domingo, outubro 30, 2016
Perfeito
Foi um fim-de-semana inesquecível! Na sexta-feira, ganhámos ao Paços
Ferreira por 3-0 e vimos a lagartada
ir empatar a zero na Choupana. Ontem foi a vez de acontecer história, porque o
CRAC empatou também a zero em Setúbal, algo que já não acontecia há quase duas
décadas! Ou seja, a uma semana de irmos a Mordor, temos agora cinco e sete
pontos de vantagem respectivamente. Que sonho!
A partida frente ao Paços começou muito disputada, com eles a não se
cingirem a defender. Tivemos inúmeras oportunidades para marcar, mas só o
conseguimos aos 26’ pelo Gonçalo Guedes, numa bomba já dentro da área sob o
lado direito. Até ao intervalo deveríamos ter resolvido o jogo, já que tivemos
mais que oportunidades para tal. Quanto ao adversário, teve a única
oportunidade de golo já perto do descanso numa saída do Ederson que não aliviou
a bola tanto quanto deveria, mas felizmente a recarga saiu por cima.
Com somente um golo de vantagem e na véspera da Champions, tive medo que a equipa fosse deixando arrastar o jogo à
espera do apito final. Não foi isso que aconteceu, mas voltámos a ver o Paços
entrar bem na partida e criar perigo num remate do Pedrinho a rasar o poste. O
Gonçalo Guedes respondeu com uma boa jogada em que o remate saiu ao lado, mas
aos 64’ marcámos mesmo: centro do Eliseu na esquerda, o Mitroglou deixou passar
a bola e o Salvio rematou na passada. Podíamos finalmente respirar um pouco
melhor e até deu para entrar o Carrillo (que poderia ter marcado, não fosse o
defesa cortar quase sobre a linha). Aos 87’, na enésima boa combinação entre
Pizzi e Salvio, desta feita com o Jiménez, foi o português a atirar sob as
pernas do guarda-redes e a fazer o resultado final.
Em termos individuais, destaque para ao Gonçalo Guedes. Está numa superforma
e neste momento é titular indiscutível. Também muito bem está o Nélson Semedo,
cujo pulmão atacante parece não acabar. O Pizzi teve um jogo ao seu nível, a
falhar alguns passes e a não tomar, de vez em quando, as melhores decisões, mas
depois lá marca um golito ou faz uma assistência. Voltámos a manter a baliza
intacta, o que é muito importante para a manutenção da confiança de Luisão
& Cia. O Cervi continua bastante lutador e numa fase bem positiva.
Sinceramente, no meu tempo de vida, não me lembro de ir a Mordor com esta
margem de segurança. Mas estamos só na 9ª jornada e há que manter a calma. Esta
exibição não foi tão conseguida como a de Belém, mas a solidez defensiva não
permitiu ao Paços ter grandes hipóteses de marcar. E relembro que continuamos
com jogadores fundamentais de fora. Nos últimos 30 jogos para o campeonato,
temos 28 vitórias, um empate e uma derrota. Impressionante!
segunda-feira, outubro 24, 2016
Categórico
Com mais uma alegria que o grande Petit nos deu na véspera (é
definitivamente o maior!), estava com grande expectativa para ver como a equipa
reagiria não só a isso como também ao jogo europeu em Kiev. E o que é certo é
que a resposta não poderia ter sido mais concludente. O Mitroglou teve uma
óptima oportunidade logo a abrir, mas não demorou muito a colocar-nos em
vantagem: canto muito bem marcado pelo Pizzi aos 10’ e cabeçada fulgurante do
grego a fuzilar o guarda-redes. A 1ª parte foi um festival de bom futebol da
nossa parte e golos falhados. Numa das melhores jogadas da partida, entre
Mitroglou, Pizzi e Salvio, o argentino rematou à figura. Até ao intervalo, o
Cervi viu um remate seu que ia para a baliza ser desviado por um defesa, o
Mitroglou atirou ao poste com a bola a percorrer a linha de golo e a sair pela
linha de fundo do outro lado (o guarda-redes desviou-a ligeiramente, impedindo
o golo, mas o árbitro não viu e marcou pontapé de baliza), e o mesmo Mitroglou
tentou servir o Gonçalo Guedes num lance em que deveria ter rematado cruzado.
