sexta-feira, agosto 28, 2009

Mau

Perdemos frente ao Vorskla Poltava (1-2), mas como seria de prever qualificámo-nos para a fase de grupos da Liga Europa já que tínhamos uma vantagem de 4-0 vinda da 1ª mão. Com uma equipa onde só alinharam quatro titulares de Guimarães, era de esperar um jogo calmo da nossa parte, mas também uma boa resposta de quem não tem sido escolha inicial neste início de temporada. Até porque tinha acontecido assim na pré-época, em que os suplentes deram muito boa conta do recado. Só que isso não sucedeu e infelizmente acabámos por perder pela primeira vez em partidas oficiais.

Ok, o principal objectivo estava cumprido, o jogo era a feijões, mas eu tenho um problemazito: sou do Benfica e DETESTO perder. Mais: a história e a tradição do nosso Glorioso clube não se compadece com derrotas principalmente frente a equipas que nunca ninguém ouviu falar. E não vai voltar a ouvir. Ainda há outro pequeno pormenor: não somámos qualquer ponto quer para o nosso ranking (e bem precisados estamos deles, depois da vergonhosa campanha europeia do ano passado) quer para Portugal. Espero que este ponto perdido não signifique no futuro a passagem do Pote 2 para o 3 na Liga dos Campeões do ano que vem (onde temos MESMO que estar!). Percebo a opção do Jorge Jesus de colocar jogadores menos utilizados, mas espero bem que, apesar do discurso que ele proferiu no final da partida, no balneário lhes tenha dado bem nas orelhas, porque a nossa exibição principalmente na 2ª parte não foi nada boa.

O 1º tempo foi completamente controlado por nós, tivemos duas boas oportunidades pelo Keirrison e César Peixoto e o Poltava nem se aproximou da nossa baliza. No 2º tempo entrou o Saviola para o lugar do Nuno Gomes, para dar mais velocidade ao nosso ataque, mas a equipa do Benfica perdeu concentração, provavelmente por sentir que tudo estava decidido, e sofremos um golo num contra-ataque adversário logo aos 48’. Reagimos bem e o Saviola restabeleceu o empate com um grande golo aos 60’. Pensei que embalaríamos para uma vitória, mas foi exactamente o contrário que sucedeu. Também num lance rápido sofremos o 2-1 aos 73’. Até final fomos incapazes de dar uma resposta cabal e acabámos por sofrer uma derrota que, não nos afectando em termos de eliminatória, não é nada prestigiante.

Em termos individuais, gostei muito da 1ª parte do César Peixoto na posição do Aimar. Enquanto teve pernas, foi indiscutivelmente o nosso melhor jogador. O Luisão também esteve bem na defesa e o Ramires voltou a mostrar que é craque. E pronto, é tudo. Pela negativa: o Moreira está longe de estar isento de culpas no 1º golo (não se pode falhar uma saída daquelas), o Luís Filipe continua inenarrável, o Fábio Coentrão esteve muito infeliz (também tem direito), o Di María (que o substituiu) não chegou a entrar na partida e o Keirrison ainda está em fase de adaptação. Não gostei igualmente dos amarelos ao Javi García e Saviola, que vão contar na fase de grupos.

Na próxima 2ª feira voltam os titulares frente ao V. Setúbal e espero que regressem igualmente as vitórias e boas exibições. E que esta partida sirva de lição a todo o plantel que ISTO é o Benfica: o jogo pode não contar para nada, mas é SEMPRE para ganhar!

segunda-feira, agosto 24, 2009

Jesus

Um golo do Ramires no último minuto permitiu-nos vencer em Guimarães por 1-0. Foi o nosso jogo mais difícil de todos os disputados até agora e uma vitória extremamente importante pela forma como foi obtida. Utilizando um chavão típico do futebolês: “são jogos destes que fazem ganhar campeonatos.” Bem o podemos agradecer a Jesus, não o Jorge, mas sim o outro.

