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quarta-feira, janeiro 11, 2023

Difícil

Ganhámos ontem ao Varzim na Póvoa por 2-0 e estamos nos quartos-de-final da Taça de Portugal. Estava com imenso medo deste jogo, porque desde criança que me lembro que é sempre dificílimo lá ganharmos, como prova o facto de não o termos conseguido fazer nas últimas seis deslocações (incluindo esta eliminação). Mais: há 38 anos, desde 1985, que não conseguíamos sair de lá com uma vitória! O facto de esta ser semana de derby tornava esta partida ainda mais perigosa, porque poderia haver o perigo de a cabeça dos nossos jogadores estar já nesse jogo.
 
O Roger Schmidt só inovou nos centrais, com o Lucas Veríssimo e Morato, tendo o resto da equipa sido jogadores que têm jogado nos últimos tempos, com natural destaque para o regresso do Enzo Fernández e para a entorse que impediu o Rafa de alinhar. Não poderíamos ter começado melhor, com um golão de livre do Grimaldo logo aos 4’. O espanhol tem estado absolutamente fabuloso nas bolas paradas este ano, que invariavelmente têm ido à baliza. Apesar do golo madrugador, mantivemos o ritmo no sentido de tentarmos aumentar a vantagem, para podermos ter um resto do jogo mais tranquilo, mas caíamos sempre no enorme erro de fazer muitos rodriguinhos na altura de rematar à baliza. Era sempre dado um toque a mais, parecia que queríamos entrar com a bola pela baliza adentro.
 
Na 2ª parte, o Varzim, que alinha na Liga 3, criou-nos bastantes dificuldades durante uns bons 20’. Valeu-nos que o Vlachodimos se mostrou muito seguro. O João Mário já tinha substituído o David Neres, que aparentemente só ia jogar 45’, ao intervalo e aos 55’ o Florentino substituiu o inconsequente Draxler. A entrada deste foi decisiva para reequilibramos as coisas no meio-campo e também me pareceu que o Varzim se foi ressentindo fisicamente à medida que o jogo decorria. Era fundamental marcarmos o segundo para nos precavermos de uma surpresa idêntica à do Caldas e, depois de alguns desperdícios, isso aconteceu aos 78’ pelo Enzo Fernández bem assistido pelo Chiquinho. Até final, não mais o Varzim criou perigo e nós também não tivemos arte nem engenho para aumentar a vantagem.
 
Para mim, o melhor do Benfica foi o Florentino, apesar de só ter jogado parte da 2ª parte. Foi fundamental para colocar um tampão no meio-campo, até porque era o Chiquinho que estava a jogar no lugar dele. Chiquinho, que voltou a fazer um bom jogo, em três posições diferentes! Outro que entrou muito bem foi o João Mário, que está indiscutivelmente em boa forma. O Enzo Fernández voltou a jogar, marcou um golo e faço votos para que esta novela-Chelsea tenha acabado definitivamente. Espero que a lesão do Grimaldo não seja impeditiva de jogar contra a lagartada, porque é insubstituível. O Aursnes também me parece a subir de forma, mas de qualquer maneira não gosto de o ver jogar atrás do ponta-de-lança. Ao invés, o Gonçalo Ramos esteve um pouco fora do jogo, apesar do seu espírito combativo, e o Draxler, a continuar assim, pode regressar a Paris durante este mês. Não acrescenta nada à equipa, não cria nenhum desequilíbrio e só ter técnica não chega. Quanto a quem entrou, o Gil Dias faz-me ter esperança de ainda poder alinhar pela equipa principal do Benfica...
 
Teremos uma ida complicadíssima a Braga nos quartos-de-final, mas antes disso o nosso foco está no derby na Luz no próximo domingo. Uma vitória nossa constituirá uma prova de força muito grande e colocará todos os adversários em sentido. Para que isto aconteça, era muito importante que não tivéssemos baixas por lesão.

1 comentário:

joão carlos disse...

Mais uma vez ficou evidente a dificuldade que temos em atacar equipas que defendem muito e com muitos e muito disso se deve ao facto de afunilarmos em demasia o jogo quando nestes casos até o melhor é estender a equipa por toda a largura do campo, depois acontece o que vimos neste jogo a tentativa de conseguir ultrapassar uma muralha de jogadores que eles têm no meio dificultada ainda por cima pela quantidade de jogadores que lá colocamos que só se atrapalham uns aos outros.
Temos jogadores que que podem ser opções aos titulares agora não o são é em posições que não são as suas e andar a adaptar só porque sim não beneficia ninguém nem o jogador que não produz o que já demonstrou na sua posição nem a equipa que não tira partido nenhum de um jogador com um rendimento muito menor ao que pode fazer é verdade que não existem opções em algumas posições, mas andar constantemente a recorrer a adaptações também não é a solução.
Fazer entrar determinados jogadores que nem para jogar à bola servem quanto mais para jogar futebol é uma coisa que sinceramente não percebo se até agora não contou para nada não seria agora que ia contar para alguma coisa e nestes casos é que é preferível meter um miúdo sem experiência nenhuma, pelo menos temos a esperança de que possa servir, do que meter uma inutilidade mesmo que fosse por meia dúzia de minutos.