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quarta-feira, março 10, 2021

Noite e dia

Vencemos na 2ª feira no Jamor o Belenenses SAD por 3-0, mas, como todos os outros também ganharam, as distâncias para os da frente continuam as mesmas (lagartada a 13 pontos, Braga a quatro e CRAC a três). O facto de ter andado cheio de trabalho e de 2ª feira ter sido um dia muito especial para mim (por causa disto, obviamente!) fez com que só hoje pudesse escrever este post.
 
Com o Vertonghen e o Darwin ainda impedidos por lesão, o Jesus praticamente repetiu a equipa que defrontou o Rio Ave com excepção da entrada do Pizzi para o lugar do Taarabt. E, à semelhança do Rio Ave, a 1ª parte foi de fugir! A diferença é que o Belenenses SAD não criou tantas ocasiões como os vila-condenses, mas a nossa exibição foi igualmente inenarrável, com os crónicos problemas a evidenciarem-se em todo o seu esplendor: falta de velocidade nas transições, uso e abuso de jogo pelo meio, ir à linha parecia proibido, enfim, uma excelente amostra de tudo o que está mal no nosso futebol desde a 2ª volta da temporada passada. Mesmo assim, ainda conseguimos ter duas ocasiões flagrantes com o Pizzi isolado pelo Grimaldo a permitir a defesa do Kritciuk e o Seferovic a antecipar-se de cabeça ao guarda-redes, mas a falhar escandalosamente a baliza. O Belenenses SAD teve uma grande oportunidade com o Silvestre Varela em boa posição a rematar à figura do Helton Leite.
 
Ao intervalo, eu estava mesmo a ver que iria ter a noite de aniversário estragada... No entanto, ainda bem que me enganei redondamente! Entrámos com outra disposição para a 2ª parte e inaugurámos o marcador logo aos 55’ num centro da esquerda do Grimaldo e desvio de primeira do Seferovic com o pé esquerdo. Ena, ena, parece que pelas linhas cria-se oportunidades que de vez em quando dão golo... Quem diria, Benfica...?! Três minutos depois, alargámos a vantagem novamente pelo Seferovic, que foi brilhantemente desmarcado nas costas da defesa pelo Diogo Gonçalves e rematou de pé esquerdo sem hipóteses para o Kritciuk. Por volta da hora de jogo, o Rafa primeiro e o Everton no fim, com o Waldschmidt pelo meio falharam a hipótese de selar a vitória, com o guarda-redes a fazer bem a mancha no primeiro caso e um remate por cima com a baliza à mercê no último, depois de o alemão a rematar na atmosfera. Mas a confirmação da vitória surgiu aos 65’ na estreia do Lucas Veríssimo a marcar pelo Benfica, de peito, depois de outro centro do Grimaldo, curiosamente na mesma baliza do mesmo estádio perante o mesmo adversário que o anterior proprietário da camisola nº 4 do Glorioso, o grande Luisão. Esperemos que seja bom augúrio para o futuro...! Até final, o Seferovic poderia ter marcado mais dois golos, mas depois de uma boa rotação o remate saiu ao lado e noutro lance, depois de contornar o guarda-redes fora da área, não quis arriscar o remate. Do outro lado, o Helton Leite fez bem a mancha a um adversário que ficou à sua frente na sequência de um canto mesmo em cima dos 90’.
 
Em termos individuais, destaque para os dois golos do Seferovic, que o colocam no segundo lugar dos melhores marcadores com 11 golos (a quatro do Pedro Gonçalves da lagartada), para as duas assistências do Grimaldo, para as acelerações do Rafa especialmente na 2ª parte, para a nítida subida de forma do Diogo Gonçalves, que é dos poucos jogadores do Benfica que corre para a frente quando tem a bola (e só isso já é de saudar!), e para a segurança da defesa, que voltou a não sofrer golos. O Waldschmidt também parece a subir de rendimento, embora não tenha estado feliz na hora de rematar à baliza. Quanto aos menos, o Pizzi passou completamente ao lado do jogo e o Everton demora a confirmar o valor que tem, além de manter o terrível hábito de vir para o meio e nunca procurar a linha.
 
A nossa exibição não poderia ter sido mais diferente nas duas partes do jogo. É bom que passemos rapidamente a jogar durante os 90 e não só 45’. É que frente ao Belenenses SAD ainda vai dando, mas iremos a Braga daqui a duas jornadas num encontro fundamental para o 2º lugar. E se só jogarmos 45’ é praticamente impossível conseguirmos a vitória. Mas antes ainda vamos receber o Boavista na Luz, outra equipa que está a subir de rendimento e contra a qual começou o nosso descalabro nesta época. Portanto, todo o cuidado é pouco!

1 comentário:

joão carlos disse...

Mas como pelos vistos o covid continua a ser ainda desculpa para tudo temos que ele ataca seletivamente escolhe uma das partes para não dar tréguas aos jogadores e na outra dá descanso.
E ajuda muito finalmente termos uma finalização numa bola parada, alias só para comparar o adversário, que é a equipa que menos finaliza, das poucas finalizações que tem três foram de canto por outro lado nós somos das equipas com mais finalizações das que mais cantos conquista, senão mesmo a que tem mais, e neste jogo apenas atingimos a segunda finalização num canto e isso explica também muito do que tem sido a época, a culpa também deve ser do covid.
O nosso grande problema nos últimos anos nem é ter contratado maus jogadores, embora tenham acontecido alguns desses casos, é contratar jogadores cujas características não são as melhores para a táctica e a maneira como jogamos, por um lado, e as características e a maneira como a maioria dos nossos adversários jogam contra nós por outro lado, depois andamos sempre a queixar de que os jogadores não fazem coisas que deveriam fazer mas para as quais não tem características para as fazer e isso não é culpa dos jogadores mas de quem os contrata.