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quarta-feira, dezembro 30, 2015

Lisonjeiro

Vencemos o Nacional (1-0) na estreia da fase de grupos da Taça da Liga. Os jogadores regressaram das miniférias de Natal, mas o futebol infelizmente continua ausente das nossas bandas. O golo da vitória foi marcado a um minuto do final da partida, mas as oportunidades mais flagrantes pertenceram aos insulares, pelo que a nossa vitória terá de ser considerada muito feliz.

O Rui Vitória rodou boa parte da equipa e lançou o Ederson, Lindelof, Cristante e Sílvio. A 1ª parte foi jogada a dois ritmos pelos nossos jogadores: devagar e parado. Só o Carcela imprimia alguma velocidade e pertenceram-lhe os nossos melhores lances. Na 2ª parte, o Nacional subiu bastante de produção e teve pelo menos duas ocasiões de baliza aberta: uma não entrou por causa de uma excelente corte do Lisandro e noutra o avançado mostrou que errou na profissão. Quanto a nós, melhorámos com a entrada do Renato Sanches ao intervalo, e posteriormente com as do Jonas e Jiménez, que acabou por marcar o golo da vitória aos 89’ numa óptima antecipação depois de um centro do Pizzi.

Os menos maus foram o Lisandro (apesar de um agarrão a um adversário quando já tinha um amarelo e que lhe poderia ter valido o segundo), o Jiménez pelo golo e o Jonas e o Renato pelo que a equipa melhorou com a sua entrada. O Carcela, depois de uma boa 1ª parte, desapareceu completamente na 2ª. Quanto aos que tiveram oportunidades: o Cristante poderia bem ter ficado em Itália nas férias, foi uma nulidade durante os 45’ que esteve em campo, com a agravante de fazer pelo menos duas ofertas aos adversários que permitiram contra-ataques perigosos; o Sílvio fez um centro para trás da baliza, quando estava completamente sozinho, que o define enquanto jogador; e o Ederson e o Lindelof estiveram longe de ser os piores. O Talisca fez um jogo de fugir, o Pizzi também o estava a fazer até que tirou da cartola a assistência para o golo. O Eliseu deverá ter feito o pior jogo com a camisola do Benfica e o Samaris idem, idem, aspas, aspas.

Na competição que mais hipóteses temos de ganhar, os jogadores deram mostras de não se importarem muito com isso. Não percebo, sinceramente. A vitória caiu do céu, mas o nível exibicional continua a ser deveras preocupante. É tudo feito com enorme esforço, raramente conseguimos ter fluidez no ataque e a defesa também está longe de estar segura. Temos um compromisso importantíssimo em Guimarães no próximo fim-de-semana e, só em caso de triunfo, poderemos aproveitar o confronto entre a lagartada e o CRAC. Pode ser que o novo ano traga de volta o velho futebol da primeira metade deste…

sexta-feira, dezembro 25, 2015

Feliz Natal

Os meus desejos habituais de um Glorioso Natal a todos os que me lêem.

segunda-feira, dezembro 21, 2015

Resultado enganador

Vencemos o Rio Ave por 3-1 e, com a inesperada derrota da lagartada na Madeira frente ao União, reduzimos a distância para eles para quatro pontos, estando agora o CRAC na frente a cinco de nós. O resultado está muito longe de espelhar as dificuldades que tivemos, porque só marcámos  segundo golo aos 81’.

A partida não poderia ter principiado melhor, porque inaugurámos o marcador logo aos 4’ numa recarga do Jonas a um seu próprio remate. Com o inadmissível empate frente ao União, a equipa entrou naturalmente pressionada e esperava-se que este golo fosse um bálsamo para o resto do jogo. O problema foi que o Rio Ave empatou pouco depois, aos 13’, num livre bem marcado pelo Bressan. Livre, esse, que resultou de uma falta do Lisandro sobre um adversário que estava no meio de três(!) jogadores nossos! O golo sofrido não nos fez nada bem e, até ao intervalo, o nosso futebol foi aos repelões e não criámos grandes oportunidades. Claro está que o árbitro, o sr. Manuel Oliveira, conseguiu não ver dois penalties a nosso favor por empurrão ao Pizzi e um braço na área depois de um cabeceamento do Jonas.

