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domingo, dezembro 31, 2017

Empates

Empatámos na passada 6ª feira em Setúbal (2-2) na 3ª e última jornada da fase de grupos da Taça da Liga. Depois de percursos brilhantes nas épocas passadas, em que só não chegámos às meias-finais na primeira das dez edições anteriores, este ano nem uma vitória conseguimos! Se o percurso na Champions foi vergonhoso, numa escala (obviamente) diferente, este também não lhe fica atrás.

Vindos das férias do Natal, o Rui Vitória não rodou os titulares e apostou numa equipa secundária para este jogo. Se o derby correr bem, foi genial, caso contrário, será crucificado. Digo desde já que acho esta opção de não os utilizar muito arriscada, mas veremos… Nem entrámos mal na partida, com o Rafa a mostrar-se mais empenhado que em jogos anteriores, mas em nove minutos (30’ e 39’) sofremos dois golos de bola parada, pelos centrais Vasco Fernandes e Pedro Pinto. No primeiro, o Svilar bateu no poste e teve que ser substituído uns minutos depois pelo Bruno Varela, que teve uma saída em falso na sua primeira intervenção da qual resultou o segundo golo. Confesso que temi o pior, porque mesmo sendo uma equipa de não-titulares uma derrota pesada deixa sempre mossa.

No entanto, a 2ª parte foi completamente diferente para melhor. Claro que o inenarrável Filipe Augusto ainda isolou o Gonçalo Paciência, mas o Varela redimiu-se do golo e saiu bem aos pés do avançado e evitou o 0-3. Aos 52’, aconteceu o momento do jogo: boa abertura do Rafa, domínio fabuloso no ar do João Carvalho, finta perfeita sobre um defesa e assistência para o Seferovic só ter que encostar. Que golão! Aos 58’, um canto curto do Zivkovic encontrou a cabeça do Rúben Dias para fazer a igualdade. Até final, ainda tivemos oportunidades pelo Seferovic (boa abertura do Eliseu, domínio excelente do suíço, mas remate ao lado) e Jiménez Seferovic (boa abertura do Douglas, mas remate completamente falhado do mexicano), porém o resultado não se alterou.

Com o Gabriel Barbosa a já nem regressar das férias no Brasil, o Douglas e o Filipe Augusto também podem voltar para lá. O Samaris faz sempre jogos horríveis quando não joga com os titulares e o Eliseu também esteve uns furos abaixo. O Rafa começou bem (teve uns quantos domínios de bola impressionantes), mas foi decaindo ao longo do tempo e fica sempre a ideia de que é um desperdício de talento. O Zivkovic desaproveitou igualmente a oportunidade, apesar da assistência para o segundo golo. Quem não se percebe porque é que só em Dezembro começou a ter (e ainda por cima poucas) oportunidades é o João Carvalho. O lance do primeiro golo não engana e não temos muitos médios a conseguir fazer uma jogada daquelas. Com o Pizzi muito longe da sua melhor forma, a sua pouca utilização é um mistério que eu gostaria de ver esclarecido.

No próximo dia 3, recebemos a lagartada na Luz. É um jogo decisivo que vai influenciar o resto da nossa época. Qualquer que seja o resultado. Duvido muito que consigamos o penta se não o ganharmos.

segunda-feira, dezembro 25, 2017

Feliz Natal

Os meus desejos habituais de um Glorioso Natal (como me disse uma grande amiga minha, que seja mais Glorioso do que o Glorioso tem sido ultimamente) a todos os que seguem este blog.

quinta-feira, dezembro 21, 2017

Deplorável

Empatámos com o Portimonense (2-2) na Luz para a Taça da Liga e estamos em sérios riscos de sermos eliminados ainda antes da última jornada do grupo (basta o V. Setúbal ganhar ao Braga)! Ou seja, é bem provável que entremos em 2018 só com o campeonato para jogar. Nós… que temos limpo quase todas as competições em Portugal nos últimos quatro anos!