Quanto ao Belenenses, só uma cabeçada do Yebda obrigou o Ederson a uma boa
defesa.
Saí para o intervalo bastante chateado por o jogo ainda não estar decidido,
porque nas ressacas dos encontros europeus as nossas segundas partes costumam
ser mais fracas e menos intensas, além de que, com a chuva a aparecer em força
a espaços, o campo poderia ficar impraticável aumentando o nível de
aleatoriedade. O Belenenses entrou e durante dez minutos jogou no nosso
meio-campo, mas sem criar verdadeiras oportunidades de golo com excepção de um
livre na meia-lua, que foi (felizmente) três pontos para o País de Gales. Logo
a seguir, uma arrancada do Salvio que permitiu nova defesa ao Joel Pereira
voltou a colocar-nos no controlo do jogo. Poderíamos (e deveríamos) ter feito o
segundo pelo Mitroglou noutra grande jogada colectiva, após um centro rasteiro
do Grimaldo, em que o grego só com o guarda-redes pela frente remata contra
ele, quando tinha a baliza completamente escancarada (pareceu o falhanço frente
ao CRAC na Luz na época passada, quando atirou ao lado com o Casillas batido).
No entanto, aos 65’ marcámos mesmo pelo Grimaldo com um remate cruzado rasteiro
do lado esquerdo, depois de uma abertura magnífica do Gonçalo Guedes. A partida
estava bem encaminhada, mas pouco depois o Ederson largou uma bola fácil e o
Belenenses só não marcou, porque o muro Fejsa ofereceu o corpo à bola
bloqueando o remate. Até final, ainda tivemos mais uma bola à trave pelo Cervi
e um remate do Jiménez, entretanto entrado para o lugar do Mitroglou, que foi
desviado por um defesa para canto.
Em termos individuais, há vários destaques a fazer: Nélson Semedo, que terá
feito provavelmente a melhor exibição desde que voltou de lesão; Grimaldo, pelo
golo e por ter conduzido imensos ataques pela esquerda; e Salvio, por estar
aparentemente de regresso aos bons velhos tempos. O Gonçalo Guedes é já uma
certeza e não vai ser fácil sair da equipa, porque tem uma aceleração como
poucos e fisicamente está muito mais poderoso, o que lhe permite aguentar muito
bem o choque com os defesas. O Cervi atravessa igualmente uma fase de grande
confiança e é uma grande ajuda também a defender. O Fejsa é absolutamente
intransponível e termos de volta o Luisão dos bons velhos tempos é priceless!
Fizemos um jogo brilhante e conseguimos a 16ª vitória consecutiva fora de
casa, batendo o recorde de mais de 40 anos do Jimmy Hagan. O que é mais de
realçar quando continuamos a ter uma série de jogadores importantes indisponíveis
(Jonas, Jardel, Rafa, André Horta e Samaris), aos quais espero que não se junte
o Grimaldo que saiu tocado desta partida. A equipa parece muito focada neste
objectivo histórico que é atingir o tetracampeonato. Esperemos que possa manter
esta regularidade até final.
quinta-feira, outubro 20, 2016
Supremacia
Vencemos o Dínamo em Kiev por 2-0 e colocámo-nos de novo na luta não só
pelo apuramento, como inclusive pelo primeiro lugar no grupo, já que o Besiktas
foi surpreendentemente ganhar a Nápoles.