Na 2ª parte, o Rui Vitória teve que fazer entrar o Fejsa, porque o Samaris tinha-se livrado de um segundo amarelo por pouco na primeira. Gosto muito do grego, mas de vez em quando tem estas paragens cerebrais que me custam a aceitar: já com um amarelo, continua a jogar como se nada fosse e poderia bem ter-nos feito a alinhar com 10 ainda antes do intervalo... O sr. Manuel Oliveira voltou a fazer vista grossa logo no recomeço a mais um braço na área. Três penalties por marcar num só jogo deve ser recorde mundial... A nossa qualidade exibicional continuava sofrível. Uma das coisas que mais confusão me mete é a falta de velocidade nas transições: nas (poucas) vezes que ganhávamos a bola, os jogadores chegavam ao meio-campo adversário e reduziam-na, quiçá com medo de uma multa por excesso de velocidade... O Rio Ave nunca utilizou o autocarro e chegava sempre muito mais rapidamente à nossa área. A entrada do Carcela veio aumentar um pouco a velocidade da nossa parte e foi num cruzamento dele que o Jonas cabeceou para o 2-1 aos 81’. Foi um alívio enorme, aumentado aos 83’ numa abertura fantástica do Jonas para o Jiménez selar a nossa vitória.

O destaque individual vai obviamente para o Jonas: dois golos e uma assistência só não o tornam o melhor em campo para quem escolhe os MVP na Luz... (A sério, Pizzi....?!) O Jiménez entrou bem na partida e desmarcou-se muito bem no seu golo. O Renato Sanches fez uma exibição em crescendo, ao invés do Gonçalo Guedes que atravessa nitidamente uma fase de menor fulgor.

Dos 12 pontos que tínhamos para recuperar, conseguimos reduzi-los para nove. Mas o que continuamos a (não) mostrar não me deixa nada descansado. Sinceramente, não se vê evolução nenhuma na equipa desde o início da época. Defendemos muito mal e em termos atacantes estamos muito dependentes do Gaitán. Sem ele, não há quem tenha um rasgo, quem faça algo diferente. Aos 80’, estávamos teoricamente a nove pontos do primeiro lugar, mas, como acabámos por ficar a cinco, tivemos uma semi-prenda de Natal antecipada. No entanto, ou acontece um milagre natalício e comecemos finalmente a jogar qualquer coisa de jeito, ou isto vai ser uma época muuuuuito longa...

quarta-feira, dezembro 16, 2015

2016/2017

Empatámos com o União da Madeira (0-0) e, a quatro jornadas do fim da 1ª volta(!), entregámos o campeonato. Com sete pontos para o primeiro e cinco para o segundo, este ano nem chegámos ao Natal! Nós, que somos bicampeões nacionais! Que nos últimos seis anos, só por uma vez é que não disputámos o campeonato até ao fim. Que há apenas dois anos ganhámos tudo em Portugal e perdemos uma final europeia. Dois anos! Parece que foi no século passado, não é?

O União da Madeira é penúltimo classificado e nos últimos dois jogos tinha um score de 0-10! Quiçá por causa disto, os jogadores do Benfica entraram na Choupana a pensar que tudo seria muito fácil. De tal modo que, seguindo o espírito natalício, oferecemos os primeiros 45’ ao União. Na 2ª parte, tivemos algumas oportunidades, se bem que acertámos muito pouco na baliza e as bolas que lá foram tiveram o guarda-redes como obstáculo. O União fez o que lhe competia e jogou sempre com dois autocarros, mas isso já era mais do que esperado e não serve como desculpa para tão miserável exibição.

