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segunda-feira, fevereiro 17, 2020

Inglório

Perdemos no sábado frente ao Braga na Luz (0-1) e, com a vitória do CRAC em Guimarães no dia seguinte (2-1), temos agora somente um ponto de vantagem sobre eles. Em pelo menos 75% dos jogos desta época fizemos exibições piores, mas ganhámos, o que torna este desaire particularmente doloroso. Não só isto, como o facto de numa semana vermos esfumar-se uma vantagem confortável de sete pontos.

Entrámos muito bem na partida e o Rafa aproveitou um erro de um central para se isolar logo nos primeiros minutos, mas o remate saiu ligeiramente ao lado. Aliás, na 1ª parte demos um show de golos falhados, com o Cervi também a ganhar a bola a um defesa e a rematar ao lado e o Carlos Vinícius a cabecear por cima depois de um bom centro do Pizzi (a única coisa de jeito que fez na etapa inicial). Em cima do intervalo, o Braga criou perigo pela primeira vez, mas o Vlachodimos fez bem a mancha a um adversário que de repente lhe surgiu isolado pela frente numa bola parada (não se percebe como é que a nossa defesa permite lances destes em todos os jogos). Na sequência do canto, um enorme balde de água fria caiu sobre as nossas cabeças com o golo de cabeça do João Palhinha, que deixou o Ferro nas covas.

Tentámos inverter a injustiça do marcador na 2ª parte e o C. Vinícius atirou ao poste, depois de uma boa iniciativa individual a passe do Grimaldo. O Braga defendeu-se bem durante grande parte do segundo tempo e só numa grande jogada individual do Pizzi (a única coisa de jeito que fez nos segundos 45’) voltámos a criar perigo, mas o Matheus defendeu para canto. Com o passar do tempo, o Braga começou a fazer contra-ataques perigosos e por mais de uma vez foi o Vlachodimos a permitir-nos continuar na discussão do resultado. À semelhança de Mordor, quando o Bruno Lage começou a mexer na equipa ficou tudo estragado. Deve ter um fetiche qualquer com o Seferovic, que tem que ser o primeiro a entrar. Ainda por cima, com o Pizzi a arrastar-se e o Rafa a quebrar fisicamente, foi o Cervi a sair aos 62’ o que lhe valeu uma enorme assobiadela. Para piorar as coisas, aos 79’ fez sair o Weigl para entrar o Chiquinho. O alemão tinha acabado de fazer um passe longo que isolou o Pizzi e era dos que mais fazia a bola rolar, e com esta substituição o Taarabt, que era o único a quebrar linhas e levar a bola para a frente, recuou para trinco e ficou longíssimo da baliza. Resultado? Deixámos de criar perigo. Na fase do desespero aos 86’ saiu o Tomás Tavares para entrar o Dyego Sousa. Novamente três ponta-de-lança em campo, novamente sem uma única bola a chegar à frente. Porquê? Porque não havia ninguém para a pôr lá! Esta táctica pode parecer excelente em termos teóricos e o Lage explicou-a mais uma vez na conferência de imprensa, mas o que é facto é que na prática não resulta. Viu-se em Mordor e comprovou-se outra vez no sábado. Por favor, alguém que diga ao nosso treinador que três pontas-de-lança, com o Seferovic a descair para a extrema-esquerda, o Pizzi a defesa-direito e o Taarabt a trinco é obviamente uma confusão de todo o tamanho e um enorme favor que fazemos aos adversários. Se estamos rotinados para jogar de determinada maneira, e até nem o fizemos mal durante grande parte do jogo, para quê isto...?!

Em termos individuais, destaque mais uma vez para o Vlachodimos que só não defendeu o indefensável. O Taarabt foi dos mais esclarecidos e deveria ter ficado a jogar mais perto da baliza até final do jogo. O Cervi lutou muito como de costume e, quando saiu, deixámos de jogar pelo corredor esquerdo. Quanto aos menos, o Rafa parece cansado e o Pizzi continua a decair a olhos vistos.

Confesso que cheguei a sonhar com a possibilidade de fazermos alguma gestão no campeonato em favor da Liga Europa. Afinal, tínhamos sete pontos de vantagem. Em apenas duas jornadas, tudo se esfumou e o panorama está muito negro. A lesão do Gabriel veio complicar muito as nossas contas pelo equilíbrio que dava ao meio-campo. Ainda por cima, as competições europeias regressam já esta semana e o plantel parece muito curto para a carga de jogos que vamos ter.

P.S. – Foi obviamente NOJENTO o que se passou em Guimarães com o Marega. Qualquer pessoa que tenha neurónios percebe isso. Mas não foi caso único e, naquele mesmo estádio, o Nélson Semedo sofreu algo semelhante (em menor proporção) há uns anos. Espero que agora haja finalmente coragem para se pôr cobro a isto em definitivo e irradiar permanentemente dos estádios os energúmenos desta estirpe.

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