P.S. – Um dos avançados magoou-se e o Jonas foi chamado à selecção brasileira. Que grande chatice! Ainda por cima, porque os jogos são todos oficiais de qualificação para o próximo Mundial. Tenho sempre imenso medo destes jogos das selecções, porque o nosso histórico é infelizmente muito prejudicial. E nesta altura da época, não nos podemos dar ao luxo de perder mais ninguém, muito menos o melhor marcador do campeonato! Também por isso, espero que o jogo com o Braga seja no sábado, mesmo com a ida a Munique na 3ª feira seguinte. Prefiro ter os jogadores das selecções todos descansados mais um dia, do que ter quatro dias antes de Munique. Até porque, palpita-me, isso será irrelevante em casa do Bayern…
segunda-feira, março 21, 2016
A betão armado
Um golo do Jonas ao 93’ deu-nos uma vitória suadíssima em casa do Boavista
e permite-nos ir para a paragem das selecções isolados na frente do campeonato.
Pela maneira como foi conseguido (foi muito mais do que a ferros!), fui um
triunfo muito importante e, caso sejamos (como todos desejamos) campeões, vai
ser lembrado como um dos momentos da época.
Já sabíamos que iríamos ter as contrariedades dos castigados Jardel e
Mitroglou (este de maneira bem escusada), mas o que não contávamos era com as
ausências do Fejsa e Gaitán. O sérvio parece feito de cristal: joga um ou dois
jogos e lesiona-se logo, o que é uma grande chatice, porque neste momento é
fundamental no nosso meio-campo. Quis isto então dizer que, da equipa mais
utilizada pelo Benfica, jogaram Eliseu, Renato Sanches, Jonas, André Almeida e
Pizzi (estes dois com a agravante de terem sido fora do seu lugar)! Ou seja,
não há milagres e a nossa exibição esteve longe de ser brilhante. Mesmo assim,
deveríamos ter ido para o intervalo a ganhar, fosse com aquela bicicleta do
Jiménez, bem defendida pelo Mika, ou pelo remate do Pizzi, que passou a rasar o
poste.
Na 2ª parte, os nervos começaram a vir ao de cima conforme o tempo ia
passando e a igualdade se mantinha. E o pior foi que o Boavista se lembrou que
também havia baliza do nosso lado e conseguiu criar-nos perigo. Muito correram
e muito lutaram os jogadores do Boavista, é um pouco incompreensível como estão
na posição que estão… Vimos um remate deles quase bater no nosso poste, depois
de ter ressaltado na perna do Lindelof, mas também tivemos uma grande
oportunidade novamente pelo Pizzi, num remate que não teve a força desejada,
quando estava em excelente posição já na área. No entanto, em período de
compensação veio a justiça ao mundo com um grande golo do Jonas: despejo do
Eliseu para a entrada da área, assistência de cabeça do entretanto entrado
Carcela para o Jonas, que de primeira e pé esquerdo atirou rasteiro cruzado,
sem hipóteses para o guarda-redes. Foi a loucura absoluta lá em casa e eu não
festeja tanto um golo desde o Jardel no WC na época passada!
Com tantas baixas, é natural que a exibição tenha ficado muito aquém do
desejável e um desses casos é o Jonas: o jogo não lhe saiu nada bem, mas marcou
um dos golos mais importantes da época e obviamente merece destaque por isso.
Bom jogo do Samaris novamente a central e também do Lindelof, ambos muito
concentrados. Também gostei bastante da maneira como o Carcela entrou e, neste
momento, está indiscutivelmente em melhor forma do que o Salvio. Menos bem
esteve a ala direita, com o Nélson Semedo e o (pela primeira vez titular esta
época) Salvio, que se fartou de perder bolas.
A lagartada que não fique muito
aziada, porque só esta época, assim de repente, lembro-me de cinco jogos que
ganharam muito perto do fim ou mesmo já em períodos de compensação (Tondela,
Arouca, Nacional, Belenenses e Académica). São 10 pontos a mais, portanto temos
pena, mas nós temos não há muito tempo um campeonato e uma competição europeia
perdidas em quatro dias com golos fora de horas. Não foi a melhor das
exibições, mas foi o melhor dos resultados e a alegria que todos sentimos no fim foi bem elucidativa disto!
