origem

quinta-feira, agosto 30, 2018

Eficácia

Goleámos o PAOK em Salónica (4-1) e apurámo-nos para a fase de grupos da Liga dos Campeões. Era o primeiro grande objectivo da época e foi conseguido com bastante brilhantismo. Como os prémios da Champions aumentaram significativamente, só esta qualificação valeu-nos 43M€. Mas, como já disse várias vezes, ninguém vai para o Marquês festejar relatórios & contas, portanto o que nos interessa em primeiro lugar é a parte desportiva e, nessa, convenhamos que não será muito difícil fazer melhor do que no ano passado.

O Rui Vitória fez regressar o Salvio de lesão e surpreendeu toda a gente ao lançar o Seferovic em vez do Ferreyra. Mas não entrámos nada bem na partida. Logo no primeiro minuto, um péssimo atraso do Seferovic deu origem a um contra-ataque perigoso que valeu um amarelo ao André Almeida. O PAOK mal nos deixava respirar, empurrado por um público muito ruidoso, e marcou logo aos 13’ pelo avançado sérvio Prijovic. Um livre combinado e nós a sermos muito anjinhos na maneira como (não) defendemos, de tal modo que de repente estavam dois para um com o Vlachodimos! Num livre para a nossa área...! Puxando dos galões de equipa mais experiente nestas andanças, reagimos bem ao golo e fizemos o empate aos 20’ num excelente cabeceamento do Jardel em resposta a um canto bem marcado pelo Pizzi. A eliminatória estava igualada e a vantagem do golo fora dos gregos foi ultrapassada. Gregos, esses, que sentiram o golo e se desconcentraram por completo. De tal forma, que, seis minutos depois, o guarda-redes Paschalakis deu uma casa monumental ao tentar impedir um canto e não segurar a bola, tendo o Cervi rapidíssimo a roubado e sendo depois claramente derrubado por ele. Desta feita, o Sr. Felix Brych, que foi o responsável por este roubo de igreja que nos impediu de ter mais um título europeu em nossa posse, viu o que não quis ver em Turim e assinalou penalty. Eu teria preferido que tivesse sido o Pizzi a marcar, mas pelos vistos quando o Salvio está em campo, a responsabilidade é dele. Acabámos ter sorte, porque a bola foi ao poste e ressaltou para dentro da baliza. A eliminatória tombava para o nosso lado, mas ainda faltava muito jogo. Foi a vez de o Vlachodimos entrar em acção num canto, com uma fantástica defesa a um cabeceamento do Fernando Varela. Logo a seguir, poderíamos ter aumentado a vantagem com um remate do Seferovic para defesa com o corpo do guarda-redes e, na sequência do lance, um cabeceamento do suíço levou a bola a rasar o poste. No entanto, fizemos mesmo o 1-3 antes do intervalo: aos 39’ grande jogada que começou na nossa área com o Grimaldo a conduzir, a combinar com o Cervi , grande centro do argentino para trás e o Pizzi à vontade, porque o Seferovic arrastou os defesas para a pequena-área, a marcar quase um penalty em movimento, rasteiro para o canto inferior esquerdo da baliza.

Para a 2ª parte, pedia-se que a equipa continuasse concentrada, porque um golo sofrido precocemente poderia galvanizar os gregos e o público. Ainda por cima, entrou logo o egípcio Warda, que tantas dores de cabeça nos deu na Luz, mas mais uma vez o Sr. Felix Brych melhorou a visão em relação a Turim e viu um agarrão claro ao Jardel na área na sequência de um canto, num daqueles lance que acontecem sempre e raramente são marcados. O Salvio marcou novamente o penalty, desta feita com um remate para o meio da baliza, com o guarda-redes ainda a tocar com o pé na bola, mas a não impedir que ela entrasse. O 1-4 feito logo aos 49’ era o melhor que nos podia acontecer. No entanto, tivemos um susto pouco depois com um cabeceamento do Prijovic ao poste num canto e o Vlachodimos fez mais duas excelentes intervenções já nos últimos 5’. Quanto a nós, começámos naturalmente a quebrar o ritmo ao jogo, a fazer rodar a bola por todos os jogadores, entrou o Alfa Semedo para o lugar do regressado Salvio, e posteriormente o Zivkovic e João Félix perto do final, mas o resultado não mais se alterou.