Quando aos 53 segundos(!) o Jonas inaugurou o marcador e o Lisandro aumentou a vantagem para 2-0 aos 33’, toda a gente estava longe de pensar que o resultado seria o que foi. Ainda por cima, porque nós trocámos poucos jogadores em relação a Tondela e o Portimonense fez exactamente o contrário e alinhou com uma série de suplentes. Na 2ª parte, os algarvios marcaram também cedo (47’) e a 6’ do fim. E não se pode dizer que o resultado tivesse sido injusto. À semelhança da Taça de Portugal, o Rui Vitória resolveu inovar ao colocar o Seferovic ao lado do Jonas a 9’ do fim e tirando o Pizzi. Quer dizer, jogamos em 4-3-3 a maior parte do tempo e perto do fim, quando se antevia um assalto final do adversário, desfazemo-lo e alinhamos com Keaton Praks (que já tinha substituído o Samaris!) e Krovinovic no meio-campo… Brilhante…! 

Não vou obviamente fazer destaques individuais a mais este péssimo resultado, numa triste despedida de 2017, vou só dizer o seguinte: se dependesse de mim, eu marcaria um treino para a tarde de dia 23 e outro para a manhã de 26. Perante a vergonhosa campanha nas competições a eliminar desta época, nenhum dos jogadores teria tempo para ir para o seu país de origem.

segunda-feira, dezembro 18, 2017

Retoma

Goleámos em Tondela (5-1) e demos uma excelente resposta à eliminação da Taça de Portugal a meio da semana. Depois da segunda desilusão da época, este jogo era fundamental não só por isso, mas também para chegar ao derby da próxima jornada em condições de alcançar a lagartada (que ganhou 2-0 ao Portimonense), que continua a três pontos (o CRAC só recebe hoje o Marítimo).

Só com a alteração do Lisandro no lugar do lesionado Luisão, a 1ª parte foi totalmente nossa, excepto nos minutos iniciais em que o Tondela teve a única ocasião de perigo, com um lance parecido com o segundo golo do Rio Ave na 4ª feira, mas desta feita felizmente com menos pontaria do avançado. Às costas do Fejsa, que limpava o meio-campo todo, o Krovinovic dava cartas e fez uma abertura fantástica para a direita, para o André Almeida acertar um centro para os pés do Pizzi, que rematou por entre as pernas do guarda-redes e inaugurou o marcador. Estávamos no minuto 17 e o melhor jogador da época passada finalmente regressava aos relvados, cinco meses depois do início da temporada. Praticamente não deixávamos o Tondela passar de meio-campo e fizemos o 0-2 aos 26’ numa boa jogada pela esquerda, com excelente centro do Grimaldo para a concretização de cabeça do Salvio, sem levantar os pés do chão. Em cima do intervalo, já em tempo de compensação, acabámos com o jogo ao fazer o 0-3 num bis do Pizzi, depois de uma combinação atacante brilhante, com uma assistência em chapéu do Salvio para o nº 21 rematar de primeira sem hipótese para o guarda-redes, Cláudio Ramos.

Com o jogo decidido, entrámos a dormir na 2ª parte e o Tondela encostou-nos no nosso meio-campo. O que valeu é que só durou 10’, mas mesmo assim por duas vezes o Bruno Varela teve de se aplicar para que o adversário não marcasse. Aos 60’, acabámos com as veleidades do Tondela ao marcar o quarto golo pelo Jonas, num canto estudado, em que o Grimaldo marcou rasteiro para a marca do penalty, com o brasileiro a não falhar. Já é a segunda vez esta época que marcamos um golo assim, depois de anos consecutivos a tentá-lo. Aleluia! Como o derby é já na próxima jornada e o Fejsa já tinha visto um amarelo, a meio da 2ª parte entrou o Samaris. Aos 76’, o Krovinovic fez um passe muito à queima para trás, o Jardel não tem pique por estes dias, e o Heliardo ficou isolado sobre a esquerda, rematou cruzado, o Varela ainda defendeu, mas a bola sobrou para o Tyler Boyd, que só teve que encostar. Sofrer um golo irrita-me sempre, ainda para mais num jogo destes e desta forma! No entanto, dois minutos depois, o Salvio fez nova abertura genial para o Pizzi, que assistiu o Jonas no centro da área para fazer o 1-5. Bis do brasileiro a alargar a sua vantagem nos melhores marcadores para cinco golos. Até final, ainda deu para o Rui Vitória poupar o André Almeida, que estava tapado por amarelos.