P.S. – Um dos avançados magoou-se e o Jonas foi chamado à selecção brasileira. Que grande chatice! Ainda por cima, porque os jogos são todos oficiais de qualificação para o próximo Mundial. Tenho sempre imenso medo destes jogos das selecções, porque o nosso histórico é infelizmente muito prejudicial. E nesta altura da época, não nos podemos dar ao luxo de perder mais ninguém, muito menos o melhor marcador do campeonato! Também por isso, espero que o jogo com o Braga seja no sábado, mesmo com a ida a Munique na 3ª feira seguinte. Prefiro ter os jogadores das selecções todos descansados mais um dia, do que ter quatro dias antes de Munique. Até porque, palpita-me, isso será irrelevante em casa do Bayern…
sábado, março 19, 2016
Sorteio da Liga dos Campeões
Bayern Munique - BENFICA
As bolinhas
não nos poderiam ter sido mais madrastas ontem. Calhou-nos a fava maior (a par
do Barcelona) de todas as equipas possíveis (Real Madrid, Manchester City, PSG,
Wolfsburgo e Atlético Madrid). Como um mal nunca vem só, ainda por cima a 1ª mão
é fora, o que pode eventualmente comprometer a receita do jogo da Luz no caso
de um resultado muito desfavorável. Espero que o nosso estádio esgote ainda antes do jogo
em Munique…
No entanto, o meu maior receio não é
obviamente a receita, mas como é que a equipa vai reagir psicologicamente a
este confronto. Eu não me iludo: o Bayern é uma equipa quase intransponível
treinada por um dos melhores treinadores de sempre. Se como é lógico ninguém
espera uma surpresa da nossa parte, não é bem verdade que não tenhamos nada a
perder: entre 0-1 e 0-5 vai um abismo de diferença.
A única coisa boa é termos oito dias de
intervalo entre os jogos (jogamos a uma 3ª e depois a uma 4ª feira). Há quatro
equipas que só têm seis dias. Aliás, se alguém me conseguir explicar porque
raio isto acontece, agradecia muito. Isto já se passa há algum tempo, mas nunca
percebi porque é que as equipas não podem jogar 3ª e 3ª e as outras 4ª e 4ª, em
vez de serem em dias alternados. Em termos de descanso, parecia-me muito mais
justo.
terça-feira, março 15, 2016
Tranquilo
Vencemos o Tondela por 4-1 e recuperámos a liderança isolada da Liga com
dois pontos de vantagem sobre a lagartada,
que tinha ganho (2-1) no Estoril no sábado. Na ressaca de compromissos
europeus, os jogos tendem a ser mais difíceis, mas os golos cedo descomplicaram
a nossa tarefa.
Com o Renato Sanches castigado, o Rui Vitória voltou a apostar no Talisca
para o meio-campo, mantendo igualmente o Fejsa e o Nelson Semedo que já tinham
jogado na Rússia. A 1ª parte não nos poderia ter corrido melhor, porque
marcámos nas duas oportunidades que tivemos. Inaugurámos o marcador aos 11’
através do Jardel na sequência de um canto do Gaitán na esquerda. O Tondela não
trouxe o autocarro e até estava
relativamente por cima do jogo, quando uma das melhores jogadas do campeonato
nos proporcionou o 2-0: combinação atacante entre Eliseu, Talisca e Pizzi, com
abertura na esquerda para o Gaitán assistir o Jonas para um remate rasteiro de
pé esquerdo. Até ao intervalo, nada de muito relevante se passou, connosco a
conseguirmos controlar melhor o Tondela do que até aos 2-0.
Na 2ª parte, o adversário entrou melhor e teve dois remates que poderiam
ter levado perigo, caso os jogadores tivessem melhor pontaria. O Rui Vitória
não estava a gostar do que estava a ver e fez entrar o Salvio para a saída do
Talisca. Achei que poderia ter saído o Pizzi, que também não estava a fazer um
grande jogo. Logo depois de ter entrado, o Salvio assistiu o Mitroglou, mas o
calcanhar deste bateu num defesa e foi parar devagarinho às mãos do guarda-redes.