Em termos individuais, o melhor para mim foi o Cervi: esteve directamente ligado a dois golos (o primeiro penalty e a assistência para o Pizzi) e segundo as estatísticas ganhou 13 de 15 duelos individuais! Deu imensa ajuda ao Grimaldo, faltou-se de lutar, correr, fintar e defender quando era preciso, encheu o campo todo. Também o Jardel está lá no topo, com um golo e um penalty sobre ele, para além de ser muito importante nas bolas aéreas na nossa defesa. O Salvio foi importante nos penalties, apesar de eu gostar que a bola entre directamente na baliza sem interferências. Grande jogo igualmente do Vlachodimos, que fez defesas muito importantes em alturas cruciais. O Seferovic deu muita luta aos centrais, teve o condão de ganhar algumas bolas na frente e foi uma aposta ganha. O Pizzi continua a sua veia goleadora e já marcou tantos golos como na época passada inteira (seis). O Gedson não brilhou tanto como na Turquia, mas é um indiscutível neste momento. O Fejsa lá fez o seu trabalho habitual, não tendo o Alfa Semedo entrado tão bem como frente ao Fenerbahçe, mas o jogo já estava muito desequilibrado para o nosso lado nessa altura.

Veremos o que as bolinhas nos reservam no sorteio de mais logo, mas o mais importante agora é concentramo-nos na ida ao Nacional, porque vem aí a primeira pausa no campeonato e, depois de toda esta sequência de jogos, convém irmos para o descanso na frente do campeonato.

VIVA O BENFICA!

domingo, agosto 26, 2018

Derby Félix

Empatámos no sábado com a lagartada (1-1) na Luz, mas como o V. Guimarães foi ganhar a Mordor (3-2), depois de estar a perder 0-2 ao intervalo(!), continuamos na frente do campeonato juntamente com os lagartos, Braga e Feirense, todos com sete pontos.

Para além das já conhecidas baixas do Jonas e Castillo, também o Salvio falhou o segundo jogo consecutivo. Do outro lado, ao Bas Dost juntou-se o Mathieu como ausência de última hora. Por tudo o que se passou na lagartada desde Abril, com toda aquela indefinição na direcção e equipa, eleições à porta, etc., tínhamos uma óptima oportunidade para voltar a ganhar-lhes na Luz, algo que já não acontece há dois anos e que só tinha acontecido uma vez em quatro épocas. Agora é uma vez em cinco... A 1ª parte foi relativamente equilibrada, mas nós tivemos as melhores oportunidades. O Salin, que tinha dado um frango descomunal na semana passada frente ao V. Setúbal, foi o homem do jogo e salvou a lagartada uma série de vezes com excelentes defesas, nomeadamente a dois cabeceamentos do Rúben Dias e a um remate enrolado do Cervi na etapa inicial. Do outro lado, as intervenções do Vlachodimos não foram tão complicadas. Durante quase todos os primeiros 45’ outro elemento que se destacou foi o Sr. Luís Godinho, cujo critério nas bolas divididas foi muito coerente: eram quase sempre falta dos jogadores do Benfica.

Na 2ª parte, a lagartada praticamente esqueceu-se que havia uma baliza do outro lado do campo, excepção feita a um remate do Bruno Fernandes logo no reinício e ao penalty do Rúben Dias sobre o Montero, que o Nani converteu em golo aos 64’. Daí até final, a nossa baliza foi uma miragem. Quanto a nós, tivemos um bom remate do Cervi ainda antes do golo adversário, mas depois o Rui Vitória começou a mexer na equipa e fê-lo mal. O Rafa estava a passar completamente ao lado do jogo e o nosso treinador resolve tirar o Cervi para colocar o Zivkovic aos 58’. Depois do golo da lagartada, começámos a reagir e um remate do Zivkovic que ressaltou num defesa permitiu ao Salin continuar a brilhar. Estávamos até responder com algum perigo, quando aos 70’ o Rui Vitória mexe novamente na equipa e tira o Ferreyra e o Pizzi para entrarem do Seferovic e o João Félix. O Ferreyra não estava a ter um jogo nada feliz e o Pizzi também não deslumbrava, mas tirar o melhor marcador do campeonato, que é igualmente o nosso principal organizador de jogo, estando a perder não lembra a ninguém. Perdemos um bocado o ímpeto com que estávamos e só um remate frontal do Rafa criou algum perigo, com nova defesa do Salin. A coisas estavam muito mal paradas, quando aos 86’ o Rafa tem uma das poucas acções de relevo no jogo e saca um óptimo centro para uma ainda melhor cabeçada do João Félix restabelecer a igualdade. Até final, um livre do Grimaldo fez novamente o Salin intervir e a lagartada dedicou-se a queimar tempo de uma forma ostensiva, de tal maneira que o Sr. Luís Godinho teve que juntar um bom par de minutos aos 6’ que havia dado. Sr. Luís Godinho que, depois de sofrermos o golo, mudou completamente a forma de apitar e os lances divididos já eram só... divididos sem falta.