Estava bastante desconfiado para esta partida e tudo começou antes dela: a lesão do Weldon que o tirou dos convocados foi um mau prenúncio. Na equipa titular houve apenas uma alteração em relação ao Poltava: saiu o Coentrão e entrou o Ramires. Se isto se deveu à presumível dificuldade do jogo e à necessidade de ter um segundo homem no meio-campo que se sentisse mais confortável a defender, tudo bem, mas lá que foi injusto para o Coentrão, um dos jogadores em melhor forma, isso é indesmentível. Estou confiante, com o plantel que temos, que não haverá lugares cativos na equipa, mas não me parece nesta altura que possamos prescindir do Coentrão nos titulares. Entrámos muito bem na partida e nos primeiros 10’ tivemos movimentações que baralharam o adversário. O Javi García teve uma excelente oportunidade, mas cabeceou por cima quando o guarda-redes já não estava na baliza na sequência de um canto. O Guimarães fez cinco faltas nos primeiros 6’, o que deveria ter feito ver aos jogadores do Benfica que teriam de ser rápidos com a bola para fugirem à pressão deles, mas depois dos 10’ iniciais isso não aconteceu. O jogo equilibrou-se e eles tiveram mesmo uma boa oportunidade bem defendida pelo Quim. Perto do intervalo, falhámos um daqueles golos de baliza aberta que são imperdoáveis: Aimar, isolado, permitiu a defesa ao Nilson, convertida em pontapé de baliza pelo Sr. Pedro Proença.

Iniciámos a 2ª parte com uma substituição que me fez torcer o nariz: Keirrison para o lugar do Saviola. É certo que o argentino estava a jogar pouco, mas as suas segundas partes são sempre melhores que as primeiras e, por outro lado, era a estreia oficial do avançado brasileiro, que deveria ter acontecido, a meu ver, num jogo não tão intenso e difícil. Ainda por cima, o Keirrison colocou mal o pé no chão num dos primeiros lances e, inferiorizado por isso ou não, não se viu durante os 45’ que esteve em campo. A tendência da partida não se alterou muito e aos 55’ entrou finalmente o Coentrão. O problema foi que saiu o Aimar. Mais outra substituição que não entendi. O argentino não estava a fazer uma exibição brilhante, mas todo o nosso jogo ofensivo passa pelos pés dele e, quando saiu, deixou de haver alguém no meio-campo que fizesse a gestão das nossas jogadas ofensivas. O Di María, que foi ocupar o seu lugar, mas fazendo depois diagonais para as alas, esteve desastrado a centrar, o que abortou esses bons movimentos. Aos 60’ uma clara mão do Flávio Meireles na grande-área ofereceu-nos a possibilidade de abrirmos o marcador e ficar a jogar contra 10 devido ao seu segundo amarelo. Só que o Cardozo falhou o segundo penalty consecutivo para o campeonato, ao rematar rasteiro e à figura, permitindo ao Nilson defender com o pé. Muito mal, o paraguaio. Este falhanço abanou muito a equipa e raramente conseguimos tirar proveito de estar a jogar em superioridade numérica porque, lá está, faltava alguém no meio-campo que soubesse o que fazer à bola... E o Guimarães em contra-ataque criou mesmo duas boas oportunidades para marcar, mas o poste e o David Luiz mantiveram as nossas redes invioladas. Até que no último minuto, um livre lateral do Coentrão proporcionou-lhe a segunda assistência consecutiva no campeonato para um golo de cabeça, neste caso do Ramires. Foi literalmente uma vitória caída do céu.

Não foi uma boa partida da nossa parte. Desgaste europeu ou não, o que é certo é que estivemos longe de mostrar o que já foi visto este ano. Também por mérito do adversário, é certo, mas tínhamos obrigação de fazer melhor. Por isso mesmo, é difícil destacar alguém individualmente. O Ramires, pelo golo e pela regularidade exibicional, terá sido o nosso melhor jogador. O Coentrão também merece destaque pela assistência. O Shaffer voltou a não estar mal na esquerda, se bem que os centros não tenham sido tão perfeitos como em encontros anteriores. O Di María mostrou-se a espaços, mas vai fazer-lhe bem o descanso na Ucrânia, assim como ao Cardozo, que tem que fazer rapidamente um reset em relação aos penalties. Estivemos prestes a perder mais dois pontos por causa de falhanços dele dos 11 metros. Também destaco pela negativa o Quim. Na 1ª parte, teve uma saída completamente falhada num cruzamento que só não deu golo, porque o jogador atrás dele era o Luisão, fez uma bola defesa na sequência desse canto, mas no 2º tempo ia comprometendo de fez quando largou para a frente uma bola relativamente fácil que depois acabou no nosso poste. Não quero estar sempre a bater no ceguinho, mas esta opção pela baliza está longe de nos dar a tranquilidade devida.

