Empatámos em
Istambul frente ao Fenerbahçe (1-1) e qualificámo-nos para o play-off de acesso à Liga dos Campeões. Foi,
como se esperava, uma partida de nervos, mas o facto de termos marcado primeiro
foi decisivo no desfecho da eliminatória.
O Rui Vitória
só operou uma alteração no onze, que foi a entrada do Castillo para o lugar do
Ferreyra. E o chileno esteve bastante bem até se lesionar aos 34’. Entrámos
muito personalizados, a trocar bem a bola, mas sempre com alguma cerimónia na
altura de acelerar no ataque. O jogo estava um pouco repartido, mas sentia-se
que bastava que nós tivéssemos um bocado mais de velocidade para o
desequilibrarmos. E foi o que fizemos aos 26’, em que inaugurámos o marcador
pelo Gedson: excelente jogada pelo lado direito, com o André Almeida e Salvio a
conduzirem a bola, toque fantástico do Castillo que desmarcou o Gedson, que
aguentou dois defesas e desviou ligeiramente do Demirel à saída deste. Grande
golo de um jogador que ainda no ano passado jogou pelos juniores! Os turcos
sentiram o golo e era essencial que não os deixássemos marcar até ao intervalo.
Infelizmente, houve a tal lesão do Castillo e perdemos poder de choque na
frente com a entrada do Ferreyra, que todavia teve uma óptima ocasião para
acabar definitivamente com a eliminatória, mas atirou ligeiramente ao lado,
depois de contornar o guarda-redes, após uma boa desmarcação a passe do Salvio.
Entretanto, já o Vlachodimos tinha feito uma boa defesa a um remate perigoso de
fora da área. Mesmo em cima do intervalo, os turcos empataram num lance pela
esquerda, em que o Salvio não marcou bem o defesa, deixando-o centrar à vontade
para o Potuk ganhar nas alturas ao Grimaldo. Foi um golo bastante escusado.
Na 2ª parte,
o Fenerbahçe entrou mais pressionante, mas acabou por não criar grandes
oportunidades de golo. Depois de uns 10’ iniciais mais intensos, começámos a
reagir e o Cervi atirou por cima quando estava em boa posição à entrada da área.
Mais à frente, nova grande jogada do Gedson, a arrancar e levar tudo à frente,
mas o passe final que isolaria o Pizzi saiu muito curto. Pizzi que também tentou
de fora da área, mas o remate saiu rasteiro e à figura. O Ferreyra teve outra
grande oportunidade, numa recarga a um remate do Salvio praticamente só com o
guarda-redes pela frente, mas atirou em arco por cima. Os turcos colocaram os
ases todos, mas o Jardel e o Rúben Dias iam tomando boa conta do Soldado & Cia.
A única verdadeira oportunidade foi um remate em arco do Baris Alici, mas o
Vlachodimos voltou a responder bem. Aos 72’, o Rui Vitória decidiu tirar o
Salvio para entrar o Alfa Semedo e voltámos a tomar conta do meio-campo, com os
turcos a deixarem de ter bola. Assim foi até final, com o André Almeida a
falhar o golo da vitória mesmo no fim da compensação com um remate ligeiramente
ao lado, depois de uma assistência do Pizzi na direita.
Destaque
óbvio para o Gedson e não só pelo golão que marcou: nunca teve medo de ter a
bola, era sempre ele que acelerava o jogo e na parte final foi muito importante
para ganhar faltas. Teremos no mínimo seis meses e no máximo uma época para desfrutarmos
dele, porque é quase uma certeza que não estará cá para o ano. Só neste jogo a cotação dele aumentou no mínimo 10M€. O Vlachodimos
voltou a estar excelente e fico contente por termos finalmente um guarda-redes.
Os centrais Rúben Dias e Jardel estiveram imperiais, assim como o Fejsa no
meio-campo. Bom jogo também do Salvio, que nunca se esconde especialmente neste
tipo de partidas. Menos bem esteve o Cervi na esquerda, com muitas más decisões
na altura do passe, mas a ser importante a ajudar o Grimaldo na defesa. O
Castillo estava a mostrar-se muito útil, quando teve a lesão e o Ferreyra
voltou a não mostrar grande coisa. Ao invés do Guimarães, a entrada do Alfa
Semedo foi fundamental para acabar com o jogo.
Houve
alturas do encontro em que poderíamos ter dado o golpe de misericórdia, mas
desacelerávamos o ritmo. Confesso que isso me custa a entender, mas desta feita
correu bem, porque só sofremos um golo. Todavia, preferia que no futuro
fôssemos mais audazes no último terço do campo: só o Gedson criou
desequilíbrios, porque era o único que arrancava em velocidade. Veremos como
será quando defrontarmos o PAOK da Grécia no play-off, mas antes temos o jogo no Bessa para a 2ª jornada. Isto
não vai dar mesmo para respirar…