Em termos individuais, destaque para o João Félix que marcou um golo importantíssimo logo ao segundo jogo pela equipa principal e frente ao maior rival. Este derby terá sempre o seu nome associado. Num tempo muito curto, estou convencido que terá de ser titular, porque é dos poucos jogadores que é imprevisível nas suas acções, o adversário nunca sabe bem o que ele vai fazer. O Grimaldo foi o outro jogador que se destacou, mas sentiu a falta das combinações com o Cervi, quando este saiu. O Rafa, que tinha entrado muito bem frente aos gregos, foi inoperante durante a maior parte do tempo, mas acabou por fazer a assistência para o golo. É certo que ele tem um pique sem igual no campeonato português, mas depois a bola raramente é passada em condições para um colega: ou é desviada, ou é cortada ou o centro é mal feito. Assim, não vale a pena ter aquelas características únicas. O Gedson e o Pizzi não estiveram tão em destaque como nos jogos anteriores e a equipa ressentiu-se disso. Não tenho dúvidas que o Ferreyra é bom jogador, mas tenho igualmente poucas dúvidas que só poderá render com o Jonas ao lado. Sozinho no ataque, é quase inofensivo. O Rúben Dias teve as melhores oportunidades na 1ª parte, mas fica ligado ao penalty, assim como o Jardel, que fez um passe arriscado para o Rafa, que perdeu a bola em zona perigosa, na jogada de que veio a resultar esse tal penalty.

Empatámos um jogo que tínhamos tudo para ganhar, frente a um adversário fragilizado. As estatísticas no futebol não são para serem lidas de forma absoluta, mas este foi o 15º jogo frente aos rivais do Rui Vitória enquanto treinador do Benfica. Temos duas vitórias. Repito: duas vitórias. Ganhámos 13% dos jogos frente a eles. Há jogadores de jogos grandes e outros que nunca rendem em jogos grandes. Como, pelos vistos, também há treinadores. Dá que pensar. No mínimo.

quarta-feira, agosto 22, 2018

Decepção

Empatámos 1-1 com o PAOK na Luz e estamos em desvantagem para a 2ª mão do play-off da Champions em Salónica. A provar que o futebol está longe de ser uma ciência exacta e justa, jogámos muitíssimo melhor do que na recepção ao Fenerbahçe e, em vez de termos já a eliminatória praticamente resolvida, não conseguimos ganhar.

Com a lesão de última hora do Salvio, a entrada do Zivkovic foi a única alteração no onze. Começámos o jogo a marcar, mas infelizmente o Gedson estava fora-de-jogo depois de um toque do Ferreyra. Os gregos reagiram e mostraram-se muito mais perigosos do que os turcos, com o objectivo claro de marcar um golo na Luz. Tiveram dois remates relativamente perigosos, mas a partir dos 20’ tomámos em definitivo conta do jogo. O Pizzi teve quatro(!) excelentes ocasiões para marcar, mas atirou inacreditavelmente ao lado depois de uma boa jogada com cruzamento rasteiro do Cervi na esquerda, noutra situação um chapéu do nº 21 ainda tocou no poste, na terceira rematou já em desequilíbrio com o guarda-redes a defender e, por último, cabeceou a rasar o poste depois de um centro do André Almeida. Esta intensa pressão deu frutos já em cima do intervalo, quando o Gedson foi empurrado por trás na área na altura em que ia rematar: o Pizzi não tremeu da marca de penalty e deu-nos uma vantagem muito justa.