Com um jogo destes, acho ofensivo estar a fazer destaques individuais. Também poderia estar aqui a discorrer sobre o facto de (incompreensivelmente) o Rui Vitória achar que o Fejsa é melhor do que o Samaris perante equipas muito defensivas. Ou de o ter conservado em campo durante 80’(!). Ou de ter optado pelo Talisca quando o Djuricic tinha entrado bem em Setúbal. Mas não vale a pena bater no ceguinho. O Rui Vitória é o menos culpado de toda esta situação. Aliás, ele foi o responsável pelo cumprimento do principal objectivo para esta época: o Nelson Semedo, o Gonçalo Guedes e o Renato Sanches são já certezas. Ninguém duvida que são bons jogadores e, portanto, podemos já começar a pensar a próxima época. Ah, não, espera: com campeonato e Taça no galheiro, ainda temos a Champions para ganhar, não é? Peço desculpa pelo esquecimento… 

Não, ilibo quase completamente o Rui Vitória do descalabro que vai ser esta época. Não se pode pedir a um Fiat 600 que compita com um Porsche. O problema está a montante disso: é precisamente alguém ter prescindido do Porsche para buscar um Fiat 600. Mas não, nunca me ouvirão dizer “eu avisei”. Se alguém decidir atravessar a A1 a pé, é uma decisão tão estúpida e as probabilidades de correr mal são tão grandes, que é escusado dizer “eu avisei” se de facto acontecer alguma coisa. Porque era demasiado óbvio. Só não via quem não queria. À semelhança deste caso.

terça-feira, dezembro 15, 2015

Sorteio da Liga dos Campeões

BENFICA - Zenit

Quando, a meio do sorteio dos oitavos-de-final da Champions, tendo já saído Wolfsburgo e Chelsea (e Real Madrid) e não podendo defrontar o Atlético de Madrid, sobravam Barcelona, Bayern Munique, Manchester City e Zenit, eu vi a nossa vida andar seriamente para trás. É que, não sendo nós obviamente favoritos contra nenhuma destas oito equipas, é MUITO diferente sermos eliminados com honra ou levarmos uma bela dose como a do CRAC no ano passado ou há uns anos.

Posto isto, não se pode considerar à partida que tenha sido um mau sorteio para nós. Ainda por cima, o campeonato russo vai parar por causa do Inverno e, quando voltar a Champions, o Zenit não estará certamente na melhor forma da época. Mesmo assim, não vejo grandes hipóteses de passarmos, mas espero que consigamos fazer dois jogos (no mínimo) competitivos. Quanto às datas, é que não tivemos grande sorte, porque iremos receber os russos poucos dias depois de recebermos o CRAC e, na 2ª mão, iremos a São Petersburgo a seguir à visita ao WC.

domingo, dezembro 13, 2015

Agridoce

Vencemos em Setúbal por 4-2 e mantivemos as distâncias para os da frente. Em mais um jogo teoricamente complicado (o V. Setúbal está a fazer, de modo surpreendente, um bom campeonato), conseguimos tornar as coisas fáceis na 1ª parte, mas depois sofremos um pouco escusadamente na 2ª.

O jogo principiou a alta velocidade, algo incaracterístico no futebol português. Não houve propriamente oportunidades de baliza aberta, mas a possibilidade de haver um golo esteve quase sempre presente. A meio da 1ª parte, a balança começou a pender para o nosso lado, já que o V. Setúbal deixou de pisar a nossa área. Aos 35’, inaugurámos o marcador num óptimo lance do Pizzi depois de uma assistência do André Almeida, embora o guarda-redes Ricardo talvez pudesse ter feito mais para parar o remate. Quatro minutos depois, alargámos a vantagem através do Jonas, que só teve de encostar a cabeça para corresponder a um cruzamento do André Almeida, depois de um defesa contrário ter tido uma paragem cerebral e ter deixado passar a bola. Foi uma boa 1ª parte e a nossa exibição era agradável.