Como toda a equipa esteve muito bem, não é fácil fazer destaques individuais. O Jonas e o Pizzi merece-no, porque dois golos são sempre dois golos e, especialmente, no caso do português são os primeiros da época! Também gostei bastante do Lisandro, que é bom que esteja em forma, porque vai ser necessário nos próximos jogos perante a indisponibilidade do Luisão. O Fejsa tal como disse, foi grande no meio-campo e o Krovinovic torna-se cada vez mais influente. Um dos jogadores que (incompreensivelmente) tem muitos anticorpos entre os adeptos, o Salvio, foi igualmente dos melhores, com um golo e participação activa noutros dois. Tomar de ponta um jogador tetracampeão pelo Benfica é algo que nunca me deixará de espantar...! O Cervi na esquerda foi o lutador habitual e complementa-se muito bem com o Grimaldo.

Até final de 2017, seguem-se dois jogos da Taça da Liga que deveria ser a competição menos importante, mas com a vergonhosa participação na Champions e a eliminação inglória na Taça da Portugal passou a ser o segundo objectivo da época. Principalmente por isso, mas também porque o derby é já 3 de Janeiro e é preciso manter a confiança em alta, será fundamental atingirmos final four desta competição em Braga.

quinta-feira, dezembro 14, 2017

Rui Derrota

Perdemos em Vila do Conde frente ao Rio Ave por 2-3 (a.p.) e fomos afastados da Taça de Portugal logo nos oitavos-de-final. Depois da mais vergonhosa participação europeia da nossa história, exigia-se que disputássemos as competições nacionais até ao fim. No entanto, ainda nem chegámos ao Natal e já só temos o campeonato e a Taça da Liga. A época está a caminho de ficar memorável, mas não pelas melhores razões…

Com a mesma equipa que derrotou o Estoril, entrámos muito bem na partida e durante a 1ª parte dominámos totalmente o Rio Ave. De tal modo, que deveríamos ter chegado ao intervalo com uma vantagem superior à que tivemos. Tivemos uma bola ao poste de um defesa do Rio Ave (seria autogolo) e um remate do Salvio em muito boa posição, mas que saiu ao lado. No entanto, aos 36’ marcámos mesmo num golão do Jonas, com um remate de primeira sem deixar a bola cair depois de um centro do André Almeida.