Ainda antes dos 60’, tivemos mais uma contrariedade com a lesão na coxa do
Gaitán (espero que não seja grave) e entrada do Gonçalo Guedes, que teve um
remate que passou a rasar o poste. Enquanto não marcássemos o terceiro golo, o
jogo poderia renascer com um golo contrário, mas felizmente fomos nós a marcar
aos 69’ numa cabeçada de Jonas na sequência de um lançamento lateral. A partir
daqui, descansei e ainda tivemos tempo para marcar mais um através do
Mitroglou, depois de um alívio em balão do Jardel que acabou por se converter
em assistência! Inexplicavelmente o grego tirou a camisola para comemorar o
golo e vai falhar o Bessa. Achei uma enorme estupidez! Estávamos no minuto 87’,
mas infelizmente ainda sofremos o golito da ordem aos 91’, pelo Nathan Jr., depois
de termos perdido a bola a meio-campo e dado azo a um contra-ataque vitorioso.
Em termos individuais, destaque para o Jonas, que voltou a repor a
diferença de oito golo para o Slimani com novo bis e tem agora 28 golos em 26 jornadas. Brilhante! Gostei bastante
do Eliseu e do Fejsa, que realmente é fundamental como tampão no meio-campo
(viu-se bem a diferença quando entrou o Samaris). Jogo muito esforçado e com
bons pormenores do Mitroglou, abrilhantado pelo golo, mas aquele amarelo provocado
carece de explicação. Vai falhar o jogo no Bessa, assim como o Jardel.
Esta partida foi o culminar perfeito de uma semana inesquecível para mim,
que começou no passado sábado em casa da lagartada,
passou pelos 40 e São Petersburgo, e terminou com esta vitória. Apesar de sua
posição na tabela classificativa, o Boavista vem de uma vitória no Marítimo por
3-0, portanto não se avizinha um jogo nada fácil no Bessa. Há que manter o
sangue frio e a concentração, porque não temos margem de manobra para escorreganços.
quinta-feira, março 10, 2016
Alma
Vencemos o Zenit por 2-1 em São Petersburgo e qualificámo-nos para os
quartos-de-final da Liga dos Campeões pela primeira vez em quatro anos. Foi um
triunfo brilhante em que conseguimos superar uma série de adversidades, num
jogo que sem dúvida nenhuma honra a nossa história centenária.
Entrámos muito bem na partida, personalizados e a jogar no meio-campo dos russos. Um livre do Jonas foi bem defendido pelo Lodygin, mas logo na jogada seguinte o gigante Dzyuba bateu o central improvisado Samaris e atirou ao lado com o Ederson já batido. A 1ª parte decorreu com o jogo muito repartido, connosco muito coesos na defesa e também a criar perigo na baliza contrária, nomeadamente através de remates do Renato Sanches (passou a rasar o poste) e do Nelson Semedo para defesa algo complicada do guarda-redes. Na nossa baliza, o Ederson saiu muito bem aos pés do Dzyuba e evitou o golo, numa boa jogada de combinação do Zenit. Os russos só criavam perigo quando a bola chegava aos pés do Danny, porque o Witsel esteve muitíssimo apagado durante o jogo todo e a nossa defesa não tremia perante o Hulk. O intervalo chegava com o jogo controlado da nossa parte, mas o Zenit, a bem da verdade, também nunca exerceu uma pressão avassaladora.
A 2ª parte foi diferente, porque a equipa da casa tinha de arriscar mais para marcar. Teve uma boa oportunidade, outra vez pelo Dzuyba, mas a bola saiu por cima. Na resposta, nós tivemos igualmente a nossa melhor ocasião, com o Jonas a isolar-se na extrema-esquerda e a rematar já de ângulo difícil para a defesa do Lodygin. Aos 69’, entrou em acção o sr. Viktor Kassai: falta evidente e descarada sobre o Nelson Semedo que não foi assinalada, o Zhirkov ficou com o corredor esquerdo todo para ele e centrou para o Hulk de cabeça inaugurar o marcador. Que roubo!! A eliminatória ficava igualada, mas estranhamente (ou talvez não) os russos deixaram de pressionar tanto. Parecia que queriam levar o jogo para prolongamento (aliás, desde este jogo, em que estiveram a jogar 84’ com mais um e sempre na retranca, só conseguindo marcar quase por favor perto do fim, que nunca percebi muito bem que raio de futebol estes tipos praticam; e se é para jogarem assim, escusam de gastar milhões em jogadores…). Logo a seguir ao golo, o Lindelof tem uma cabeçada perigosíssima num canto, com o Lodygin a fazer uma defesa impossível, mas o Zenit também teve uma excelente oportunidade, com o Ederson a fazer muito bem a mancha ao Dzyuba. Pouco antes do golo, o Rui Vitória já tinha feito entrar o Jiménez para o lugar do Mitroglou e o mexicano justificou a contratação pelo Benfica com uma bomba do meio da rua aos 85’, que o Lodygin defendeu para a barra, ficando a bola a saltitar à frente da baliza para o Gaitán, muito rápido de cabeça, só ter que encostar. Foi o delírio! Empatávamos com toda a justiça e tínhamos a eliminatória à mercê, embora ainda faltassem para aí 10’ e eu estivesse com muito medo do húngaro que estava a arbitrar o jogo. Mas felizmente a nossa baliza nunca esteve verdadeiramente em perigo. O Rui Vitória fez entrar o Talisca já nos descontos e na última jogada do jogo, aos 95’, o brasileiro deu-nos a vitória com um remate de pé direito. Ainda por cima, ganhámos o jogo! Foi a cereja no topo do bolo!