Acabámos por ser felizes na forma como ganhámos este jogo, mas que ele nos sirva de lição. Temos de ser mais inteligentes na forma como abordamos estes adversários, que disputam cada lance como se fosse o último das suas vidas. Não nos podemos agarrar demasiado à bola, porque isso promove o contacto físico e o ritmo é quebrado. Um ou dois toques é o ideal para fugir às marcações. E temos jogadores com técnica suficiente para fazermos isto.

É certo que a eliminatória está praticamente resolvida, mas temos um prestígio a manter e pontos no ranking para somar, pelo que espero uma atitude vitoriosa na próxima 5ª feira.

P.S. – Não sei que gozo é que dá vencer um jogo como o CRAC frente ao Nacional. Um penalty assinado num lance muito parecido ao do Weldon no Benfica- Marítimo e dois jogadores do Nacional expulsos nessa mesma jogada. Tudo isto com 0-0, claro está. É o chamado três-em-um! E o prostituto moral do Jesualdo ainda se veio lamentar que isso tirou concentração aos seus jogadores para o resto da partida!! Que nojo de clube e de toda a corja que o representa!

sexta-feira, agosto 21, 2009

Chapa 4

Voltámos à normalidade ao vencer o Vorskla Poltava por 4-0 na 1ª mão do play-off de acesso à Europa League. Só um cataclismo nos impedirá de marcar presença na fase de grupos, pelo que deveremos ter assegurado um milhão de euros correspondente a essa qualificação. Dinheiro esse fundamental para amortizar o enorme esforço que fizemos de reforçar o plantel e não vender nenhum jogador essencial.

Tal como no passado Domingo, não entrámos nada bem na partida. Os ucranianos mostraram na primeira meia-hora que não são nada toscos e sabem trocar bem a bola. Ao invés, nós andámos um pouco aos papéis, já que não conseguíamos ter posse de bola no meio-campo adversário e os lances de perigo eram quase inexistentes. No entanto, o golo do Di María aos 31’ tudo mudou. Uma bola despejada para a frente pelo Coentrão e um erro de um central adversário isolaram o argentino que conseguiu fazer um semi-chapéu à saída do guarda-redes. A partir daqui, a partida foi outra. O Vorskla Poltava deixou de ter posse de bola devido ao aumento da nossa pressão e, como a conseguíamos recuperar no meio-campo contrário, as oportunidades de golo foram acontecendo. O Saviola teve duas, Coentrão uma e o Di María outra, mas o guarda-redes defendeu os quatro remates. Chegámos ao intervalo nitidamente por cima e o resultado era bom para os ucranianos.

Na 2ª parte entrámos bem, mimetizando ainda mais o jogo contra o Marítimo, e em apenas três minutos marcámos dois golos. Aos 53’ de penalty pelo Cardozo a punir falta sobre o Saviola e aos 56’ pelo argentino depois de um lance brilhante do paraguaio. Aliás, o Cardozo pode desde já avisar todos os guarda-redes adversários que vai marcar os penalties sempre para o lado direito da baliza que, se o fizer com a força e colocação deste, eles não têm hipóteses nenhumas. Não é por acaso que os dois penalties que falhou esta época tivessem sido marcados para o lado oposto. A partir daqui, baixámos propositadamente a intensidade de jogo, mas nunca perdemos de vista a baliza contrária. O Vorskla Poltava não existia no ataque pelo que a dúvida era se conseguíamos marcar mais um golo. Quando entrou o Weldon aos 74’ comentei na bancada que ali estava o nosso 4-0. E, apenas dois minutos depois, confirmou-se que tenho que jogar no Euromilhões esta semana.

Individualmente destaco novamente o Coentrão, que se está a tornar um caso sério no plantel. A continuar assim, vai ser difícil sair do onze titular. O Aimar também esteve muitíssimo bem, assim como o Di María que voltou a fazer os 90’ tal como no Domingo passado (ele que desde a partida contra o Galatasaray a 6 de Novembro passado não fazia um jogo completo). O Cardozo estava a ter uma exibição infeliz até que marcou o penalty e a partir daí transfigurou-se. De maneira semelhante, o Saviola também melhorou na 2ª parte. Realço igualmente o jogo do Shaffer que espero tenha ganho o lugar na esquerda da nossa defesa. Para a maioria das partidas é essencial que tenhamos um lateral que ataque bem e cruze melhor.

