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domingo, agosto 17, 2025

Imerecido

Vencemos ontem o Estrela da Amadora na Reboleira por 1-0 e estreámo-nos com uma vitória no campeonato. É isto que vai ficar para a história e é o mais importante. Mas é bom que tiremos ilações deste jogo, porque o resultado é muito mentiroso e estivemos a léguas de merecer esta vitória.

O Bruno Lage voltou a repetir o onze das últimas partidas, mas nunca nos conseguimos encontrar em campo. Campo, esse, que há que frisar estava um autêntico batatal, o que é de difícil compreensão, ainda por cima estando nós em pleno Verão e no início da temporada... O Estrela fechou-se sempre muito bem na 1ª parte e nós nunca acelerámos convenientemente o nosso jogo. Um remate de fora da área do Dahl, que passou ao lado do poste, e um calcanhar falhado do Pavlidis, depois de remate do Aursnes, com o mesmo destino, foram as nossas duas ocasiões. As do Estrela foram bastante mais perigosas, com um desvio na pequena-área do Chernov que saiu inacreditavelmente por cima e uma defesa do Trubin a remate do Gastão, que desviou a bola para o poste. Em cima do intervalo, o Schjelderup dominou bem a bola na área depois de um centro do Aursnes, mas um defesa interceptou o remate.

Quando lhe esperava uma melhoria exibicional da nossa parte depois do intervalo, nada disso aconteceu. A partida continuou muito dividida, mas o Estrela esteve muito perto do marcar num livre directo, muito mal defendido pelo Trubin, que socou a bola para a frente, com o Godoy a falhar clamorosamente o cabeceamento, quando tinha tudo para inaugurar o marcador. Ao invés, fomos nós que o fizemos, com um penalty caído do céu, aos 60’: empurrão indiscutível ao Ivanović, quando este se preparava para receber um centro largo do Dahl, e o Pavlidis marcou o respectivo penalty com força para o meio da baliza, não dando hipóteses ao guarda-redes Renan Ribeiro. Estando em vantagem no marcador e com o expectável avanço no terreno dos anfitriões, esperava-se que nós tivéssemos mais espaço e produzíssemos melhor futebol, mas mais uma vez as expectativas saíram defraudadas. A 20’ do final, lá saiu o do costume (Schjelderup), que desta vez nem fez uma exibição por aí além (aliás, como a maioria da equipa), e entrou o Prestianni, que assistiu o Ivanović para a nossa outra grande ocasião da 2ª parte, já dentro dos últimos 10 minutos, com um remate de pé esquerdo, superiormente defendido pelo Renan Ribeiro. Por incrível que possa parecer, no tempo de compensação, o Estrela teve duas enormes oportunidades(!), com o Kikas a atirar por cima depois de um erro clamoroso do António Silva, que proporcionou uma jogada rápida do adversário, e num livre do Rodrigo Pinho ainda muito longe da área, que o Trubin ficou a olhar(!) com a bola a passar muito perto do poste. Àquela distância, não se compreende que o nosso guarda-redes não se tenha ao menos feito ao lance.

Em termos individuais, não vou destacar ninguém, porque a exibição colectiva foi má demais para ser verdade.

Sim, conseguimos algo inédito no nosso clube, que foi ganhar os primeiros quatro jogos da temporada sem sofrer nenhum golo, mas fizemo-lo sem brilho absolutamente nenhum e com uma elevada dose de sorte nesta partida. Na 4ª feira, iremos ao inferno de Istambul defrontar o Fenerbahçe e a melhoria exibicional tem de ser substancial, sob pena hipotecarmos logo ali o acesso à Champions.

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