Goleámos o Arouca no domingo por 5-0 no último jogo do Rafa na
Luz. Com a classificação fechada, o interesse do jogo cingia-se a esse facto e,
com um bis, acabou por ser uma boa despedida do nº 27. O Arouca fez um bom
campeonato, mas não confirmou neste jogo o mérito de ir terminar em 7º lugar.
Com o Arthur Cabral e o Marcos Leonardo lesionados, o Rafa jogou
na frente apoiado pelo Kökçü. O próprio teve duas boas ocasiões logo no início,
mas atirou por cima numa delas e permitiu um desvio importante ao Arruabarrena
na segunda. O João Mário, assistido pelo Rafa, desviou uma bola ao poste, antes
de o Di María fazer o 1-0 de penalty aos 25’ a castigar mão na bola de um
adversário, depois de um cruzamento do João Mário. O argentino ainda tentou
oferecer o penalty ao Rafa, mas este tem, de facto, um feitio muito especial e
recusou... Aos 27’, todo o público da Luz se levantou para aplaudir o Rafa, mas
este nem esboçou reacção... Aos 32’, aumentámos para 2-0 com novo penalty,
desta feita por derrube do guarda-redes ao Kökçü, que o próprio turco marcou
com sucesso. Em cima do intervalo, surgiu o tão desejado golo do Rafa apareceu,
num bom remate já dentro da área ao ângulo da baliza. Grande festa no estádio,
mas o Rafa fez um festejo normal...
Com o jogo ganho ao intervalo, não poderíamos ter entrado
melhor na 2ª parte, com o bis do Rafa aos 46’, a rodar bem sobre um
defesa, manter o equilíbrio e picar a bola sobre o guarda-redes à sua saída,
fazendo o 4-0. Ao igualar o Pizzi na lista dos melhores marcadores do Benfica,
festejou fazendo a continência característica do seu amigo. Por volta a hora de
jogo, o Di María fez um golo absolutamente genial, num chapéu ao guarda-redes,
mas foi anulado por fora-de-jogo do Rafa no início da jogada... O jogo já
estava decidido, eu acho que, a bem do futebol, deveria ter sido deixado
passar...! O Schmidt começou a fazer substituições e foi o Tengstedt, acabadinho
de entrar, a fechar o resultado aos 77’, contornando bem o guarda-redes, depois
de ter sido isolado pelo Rafa. Aos 86’, saída do Rafa para a grande ovação
final, retribuída por este por um bater de palmas ao público. Qualquer outro jogador
provavelmente emocionar-se-ia, mas não o Rafa... No último minuto, ainda deu
para o Rollheiser falhar um golo feito, atirando ao lado à saída do
guarda-redes, depois de ter sido isolado pelo também entretanto entrado Tiago
Gouveia.
Destaque individual óbvio para o Rafa, com dois golos e uma
assistência. Iremos ter saudades dele, nomeadamente da sua velocidade. Mas aquele
feitio está muito longe de ser típico de um jogador de futebol... O resto da
equipa exibiu-se a um nível aceitável, mas o adversário deu menos luta do que
se esperava.
Fecharemos esta temporada triste em Vila do Conde na última
jornada, ainda sem sabermos se irá ser o último jogo do Roger Schmidt enquanto
treinador do Benfica. Será bastante arriscado se ele continuar e, se as coisas começarem
a correr mal (e o histórico do treinador nas terceiras épocas nos clubes não é
nada famoso...), a própria continuidade do Rui Costa estará certamente em causa.
Para mim, a decisão seria óbvia, mas esse balanço far-se-á no final do campeonato.