A 2ª parte começou pessimamente, com uma perdida de bola incrível do Cervi perto da nossa área que resultou no empate logo aos 47’ pelo Lionn. Foi pena, porque o argentino até estava a ser dos melhores, mas é um erro crasso. Assim como aos 62’ houve outro erro difícil de entender, quando o Rúben Ribeiro, perante quatro(!) jogadores nossos, consegue ter espaço e tempo para armar um remate em arco que virou o resultado. I-N-A-C-R-E-D-I-T-Á-V-E-L!!! Não baixámos os braços, respondemos bem, a entrada do Jiménez para o lugar do inenarrável Pizzi melhorou imenso o nosso jogo e tivemos um penalty indiscutível por agarrão ao Jonas aos 83’. Infelizmente o Cássio correspondeu com uma magnífica defesa ao remate forte do mesmo Jonas. O Zivkovic já tinha entrado para o lugar do Cervi e o momento que definiu o jogo deu-se pouco depois: o Rui Vitória colocou o Seferovic no lugar do Grimaldo. Mas já lá vamos a isto… Aos 86’, conseguimos fazer a igualdade pelo Luisão, na sequência de um canto bem marcado pelo Zivkovic e desviado pelo Jardel ao primeiro poste. Já no tempo de compensação, o Luisão magoou-se e teve que sair. Ficámos a jogar com 10 durante todo o prolongamento, com a maioria dos jogadores fora do lugar e era óbvio que o terceiro golo era só uma questão de tempo: aconteceu logo aos 94’ pelo Guedes num lance em que o Seferovic (que estava a extremo-esquerdo!) o colocou em jogo. Até final, ainda tivemos uma grande oportunidade pelo Seferovic, mas o Cássio correspondeu com uma óptima defesa. Mesmo com dez e só com quatro desses no seu lugar de origem (Bruno Varela, Jardel, Fejsa e Jonas), criámos muitos calafrios ao Rio Ave. Imaginemos com 11…

Não vou fazer destaques individuais, vou antes dedicar o resto do tempo com o momento que nos fez perder o jogo: a entrada do Seferovic para o lugar do Grimaldo. Ora bem, será ninguém avisou o Rui Vitória que o jogo tinha prolongamento?! Será que nunca passou pela cabeça do Rui Vitória que, mesmo que marcássemos, jogar mais 30’ com três pontas-de-lança e sem defesa-esquerdo era muito arriscado, e iria inevitavelmente desequilibrar a equipa?! Será que o Rui Vitória não viu que até nem estávamos a jogar mal, mesmo depois de sofrermos o 2-1, estávamos a criar oportunidades e a remeter o Rio Ave para o seu meio-campo?! Será que o Rui Vitória acha que é obrigatório fazer as três substituições?! Será que o Rui Vitória não percebe que o Grimaldo é melhor defesa-esquerdo que o Zivkovic e que o Zivkovic é melhor extremo-esquerdo que o Seferovic e que, portanto, andar a colocá-los fora do lugar com (desejavelmente, como veio a acontecer) 30’ para jogar é simplesmente… estúpido?! (Como se viu durante o prolongamento, em que o Seferovic tem pelo menos dois centros para trás da baliza, quando estava em óptima posição e com colegas no meio para servir…!) É que o Rui Vitória bem pode dizer que a lesão do Luisão desequilibrou a equipa, mas isso só aconteceu por culpa… dele! Aquela substituição não lembra ao Diabo! Eu levei logo as mãos à cabeça, porque não era muito difícil ver-se no que ia dar. Estou perfeitamente convencido de que 11 para 11 ganharíamos. E isso teria acontecido se o Rui Vitória tivesse deixado uma substituição para fazer no prolongamento. Porque, e vou voltar a repetir isto, até nem estávamos a jogar mal depois de estarmos em desvantagem e teríamos mais 30’ para fazer! Foi uma decisão incompreensível que nos custou a eliminação de uma forma inglória e portanto o culpado é só um: Rui Vitória.

Veremos como a equipa vai reagir no próximo domingo em Tondela a este desgaste físico e emocional. Ainda por cima, certamente que não vamos ter o Luisão. E escusado será dizer que não temos nenhuma margem de manobra para abébias.

domingo, dezembro 10, 2017

Regresso aos triunfos

Vencemos ontem o Estoril na Luz por 3-1, mas como os ouros dois também venceram (a lagartada 3-1 no Bessa e o CRAC goleou 5-0 em Setúbal) manteve-se tudo igual na frente do campeonato, connosco a três pontos de ambos.