Para a 2ª parte, era fundamental manter o zero na nossa baliza, mas logo de início tentámos (e bem) aumentar a vantagem. O Grimaldo chegou ligeiramente atrasado a um centro da direita do Zivkovic, antes de proporcionar ao guarda-redes a melhor defesa do jogo num remate fantástico de fora da área, que o Paschalakis defendeu muito bem. Também o Ferreyra num remate de primeira, depois de uma tabela com o Gedson, deu trabalho ao guarda-redes. O Gedson, sob o lado esquerdo, colocou novamente o Paschalakis em acção, mas nos últimos 20’ o jogo começou a alterar-se. Talvez o Rui Vitória devesse ter sido um pouco mais conservador e feito entrar o Alfa Semedo (como fez na Turquia acabando com o jogo), mas já tinha entrado o Rafa para o lugar do Zivkovic, na esperança de ganhar as costas do adversário em velocidade. No entanto, foi o PAOK a conseguir o imerecido empate aos 76’, num livre para a área, cabeçada à barra e golo do Amr Warda na recarga. Foi um enorme balde de água fria na Luz. O Rui Vitória fez entrar o João Félix e o Seferovic para os lugares do Cervi e Pizzi, e ambos tiveram a sua oportunidade: a do suíço foi desperdiçada de forma incrível, porque lhe teria bastado colocar bem o pé na bola para ter feito golo e a do jovem português foi a última do encontro, com o remate de pé esquerdo a rasar o poste. Antes disso, o João Félix já tinha desmarcado brilhantemente o Ferreyra, mas o remate deste voltou a ser defendido pelo guarda-redes.

Em termos individuais, destaque para o Pizzi, não só pelo golo, como pela participação na maior parte das nossas jogadas de perigo. O Gedson continua a sua caminhada para se tornar num do melhores médios do futebol português a curto prazo. O Cervi deu a luta do costume, mas nalgumas ocasiões o último passe não lhe saiu nada bem. O Ferreyra não marcou (e devia naquela oportunidade perto do fim), mas deu muito mais luta aos centrais do que em jogos anteriores. O Zivkovic começou mal, mas foi-se recompondo, tendo o Rafa, que o substituiu, entrado muito bem na partida. O Vlachodimos acabou por não ter grande trabalho, mas julgo que deveria ter saído dos postes no livre que acabou por dar golo, porque a bola foi atirada para o limite da pequena-área.

Teremos o derby frente à lagartada no sábado e depois a importantíssima viagem a Salónica na 4ª feira. Muito do que irá ser a época vai decidir-se nesta próxima semana. Seria muito mau se fôssemos eliminados da Champions por um adversário que nos é claramente inferior.

segunda-feira, agosto 20, 2018

Categórico

Vencemos no sábado o Boavista no Bessa por 2-0 e mantemos um registo 100% vitorioso no campeonato. Como os outros dois também ganharam (a lagartada 2-1 em casa frente ao V. Setúbal e o CRAC no Jamor ao Belenenses por 3-2), continuam os três grandes na frente com o intruso Feirense (1-0 em Guimarães) a ser a quarta equipa só com vitórias nas duas primeiras jornadas.

Depois do desgastante jogo em Istambul, estava com bastante receio desta partida até porque nas duas últimas temporadas não ganhámos no Bessa e tínhamos só uma vitória em quatro encontros. O Rui Vitória manteve a mesma equipa, só com a entrada do Ferreyra para o lugar do lesionado Castillo. Apanhámos um grande susto logo aos 3’, quando o Falcone apareceu isolado frente ao Vlachodimos depois de um centro da direita, mas felizmente o remate saiu às malhas laterais. Acabaria por ser a única grande oportunidade do Boavista em todo o jogo. A partir daqui, tomámos nós conta dele, mas estava difícil entrar na defesa axadrezada. Só um remate do André Almeida criou algum perigo, mas o Helton Leite defendeu, até que aos 35’ inaugurámos o marcador num lance todo ele do Ferreyra: ganhou a bola numa jogada de insistência aos dois defesas contrários e rematou rasteiro em arco, sem hipótese para o guarda-redes. Um golão! Ainda antes do intervalo, uma abertura magnífica do Pizzi isolou o Salvio, mas este permitiu ao Helton Leite defender com a perna. Foi pena, porque iríamos para o intervalo bastante mais tranquilos.

Para a 2ª parte, estava com medo que a história do ano passado se repetisse: também fomos em vantagem e depois perdemos. Ainda por cima, porque se poderia pôr a questão do desgaste do jogo europeu. Mas nada disso se passou. Entrámos fortíssimos, ainda mais do que na 1ª parte, e o Salvio logo no reinício teve outra oportunidade, mas o guarda-redes defendeu o seu bom remate, depois de uma combinação ofensiva entre o Ferreyra e o Cervi, com este a centrar para o nº 18. O único lance de perigo do Boavista na 2ª parte foi um livre em balão para a área, com o Vlachodimos a sacudir para canto. Aumentámos a vantagem aos 62’ através do Pizzi, depois de uma brilhante jogada do Salvio, que ganhou a bola a um defesa, correu pela faixa e centrou atrasado para o quarto golo do nº 21 no campeonato. Até final, pudemos aumentar a vantagem, mas o Helton Leite defendeu um corte falhado de um seu companheiro que daria autogolo e defendeu igualmente com o pé um remate de trivela do Pizzi, que estava isolado depois de um erro defensivo do Boavista. Já no tempo de compensação, foi o Jardel a atirar de cabeça por cima no limite da pequena-área(!) na sequência de um canto.