Aguardo e desejo que esta boa exibição tenha sequência no próximo Domingo em Guimarães. É essencial ganharmos, porque as abébias dos rivais (que terão a vantagem de jogar em casa) não acontecem sempre e porque é um campo difícil, mas no qual temos a tradição de nos dar bem. Além disso, convém ir alimentando esta onda positiva em volta da equipa. E isso só se consegue com vitórias.

segunda-feira, agosto 17, 2009

11-0

Empatámos frente ao Marítimo em casa (1-1) e deixámos fugir a oportunidade de nos isolarmos dos rivais que também não venceram na jornada inaugural. O melhor resumo que se pode fazer desta partida é dizer que, depois de marcarmos o golo da igualdade aos 86’, tivemos oportunidades para ganhar não um, mas dois jogos!

O Beira Mar, na altura que tinha o Dino, inventou a táctica do 10-1. Dez a defender e o Dino lá na frente. O Carvalhal, por muito que venha dizer para não falarmos do autocarro, inovou e apresentou a táctica do 11-0. É certo que já vi muito pior na Luz, especialmente em termos de perdas de tempo (este é provavelmente o caso mais escandaloso de todos), mas os madeirenses não tentaram nada para ganhar o desafio. Na 1ª parte ainda fizeram uns dois ou três contra-ataques, mas na 2ª nem um. A percentagem de posse de bola de 70% - 30% a nosso favor diz tudo acerca do que foi o jogo. Não entrámos bem na partida e o 1º tempo acabou por ser sofrível. O Marítimo não dava espaços nenhuns e nós também não imprimíamos a velocidade necessária para bater a defesa. Mesmo assim ainda atirámos uma bola ao poste num livre do Aimar. Aos 24’ um grande disparate do David Luiz provocou um penalty contra nós. Foi tão idiota que no estádio julguei que o Sr. Artur Soares Dias tinha assinalado uma rasteira inexistente ao jogador adversário e fartei-me de protestar, porque aquilo foi uma simulação grosseira, mas depois de ver na TV foi de facto mão do nosso defesa. A maneira como o penalty foi marcado, das duas uma: ou aquela parada e simulação (nem sequer é paradinha, já que o Alonso parou mesmo a corrida) é ilegal, ou então o Quim foi muito pouco esperto, porque se atirou para um dos lados antes de o adversário chutar a bola e ele, quando viu isso, rematou para o lado oposto. Na bancada garantiram-me que agora se pode marcar os penalties daquela maneira (tipo livre de sete metros no Andebol), mas não sei se aquele tipo de simulação é mesmo permitido.

Se a 1ª parte já tinha sido desequilibrada a nosso favor, a 2ª então foi um massacre total (como referiu o Jorge Jesus no final). Criámos oportunidades suficientes para vencer todos os jogos da 1ª volta do campeonato, mas a bola teimava em não entrar. Uma referência para o guarda-redes adversário, Peçanha, que defendeu tudo e mais alguma coisa. Veremos se, quando defrontar o CRAC, não tem alguns daqueles azares típicos dos guarda-redes adversários (tipo Cássio do Paços de Ferreira na Supertaça ou, no ano passado, Beto do Leixões...). A partida foi tão atípica que até o Cardozo falhou um penalty aos 75’. No estádio pareceu-me que o Saviola já ia em queda quando foi tocado, mas vendo na televisão o penalty é mesmo indiscutível. O Cardozo, em vez de marcar como habitualmente para o lado direito e em força, voltou a marcar para o lado esquerdo da baliza como contra o Olhanense e o guarda-redes defendeu. Ao invés de em anos anteriores, quando um lance destes e depois de todos os falhanços que tivemos nos deitaria abaixo, continuámos a criar oportunidades até final. E lá conseguimos empatar a quatro minutos do fim numa cabeçada do Weldon depois de um livre bem marcado pelo Coentrão. Depois disso, uma grande jogada do Weldon foi travada na grande-área pelo braço de um adversário que ia a deslizar pelo relvado, mas neste caso o Sr. Artur Soares Dias não foi lesto a apitar como certamente o faria se fosse contra nós. A partida terminou connosco a criar mais duas ou três oportunidades flagrantes, mas era dia de termos já na 1ª jornada o nosso Benfica – Boavista deste ano. No entanto, os 54.103 perceberam isto e brindaram a equipa com uma grande ovação no final.

