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sexta-feira, dezembro 10, 2021

Nos oitavos

Vencemos o Dinamo Kiev na Luz (2-0) na 4ª feira e, com a derrota do Barcelona em Munique (0-3), qualificámo-nos para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Dado que a última vez que conseguimos atingir esta fase da prova foi em 2017, esta é factualmente uma boa conquista. Para os nossos cofres, principalmente, porque em termos desportivos ou iremos sair já ou jamais conseguiremos passar dos quartos-de-final.
 
Com o regresso do Yaremchuk e do Pizzi ao onze, entrámos a todo o gás com uma enorme oportunidade ainda antes do primeiro minuto: excelente jogada do Yaremchuk a isolar-se depois de passar a bola por entre as pernas de um adversário, remate para defesa do guardião contrário e o Rafa, na recarga, com a baliza à mercê a atirar por cima...! No entanto, pouco depois, foi o Dinamo Kiev, pelo Tsygankov, a ter um falhanço possivelmente ainda pior do que o do Seferovic em Barcelona! Se a bola tivesse entrado, as coisas poderiam ter ficado muito complicadas para nós, por causa da instabilidade que a equipa dá mostras. Felizmente isso não aconteceu e continuámos a tentar com o Pizzi num remate frontal a poder ter feito bem melhor do que atirar à figura do guarda-redes. No entanto, aos 16’, inaugurámos mesmo o marcador através do Yaremchuck, depois de uma entrada na área do João Mário pela esquerda com um centro atrasado para o ucraniano não falhar de pé esquerdo. Aos 22’, aumentámos a vantagem num remate ao ângulo do Gilberto, que beneficiou de um mau atraso contrário para ficar isolado em frente ao guarda-redes. O brasileiro ficou tão entusiasmado com o golo que viu um amarelo logo a seguir por pontapear a bola depois de fazer uma falta. Que estupidez! E pronto, o nosso futebol praticamente acabou aqui. Demos a iniciativa ao Dinamo Kiev, que terminou a partida com muito mais posse de bola do que nós (60%-40%), o que não seria um problema se não tivéssemos reduzimos substancialmente a velocidade nas transições, o que evidentemente não nos permitiu criar oportunidades. Até ao intervalo, o estádio só se entusiasmou com os dois golos do Bayern, que confirmou que os alemães não brincam em serviço.
 
Na 2ª parte, a tendência da 1ª manteve-se e até aumentou, dado que o nosso ataque se foi apagando cada vez mais. Felizmente o domínio territorial dos ucranianos não se traduziu em grandes chances para marcar e as que houve confirmaram o Vlachodimos como um dos jogadores mais importantes desta temporada. À passagem da hora de jogo, o Jesus trocou o Pizzi pelo Everton, mas as coisas continuaram na mesma. Em Munique, o Bayern selava a vitória com o 3-0 e, portanto, a qualificação só dependeria de nós. Como o jogo estava, sentia-se que um golo dos ucranianos nos iria fazer tremer, mas com o passar do tempo também o gás deles se foi esfumando. O Gilberto mereceu uma grande ovação quando saiu para entrar o Lazaro e o Jesus resolveu colocar-nos com dez ao fazer entrar o Taarabt para sair o João Mário... Já dentro dos últimos 10’, ainda entraram o Darwin e o Paulo Bernardo para os lugares do Yaremchuk e Darwin. Bastou a primeira intervenção para o Paulo Bernardo voltar a demonstrar que está milhas à frente do marroquino e que tem de ser ele a primeira opção para substituir o João Mário. Porque dá mais jeito jogar quando temos onze em campo...
 
Em termos individuais, destaque para os marcadores dos golos, Yaremchuk e Gilberto, em especial este que é, de forma imerecida, um dos patinhos feios do plantel. O Rafa com as suas acelerações também é um perigo constante, mas não deveria ter falhado aquela primeira chance. Lá atrás, o Otamendi continua um esteio, bem coadjuvado pelo Vertonghen, com o Vlachodimos igualmente em óptimo plano. O Pizzi não aproveitou a oportunidade e continua a funcionar a carvão.
 
Veremos o que nos reserva o sorteio da próxima 2ª feira. Foi uma boa e importante vitória numa exibição sofrível, mas olhemos principalmente para as competições que nos podem efectivamente trazer títulos: campeonato e Taça de Portugal. Iremos a Mordor para as duas até final do ano, em jogos que irão definir muito do que será a nossa temporada.

1 comentário:

joão carlos disse...

Mas continua a bipolaridade ora não jogamos absolutamente nada ora fazemos um jogo razoável e mesmo dentro dum mesmo jogo temos períodos em que somos muito bons outros em que somos uma completa e absoluta nulidade que nem uma oportunidade se consegue criar é uma falta de consistência absolutamente gritante.
O mesmo se passa com vários jogadores que são capazes de fazer um jogo excelente e depois fazem outros dez completamente miseráveis e se isto fosse com um ou outro jogador, mas não isto acontecem com uma quantidade enorme de jogadores, resta saber se isto acontece porque a equipa não tem consistência ou se a falta de consistência da equipa se deve à inconstância em termos de exibições de muitos dos jogadores do plantel.
Outra coisa que ficou mais uma vez evidente foi a quantidade de jogadores que fisicamente só duram uma hora de jogo, alguns nem isso sequer aguentam, é praticamente meia equipa por vezes até mais o que obriga a que as substituições sejam todas por questão física o que depois deixa de poderem existir substituições para alterações tácticas e este é um problema que vai muito para além das características individuais dos jogadores, sabendo que um ou outro sempre o foram assim, mas em tão grande numero e com alguns que só agora o demonstram significa que parte do problema está na preparação física dos jogadores.