Em termos individuais, destaque para o golo do Ferreyra, que espero lhe dê confiança para melhorar o seu nível exibicional. Há que dizer, no entanto, que já pareceu melhor entrosado com a forma de jogar da equipa. O Pizzi continua a sua veia goleadora e, mesmo assim, ficou a dever-nos mais um golo. Quem também continua em grande forma é o Gedson que foi um autêntico saco de pancada para os adversários. O Salvio também se encontra em excelente nível e a jogada do segundo golo é brilhante. A defesa esteve toda muito segura, o que acaba por ser natural quando se tem um guarda-redes atrás que inspira confiança. Uma menção final para a estreia do João Félix na equipa principal, ao substituir nos últimos minutos o Cervi.

Defrontaremos amanhã o PAOK na 1ª mão do play-off da Champions e no próximo sábado iremos receber a lagartada. Espero que a melhoria exibicional deste jogo no Bessa tenha continuidade nas próximas partidas, porque conseguir duas vitórias (a do primeiro jogo preferencialmente sem golos sofridos) será muito importante para os objectivos da época.

quarta-feira, agosto 15, 2018

Gedson

Empatámos em Istambul frente ao Fenerbahçe (1-1) e qualificámo-nos para o play-off de acesso à Liga dos Campeões. Foi, como se esperava, uma partida de nervos, mas o facto de termos marcado primeiro foi decisivo no desfecho da eliminatória.

O Rui Vitória só operou uma alteração no onze, que foi a entrada do Castillo para o lugar do Ferreyra. E o chileno esteve bastante bem até se lesionar aos 34’. Entrámos muito personalizados, a trocar bem a bola, mas sempre com alguma cerimónia na altura de acelerar no ataque. O jogo estava um pouco repartido, mas sentia-se que bastava que nós tivéssemos um bocado mais de velocidade para o desequilibrarmos. E foi o que fizemos aos 26’, em que inaugurámos o marcador pelo Gedson: excelente jogada pelo lado direito, com o André Almeida e Salvio a conduzirem a bola, toque fantástico do Castillo que desmarcou o Gedson, que aguentou dois defesas e desviou ligeiramente do Demirel à saída deste. Grande golo de um jogador que ainda no ano passado jogou pelos juniores! Os turcos sentiram o golo e era essencial que não os deixássemos marcar até ao intervalo. Infelizmente, houve a tal lesão do Castillo e perdemos poder de choque na frente com a entrada do Ferreyra, que todavia teve uma óptima ocasião para acabar definitivamente com a eliminatória, mas atirou ligeiramente ao lado, depois de contornar o guarda-redes, após uma boa desmarcação a passe do Salvio. Entretanto, já o Vlachodimos tinha feito uma boa defesa a um remate perigoso de fora da área. Mesmo em cima do intervalo, os turcos empataram num lance pela esquerda, em que o Salvio não marcou bem o defesa, deixando-o centrar à vontade para o Potuk ganhar nas alturas ao Grimaldo. Foi um golo bastante escusado.

Na 2ª parte, o Fenerbahçe entrou mais pressionante, mas acabou por não criar grandes oportunidades de golo. Depois de uns 10’ iniciais mais intensos, começámos a reagir e o Cervi atirou por cima quando estava em boa posição à entrada da área. Mais à frente, nova grande jogada do Gedson, a arrancar e levar tudo à frente, mas o passe final que isolaria o Pizzi saiu muito curto. Pizzi que também tentou de fora da área, mas o remate saiu rasteiro e à figura. O Ferreyra teve outra grande oportunidade, numa recarga a um remate do Salvio praticamente só com o guarda-redes pela frente, mas atirou em arco por cima. Os turcos colocaram os ases todos, mas o Jardel e o Rúben Dias iam tomando boa conta do Soldado & Cia. A única verdadeira oportunidade foi um remate em arco do Baris Alici, mas o Vlachodimos voltou a responder bem. Aos 72’, o Rui Vitória decidiu tirar o Salvio para entrar o Alfa Semedo e voltámos a tomar conta do meio-campo, com os turcos a deixarem de ter bola. Assim foi até final, com o André Almeida a falhar o golo da vitória mesmo no fim da compensação com um remate ligeiramente ao lado, depois de uma assistência do Pizzi na direita.