Em termos individuais, destaco indiscutivelmente o Fejsa. Que jogão! Controlou toda a sua zona, fartou-se de cortar bolas, deu luta ao Hulk, parecia que estava em todo o lado. Grande jogo igual e novamente do Lindelof, bem secundado pelo seu improvisado companheiro de sector Samaris. O Nelson Semedo, que tinha estado um susto frente ao U. Madeira, portou-se muitíssimo bem, assim com o Eliseu, com imensa experiência (espero bem que as notícias da sua possível renovação sejam verdadeiras; não é um génio, mas um tipo de jogador que faz sempre falta num plantel, além de que é titular indiscutível). O Renato Sanches não está na superforma em que já esteve, mas continua imprescindível. Jogo menos conseguido do Pizzi, à semelhança dos últimos e também do Gaitán, embora este com a enorme ressalva de ter marcado o golo da igualdade. O Jonas e o Mitroglou fartaram-se de lutar na frente, e a entrada do Jiménez foi decisiva. Aliás, ambos os suplentes, também o Talisca, tiveram participação directa no resultado.
Conseguimos a qualificação para as oito melhor equipas da Europa, alinhando sem 4/5 da nossa defesa titular. Repito: tivemos quatro titulares de fora na defesa! Ou seja, ganhámos ao campeão russo na sua casa nos oitavos-de-final da maior competição do mundo sem o Júlio César, o Luisão, o Jardel e o habitual titular à direita, André Almeida. Na época passada, o Ederson jogava no Rio Ave, o Nelson Semedo e o Lindelof na equipa B, e o Samaris a trinco. Ouvi o David Borges na SIC Notícias no final do jogo a dizer que não tinha sido uma qualificação épica, nem brilhante… Foi lá agora…!!!
P.S. – É obrigatório deixar uma palavra para o Rui Vitória. Nunca acreditei que isto fosse possível, mas o mérito é todo dele. A maneira como os jogadores vão entrando na equipa, em jogos a doer, e não se nota quebra de rendimento só tem um responsável: Rui Vitória. Estou a engolir o sapo com enorme satisfação!
P.P.S. – Vitória no WC com ida para o 1º lugar, 40 anos e quartos-de-final da Champions. Que semana de sonho!!!
Entrámos muito bem na partida, personalizados e a jogar no meio-campo dos russos. Um livre do Jonas foi bem defendido pelo Lodygin, mas logo na jogada seguinte o gigante Dzyuba bateu o central improvisado Samaris e atirou ao lado com o Ederson já batido. A 1ª parte decorreu com o jogo muito repartido, connosco muito coesos na defesa e também a criar perigo na baliza contrária, nomeadamente através de remates do Renato Sanches (passou a rasar o poste) e do Nelson Semedo para defesa algo complicada do guarda-redes. Na nossa baliza, o Ederson saiu muito bem aos pés do Dzyuba e evitou o golo, numa boa jogada de combinação do Zenit. Os russos só criavam perigo quando a bola chegava aos pés do Danny, porque o Witsel esteve muitíssimo apagado durante o jogo todo e a nossa defesa não tremia perante o Hulk. O intervalo chegava com o jogo controlado da nossa parte, mas o Zenit, a bem da verdade, também nunca exerceu uma pressão avassaladora.
