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domingo, fevereiro 01, 2015

Agridoce

Vencemos tranquilamente o Boavista por 3-0, mas o jogo fica marcado pela lesão muscular do Júlio César que o vai certamente afastar dos relvados durante umas semanas, impedindo-o assim de ir ao WC para a semana. Por isso, saí da Luz quase tão chateado como se não tivéssemos ganho (eu disse “quase”…!).

Com o Talisca (em risco por causa dos amarelos) no banco e o Gaitán a recuperar para a lagartada, assim que a partida se iniciou percebeu-se logo o que iria acontecer: o Boavista concentrava os seus 11 jogadores a meio do seu meio-campo. É que nem era na linha divisória! Ficou muito claro que a grande questão seria conseguir furar aquela dupla muralha e marcar o primeiro golo. Algo que estivemos por duas vezes muito perto de conseguir, mas o Ola John e o Salvio, ambos só com o guarda-redes pela frente(!), não acertaram na baliza. Apesar da concentração na zona defensiva, conseguíamos encontrar espaços e criar perigo, e foi com naturalidade que aos 23’ inaugurámos o marcador numa excelente assistência em chapéu do Maxi para o Lima de cabeça fazer também um chapéu por cima do Mika. Dez minutos depois, tudo ficou praticamente decidido com o 2-0 através do Maxi na sequência de um canto: remate com o pé esquerdo, que ainda fez a bola desviar num defesa. Até ao intervalo, ficámos a dever-nos mais dois golos, com o Salvio, novamente isolado(!), a atirar ao lado e um centro da esquerda do Ola John que o Lima não conseguiu desviar.

Na 2ª parte, não baixámos o ritmo até marcar o terceiro e acabar com imponderáveis, que às vezes surgem aos pares. O Luisão teve uma boa chance, mas o Mika defendeu e aos 55’ o Samaris teve uma iniciativa a lembrar o Enzo: foi rompendo pelo meio de vários adversários até ser derrubado à entrada da área. O sr. Hugo Miguel, mal, assinalou penalty. Mas antes que as virgens ofendidas venham dizer alguma coisa, há que referir que este mesmo sr. Hugo Miguel já não tinha assinalado um empurrão ao Lima dentro da área antes deste lance, como também não sancionou na parte final uma clara rasteira ao mesmo Lima. Entre o deve e o haver dos penalties, perdemos por 2-1. O Jonas pegou na bola e atirou rasteiro para o lado contrário do guarda-redes. Até final, tivemos mais uma série de ocasiões para dilatar o marcador e o jogo poderia ter terminado com números históricos. Na nossa baliza, só uma cabeçada num livre fez com que o Júlio César brilhasse. O Jesus fez entrar o Talisca (achei um disparate arriscar, mas pronto) e aproveitou para dar mais minutos ao Gonçalo Guedes, que se revelou menos nervoso do que das outras duas vezes e teve um par de intervenções interessantes. Mas a pior notícia da noite (e das próxima semanas) surgiu a pouco mais de 10’ do fim, quando o Júlio César fez um sprint para impedir um inexistente canto (era pontapé de baliza) e ficou agarrado à coxa de tal maneira que teve que vir o carro-maca para o tirar de campo. Fiquei pior que estragado e perdi (quase) toda a satisfação que estava a ter pelo resultado! Vai ser uma baixa muito importante para ir à lagartada e nenhum de nós se esqueceu ainda do jogo da 1ª volta, pois não? Felizmente que o Jesus ainda não tinha feito as três substituições e pode entrar o Artur.

Em termos individuais, destaque óbvio para o Maxi: uma assistência, um golo e a entrega habitual. Aguarda-se com ansiedade a notícia da sua renovação o mais breve possível. O Salvio criou muito jogo, mas esteve desastrado na finalização. Também gostei do Pizzi, com pormenores interessantes. E o Ola John, com confiança, parece logo outro jogador.

Lamento ter que dizer isto, até porque gosto muito do Petit, mas não percebo o que é que equipas como o Boavista estão a fazer na I Liga. Mal passam do meio-campo, limitam-se a defender e demonstram falhas incríveis em lances básicos, como passes laterais. E o mais preocupante é que nem está em posição de descida. Quiseram passar uma esponja no “Apito Dourado” e fazê-lo subir de novo, tudo bem (tudo mal, mas enfim…), mas na época seguinte deveriam obviamente descer quatro equipas para voltarmos a ter um campeonato com 16. É que até deveriam ser menos clubes. Jogos como o de ontem são pouco mais que treinos.

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