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quarta-feira, março 19, 2025

Susto

Vencemos o Rio Ave em Vila do Conde (3-2) no passado domingo, mas, como todos os outros também ganharam, as distâncias mantiveram-se na frente. Depois de uma jornada europeia intensa, devo dizer que a equipa deu uma resposta bem melhor do que eu estava à espera e o resultado foi escasso perante tão grande domínio da nossa parte.

Num terreno tradicionalmente difícil, entrámos bastante bem na partida e começámos a criar perigo logo desde início. O Amdouni, a grande novidade no onze, teve uma boa oportunidade a passe do Aursnes, mas o remate rasteiro já dentro da área saiu ao lado. O Rio Ave respondeu num contra-ataque, mas o Clayton rematou muito por cima. Nós continuámos a tentar, numa dupla chance no mesmo lance pelo Bruma e Aursnes, ambas defendidas pelo guarda-redes Miszta. Eu estava com medo de ser um daqueles jogos em que nos fartamos de tentar, não conseguimos e o adversário marca na primeira ocasião real que tem, mas felizmente aos 30’ o Kökçü acabou com os meus temores com um golão de fora da área. Em cima do intervalo, o Pavlidis continuou o desperdício ao falhar um desvio já na pequena-área, na sequência de uma brilhante jogada do Amdouni na esquerda. Deveríamos ter chegado ao intervalo com a partida resolvida, mas estávamos só com a vantagem mínima.

Era fundamental alargar o marcador o mais cedo possível na 2ª parte, para nos colocarmos a salvo de um percalço e assim fizemos com um penalty sobre o Pavlidis, que o próprio marcou de maneira indefensável aos 53’. Com 2-0 a nosso favor e o jogo controlado, nada faria prever o que se passou a seguir. Uma perda de bola a meio-campo e uma falta intempestiva do Florentino provocou um livre perigoso à entrada da nossa área aos 64’, marcado pelo Aguilera com a bola a desviar no Pavlidis na barreira e a trair o Trubin. O Bruno Lage refrescou a equipa aos 75’, mas poucos segundos depois o Florentino teve um erro inacreditável numa saída de bola, deixando-se bater pelo Clayton, que só teve de fintar o Trubin e marcar...! Inimaginável! A 15’ do fim, estávamos empatados num jogo que já deveria estar resolvido há séculos. Felizmente, demos uma resposta cabal logo a seguir, aos 81’, com um passe fabuloso do Aursnes a desmarcar o entretanto entrado Aktürkoğlu, que contornou o guarda-redes e atirou para a baliza deserta. Poucos minutos volvidos, o mesmo Aktürkoğlu ficou cara-a-cara com o guarda-redes, depois de uma assistência do também entrado Leandro Barrreiro, mas a bola bateu caprichosamente no poste. O Rio Ave não mais criou perigo até final e resgatámos uma vitória justa, mas escusamente complicada.

Em termos individuais, o Kökçü terá sido dos melhores e não só pelo golão que marcou. O nosso jogo ofensivo passou muito por ele, o qual, apesar do Ramadão, se apresentou em boa condição física. O Pavlidis continua a sua senda goleadora, com um penalty marcado de forma exemplar, no entanto, deveria ter feito um bis, porque aquele falhanço em cima do intervalo é quase imperdoável. O Amdouni teve algumas acções de génio, mas por vezes ausenta-se muito do jogo. O Belotti entrou muito bem na parte final e foi importante para tornarmos a estar na frente, porque o golo da vitória começou nele. Do lado negativo, destaque absoluto para o Florentino, que está ligado aos dois golos do adversário.

O campeonato irá parar agora para o play-off da Liga das Nações e, quando voltar, espera-nos um calendário muito complicado. Temos saídas dificílimas e há que manter o foco durante os 90’, porque o que se passou neste jogo não se pode voltar a passar, sob pena de não termos tanta sorte...

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