A 2ª parte foi diferente, porque a equipa da casa tinha de arriscar mais para marcar. Teve uma boa oportunidade, outra vez pelo Dzuyba, mas a bola saiu por cima. Na resposta, nós tivemos igualmente a nossa melhor ocasião, com o Jonas a isolar-se na extrema-esquerda e a rematar já de ângulo difícil para a defesa do Lodygin. Aos 69’, entrou em acção o sr. Viktor Kassai: falta evidente e descarada sobre o Nelson Semedo que não foi assinalada, o Zhirkov ficou com o corredor esquerdo todo para ele e centrou para o Hulk de cabeça inaugurar o marcador. Que roubo!! A eliminatória ficava igualada, mas estranhamente (ou talvez não) os russos deixaram de pressionar tanto. Parecia que queriam levar o jogo para prolongamento (aliás, desde este jogo, em que estiveram a jogar 84’ com mais um e sempre na retranca, só conseguindo marcar quase por favor perto do fim, que nunca percebi muito bem que raio de futebol estes tipos praticam; e se é para jogarem assim, escusam de gastar milhões em jogadores…). Logo a seguir ao golo, o Lindelof tem uma cabeçada perigosíssima num canto, com o Lodygin a fazer uma defesa impossível, mas o Zenit também teve uma excelente oportunidade, com o Ederson a fazer muito bem a mancha ao Dzyuba. Pouco antes do golo, o Rui Vitória já tinha feito entrar o Jiménez para o lugar do Mitroglou e o mexicano justificou a contratação pelo Benfica com uma bomba do meio da rua aos 85’, que o Lodygin defendeu para a barra, ficando a bola a saltitar à frente da baliza para o Gaitán, muito rápido de cabeça, só ter que encostar. Foi o delírio! Empatávamos com toda a justiça e tínhamos a eliminatória à mercê, embora ainda faltassem para aí 10’ e eu estivesse com muito medo do húngaro que estava a arbitrar o jogo. Mas felizmente a nossa baliza nunca esteve verdadeiramente em perigo. O Rui Vitória fez entrar o Talisca já nos descontos e na última jogada do jogo, aos 95’, o brasileiro deu-nos a vitória com um remate de pé direito. Ainda por cima, ganhámos o jogo! Foi a cereja no topo do bolo!
Em termos individuais, destaco indiscutivelmente o Fejsa. Que jogão! Controlou toda a sua zona, fartou-se de cortar bolas, deu luta ao Hulk, parecia que estava em todo o lado. Grande jogo igual e novamente do Lindelof, bem secundado pelo seu improvisado companheiro de sector Samaris. O Nelson Semedo, que tinha estado um susto frente ao U. Madeira, portou-se muitíssimo bem, assim com o Eliseu, com imensa experiência (espero bem que as notícias da sua possível renovação sejam verdadeiras; não é um génio, mas um tipo de jogador que faz sempre falta num plantel, além de que é titular indiscutível). O Renato Sanches não está na superforma em que já esteve, mas continua imprescindível. Jogo menos conseguido do Pizzi, à semelhança dos últimos e também do Gaitán, embora este com a enorme ressalva de ter marcado o golo da igualdade. O Jonas e o Mitroglou fartaram-se de lutar na frente, e a entrada do Jiménez foi decisiva. Aliás, ambos os suplentes, também o Talisca, tiveram participação directa no resultado.
Conseguimos a qualificação para as oito melhor equipas da Europa, alinhando sem 4/5 da nossa defesa titular. Repito: tivemos quatro titulares de fora na defesa! Ou seja, ganhámos ao campeão russo na sua casa nos oitavos-de-final da maior competição do mundo sem o Júlio César, o Luisão, o Jardel e o habitual titular à direita, André Almeida. Na época passada, o Ederson jogava no Rio Ave, o Nelson Semedo e o Lindelof na equipa B, e o Samaris a trinco. Ouvi o David Borges na SIC Notícias no final do jogo a dizer que não tinha sido uma qualificação épica, nem brilhante… Foi lá agora…!!!
P.S. – É obrigatório deixar uma palavra para o Rui Vitória. Nunca acreditei que isto fosse possível, mas o mérito é todo dele. A maneira como os jogadores vão entrando na equipa, em jogos a doer, e não se nota quebra de rendimento só tem um responsável: Rui Vitória. Estou a engolir o sapo com enorme satisfação!
