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terça-feira, fevereiro 21, 2023

A ferros

Vencemos ontem o Boavista na Luz por 3-1 e mantém-se tudo igual na frente do campeonato, porque os outros três também já tinham vencido (o CRAC 1-0 em casa ao Rio Ave, com os vila-condenses a falharem inúmeras oportunidades...(!), o Braga 2-0 em casa ao Arouca e a lagartada 3-2 em Chaves). Portanto, mantemos os cinco, sete e 15 pontos de vantagem, respectivamente. No entanto, quem só olhe para o resultado fica longe de perceber que este foi um dos nossos jogos mais difíceis desta temporada.

Já se sabe que a jornada a seguir às competições europeias é sempre problemática, mas, sinceramente, com cinco dias de intervalo entre os jogos, pensei que conseguíssemos superar esse facto. Puro engano. Alinhámos quase com a mesma equipa da Bélgica, somente com o Gilberto no lugar do Bah (castigado), mas essa estratégia não se revelou a mais correcta, porque o Boavista limitava-se a defender e, com o João Mário e Aursnes nas alas, não tínhamos ninguém rompedor, até porque o Rafa ainda não voltou à forma que tinha pré-lesão. Portanto, a 1ª parte foi completamente desperdiçada e só chegámos duas vezes à baliza contrária: logo no início o Rafa, em boa posição, rematou cruzado ao lado e, em cima do intervalo, o Gonçalo Ramos teve um cabeceamento que poderia ter sido mais potente, porque estava quase me cima da linha de golo e permitiu a defesa do Bracalli.

Era inevitável o Roger Schmidt alterar as coisas após o intervalo e entrou o David Neres para o lugar do apagado Florentino. Melhorámos quase instantemente e empurrámos os axadrezados para a sua grande-área. O Rafa e o Gonçalo Ramos ficaram a pedir penalty em duas jogadas, o David Neres em excelente posição permitiu a defesa do Bracalli, mas aos 55’ finalmente inaugurámos o marcador: cruzamento do Grimaldo na esquerda, cabeçada do Rafa para nova defesa do Bracalli, mas a bola sobrou para o Gilberto que, na recarga, inaugurou o marcador. O estádio explodiu de alegria, porque sentiu que a muralha axadrezada estava difícil de ser derrubada. Infelizmente, foi sol de pouca dura, porque três minutos depois, permitimos a igualdade no primeiro(!) remate do Boavista: centro rasteiro da esquerda e o Yusupha de primeira não deu hipóteses ao Vlachodimos. Foi um balde de água fria que a equipa e o estádio sentiram, e demorámos um bocado a recompormo-nos. Tivemos uma chance caída do céu, com um penalty de VAR a castigar pisão sobre o Rafa, mas o João Mário, que tinha tido bastante sorte nos últimos penalties que marcou, viu essa mesma sorte acabar-se e, com um remate muito fraco e denunciado, permitiu a defesa do Bracalli, tendo o Rafa na recarga rematado também muito mal proporcionando nova defesa ao guardião brasileiro. Estávamos a 20’ do fim e eu estava a ver o caso muito mal parado. Cinco minutos depois entrou o Gonçalo Guedes para o lugar do Rafa e demos novo safanão na partida. Esta nova investida deu frutos aos 82’ num golão do Gonçalo Ramos: o Gilberto está de novo numa jogada de golo, neste caso assistindo o Ramos, que partiu os rins a um defesa e rematou de bico, desviando a bola do alcance do guarda-redes. Foi o delírio no estádio, porque toda a gente percebeu a importância de não escorregarmos nesta altura, quando todos os outros tinham ganho. O Ramos saiu pouco depois para entrar o Musa, tendo o esgotado Gilberto também sido substituído pelo Lucas Veríssimo, com o António Silva a passar para a lateral-direita. Uma das grandes vantagens do Benfica desta época é que não defende resultados, portanto continuámos a jogar para a frente e o Gonçalo Guedes teve um remate muito intencional, que ainda tocou no poste. No entanto, fomos mesmo premiados com o terceiro golo aos 92’ num cruzamento do João Mário para bom cabeceamento do Musa. Num dos últimos lances da partida, o Vlachodimos fez a sua única defesa.

Com um golo e uma assistência, é impossível não destacar o Gilberto, embora, no restante tempo, tenha estado longe de fazer uma boa exibição, provavelmente consequência de já não ser titular há uma série de tempo. O Gonçalo Ramos também passou um pouco ao lado do jogo, mas foi decisivo quando foi necessário. O Aursnes melhorou bastante quando passou para o meio na 2ª parte e o David Neres foi fundamental para abanar a estrutura defensiva do Boavista. Uma última palavra para dizer que o António Silva não pode jogar na lateral-direita. Bem sei que o Gilberto rebentou, mas tivemos alguns calafrios por aquele lado na parte final da partida.

Depois de, em temporadas anteriores, termos passado por isto e isto, confesso que ontem temi bastante uma nova reedição daqueles jogos. Felizmente isso não aconteceu e, se formos felizes no final da época, sabemos que este jogo terá sido muito importante para isso.

3 comentários:

Da Fonseca disse...

A ferros é o ministério público investigar o jogo contra o moreirense 17/18 em que o Benfica se apurou para a Champions, com um penalti de mão na bola do Alfa Semedo, que no final dessa época foi para o Benfica por 2.5 milhões de euros 50 % do passe esteve lá a fazer número até ao Natal e desapareceu do clube, encaixe de 43 milhões no acesso à Champions, mas é tudo mentira, mais uma cabala..

joão carlos disse...

No primeiro tempo mesmo no período inicial em que jogamos até razoavelmente bem e com alguma velocidade faltou o que já se tem notado em alguns momentos nossos, uma falta de objetividade e muita cerimonia na finalização e por isso nesses momentos tal como neste jogo dominamos mas depois não se traduz esse domínio em oportunidades para piorar as coisas depois quando no segundo tempo tivemos mais objetividade, e por isso, oportunidades veio outro problema a falta de eficácia.
As ultimas duas grandes penalidades já tinham sido mal executadas esta foi só mais uma por esse motivo já deveríamos ter alterado o jogador que as executa, pelo menos por uma ou outra vez para permitir algum alivio da pressão agora o grande problema é que quem esta imediatamente na linha de sucessão tem neste momento duas grandes penalidades seguidas falhadas.
O nosso lateral direito concretizou um fez uma assistência, poderia até ter feito outra não tivesse esta sido desperdiçada, mas depois teve um acumular de erros no primeiro tempo perdas de bola umas atrás das outras e passes errados aos montes e foi muito por ele que a equipa perdeu dinâmica e ritmo no primeiro tempo, para não falar no erro que resultou no lance em que eles marcaram foi uma abordagem disparatada além de que ele como sempre é incapaz de acabar um jogo inteiro, e isto são defeitos dele não resultam de não ser titular, alias ele não o é por causa destes defeitos.

S.L.B. disse...

Claro, Da Fonseca, e também pagámos à lagartada para perder com o Marítimo, porque se tivessem ganho eram eles a ir à Champions...! 🙄