Perante o último classificado, que trocou recentemente de treinador (saiu o Pedro Emanuel, entrou o Ivo Vieira), e depois do vergonhoso descalabro europeu, havia alguma expectativa de como a equipa iria reagir. Entrámos relativamente bem no jogo, com uma clara oportunidade logo no início num disparate do Moreira, que o Pizzi não aproveitou. Todavia, inaugurámos o marcador aos 13’ numa boa arrancada do Krovinovic, que um adversário tentou cortar, mas acabou por isolar o Cervi na esquerda e este centrou para o lado oposto, onde o Salvio só teve que encostar. Cinco minutos depois (18’), o mesmo Salvio isola-se na direita pouco depois do meio-campo, progride quase até à linha e centra para o meio, onde o Jonas também praticamente só teve que encostar para fazer o 2-0. A perder por dois golos, o Estoril avançou no terreno e começou a criar-nos alguma dificuldades. O Bruno Varela largou uma bola fácil, felizmente sem consequências, mas começou a sobressair pouco depois, com uma óptima defesa num remate cruzado. No entanto, em cima do intervalo, na mesma jogada em que o Fejsa fez penalty (escusado), o Estoril reduziu para 1-2 num magnífico cabeceamento do Kléber, que se antecipou ao Jardel. Desde 17 de Setembro (há quase três meses!) que o Estoril não marcava um golo.

Este golo transformou um jogo praticamente ganho numa incerteza que se alargou à 2ª parte e o que que é certo é que foi o Varela a impedir a igualdade numa fantástica intervenção logo no reinício, num lance em que a bola ainda ressalta no André Almeida. Nós voltávamos a imprimir velocidade ao jogo e a defesa muito subida do Estoril abria grandes crateras nas costas. E foi numa jogada rápida de combinação que o Krovinovic voltou a colocar a partida a salvo (59’), noutro desvio dentro da área depois de um centro do Cervi na esquerda. Dez minutos depois, ainda apanhámos um susto com o Estoril a reduzir, mas o vídeo-arbitro viu (e bem) que o Kleber tinha empurrado a bola com o braço. Até final, ainda tivemos uma ocasião soberana do Cervi, com o Moreira fora da baliza a defender de cabeça(!) um remate do argentino.

Em termos individuais, destaque para o Salvio (um golo e uma assistência), para o Krovinovic, cada vez mais preponderante no nosso jogo atacante, e para o André Almeida, que raramente perdeu um lance e terá feito um dos seus melhores jogos de sempre pelo Benfica. O Cervi na esquerda esteve mais discreto, mas tem uma capacidade de luta praticamente inesgotável. O Jonas continua a facturar como se não houvesse amanhã e, na defesa, o Luisão mostra-se imperial como sempre. Quanto aos menos, menção quase obrigatória para o Pizzi, que continua completamente fora dela.

Olhando para a tabela classificativa, foi um jogo menos tranquilo do que se poderia pensar. Mostrando a espaços bom futebol, principalmente na 1ª parte, ainda não conseguimos fazer com que ele durasse 90’. No entanto, conseguimos a vitória que era fundamental. Na próxima 4ª feira, teremos um dos jogos da época, com a ida a Vila do Conde para a Taça de Portugal. Depois daquela eliminação vergonhosa na Europa, é obrigatório estarmos nas decisões das provas nacionais.

quarta-feira, dezembro 06, 2017

Humilhação histórica

Perdemos com o Basileia (0-2) na Luz e fizemos o pleno na Liga dos Campeões deste ano: seis jogos, seis derrotas! Mais: 1-14 em golos! Eu repito: 1-14 em golos! Apenas meio ano depois de conseguirmos o inédito tetra, voltamos a entrar na história pelos piores motivos. E não é só numa história, é em várias histórias.