Individualmente, destaco o Coentrão que entrou logo aos 18’ para substituir o inevitável lesionado Carlos Martins. Acabou o jogo a defesa-esquerdo e foi inexcedível a defender e atacar. A 2ª parte do Di María também foi boa e o Aimar, apesar de muito marcado, foi essencial no desenvolvimento do nosso ataque. O Cardozo fez dos piores jogos desde que está no Benfica (e não me estou a referir só ao penalty), facto a que não será alheia a viagem que fez à Coreia do Sul a meio da semana (malditas selecções!). Com um Cardozo a 50%, teríamos ganho. O David Luiz não esteve nada regular e não percebi porque é que o Jesus não mete o Shaffer, pelo menos nas partidas em casa, quando é preciso atacar mais. O Weldon já pagou a sua contratação com este golo e vai ser um jogador muito útil neste tipo de jogos. E o Nuno Gomes em parcos nove minutos, também entrou bem sofrendo a falta que deu origem ao empate e tendo duas ou três aberturas que criaram oportunidades.

Não foi a estreia que desejávamos em termos de resultado, mas arrisco a dizer que se jogarmos sempre assim ganharemos oito em dez jogos. Na próxima 5ª feira teremos um desafio importantíssimo do play-off de acesso à Liga Europa. Espero que esta onda positiva em volta de equipa se mantenha e que consigamos resolver já a eliminatória na 1ª mão. E claro, voltarei a interromper as minhas férias e a fazer de bom grado 200 Km para ver o Glorioso ao vivo.

quinta-feira, agosto 13, 2009

Campeonato Nacional de Blogs

Este ano vou participar. A ver se dá sorte ao Glorioso!

Mais informações aqui.

domingo, agosto 09, 2009

Pleno

Vencemos o Milan nos penalties (5-4) depois de 1-1 nos 90’ e ganhámos todos os troféus de pré-temporada. Quatro já estão, agora só faltam os outros quatro :-) Esta Eusébio Cup era especialmente importante conquistar, não só pelo seu simbolismo, como por ser o último jogo antes do início oficial de temporada.

Vale sempre a pena interromper as férias para vir a Lisboa de propósito para ver o Glorioso e mais ainda agora que estamos a jogar bastante bem. Foi uma exibição na senda das que temos realizado ultimamente, com a diferença que estávamos a defrontar o Milan. Independentemente de parecer mais fraco que nos últimos anos, é sempre uma equipa temível e muito organizada. Entrámos muitíssimo bem na partida e fizemos uns primeiros dez minutos absolutamente avassaladores. Depois, os italianos trancaram a porta e tivemos mais dificuldade em criar perigo, mas mesmo assim continuámos a demonstrar uma boa dinâmica. O 0-0 ao intervalo era um resultado injusto para nós.

Na 2ª parte, marcámos aos 58’ numa cabeçada do Cardozo depois de um magnífico centro do Shaffer. Com as inevitáveis substituições, fomos perdendo gás e, num lance de infelicidade do Sidnei (com a bola a embater ainda na cabeça do Quim), o Milan empatou aos 87’. Típico de italiano estar a jogar muito pouco e conseguir marcar nos últimos minutos (e de lagarto também, já agora...). Felizmente, depois de três falhanços nossos e quatro defesas do Quim, conseguimos conquistar o troféu nos penalties.

Gostei muito do Luisão e Sidnei, dos pormenores do Aimar especialmente na 1ª parte, da raça do David Luiz (que tem, todavia, de acalmar certos ímpetos maradonísticos), do rigor táctico do Javi García, do Shaffer na 2ª parte (desde o Schwartz que não tínhamos um defesa-esquerdo que centrasse tão bem) e da entrada do Weldon (apesar do penalty falhado). O Cardozo esteve infeliz na 1ª parte, mas estava lá no sítio para marcar o golito do costume. Temos um problema na lateral-direita, já que o Ruben Amorim releva ainda acções de médio e não de defesa, fazendo algumas faltas desnecessárias (o que é completamente normal) que dão origem a bolas na área e, depois da 2ª parte que fez hoje, o Shaffer é para jogar (na maior parte dos jogos temos que atacar e nisso ele é muito bom). O Saviola, apesar de estar em branco há alguns jogos, é um jogador extraordinário e muito pouco egoísta para ponta-de-lança. Com a titularidade neste jogo e os quatro penalties defendidos, o Quim deve ser o guarda-redes que irá iniciar a época. Não estou de acordo com esta opção. Mesmo com os penalties defendidos, acho que o Moreira está de longe em melhor forma e tem a grande vantagem de sair melhor da baliza, o que é essencial no esquema táctico que utilizamos.