P.P.S. – Vitória no WC com ida para o 1º lugar, 40 anos e quartos-de-final da Champions. Que semana de sonho!!!
domingo, março 06, 2016
lagartada - 0 - BICAMPEÕES NACIONAIS - 1
Vencemos no WC com um golo do Mitroglou e estamos isolados na frente do
campeonato com dois pontos de vantagem dos lagartos.
Foi um triunfo brilhante assente numa capacidade de sacrifício de louvar e que
nos coloca como única equipa que depende dela própria para ser campeã.
Tivemos (mais) uma grande contrariedade ainda antes de começar o jogo: o
Júlio César lesionou-se num treino e vai estar parado por algum tempo (segundo
o próprio Rui Vitória). O Ederson estreou-se no campeonato e deu muito bem
conta do recado. Com a equipa habitual (Jonas e Mitroglou na frente), entrámos
bem na partida e colocámo-nos em vantagem aos 20’ na sequência de um remate do
Samaris, que ressaltou num central e sobrou para o Mitroglou, que desviou bem
do Rui Patrício. Foi o delírio na bancada, embora como estava num sector
rodeado de lagartos tenha sido a
primeira vez que não me levantei num golo do Benfica (o ambiente estava algo
tenso e fui aconselhado a não arriscar). Mas compensei com um grito vindo das
entranhas! (Sabe Eusébio e quem me conhece a ver jogos do Benfica, o sacrifico
que foi limitar os meus festejos a isto…). A lagartada sentiu o nosso golo e demorou algum tempo a recompor-se. No
entanto, na parte final da 1ª parte, veio para cima de nós e tiveram uma grande
oportunidade num remate à barra do Jefferson.
A 2ª parte começou no mesmo tom com que tinha acabado a 1ª, ou seja, com
pressão lagarta. Nós não conseguíamos
manter a bola durante muito tempo e criar perigo na baliza contrária era uma
miragem. Passámos alguns calafrios na nossa, especialmente com dois falhanços
do Ruiz, o último dos quais vai certamente entrar no Guiness. As substituições do Rui Vitória tiveram o condão de
refrear o ímpeto lagarto, em especial
a entrada do Fejsa a pouco mais de 15’ do fim. Mesmo assim, o Ederson ainda
defendeu bem uma tentativa de chapéu do Ruiz e outro remate do João Mário
passou perto do poste. Quanto a nós, tivemos logo no reinício um remate do
Renato Sanches e depois outro do Gaitán que deveriam ter tido melhor destino.
Faltou conseguir ligar melhor o jogo e sair para o ataque com a bola
controlada.
Em termos individuais, destaque para o Mitroglou pelo golo e para o
Lindelof por ter secado completamente o Slimani. Tal como já referi, o Ederson
esteve seguro, assim como o grande Jardel. A equipa teve globalmente um grande
coração, embora com o Pizzi e o Gaitán muitos furos abaixo do normal em termos
exibicionais. As entradas do Jiménez e do Salvio foram importantes para nos dar
sangue novo na parte final da partida.
Depois de ter estado 90’ a conter-me na medida do possível (foi a primeira
vez que fui ao WC e o cachecol ficou no bolso), no final do jogo não aguentei e
extravasei toda a alegria enquanto os jogadores nos agradeciam. Foi uma vitória
muitíssimo importante e agora há que manter a cabeça fria para conseguirmos o
grande objectivo da época. Apesar de o calendário teoricamente nos favorecer,
não temos nenhuma margem de manobra para facilitar.
P.S. – As declarações do Jorge Jesus no final do jogo são absolutamente
lamentáveis. A sua qualidade enquanto treinador é directamente proporcional à
sua execrabilidade enquanto pessoa. Tentar menorizar a nossa vitória, dizendo
que foi uma exibição de equipa pequena, revela no mínimo uma grande falta de
memória em relação ao jogo que lá fizemos na época passada. É uma grande
desfaçatez e falta de vergonha na cara. A equipa “pequena” é bicampeã nacional
e tem 34 campeonatos ganhos. A equipa “grande” que ele treina actualmente ganhou
dois campeonatos nos últimos 33 anos e está a lutar pelo 19º título, algo que a
equipa “pequena” conseguiu em 1972…! Por causa destas declarações, mas
especialmente por causa do desequilibrado mental que preside àquela agremiação,
esta vitória ainda teve mais gozo!