Foi uma exibição categórica em que demonstrámos muita maturidade e a
justiça do nosso triunfo é incontestável, porque o Dínamo praticamente só criou
perigo quando já estava a perder por 0-2. Com o André Horta lesionado, o Pizzi
voltou a actuar no meio e o Rui Vitória, ao contrário de Nápoles, resolveu entrar
com 11 jogadores e o Carrillo ficou no banco com o Cervi a saltar para a
titularidade. Entrámos bem e marcámos logo aos nove minutos num penalty
indiscutível do Antunes sobre o Gonçalo Guedes que o Salvio concretizou
enganando o guarda-redes. Na 1ªparte, os ucranianos praticamente não criaram
perigo e, nas situações de remate que tiveram, este saía invariavelmente por
cima. Quanto a nós, também só tivemos mais uma ocasião, pelo Salvio, com um
remate fraco e à figura depois de uma boa combinação com o Nélson Semedo.
A 2ª parte foi mais movimentada e nós aumentámos a vantagem logo aos 55’: o
Salvio ganha um ressalto na direita, centra atrasado para o Cervi que remata
com a bola a embater no Mitroglou, sobra de novo para o argentino que finta um
defesa e atira para o lado contrário do guarda-redes. Bom golo do Cervi e
grande mérito ao nunca desistir da jogada. A partir daqui, o Dínamo aumentou a
pressão e nós possivelmente teremos relaxado um bocado. O que nos valeu foi que
na baliza estava o intransponível Ederson que por umas quantas vezes impediu
que sofrêssemos um golo (uma das quais com o Yarmolenko isolado perante ele).
Só teve uma falha numa saída dos postes, mas o mesmo Yarmolenko não estava à
espera e a bola bateu-lhe no corpo e saiu para fora. Da nossa parte, tivemos
remates do Salvio (à figura do guarda-redes) e Gonçalo Guedes (muito por cima)
que nos poderiam ter dado uma tranquilidade ainda maior.
Pelo golo que marcou, pelo que lutou e pela qualidade individual em duas ou
três fintas fantásticas, o destaque maior tem que ir para o Cervi. Parece
começar a ficar mais adaptado ao futebol europeu e, se seguir as pisadas dos
dois últimos extremos-esquerdos argentinos que tivemos, ficaremos muito bem
servidos. Gostei mais uma vez do Gonçalo Guedes, cujo nome está ligado à nossa
vitória pelo penalty que sofreu depois de uma boa jogada individual. O Fejsa
voltou a ser o muro do costume e o Ederson também foi fundamental para a
manutenção da nossa baliza a zeros. O Salvio só começou a jogar a partir dos 60’,
mas acabou por ter uma exibição positiva no global. Continuo muito contente por
ver o Luisão a voltar os bons velhos tempos. Quanto ao Nélson Semedo, continua
com as mesma virtudes a atacar e alguns defeitos a defender (a forma como foi
batido já perto do final num canto, em que o avançado só não marcou de cabeça
por aselhice, foi ridícula).
A cerca de oito minutos do final e certamente para estimular as relações
bilaterais entre Portugal e a Ucrânia, o Rui Vitória resolveu ser generoso para
com o Dínamo de Kiev e colocou o Celis em campo para equilibrar as coisas e dar
mais emoção ao jogo. No entanto, desta feita o colombiano não esteve ao seu
nível habitual e não ofereceu nenhum golo ao adversário. Na última substituição
e também porque não convém abusar, o Rui Vitória colocou (e bem) e Eliseu em
vez de dar mais uma benesse ao adversário fazendo entrar o Carrillo.
