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sexta-feira, fevereiro 26, 2021

Expectável

Perdemos na casa emprestada do Arsenal em Atenas (2-3) e fomos eliminados nos 16 avos de final da Liga Europa. É mais um objectivo desta temporada hedionda que fica pelo caminho numa fase precoce, mas tal não se deveu apenas a este jogo. Já lá iremos.
 
Voltámos a entrar em campo com os três centrais, tendo o Jesus alterado apenas o ataque em relação à primeira mão, com o Seferovic e Rafa desta feita a titular. O jogo começou equilibrado, embora connosco a demonstrar algum receio. Praticamente na primeira oportunidade que teve, o Arsenal marcou aos 21’ através do Aubameyang, que fugiu à marcação do Lucas Veríssimo e picou a bola sobre o Helton Leite. Nós respondemos já depois da meia-hora, com uma cabeçada do Vertonghen por cima num canto, num lance em que se fosse contra nós no campeonato português seria assinalado penalty, porque o belga foi agarrado pela camisola durante o tempo todo do salto. Aos 43’, aconteceu um milagre! Marcámos um golo de livre directo de pé direito (ou seja, sem ser pelo Grimaldo)! Falta indiscutível sobre o Weigl e o Diogo Gonçalves fez um golão, empatando o jogo e a eliminatória.
 
Na 2ª parte, a tendência do jogo manteve-se inalterada nos minutos iniciais, com as equipas a não quererem arriscar muito e o Jesus resolveu mexer relativamente mais cedo e a triplicar: Darwin, Everton e Gabriel para os lugares de Seferovic, Pizzi e Taarabt. Sem os dois jogadores que mais empecilham o nosso jogo a meio-campo, esperava um pouco mais de dinâmica na certeza de que um golo nosso colocaria o Arsenal em maus lençóis. E esse golo aconteceu aos 61’, com um pontapé longo do Helton Leite, um defesa adversário a falhar redondamente, a bola sobrar para o isolado Rafa, que fintou o guarda-redes e atirou para a baliza deserta. Foi o delírio e lembrei-me logo do Kulkov! A parte menos boa é que ainda faltava mais de meia-hora para o final e o Arsenal empatou pouco depois, aos 67’, num remate cruzado do Tierney, que passou pelo Everton como se este não estivesse lá e bateu o nosso guarda-redes. Ainda faltava bastante tempo para o final e nós felizmente lá nos lembrámos que havia uma baliza do outro lado, com um remate do Darwin a sair perigosamente ao lado. Pouco depois, ia-me dando uma coisa má quando o Gabriel não conseguiu fazer um passe relativamente fácil que isolaria o Rafa... O Jesus resolveu trocar o esgotado Grimaldo pelo Nuno Tavares (com o Cervi no banco...) e aos 87’ aconteceu o inevitável: centro da direita, perfeitamente à vontade, para a cabeçada vitoriosa do Aubameyang, que mais uma vez bateu o Lucas Veríssimo. Não foi aos 92’, mas andou lá perto... Até ao apito, ainda atirámos uma bola ao poste num livre para a área, mas o lance seria anulado por fora-de-jogo.
 
Em termos individuais, gostei novamente bastante do Weigl e o Rafa também esteve bastante activo, com a mais-valia de ter finalmente conseguido marcar um golo. O Diogo Gonçalves fez um golão, o que é sempre de realçar, e enquanto estávamos em desvantagem na eliminatória não se portou mal. O caso mudou de figura depois do 2-1 para nós, com os ingleses a atacarem preferencialmente pelo seu lado e não percebo porque é que o Jesus não colocou o Gilberto para fechar aquele lado. O Pizzi e o Taarabt continuam perfeitos desde que o objectivo seja jogar e tabelar para o lado e para trás, ou dar voltinhas e reter a bola... O Lucas Veríssimo não é mau jogador, mas fica ligado aos golos do Aubameyang. O Nuno Tavares tem de aprender rapidamente como é que se dificulta um adversário que quer fazer um centro...
 
Chegámos a sonhar, o que só torna esta eliminação ainda difícil de digerir. Logo a seguir ao nosso golo e durante grande parte da partida até final, cometemos o pecado capital de tentar ‘controlar o jogo’, algo que eu sempre abominei, porque nunca nos vi com capacidade para segurar um resultado. E isto já vem desde há vários anos. A máxima ‘a melhor defesa é o ataque’ é algo que deveria estar sempre no nosso ADN e, em especial, esta temporada, em que sofremos golos em catadupa. Não percebo como é que os nossos responsáveis, nomeadamente o treinador, não percebem isto! Nunca nos deveríamos ter remetido unicamente à defesa, porque se o Arsenal precisava de marcar dois golos era bem provável que o conseguisse. Como conseguiu. Mas o mal não esteve neste jogo: o Rangers eliminou o Antuérpia e no sorteio de hoje saiu-lhe o Slavia Praga. Se tivéssemos feito a nossa obrigação de ficar em primeiro num grupo em que éramos cabeças-de-série, teríamos possivelmente o caminho aberto para os quartos-de-final. Assim sendo, foi mais um objectivo da época a ir ao ar.

2 comentários:

Anónimo disse...

Era mais que espectável.

joão carlos disse...

Mais uma vez e já nem tem conta o números de vezes que aconteceu o mesmo voltamos a sofre um golo poucos minutos após termos ficado em vantagem assim não existe equipa nenhuma que aguente nunca sequer adquirimos confiança com a vantagem nem sequer o adversário sente o toque o que demonstra que temos muita gente com falta de estofo para estes jogos.
Pois pelos vistos termos ficado em segundo naquele grupo da liga europa também deve ter sido culpa da covid isto depois de ter sido dito que falhada a liga dos campeões o objectivo era chegar á final, pelos vistos são traçadas metas, mas depois quando ficamos a milhas delas não existe nenhum responsável pelo falhanço.
A agonia vai continua lenta e angustiante até porque o treinador, perdão presidente, já disse que não sai por pé nenhum se até aqui tínhamos um presidente que não percebia nada de futebol agora pelos vistos temos um treinador que manda no presidente, mas pelos vistos continua a existir gente que não vê problema nenhum nisso e até gosta da situação.