P.P.S. - Quando eu fiz 30 anos, aconteceu isto. Agora, a dias dos 40, acontece isto. Muito obrigado, meu querido Benfica, que grande prenda antecipada que me deste!
VIVA O BENFICA!
terça-feira, março 01, 2016
Jonas
Vencemos o U. Madeira por 2-0 e, com o empate da lagartada em casa do V. Guimarães (0-0), a uma semana do derby, a distância foi reduzida para
apenas um ponto. Conseguimos o que era essencial, o que relega para segundo
plano a nossa fraca exibição.
Por causa dos amarelos, o Rui Vitória deixou o André Almeida e o Renato
Sanches no banco, e principalmente a falta deste foi bastante notória. O
Talisca, que substituiu o miúdo, até nem esteve muito mal na 1ª parte, mas a 2ª
foi uma desgraça até ser substituído. A preponderância que o Renato tem actualmente no
nosso jogo é impressionante. Mesmo assim, não poderíamos ter
entrado melhor, porque inaugurámos o marcador logo aos 5’ através do inevitável
Jonas: livre para a área, alívio de um defesa e remate de primeira do
brasileiro ainda dentro da área, que fez com que o guarda-redes Gudiño (emprestado pelo CRAC) nem se
mexesse. Como neste tipo de jogos o mais difícil é marcar o primeiro, pensei
que poderíamos ter uma noite relativamente calma. Não foi bem assim. O União
trouxe o autocarro (defendia com
todos os jogadores a meio do seu meio-campo!), mas conseguia esticar o jogo com
relativa rapidez. Nós tivemos algumas oportunidades até ao intervalo, com
remates do Pizzi a rasar o poste e do Mitroglou para boa defesa com a perna do
guarda-redes, mas o Júlio César também foi determinante ao sair da área e
conseguir desarmar em carrinho um
avançado contrário que estava isolado. Mesmo à beira dos 45', uma assistência em balão
do Gaitán merecia que o Pizzi tivesse cabeceado melhor quando só tinha o Gudiño
pela frente.
Na 2ª parte, o União já não conseguiu partir para o ataque com a mesma
desenvoltura, mas já se sabe que, até se marcar o segundo golo, as coisas nunca
estão garantidas. A equipa denotava que não estava confortável com o resultado
apesar de ter uma posse de bola avassaladora. Conseguimos criar algumas
oportunidades, nomeadamente um remate quase à queima-roupa do Mitroglou que o
guarda-redes defendeu por instinto, mas a tranquilidade só chegou aos 76’ com o
bis do Jonas, a desviar um remate do
avançado grego que o Gudiño provavelmente defendia. Até final, gerimos o jogo
relativamente bem, apesar de ainda termos visto o Jardel desarmar um avançado
contrário que estava isolado. Outro pormenor muito importante foi o Jardel não
ter visto amarelo, já que também estava tapado.
Destaque individual óbvio para o Jonas, que chegou ao seu 26º golo em 24
jornadas e tem agora oito de vantagem para o Slimani nos melhores marcadores. Também
gostei da estreia a titular do Grimaldo, que ataca com muito a-propósito e
centra bem. O Gaitán, vindo de lesão, esteve uns furos abaixo do habitual e
numa rotação muito baixa. Algo que me preocupa é o Nelson Semedo, que está
muito longe da forma que exibiu antes de se lesionar e me faz temer o pior para
São Petersburgo.
No entanto, antes disso e mais importante, teremos o derby da próxima semana. Está tudo em aberto e, sinceramente, não
sei o que esperar. Vou ao WC mais confiante do que na última vez e acho que, se
conseguirmos a vitória e olhando para o calendário das equipas até final do
campeonato, esta poderá ser decisiva. Mas mesmo um empate, pelas mesmas razões,
não será mau.
P.S. - A rábula dos problemas com o voo (é curioso que houve uma série de
aviões que aterraram da Madeira no domingo, só os do União é que tiveram
problemas…), que fez adiar o jogo de domingo para segunda, custou-nos 13.000
espectadores na Luz, porque estavam 57.000 bilhetes vendidos e acabaram por
estar só 44.485 espectadores. Espero que o U. Madeira desça de divisão, porque dois jogos,
dois adiamentos é demais.
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