O triunfo do Besiktas em Nápoles é que não estava no programa e, mais do
que o empate, eu até preferia a vitória dos italianos. Desta forma, continuam
eles na frente com seis pontos, os turcos com cinco, nós com quatro e os
ucranianos com um. Convém não esquecer que estes mesmos ucranianos nos deram
uma grande alegria em Mordor na época passada, pelo que daqui a duas semanas teremos de
estar muito concentrados para ganhar o jogo na Luz. Da forma com a
classificação está, essa vitória é fundamental.
segunda-feira, outubro 17, 2016
À rasca
Já se sabe que os jogos depois das selecções são sempre complicados e,
perante adversários de divisões inferiores, há a tendência para os
desvalorizar. O Rui Vitória apostou numa equipa de segundas linhas e pode
dizer-se que o chumbo foi quase colectivo. A 1ª parte teve duas velocidades da
nossa parte: devagarinho e parado. O 1º Dezembro, expectavelmente, fechou-se na
defesa e nós não conseguimos imprimir o ritmo necessário para os desposicionar.
Só uma cabeçada do José Gomes, perto do intervalo, deu a sensação de golo.
Na 2ª parte, voltámos a jogar com 11, porque saiu a nulidade exasperante
Carrillo e entrou o Gonçalo Guedes. O aumento do ritmo deu frutos logo aos 50’,
num bom lance do Danilo, que simulou perante um adversário, tirou-o do caminho
e meteu a bola por baixo das pernas do guarda-redes. Estávamos a controlar mais
ou menos o jogo, quando o Celis resolveu oferecer um penalty ao adversário, ao atrasar mal a bola ao Ederson e fazendo
com que este fizesse penalty. Como agora acabou a lei da tripla penalização
(penalty, expulsão e suspensão), desde que tente jogar a bola, um jogador não é
expulso mesmo que derrube um adversário que está em vias de fazer golo. Só me
lembrei disto a posteriori, pelo que durante o jogo pensei que o sr. Hélder
Malheiro (má arbitragem, muito permissivo com as entradas duras do 1º Dezembro)
tinha errado ao não expulsar o nosso guarda-redes. O Martim Águas (filho do
grande Rui e neto de enorme José) fez a igualdade aos 62’. Até final,
pressionámos mais, o Pizzi já tinha entrado antes do golo e ainda entrou o
Mitroglou, mas teve que ser o grande Luisão a marcar possivelmente um dos golos
mais tardios da nossa história, aos 96’ (confesso que não percebi o porquê de
tanto tempo de desconto), com um óptimo cabeceamento num canto do Pizzi.
Respirávamos todos de alívio, porque seria muito mau termos que disputar um
prolongamento nestas circunstâncias.
O Luisão foi, claro, o grande destaque da equipa. Estou muito contente por
esta subida de forma do capitão, pela sua reentrada em pleno no onze titular e
espero que isto se mantenha ao longo da época. O Danilo marcou um bom golo, mas
está naturalmente sem ritmo. O José Gomes batalhou muito na frente, mas sozinho
durante grande parte do jogo era difícil. O Cervi e o Zivkovic poderiam ter
aproveitado melhor a oportunidade, mas nada que se compare aos dois do costume:
o Carrillo continua sem interiorizar que tem um processo de higienização a
fazer e nem 10% faz; o Celis, eu juro que até estava a gostar minimamente dele
(e há testemunhas disso), mas depois resolve voltar ao seu estado natural de
oferecer golos aos adversários (é a terceira vez!). Ou muito me engano, ou são
dois jogadores que escusam de regressar depois do Natal.
Foi um jogo que não vai deixar saudades. Salvou-se o resultado e pouco
mais. Na próxima eliminatória, seria bom que jogássemos melhor, porque eu gosto
muito de ir ao Jamor em Maio.
terça-feira, outubro 11, 2016
6-0
Na jornada dupla de qualificação
para o Mundial de 2018, goleámos na 6ª feira Andorra e ontem as Ilhas Faroé por
este resultado. Tivemos o mérito de marcar cedo em ambos os jogos, o que os
tornou fáceis, e depois mantivemos a concentração para marcar mais golos que
podem ser muito importantes na qualificação, porque o primeiro critério de
desempate passou a ser a diferença de golos e não o confronto directo entre as
equipas.