Não vou estar com falinhas mansas e ODEIO o politicamente correcto, portanto cá vai: o que se passou este ano na Liga dos Campeões é a maior vergonha desportiva da nossa história! Esqueçam os 0-7 em Vigo, os 0-5 na Supertaça com o CRAC, os 1-7 com a lagartada, todos os (felizmente poucos) resultados destes que tivemos. Porque eles são apenas isso mesmo: resultados pontuais. Acontecem. Agora, em seis jogos não fazer um único ponto, marcar somente um golo (segundo o que ouvi na rádio, o Dínamo Zagreb foi a única equipa a não marcar nenhum golo numa fase de grupos), tornar-se a pior equipa portuguesa e o pior cabeça-de-série de sempre da competição, não é apenas um resultado pontual. É algo que nos deve envergonhar a todos. Porque nós somos o que somos graças à história. Não é por termos ganho um campeonato que somos a maior equipa portuguesa. É por termos ganho 36. Portanto, não podemos desprezar nem desvalorizar a história. Da mesma maneira que não o fazemos quando corre bem, também não o devemos fazer quando corre mal. Porque a história (ao contrário do que alguns acham), não se apaga.

E o que se fez ontem foi precisamente desvalorizar a história. Isto não era a Taça da Liga para andar a rodar a equipa. Era a Liga dos Campeões que todo o mundo vê. Eu já nem falo do 1,5M€ de prémio de vitória. Porque o lucro não me interessa enquanto adepto. Ninguém vai para o Marquês comemorar a venda do Renato Sanches por 35M€ ou os lucros do relatório & contas. Interessam-me as vitórias, os títulos e o prestígio do Benfica. E nada disto foi acautelado este ano. A equipa que o Rui Vitória apresentou, somente com dois titulares (Jardel e Pizzi), foi logo um indício que defender o nosso prestígio era algo que não nos assistia, como diria o outro. Sofremos um golo aos 5’ (Elyounoussi) e outro aos 65’ (Oberlin), e em ambos o Douglas foi um espectador privilegiado (a propósito, quem é que foi descobrir esta abécula?!). Pelo meio fomos tentando, mas com muita falta de jeito e um empenho q.b.

Acho bem que toda a estrutura do Benfica se mentalize que só há uma maneira de compensar esta humilhante participação: o penta. Isto não é um desejo, nem uma vontade. É uma exigência para amenizar esta nódoa indelével em 113 anos de gloriosa história. QUE VERGONHA!

segunda-feira, dezembro 04, 2017

Na luta

Empatámos em Mordor (0-0) na passada 6ª feira e mantivemo-nos a três pontos do CRAC, que agora tem a companhia da lagartada (1-0 ao Belenenses) no 1º lugar. Para o futebol que tínhamos vindo a demonstrar até há bem pouco tempo, não foi um mau resultado e esteve em consonância com o que pretendíamos, porque jogámos a maior parte do tempo para não perder. No entanto, e percebendo que estávamos no estádio que maiores dificuldades nos tem criado ao longo da história, se mostrássemos um pouco mais de ambição não teria feito mal nenhum.

O Rui Vitória manteve a equipa que goleou o V. Setúbal e entrámos muito bem no jogo, surpreendendo o CRAC. O Jonas teve logo no início uma grande oportunidade de cabeça, mas o José Sá conseguiu defender. A 1ª parte não teve assim grandes oportunidades de golo em nenhuma das balizas, porque os (poucos) remates acabaram por ser interceptados ou saíram com má direcção. Para quem estava à espera que fôssemos massacrados, os planos saíram furados, até porque o jogo foi muito repartido.

A 2ª parte foi diferente, porque nós nunca conseguimos sair a jogar como na 1ª. O que implicou que o CRAC passasse muito mais tempo no nosso meio-campo e criasse mais oportunidades. O que nos valeu foi que o Bruno Varela se assumiu como um dos melhores em campo e foi defendendo (às vezes, a dois tempos) o que lhe apareceu à frente, nomeadamente remates do Brahimi e Marega. O Rui Vitória percebeu que estávamos a perder o meio-campo e fez entrar o Samaris para o lugar do inoperante Pizzi. As coisas melhoraram um pouco e a cerca de 15’ do fim entrou o Zivkovic para o lugar do Cervi. Finalmente conseguimos esticar o jogo e a área do CRAC deixou de ser um one man’s land. No entanto, o sérvio viu dois amarelos em apenas 2’ e a parte final do jogo foi muito difícil para nós, valendo-nos a falta de pontaria do Marega em dois lances em que só tinha que encostar.