A 2ª parte começou com um enorme desperdício do Jonas que, isolado, não conseguiu sequer rematar. Aos 54’ lá marcámos o terceiro golo numa boa abertura do mesmo Jonas que isolou o Mitroglou, tendo este desfeiteado o guarda-redes com um remate por entre as pernas. A partir daqui, pensou-se que a partida estava decidida, mas o V. Setúbal nunca parou de lutar e fartou-se de nos criar problemas. Para isso contribuiu a redução do marcador pouco depois, aos 59’, pelo Vasco Costa num lance em que o Júlio César deveria ter feito muito mais. Com mais de meia-hora para jogar, tínhamos novamente dois golos de vantagem e o adversário acreditou que poderia conseguir algo mais. Tudo muito devido ao facto de nós estarmos a defender de modo muito sofrível (para ser simpático...): cada cruzamento acaba invariavelmente num remate à nossa baliza (sem o Luisão, a quantidade de bolas aéreas ganha na nossa área baixou exponencialmente) e a entrada da nossa área é uma terra de ninguém, que permite ao adversário rematar à sua bela vontade. Entretanto, o Rui Vitória estreou o Djuricic no campeonato e, pouco depois de entrar, o sérvio sofreu uma falta evidente na área à qual o sr. Manuel Mota fez vista grossa. Era o V. Setúbal que estava completamente por cima do jogo, mas felizmente contra a corrente fomos nós a fazer mais um golo aos 79’: boa iniciativa do Djuricic na direita, cruzamento para a área, o Guedes a rematar contra um defesa, a sobra vai para o Mitroglou que remata ao poste, a bola bate no guarda-redes e entra. Foi uma sorte tremenda, que naquela altura sinceramente não merecíamos. Ficava tudo decidido, mas como estamos a defender muito mal, ainda permitimos mais um golo aos 88’ pelo Suk, num desvio na área a um remate de fora dela, que nós naturalmente não impedimos.

Em termos individuais, destaque para o Pizzi, que atravessa possivelmente a sua melhor fase desde que chegou à Luz: grande trabalho no primeiro golo e uma série de boas intervenções. A dupla Mitroglou-Jonas facturou mais uma vez e foi importante no nosso melhor período. O Samaris fez uma grande asneira da qual ia resultando o 2-3, mas gosto muito mais dele do que do Fejsa naquele lugar perante equipas mais fracas do que nós. O Renato Sanches esteve bem na 1ª parte, mas caiu a pique na 2ª e deveria ser saído muito antes dos 80’. O Djuricic entrou muito bem e vamos ver se o conseguimos despachar a bom preço agora em Janeiro.

Foi um importante triunfo, mas a forma como (não) estamos a defender preocupa-me muito. Longe vão os tempos em que praticamente não deixávamos o adversário rematar à baliza, quanto mais criar oportunidades. Com 3-0 a nosso favor, não deveríamos ter sofrido tanto ao deixar o adversário crescer no jogo. Perante equipas mais fortes e com mais pontaria, a coisa poderia ter-se tornado muito mais complicada.

quarta-feira, dezembro 09, 2015

À espera do tubarão

Perdemos na Luz com o Atlético de Madrid (1-2) e ficámos em 2º lugar no grupo C da Liga dos Campeões. Dado que bastaria o empate para ficarmos em 1º, este resultado é algo decepcionante. Ficamos assim à mercê dos tubarões no sorteio dos oitavos-de-final da próxima 2ª feira.

O Rui Vitória resolveu apostar só no Jonas na frente, numa tentativa clara de jogar para o empate. Veio o nosso treinador dizer na conferência de imprensa final que o objectivo era ter “grande mobilidade na frente sem um jogador que fixasse os centrais”. Claro que isto é tudo muito bonito em teoria, mas a prática é uma chatice… As equipas entraram com receio uma da outra, mas enquanto o Atlético de Madrid dava trabalho ao Júlio César, o Oblak nem sequer tinha muitas oportunidades para ser assobiado, porque a bola mal lhe chegava. Os colchoneros ganharam vantagem aos 33’ com um golo do Saul Niguez, numa jogada rápida em que alguém do nosso meio-campo não acompanhou o adversário, que rematou sozinho perante o Júlio César, depois de um centro atrasado.