No próximo Domingo, é a sério contra o Marítimo. Espero que as boas exibições se mantenham e que o público volte a esgotar o estádio. A equipa merece todo o apoio possível e temos que estar alerta perante a roubalheira que vão ser as primeiras jornadas (querem uma aposta?). Há futebol na Luz!

sábado, agosto 08, 2009

Um ano

Porque há poucas coisas mais importantes do que o Benfica. Mas há-as. Faz hoje um ano. E parece que foi ontem.

segunda-feira, agosto 03, 2009

Mais um troféu

Vencemos o Sr. Jorge Sousa e o V. Guimarães por 2-0 e conquistámos o torneio da cidade. Três em três é o nosso saldo em troféus de pré-época. Esperemos que a senda vitoriosa se mantenha nos jogos a sério, mas a arbitragem de hoje deixa-me muito céptico em relação a isso. Ganhámos este jogo APESAR do árbitro, mas durante a época vai ser difícil mantermos este nível exibicional o tempo todo e, quando não o fizermos, pela amostra desta partida (e da frente ao Atlético Madrid), vai ser muito difícil ganharmos. Estes ladrões já demonstram estar em grande forma e ainda nem chegámos aos jogos a doer.

Entrámos em campo com uma equipa secundária frente à principal do V. Guimarães, mas que não se deu nada mal. Durante a 1ª parte mostrámos um futebol adulto, mas naturalmente sem o brilhantismo dos titulares (por algum motivos eles o são). Mesmo assim criámos oportunidades (o Coentrão e, já agora, o Weldon na recarga não podem falhar golos daqueles de baliza aberta) e colocámo-nos em vantagem já perto do intervalo (39’). O Nuno Gomes fez uma abertura genial para o Urreta centrar e o Weldon facturou mais uma vez. Na 2ª parte entraram grande parte dos titulares, especialmente do meio-campo para a frente. Não concordei muito com esta opção do Jesus, porque o Flávio Meireles ainda estava em campo, mas felizmente não se lesionou ninguém. Aimar, Saviola e Di María fizeram com que o Benfica controlasse ainda melhor a partida e foi sem surpresa que chegámos ao 2-0 aos 64’ num óptimo passe do Aimar para o Saviola que assistiu muito bem o Ruben Amorim ao segundo poste. Até final da partida, o Cardozo ainda poderia ter marcado em dois remates, mas a notícia é que desta vez o goleador ficou em branco.

Da equipa da 1ª parte, gostei do Coentrão (apesar do falhanço), da movimentação do Nuno Gomes principalmente a abertura para o Urreta no lance do golo e do facto de o Weldon ter marcado mais uma vez. O Carlos Martins esteve menos desequilibrado do que é costume, o que também ajudou na boa exibição da equipa. O elo mais fraco foi claramente o Patric e, com a lesão do Maxi Pereira, temos um problema para resolver na direita. O brasileiro ainda está muito imaturo e precisa de crescer bastante para se tornar uma opção válida. Acho que, por enquanto, colocaria o David Luiz ali e o Luisão e Sidnei no meio. Quanto aos titulares, o Aimar esteve excelente, o Di María menos vistoso que frente ao Portsmouth, mas ainda assim muito bem, e o Saviola não pára quieto. O Cardozo não teve tanta pontaria quanto é habitual, mas é sempre um perigo. Gostei igualmente da segurança do Moreira, inclusive nos cruzamentos (para mim, é o titular indiscutível neste momento). O Shaffer esteve um pouco melhor a defender e nota-se algum crescimento nesse aspecto, o que é muito positivo.

O Sr. Jorge Sousa, como é seu hábito, tudo fez para que o Benfica não saísse vitorioso. Dois penalties por assinalar (guarda-redes sobre o Weldon – que eu tenha visto, o Nilson não toca na bola e provoca a queda do nosso jogador – e braço descarado do Milhazes num remate do Carlos Martins), pelo menos dois foras-de-jogo mal assinalados ao nosso ataque quando os jogadores ficavam isolados, benefício do infractor numa falta sobre o Nuno Gomes quando o Weldon seguia isolado, uma falta inacreditável sobre o Di María não marcada, amarelos incríveis ao Luisão e Carlos Martins (este no lance do penalty, em que magistralmente o Sr. Jorge Sousa transforma um castigo máximo num amarelo para o nosso jogador, tal como fez o Sr. João Lamares ao desgraçado do jogador do Mónaco frente a um certo clube – coincidências...), enfim foi um autêntico compêndio de como se tenta de tudo para condicionar o resultado de uma partida. E foi esta abécula o melhor árbitro do ano... Volto a repetir pela enésima vez: vai ser um campeonato MUITO difícil.