Dois nomes sobressaíram nestes dois
jogos: Cristiano Ronaldo e André Silva. Em Aveiro, na passada 6ª feira, o
jogador do Real Madrid fez quatro golos e ontem o jovem avançado fez um hat-trick. No total dos dois encontros,
fizeram cinco e quatro golos, respectivamente. Frente a Andorra, aos 4’ já
estávamos a ganhar por 2-0 e, para além do C. Ronaldo e André Silva, o João
Cancelo também marcou. Ontem, marcámos o primeiro aos 12’ e o segundo aos 22’,
tendo os restantes golos sido marcados pelo João Moutinho e novamente pelo João
Cancelo. Aliás, o nosso defesa-direito tem o excelente registo de três golos em
três jogos pela selecção.
A menos boa notícia foi a Suíça ter
ido ganhar à Hungria na 6ª feira (com o golo da vitória a ser marcado no último
minuto), o que a mantém líder isolada do nosso grupo. Receberemos os suíços no
último jogo do grupo, mas serão as partidas frente à Hungria a decidir grande
parte da nossa sorte.
segunda-feira, outubro 10, 2016
Empate na Vila Belmiro
Empatámos no sábado com o Santos (1-1) no jogo de despedida do Léo e que
serviu igualmente para festejar o centésimo aniversário do estádio do Santos, a
casa do grande Pelé.
Com a maior parte dos jogadores nas selecções, mesmo assim fizemos uma
exibição bem interessante, especialmente nos primeiros 20’. Já se sabe que o
interesse maior destas partidas é ver em acção aqueles que não são titulares
indiscutíveis e, neste sentido, o Cervi teve bons pormenores no papel de
segundo avançado, o Danilo, enquanto teve pernas, mostrou personalidade, e o Zé
Gomes veio mexer com o nosso ataque na 2ª parte. Aliás, foram sobre ele os dois
penalties indiscutíveis de que beneficiámos: o primeiro concretizado pelo
Salvio aos 47’ e o segundo falhado pelo próprio Zé Gomes. Aos 87’, consentimos
a igualdade num grande frango do
Ederson, depois de uma cabeçada num livre. De negativo, salientar o toque que o
André Almeida levou na 1ª parte, que o fez sair ao intervalo (esperemos que não
seja nada de grave).
Foi pena que tivéssemos consentido a igualdade num jogo em que fomos
claramente melhores. Tempos houve em que estas partidas eram um suplício de
ver, porque o marasmo geralmente tomava conta dos nossos jogadores, mas é bom
verificar que hoje em dia mantemos a atitude competitiva em alta cada vez que
entramos em campo.
A festa do Léo foi bonita e gosto bastante de ver este género de homenagens a jogadores que deixam saudades por onde passam. O brasileiro foi um dos melhores defesas-esquerdos que passaram pela Luz nos últimos 10 anos e só foi pena que tenha saído de forma relativamente discreta, porque tivemos um treinador que achou que o Jorge Ribeiro era melhor do que ele…
segunda-feira, outubro 03, 2016
Goleada
Vencemos o Feirense na Luz por 4-0 e, com um sábado fantástico em que o V.
Guimarães, depois de estar a perder com a lagartada
por 0-3 aos 70’, conseguiu igualar a partida(!), estamos agora ainda mais
isolados na frente com três pontos de vantagem sobre os rivais. O nosso
resultado não espelha as dificuldades que tivemos, mas a vitória é
incontestável.