Destaque óbvio para o Gedson e não só pelo golão que marcou: nunca teve medo de ter a bola, era sempre ele que acelerava o jogo e na parte final foi muito importante para ganhar faltas. Teremos no mínimo seis meses e no máximo uma época para desfrutarmos dele, porque é quase uma certeza que não estará cá para o ano. Só neste jogo a cotação dele aumentou no mínimo 10M€. O Vlachodimos voltou a estar excelente e fico contente por termos finalmente um guarda-redes. Os centrais Rúben Dias e Jardel estiveram imperiais, assim como o Fejsa no meio-campo. Bom jogo também do Salvio, que nunca se esconde especialmente neste tipo de partidas. Menos bem esteve o Cervi na esquerda, com muitas más decisões na altura do passe, mas a ser importante a ajudar o Grimaldo na defesa. O Castillo estava a mostrar-se muito útil, quando teve a lesão e o Ferreyra voltou a não mostrar grande coisa. Ao invés do Guimarães, a entrada do Alfa Semedo foi fundamental para acabar com o jogo.

Houve alturas do encontro em que poderíamos ter dado o golpe de misericórdia, mas desacelerávamos o ritmo. Confesso que isso me custa a entender, mas desta feita correu bem, porque só sofremos um golo. Todavia, preferia que no futuro fôssemos mais audazes no último terço do campo: só o Gedson criou desequilíbrios, porque era o único que arrancava em velocidade. Veremos como será quando defrontarmos o PAOK da Grécia no play-off, mas antes temos o jogo no Bessa para a 2ª jornada. Isto não vai dar mesmo para respirar…

domingo, agosto 12, 2018

Pizzi e sofrimento

Vencemos o V. Guimarães na 6ª feira por 3-2, na abertura do campeonato. Depois de uma 1ª parte fabulosa, onde o Pizzi fez o primeiro hat-trick com a nossa camisola, fomos adormecendo progressivamente na 2ª e acabámos o jogo com o credo na boca, de forma escusada.

O Rui Vitória voltou a apostar no mesmo onze que defrontou o Fenerbahçe, até porque o Castillo cumpriu castigo ainda de uma expulsão no México. Entrámos muito bem na partida, mas foi o V. Guimarães a pôr o Vlachodimos à prova num cabeceamento, depois de um centro da direita. Respondemos bem e marcámos logo aos 10’ pelo Pizzi, num remate rasteiro de pé esquerdo depois de uma boa iniciativa do Gedson no flanco direito. Cinco minutos depois, o Salvio foi derrubado na área, mas o Ferreyra permitiu a defesa do Douglas no respetivo penalty, tendo o guarda-redes defendido igualmente a recarga de cabeça do Salvio, com o remate seguinte do nosso extremo a ser interceptado por um defesa. Pouco depois, apanhámos um grande susto, com o Vlachodimos a defender um remate perigoso e a recarga do Tallo a ir ao poste. À meia-hora aumentámos a vantagem novamente pelo Pizzi, depois de outra brilhante jogada pela direita entre o Salvio e o André Almeida, com este a assistir atrasado para o nº 21. Aos 38’, o Pizzi fez o seu hat-trick, depois de um centro rasteiro da esquerda do Grimaldo, com o Ferreyra a deixar passar a bola por entre as pernas, para um remate igualmente rasteiro do nº 21. Em cima do intervalo, o Salvio ainda colocou a bola na baliza, mas estava fora-de-jogo.

Na 2ª parte, tentámos controlar mais o jogo e fomo-lo conseguindo até 15’ do fim. Poderíamos ter feito o quarto golo, mas o Salvio rematou fraco numa ocasião e noutra o Cervi não conseguiu chegar à bola a tempo. O Rui Vitória começou a gerir a equipa a pensar em Istambul e entraram o Rafa e Alfa Semedo para os lugares do Cervi e Fejsa. Coincidentemente (ou talvez não), com a saída do sérvio, a pressão afrouxou e o V. Guimarães reduziu para 3-1 pelo André André aos 76’, num remate rasteiro à meia-volta sem hipóteses para o Vlachodimos. Trememos e sofremos mais um golo quatro minutos depois, pelo entretanto entrado Celis: passe arriscado do Pizzi para o Gedson, o V. Guimarães ganhou a bola e o Celis ficou isolado frente ao nosso guarda-redes, tendo desviado a bola à saída deste. De maneira inconcebível, pusemos em causa uma vitória praticamente garantida. Nos minutos remanescentes lá caímos em nós, tivemos mais bola e conseguimo-la esconder do adversário. Nas poucas bolas que este bombeou para a nossa área, o Jardel deu conta do recado.