As nossas exibições estão cada vez melhor. Dois jogos, duas vitórias, 6-0 em golos e mais um troféu só fazem merecer uma lotação esgotada no próximo sábado frente ao Milan. A equipa está a fazer a sua parte e depende de nós darmos essa resposta. Seria imperdoável que isso não acontecesse. Da minha parte, interromperei as minhas férias no centro do país, para vir a Lisboa de propósito. O Benfica merece. Sempre.

P.S. - Já que parece que vamos buscar o César Peixoto ao Braga, não querem aproveitar para trazer o João Pereira também? Nesta altura é de certeza uma opção mais imediata que o Patric.

domingo, agosto 02, 2009

Isto promete

Ganhámos ao Portsmouth (4-0) e precisamos apenas de um empate amanhã com o V. Guimarães para reconquistarmos o torneio da cidade. Está a tornar-se agradavelmente monótono comentar partidas do Glorioso, porque a conversa é sempre a mesma: estamos a melhorar de jogo para jogo, cada vez atacamos melhor e estamos mais consistentes a defender, criamos variadíssimas oportunidades, temos marcado sempre e o objectivo-golo só acaba aos 90’, sendo independente do resultado. Perante exibições como a de hoje é difícil não estarmos muito confiantes para a época que se avizinha. O sistema vai ter muito que penar, mas mais uma vez repito: não subjuguemos a sua força. Lembremo-nos sempre do Sr. Hugo Miguel frente ao Atlético Madrid.

Defrontando uma equipa da Premier League, tivemos uma 1ª parte avassaladora. As estatísticas ao intervalo comprovaram-no: 68%(!) de posse de bola e o Portsmouth fez apenas quatro(!) ataques, com zero remates e zero cantos. O Cardozo voltou a provar que é um ponta-de-lança de eleição e marcou mais dois golos elevando para sete (em oito jogos) a sua contabilidade nesta pré-temporada. Por 11 milhões de euros, foi uma das maiores pechinchas da nossa história! Mais uma vez, o Aimar foi preponderante no planeamento do nosso jogo atacante, bem secundado pelo melhor em campo: Di María. É impressionante a melhoria que ele teve em pouco mais de um mês por comparação aos dois anos anteriores.

Na 2ª parte, o Cardozo saiu por causa de um toque que levou, mas o Weldon, que o substituiu, aproveitou para se estrear a marcar com a nossa camisola. Excelente cabeceamento a um bom centro do Carlos Martins. Os ingleses eram inofensivos, porque a pressão que fizemos ao longo de toda a partida logo ao guarda-redes deles não os deixava fazer uma única jogada. Ainda deu para a estreia do Kerrison e para o nosso quatro golo, num cruzamento de letra do Di María que um adversário cortou para dentro da baliza. Mas se não o tivesse feito, o Weldon ou o Keirrison teriam marcado.

Individualmente, já referi o Di María como o melhor, juntamente com o Aimar e Cardozo. Voltei a gostar bastante do Javi García (vamos ver se os sete milhões não foram afinal baratos...) e a nossa defesa, com o David Luiz à esquerda e a estreia do Sidnei esta época, esteve impecável. O Quim mal tocou na bola. Quanto aos que entraram, o Fábio Coentrão voltou a ser dos melhores e foi bom que o Weldon se estreasse a marcar. É importante que todos os avançados se habituem a fazer golos regularmente.

De negativo apenas a lesão do Maxi Pereira. Foi já perto do final e num lance sozinho, o que me preocupa ainda mais sendo o problema no joelho. Para piorar as coisas, é um dos poucos elementos do plantel que é quase insubstituível. Esperemos para ver.

Com o futebol que temos exibido, custa-me a acreditar que a venda de lugares cativos (agora chamados de “Red Pass”) não aumente exponencialmente. Quem tiver possibilidades para tal, é quase imperdoável não adquirir um. Arrisca-se a perder muito bom futebol este ano. E ao vivo na Luz, sem precisar de ver jogos de campeonatos estrangeiros na televisão.