Já se presumia, desde Nápoles, que o André Horta não pudesse jogar e assim
passou o Pizzi para o meio, reentrando o Salvio na equipa. Regressaram também o
Gonçalo Guedes e o Ederson, mas a maior novidade foi (felizmente!) a entrada do
Luisão para o lugar do Lisandro. E que jogo fez o nosso capitão! O encontro não
começou nada bem e o Feirense só não se colocou em vantagem logo aos 2’, porque
um jogador seu conseguiu falhar isolado na pequena área o desvio a um
cruzamento da esquerda. Pouco depois, foi uma boa jogada do Gonçalo Guedes que
não deu golo do Mitroglou, porque a bola encontrou um defesa no seu caminho e,
na recarga, o Pizzi rematou com força, mas outro defesa cortou quase sobre a
linha. O Feirense não se remetia à defesa, mas verdade seja dita não criou
muito perigo. Ao invés, o Salvio teve duas boas oportunidades, mas o Peçanha
defendeu bem uma cabeçada e noutro lance (em que me pareceu que houve penalty
sobre o Mitroglou), a bola sobra para o argentino que atirou em boa posição ao
lado. Até que aos 35’, inaugurámos o marcador através de um autogolo do Luís
Aurélio num corte muito defeituoso depois de um lançamento lateral do Salvio.
Num lance caricato, mas chegámos finalmente à vantagem.
Na 2ª parte, o Feirense já não conseguiu exercer o mesmo tipo de pressão e,
depois de um remate do Salvio ao lado, fizemos o 2-0 aos 61’ noutro lance
atípico, em que um defesa tenta aliviar a bola, mas o mesmo Salvio estica-se
todo e consegue cortá-la na direcção da baliza. Muita sorte, mas também muito
mérito do argentino na sua acção defensiva. Pouco depois, voltávamos a jogar
com 11, porque saiu a nulidade Carrillo e entrou o Cervi, e foi mesmo ele a
fazer o 3-0 de cabeça(!) aos 70’ depois de um belo cruzamento do Nélson Semedo
na direita. Para todas as equipas, à excepção dos lagartos, o terceiro golo significa a vitória, mas, já agora e só
para variar, eu gostaria de não sofrer nenhum até final… O que esteve para
acontecer não fosse uma defesa por instinto do Ederson. No último minuto de
compensação, o entretanto entrado Zivkovic fez uma boa jogada e foi derrubado à
entrada da área. O árbitro, sr. Luís Ferreira, estava com problemas em
controlar a barreira, até que lá vai o grande Luisão meter ordem naquilo e o
Grimaldo só teve que colocar brilhantemente a bola na baliza. Um golão! Ao
invés de sofrer, marcar perto do fim é algo que faz com que saia do estádio
contentíssimo!
Em termos individuais, há vários destaques a fazer: grande jogo do Salvio,
especialmente a partir do seu golo, a fazer-nos salivar por (finalmente) um
regresso à sua forma habitual; exibição também excelente do Nélson Semedo; e, last but not least, gostei imenso do
regresso do capitão Luisão, que ganhou praticamente todos os lances de cabeça,
comandou magnificamente a defesa e, para quem ainda tivesse dúvidas acerca da
sua enorme mais-valia, basta ver o que fez no livre do quarto golo. Eu ia tendo
uma apoplexia quando houve aquela história do Wolverhampton: basta nós olharmos
para uma equipa mais a norte para vermos o que é que acontece quando se perde
as referências no plantel. Ainda bem não se cometeu esse disparate e que o
Luisão ficou! Voltei a gostar do Guedes (que, repito, não devia ter ficado do
fora em Nápoles) e do Fejsa (mais isto não é novidade). Pelo contrário, o
Carrillo precisa urgentemente de perceber que isto é o Benfica: jogadores como
ele, que já vêm com o pecado original, têm que fazer o dobro dos outros para
que nós nos esqueçamos da sua proveniência. Ora, este tipo nem 10% faz…! Ou
muda rapidamente, ou, à semelhança do outro, começo a ver horários dos voos
para o Peru…!
O Benfica anunciou lotação esgotada para este jogo, mas estiveram na Luz
58.637 espectadores. Era o jogo das Casas do Benfica e foi a partida com mais
assistência da Liga até agora, mas mesmo assim eu não percebo onde é que
estavam as restantes 5.000 pessoas… De qualquer maneira, uma assistência destas
contra o Feirense é obra! Tricampeões, primeiro lugar e jogos às 16h é o que
dá.
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