Vencemos ontem o Standard Liège por 3-0 e estamos na liderança do nosso grupo na Liga Europa com seis pontos, na companhia do Rangers, no final da 2ª jornada. Foi uma vitória indiscutível perante uma equipa que se limitou a defender e fê-lo bem, dado que não tivemos assim tantas oportunidades de golo.
Comecemos pelo mais importante e que torna este jogo memorável: ao fim de sete meses e 27 dias, pudemos finalmente regressar à Luz para ver um jogo! Desde 2001 que eu não estava tanto tempo sem ver o Benfica ao vivo! Foi uma emoção enorme poder voltar e, ainda por cima, consegui bilhete para o meu lugar no estádio. Para além disto, uma vitória por 3-0 com uma exibição segura foi a cereja no topo do bolo.
O Jesus fez algumas alterações em relação ao Belenenses SAD, com a maior novidade a ser o Diogo Gonçalves a defesa-direito. Embalada pelo público, que passou boa parte do jogo a cantar e aplaudir (as saudades eram incríveis), a equipa começou muito pressionante e a tentar furar a bem fechada defensiva contrária. Mas como os belgas estavam invariavelmente com os 11 jogadores no seu meio-campo, tivemos dificuldades em arranjar espaço, de tal forma que só perto do intervalo o Pizzi, numa recarga de fora da área sem o guarda-redes na baliza, teve a única oportunidade flagrante para marcar.
A 2ª parte começou com o Rafa no lugar do inconsequente Pedrinho (ainda está muito verde...) e passámos a jogar com bastante mais velocidade. Aos 49’ fizemos o 1-0 através do Pizzi de penalty, depois de uma falta sobre o Waldschmidt. Logo a seguir, foi o Rafa a falhar o desvio a um cruzamento do alemão e o Standard Liège teve a sua única oportunidade de golo num canto, mas o Vlachodimos defendeu bem (não se percebe, todavia, é como é que num canto dois jogadores adversários ficaram sozinhos na nossa área...). O jogo estava muito mais movimentado e o Darwin teve um remate perigoso ao lado, depois de assistência do Waldschmidt. Até que aos 66’ dissipámos todas as dúvidas, com novo penalty, desta feita, a punir falta sobre o Nuno Tavares, com o Pizzi a deixar o Waldschmidt marcar, o que este fez com um remate colocadíssimo ao ângulo superior direito da baliza. A partir daqui, ambas as equipas começaram a fazer gestão de esforço com as substituições e o resultado final foi feito aos 76’ num bis do Pizzi com um remate em arco que desviou ligeiramente num defesa e não deu hipóteses ao guarda-redes. Até final, ainda vimos a estreia do Gonçalo Ramos na Luz, mas já não teve tempo para nada de relevante.
Em termos individuais, destaque para o Pizzi com dois golos, para o Gabriel que permite que a equipa jogue bastante adiantada, pois é quase um muro a meio-campo (embora às vezes se ponha a fintar em local perigoso...) e para o Nuno Tavares que está a ganhar confiança, agora que sabe que será titular nos próximos jogos por causa da lesão do Grimaldo. O Darwin desta vez não marcou, mas não pára quieto o jogo todo e o Waldschmidt também não engana de bom jogador que é. Quanto ao Diogo Gonçalves, depois de uma 1ª parte mais cautelosa, libertou-se na 2ª e pode ser que tenhamos ali uma opção muito válida para fazer o corredor direito.
Estamos bem lançados para passar a fase de grupos, mas convém termos noção da importância de ficar em primeiro lugar para evitar adversários teoricamente mais fortes nos 1/16 avos de final. E, para isso, uma vitória para a semana frente ao Rangers na Luz será fundamental.
P.S. – Tivemos anteontem nas eleições uma imensa demonstração de benfiquismo. 38.102 pessoas foram votar, estilhaçando em 68%(!) o recorde anterior de eleições em clubes em Portugal, estabelecido por nós em 2012 com 22.676 votantes. Portanto, o grande vitorioso da noite é indiscutivelmente o Sport Lisboa e Benfica. Tal como era de esperar, o Luís Filipe Vieira ganhou com 62,59% dos votos (correspondentes a 22.787 votantes), o João Noronha Lopes teve 34,71% (14.337 votantes) e o Rui Gomes da Silva foi o grande derrotado da noite com apenas 1,64% (603 votantes). Houve ainda 375 sócios que votaram em branco (1,06%). A fila no estádio da Luz demorou umas boas três horas durante a maior parte do dia, o que prova bem a vitalidade do nosso clube, porque duvido que para qualquer outra eleição uma pessoa se dispusesse a perder tanto tempo só para fazer ouvir a sua voz.
Como tornei público no post anterior, não votei no Luís Filipe Vieira e preferia que tivesse ganho o João Noronha Lopes, mas a democracia não é só boa quando é a nosso favor. A vitória do actual presidente é incontestável, tanto mais que ganhou em toda a linha: em cada categoria de número de votos e em número de votantes. É certo que teve a mais baixa percentagem desde que é presidente, mais de 1/3 dos votantes preferiam que ele não tivesse continuado (algo que certamente há apenas seis meses estaria longe de lhe passar pela cabeça), mas a maioria dos benfiquistas assim o decidiu e está decidido. Resta-me esperar que este último (tal como ele prometeu) mandato seja pleno de conquistas desportivas. É bom que um dos mais importantes presidentes da história do Benfica saia na mó de cima. Desejo igualmente que daqui a quatro anos, quando voltar a haver eleições, possa haver aquilo que não tem havido desde 2001: debates entre todos os candidatos e cobertura noticiosa da campanha eleitoral de todas as listas por parte dos órgãos de informação do clube. A democracia, tal como se viu pela participação massiva nestas eleições, é muito apreciada por todos nós. E a democracia é mais plena, quando há informação e troca de ideias.
Viva o BENFICA!