Em termos individuais, grande jogo do Bruno Varela, que terá ganho uma segunda vida depois do erro clamoroso do Bessa. Neste momento, a baliza é mais que dele. Os centrais Luisão e Jardel também estiveram bem, especialmente este último cujas últimas exibições vinham sendo uma desgraça. O André Almeida raramente compromete nos jogos grandes, mas do outro lado o Grimaldo esteve péssimo, tendo sido responsável por duas das grandes oportunidades falhadas pelo Marega. O Fejsa subiu em relação a partidas anteriores, ao contrário do Pizzi que continuou a revelar uma pobreza franciscana (se protestou com alguém pela substituição, espero que tenha sido com ele próprio!). O Krovinovic foi dos melhores na 1ª parte e na 2ª pertenceram-lhe as nossas grandes oportunidades, especialmente uma em que, depois de um ressalto, ficou isolado, mas permitiu que o José Sá lhe saísse aos pés e evitasse o golo numa altura em que já estávamos com dez. Nas alas, o Cervi e o Salvio lutaram bastante, mas não se mostraram muito em termos atacantes. O Jonas fartou-se de levar pancada, mas passou muito ao lado do jogo. O Samaris foi importante ter entrado para segurar o meio-campo que estava perdido na altura e o Jiménez na parte final foi a nossa primeira linha da defesa. A última palavra é para o Zivkovic: estivemos à beira de ter um novo Carlos Martins. Independentemente da justeza ou não do primeiro cartão, ter aquela entrada já sabendo que estava amarelado revela uma acefalia gritante! Espero que tenha um mês de multa no ordenado! Jogadores muito talentosos, mas que se esquecem do cérebro em casa quando vão para o campo não servem. É bom que ele perceba isso, senão adeusinho e boa viagem! Estou convencido que sem aquela idiotice se calhar ainda poderíamos ter ganho o jogo, porque estávamos a conseguir apanhá-los em contrapé. Além disso, as grandes oportunidades do CRAC surgiram só depois da expulsão, pelo que o sérvio acabou por ter sorte por não se ter tornado o responsável pelo nosso afundanço. 

Mesmo a jogar um futebol muito sofrível, o que é certo que que chegamos a Dezembro, já com a ida a Mordor, a três pontos do 1º lugar. O que nos leva a pensar que, se melhorarmos um bocado, podemos chegar mais além. Como infelizmente fomos corridos da Europa, temos mais que obrigação de nos concentrar no penta.

P.S. – O Sr. Jorge Sousa exibiu uma dualidade de critérios gritante, especialmente a nível disciplinar. O Felipe é um herdeiro muito competente de animais como o Bruno Alves ou o Paulinho Santos e é inacreditável que tenha chegado ao fim do jogo sem nenhum cartão. Mesmo assim, o CRAC está farto de ladrar com um suposto golo mal anulado, num lance em que o Grimaldo é ensanduichado e não consegue saltar à bola (sim, não há fora-de-jogo, mas o árbitro também já tinha apitado logo no primeiro remate), e com uma bola que bate na perna do Luisão, mas eles querem à força toda que seja braço. Dizem eles que foram “roubados”...! A sério...?! Quem mesmo falar em roubos na casa deles...? Vamos lá, então, recordar isto pela enésima vez, porque, ao contrário do que eles fazem no seu próprio museu (com uma foto onde a Carolina Salgado deixou de aparecer), a história não se apaga: um, dois, três e, o meu favorito, quatro.