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segunda-feira, março 15, 2021

Perdulários

Vencemos no sábado o Boavista na Luz por2-0, mas as distâncias para a lagartada (1-0 em Tondela novamente nos últimos 10’; é o 17º(!) ponto que eles ganham a partir dos 80’) e o CRAC (2-0 ao Paços de Ferreira em casa, também com golos só no último quarto-de-hora) mantêm-se nos 13 e três pontos, respectivamente (o Braga só joga hoje). Foi uma vitória tranquila, num jogo que ficou marcado pela expulsão do Chidozie logo aos 8’.
 
Em relação ao Belenenses SAD, entraram o Taarabt e o Pedrinho em vez do Pizzi e Everton. Numa raridade nos últimos tempos, entrámos bem na partida, apesar de o primeiro remate ter sido do Elis, com a bola a sair ligeiramente por cima. Aos 4’ o Waldschmidt foi derrubado na área e tínhamos o primeiro penalty a nosso favor em 23 jornadas... Só que não! Lá se perderam mais 5’ nas idas e vindas ao VAR e, no final, o Sr. Manuel Mota decidiu que tinha sido fora da área e retirou o amarelo ao jogador do Boavista, expulsando-o. O agarrão começa fora, mas eu acho que acaba dentro. De qualquer maneira, foi mais um momento inesquecível proporcionado por essa tecnologia maravilhosa, o VAR, que veio acabar com toda a polémica que existe no futebol e tornou o jogo ainda mais emocionante do que era...! Quão melhor é não celebrar logo as coisas e estarmos séculos à espera de decisões que são sempre inatacáveis, hein...?! Sem dúvida que o futebol está bastante melhor desde que ele existe: bem-dito sejas, VAR...! A partir daqui, o jogo passou a ter um só sentido e nós começámos a nossa saga de falhar golos, com o Seferovic em destaque com três cabeçamentos, dois fora do alvo e um inacreditavelmente à figura do guarda-redes, depois de bons centros do Taarabt, Rafa e Diogo Gonçalves, respectivamente. Parecia que íamos chegar ao intervalo a zeros, até porque tivemos um golo (mal) anulado ao Taarabt, num remate de longe, por pretensa utilização dos braços, quando excepcionalmente o marroquino não fez falta (tanta porra com o VAR e depois aqui não pode intervir, porque o árbitro apitou 0,2 segundos antes de a bola entrar na baliza...!). Até que à quarta foi de vez e o Seferovic lá inaugurou o marcador 42’, depois de uma excelente arrancada do Diogo Gonçalves na direita e centro rasteiro para a pequena-área, com o suíço a ter só de encostar.
 
A 2ª parte foi uma cópia da primeira, com excepção do momento do golo, que foi logo aos 52’, obra dos suspeitos do costume: óptimo centro do Diogo Gonçalves na direita e cabeceamento vitorioso do Seferovic (é sempre de cima para baixo, pá, percebeste...?!) sem hipóteses para o Leo Jardim. Quatro minutos depois, o Jesus tirou os amarelados Weigl, Taarabt e também o Waldschmidt, entrarando o Gabriel, Pizzi e Darwin, e a equipa baixou de rendimento. O uruguaio, regressado de lesão, está fora de forma, o Gabriel não teve, não tem nem nunca terá a rapidez de processos do Weigl, e só o Pizzi teve um ou outro lamiré. Até final, ainda tivemos direito a mais uma utilíssima intervenção do VAR, que invalidou o hat trick do Seferovic por escandalosos 7 cm! Repito: é tão boa esta sensação de nunca se estar à vontade para festejar golos, porque pode sempre haver estes roubos de 7 cm, não é...?! Que bom que é esta sensação de um futebol justo e isento de polémicas desde que surgiu o VAR, não é...? Entretanto entraram o Everton e depois o Chiquinho, e foi deste o último lance de perigo, com um remate bem defendido pelo guarda-redes.
 
Em termos individuais, destaque óbvio para o Seferovic por mais dois golos (somando agora 13), que o colocaram a apenas dois da liderança dos melhores marcadores e para o Diogo Gonçalves por duas magníficas assistências. O Weigl continua um pêndulo no meio-campo e a equipa sobe de produção proporcionalmente à sua subida de forma. A defesa não teve praticamente trabalho nenhum, com o Lucas Veríssimo a ter provavelmente agarrado o lugar. O Pedrinho deu bastante mais dinâmica ao flanco esquerdo do que o Everton e, pelo menos, não passa a vida a flectir para o meio.
 
Para a semana, teremos a decisiva ida a Braga que irá determinar se temos ou não estofo para ainda chegar ao 2º lugar. Qualquer resultado que não a vitória afastar-nos-á certamente desse objectivo mínimo. A equipa está a subir de forma, mas veremos se isso será o suficiente para ganhar na Pedreira.

2 comentários:

Islander disse...

O agarrao pode ter várias leituras mas o toque nas pernas é claramente dentro mas isso parece que não é relevante para ninguém....
O seferovic ser o destaque individual mesmo num jogo que falha tantas situações é revelador do luxo que é ser avançado do Benfica, um Cardozo saia deste jogo com uma mão cheia

joão carlos disse...

Mas enquanto muitos dos jogadores tem como objetivo conquistar cantos em vez introduzir a bola entre os dois postes e a barra vamos continuar a ser muito perdulários é que em vez da espontaneidade de uma decisão preferimos dar sem mais um qualquer toque que permite a recuperação e o corte dos adversários.
A quantidade, e qualidade, dos lances desperdiçados pelo nosso ponta de lança é absolutamente aterradora se calhar foi por isso que a semana passada o treinador disse que com ele os pontas de lança marcavam trinta por época e esta semana já disse que marcavam vinte por época, mas alguém tem de explicar porque é que preferiram emprestar um ponta de lança que tinha um rácio muito superior, quase o dobro, de aproveitamento das oportunidades esse sim é que marcava mais de trinta.
Finalmente estamos a conseguir ser perigosos, e a ter oportunidades, nas bolas paradas, especialmente nos cantos, vamos ver se é uma evolução estrutural, que já peca por tardia, ou se é apenas devido a ter entrado um jogador que se tem mostrado excelente nas bolas paradas.