Na 2ª parte, entrou o Mitroglou para o lugar do apagado Gonçalo Guedes e logo no primeiro lance poderia ter feito a igualdade, mas o remate saiu ao lado. Aos 55’, o Atlético dá praticamente o golpe de misericórdia ao fazer o 0-2 pelo Vietto, num desvio subtil depois de um centro da esquerda. O Jonas saiu pouco depois para entrar o Jiménez e a equipa foi melhorando aos poucos muito baseada na táctica “dá a bola ao Renato Sanches e depois logo se vê”. E o que é certo é que o miúdo, depois de uma 1ª parte em que pareceu algo preso de movimentos, abriu o livro na 2ª e transportou a equipa para a frente praticamente sozinho. Reduzimos a diferença aos 75’ numa boa jogada do Jiménez e conclusão do Mitroglou depois de uma excelente rotação dentro da área. Tínhamos 15’ para conseguimos o desejado empate e podê-lo-íamos ter feito numa cabeçada do Jiménez que saiu a rasar o poste. Foi de longe o nosso melhor período e acho que merecíamos ter tido um pouco mais de sorte.

Em termos individuais, destaque para o Renato Sanches, que encheu o campo na 2ª parte. A continuar assim, vai ser complicado mantê-lo cá já no próximo ano… Grande jogo igualmente do Lisandro, muito concentrado e com bom sentido de antecipação. O Jardel e o Eliseu também estiveram bastante bem. Ao invés, o Gaitán e o Jonas não foram tão decisivos como habitualmente, se bem que o argentino tenha aparentado não estar na sua melhor condição física.

Com esta derrota, o panorama torna-se muito negro no sorteio dos oitavos-de-final. Ou nos calha um Wolfsburgo ou um Zenit, ou temo que se faça história pela negativa. Então se for o Barça ou o Bayern, isso será quase garantido…

domingo, dezembro 06, 2015

Renato Sanches

Vencemos na 6ª feira a Académica por 3-0, mas como os outros dois também venceram ficou tudo na mesma na frente. Foi um jogo muito enfadonho, em que, como a diferença entre as equipas era abismal, nós parece que jogámos mais a pensar no Atlético de Madrid.

À semelhança do Boavista e Tondela, não se percebe muito bem o que é que esta Académica está a fazer na I Liga. Para quê 18 clubes? È para isto?! O jogo só teve um sentido, porque o adversário não sabia como é que se passava do meio-campo. Infelizmente, nós não jogámos com a velocidade com que deveríamos, razão pela qual as oportunidades de golo escassearam. O Pizzi teve duas oportunidades, mas rematou muito por cima numa delas e noutra o guarda-redes defendeu. Guarda-redes esse, Pedro Trigueira, que aos 35’ derrubou desnecessariamente o Gaitán, porque o argentino já não chegava à bola. Penalty indiscutível que o Jonas concretizou num remate muito forte e colocado.

Na 2ª parte, a Académica tentava que o nosso meio-campo não fosse terra de ninguém, mas não tinha arte para nos criar problemas. O jogo ficou definitivamente resolvido aos 69’, noutro penalty escusado por mão ostensiva de um defesa: o Jonas voltou a marcar, em novo remate bem colocado. As coisas seguiam sem grande interesse até final, quando aos 85’ deu-se o momento do jogo: remate de muito longe do miúdo Renato Sanches e a bola a entrar como um míssil na baliza contrária! Que golão! Um lance que salvou o jogo de ser um enorme bocejo.

O destaque vai obviamente para o Renato Sanches que teve uma estreia inesquecível a titular na Luz. Aliás, o miúdo não engana e, infelizmente, não há-de estar muito tempo cá. Faz tudo com muito critério, joga sempre para a frente e só o jogo de cabeça é que tem que ser muito melhorado. O resto é excelente e neste momento ninguém lhe tira a titularidade. Destaque igualmente para os dois golos do Jonas, que não tremeu no momento dos penalties e parece que está a batê-los melhor: remates colocados em que o guarda-redes, mesmo que adivinhe o lado, não tem hipótese de defesa. O Rui Vitória resolveu deixar o Gonçalo Guedes e o Samaris no banco (já a pensar em 3ª feira?), mas ambos entraram no decorrer do jogo. Gosto do Fejsa, mas só para determinados jogos: neste tipo, contra equipa que só sabem defender, o grego parece-me bastante melhor, porque muito mais dinâmico.