Em termos individuais, destaque óbvio para o Pizzi pelos três golos. Está novamente em grande forma e o facto de não ter ido à selecção só o beneficiou, porque na temporada passada foi à Taça das Conferderações e fez a época que se viu. Grande jogo igualmente do Gedson, que é cada vez mais imprescindível no meio-campo. Meio-campo, esse, cujo dono é indiscutivelmente o Fejsa. A sua saída foi o início do descalabro e não creio que a culpa seja tanto do Alfa Semedo que entrou, mas da equipa que já não consegue funcionar sem o sérvio. De qualquer maneira, acho que o Samaris não devia sair, porque tem mais experiência para controlar nos minutos finais. O Ferreyra continua muito fora dela e só teve duas intervenções de relevo: a abertura de pernas de assistência ao Pizzi e uma cabeçada que desmarcou o Salvio na 2ª parte. Não tenho dúvidas que seja bom jogador, mas neste momento não está a funcionar. O Jardel esteve imperial na defesa, tal como o Rúben Dias. O Salvio também fez um bom jogo, especialmente na 1ª parte e o Cervi mexeu-se bem, como é habitual.

Duas vitórias pela margem mínima nos dois primeiros jogos da época é positivo, mas na 3ª feira temos uma prova de fogo frente ao Fenerbahçe. Convém não termos um período de desconcentração semelhante a este jogo, porque senão poderemos não ter uma segunda oportunidade.

P.S. – Se até a ganhar por 4-0 me faz muita confusão ver pessoas a sair do estádio antes do apito final, na 6ª feira ia caindo para o lado ao ver gente a sair com 3-2...! Como é que é possível estar-se a sair descontraidamente do estádio com o resultado incerto?! É uma coisa que me tira mesmo do sério e, para mim, só tem uma justificação: ou essas pessoas apresentavam posteriormente o atestado médico ou certidão de óbito do familiar próximo que foram socorrer, ou ficariam impedidas de voltar ao estádio até final da época. Se fossem reincidentes, iriam acumulando o número de épocas de interdição.

quinta-feira, agosto 09, 2018

Curto

Vencemos na 3ª feira o Fenerbahçe por 1-0 na 1ª mão da 3ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões. Já se sabia nos tinha saído a fava do sorteio e, apesar termos ganho sem golos sofridos, deveríamos ter conseguido marcar pelo menos mais um golo. No jogo da 2ª mão, é imperioso jogarmos para marcar, e desejavelmente sermos os primeiros a fazê-lo, caso contrário as coisas podem ficar muito complicadas se tentarmos aguentar o 0-0.

O Rui Vitória apostou, sem surpresa, na equipa que tinha vindo a ser rodada nos jogos de preparação. A 1ª parte foi muito fraca, dado que ambas as equipas se mostraram com muito medo uma da outra e praticamente não houve oportunidades de golo. Há um penalty claro logo nos primeiros minutos por agarrão ao Cervi, mas o bielorrusso Aleksei Kulbakov nada assinalou (a propósito, a arbitragem foi muito mazinha, com prejuízo para nós em especial nas bolas divididas, que eram sempre falta nossa). Só tivemos uma evidente oportunidade, já em cima do intervalo, com o Ferreyra a rodar sobre o defesa e isolar-se, mas o remate foi uma lástima.

Na 2ª parte, aumentámos finalmente o ritmo e o Fenerbahçe praticamente não saiu do seu meio-campo e continuava na sua senda de perder tempo nas reposições de bola. Uma cabeçada do Jardel à figura e um remate do Salvio defendido pelo Volkan Demirel foram os lances mais perigosos, antes de conseguirmos marcar aos 69’ pelo Cervi: passe do Salvio da direita para a esquerda já dentro da área e remate do nosso extremo-esquerdo com a bola a passar por baixo do guarda-redes, que poderia ter feito mais. O Fenerbahçe pareceu não ter ficado muito preocupado com o golo e continuou a jogar à mesma velocidade (devagar e parado). Entretanto, já tinha entrado o Castillo para o lugar do inoperante Ferreyra e as coisas melhoraram, com o chileno a dar mais trabalho à defesa contrária e a ser bastante melhor a segurar a bola e os defesas. Foi o próprio Castillo a ter dois remates relativamente perigosos, ambos defendidos pelo Demirel, e outro que saiu por cima, num lance em que, se tivesse feito a tabelinha com o André Almeida, este ficaria isolado frente ao Demirel. A propósito de André Almeida, este ia marcando um golão num chapéu de cabeça, mas a bola infelizmente saiu ao lado. A única oportunidade dos turcos foi um remate por cima já no tempo de compensação.

Em termos individuais, gostei muito do Grimaldo, só foi pena o amarelo por protestos. O Cervi nem estava a fazer um jogo particularmente bem sucedido, mas tem esta enorme virtude de marcar golos, alguns deles decisivos. O Salvio foi dos que mais lutaram, embora nem sempre com muito esclarecimento. A defesa esteve muito segura, com destaque para o Jardel que não me lembro de ter perdido nenhum lance. Também o Fejsa no meio-campo foi o tampão do costume e vai ser difícil tirar o Gedson da equipa, já que voltou a mostrar grande personalidade e é dos poucos que pega na bola e a leva para a frente. Já o tinha referido aqui e volto a repetir: não pode haver titularidades por estatuto. Nos jogos de preparação, o Castillo mostrou sempre muito mais que o Ferreyra, mas não obstante é este que tem vindo a ser titular. Nesta partida, viu-se bem o que melhorámos com o chileno que, neste sistema de 4-3-3, tem muito mais arcaboiço para aguentar os defesas que o argentino, que me parece mais talhado para jogar com um colega ao lado (esperemos que o Jonas…). Faço votos para que o Rui Vitória corrija isto rapidamente.

Este Agosto vai ser infernal e vamos estrear-nos já amanhã para o campeonato, recebendo o V. Guimarães. Só teremos três dias de descanso, mas espero que isso não se reflicta na exibição da equipa, já que escusado será dizer que é fundamental começar com uma vitória.

sexta-feira, agosto 03, 2018

Eusébio Cup

Perdemos na passada 4ª feira com o Lyon por 2-3 num jogo que contou simultaneamente para a Eusébio Cup e International Champions Cup. Voltámos a cumprir a tradição dos últimos anos de oferecer o troféu que homenageia o nosso melhor jogador de todos os tempos a quem nos visita. Foi o último teste antes do jogo frente ao Fenerbahçe e foi pena que a primeira derrota da pré-temporada surgisse nesta altura.

Para não variar, começámos bem a partida e dominámos nos primeiros minutos. Mas o Lyon foi mais eficaz e chegou ao 0-2 em apenas quatro minutos, quase em cima do intervalo (41’ e 45’), já depois de nós termos atirado por duas vezes ao poste (Salvio e André Almeida). A 2ª parte principiou com a terceira(!) bola aos ferros, pelo Pizzi, que depois reduziu a desvantagem aos 59’ numa boa combinação atacante. Tal como o Lyon, não demorámos muito a marcar o segundo golo, aos 64’, num autogolo do Marcelo, que tinha marcado o primeiro dos franceses. Parecia que íamos repetir o Dortmund, mas a sete minutos do fim o Conti e o André Almeida ficaram a dormir depois de um cruzamento da direita e sofremos o 2-3 com que terminou o jogo.

Já deu para perceber que o Rui Vitória vai continuar a apostar num 4-3-3 e voltei a ficar com a impressão que o Castillo se encaixa melhor nele, pelo menos neste momento, do que o Ferreyra. O Zivkovic que, tal como o chileno, entrou na 2ª parte e foi co-responsável pela melhoria generalizada, parece melhor nesta altura do que o Cervi para o flanco esquerdo. A par do Fejsa e do Pizzi (bastante melhor do que na época passada), o Gedson também está a ficar imprescindível e voltou a ser dos melhores. A defesa é que não está famosa e sofremos golos muito defensáveis. A boa notícia desta pré-época é que aparentemente podemos ter um guarda-redes em condições dado que o Vlachodimos voltou a fazer um punhado de boas intervenções.

Na próxima 3ª feira, começa a competição a sério e logo com um adversário muito complicado. Ou vamos para a Turquia com um resultado minimamente confortável (o ideal seria no mínimo 2-0) ou as coisas vão ser muito complicadas. E não podemos mesmo falhar esta entrada na Champions!