Na próxima 3ª feira, temos um jogo vital, porque a diferença entre ficar em 1º ou 2º na Champions, é a diferença entre apanhar o Bayern ou o Olympiacos. Como nos basta o empate para conseguirmos ficar na frente, seria muito frustrante se isso não acontecesse.

terça-feira, dezembro 01, 2015

Importante e inesperado

Vencemos em Braga (2-0) e mantivemos as distâncias para os da frente. Confesso que não estava nada à espera desta vitória, ainda por cima porque jogámos muito desfalcados (Luisão e Sílvio lesionados, e Samaris castigado), mas parece que os jogadores interiorizaram bem que um resultado negativo na Pedreira deixar-nos-ia praticamente arredados do título ainda antes de Dezembro.

O jogo não nos poderia ter corrido melhor, já que aos 11’ estávamos a ganhar por dois. O Pizzi inaugurou o marcador aos 3’, depois de um óptimo trabalho e assistência do Mitroglou, com a bola a entrar porque um defesa cortou o remate do nosso jogador contra as costas do guarda-redes (na realidade, deveria ser autogolo). Pouco tempo depois, na sequência de um canto largo do mesmo Pizzi, o Jardel cabeceia para o centro da área, com o Lisando a matar no peito e rematar de primeira sem hipóteses para o guarda-redes. Em condições normais, teríamos o jogo praticamente ganho, mas infelizmente a nossa equipa está longe de ser um primor a defender e, por isso, eu continuava algo céptico quanto ao resultado final. E o que é certo é que o Braga enviou duas bolas aos postes (embora numa delas o Júlio César parecesse controlar a sua trajectória, que a levou à parte de cima da barra) e criou-nos bastantes dificuldades. Praticamente cada centro acabava em remate, o que nos valeu foi que os avançados contrários estavam sem pontaria. Quanto a nós, fizemos muito pouco para criar perigo e só por uma vez, através do Mitroglou, demos trabalho ao Kritsyuk.

Se o intervalo terminou com uma posse de bola de 58%-42% para eles, até aos 65’ da 2ª parte deve ter aumentado ainda mais. Claro que estivemos perto da machadada final logo no seu início, com um livre do Gaitán à barra, mas durante muitos períodos da 2ª parte parecíamos o Paços Ferreira a defender, esquecendo-nos que do outro lado havia uma baliza. O que nos safou, para além da segurança do Júlio César, foi que os bracarenses não atinavam com as redes e foram perdendo gás ao longo do tempo. Mesmo assim, ainda atiraram outra bola aos ferros num livre, mas nós tivemos um penalty do tamanho do mundo que o Sr. Hugo Miguel curiosamente não assinalou, depois de um derrube ao Pizzi, que o impediu de fazer a recarga a um remate de fora da área do entretanto entrado Jonas. Nos minutos finais, conseguimos controlar o último fôlego adversário e selámos uma vitória fundamental.

Gostei bastante do Pizzi, que parece que voltou a saber jogar desde que regressou à posição de extremo. O miúdo Renato Sanches já não vai sair mais da equipa, porque parece que já lá está há muito. Não engana ninguém: é mesmo craque! Enquanto teve pernas, exibição muito interessante do Mitroglou, com muita participação nas nossas jogadas atacantes. O Fejsa, regressado de lesão, fez muito bem o lugar do Samaris. O Gaitán é que não foi tão genial como habitualmente e o Júlio César garantiu o nulo num bom par de vezes.

Se o Tondela não tivesse falhado um penalty frente ao CRAC perto do fim e se o Tonel não tivesse oferecido um penalty à lagartada já no período de descontos (é que, como se viu nas declarações finais, nem disfarçou a oferta: uma mão daquelas na bola já depois dos 90’ é demasiado evidente), teríamos conseguido reduzir as distâncias. Assim sendo, fica-nos a consolação de termos vencido num campo em que isso aconteceu muito poucas vezes nos últimos anos.

quinta-feira, novembro 26, 2015

Nos oitavos

Empatámos em Astana (2-2) e, com a derrota do Galatasaray no Atlético de Madrid (0-2), conseguimos a segunda qualificação para os oitavos-de-final da Champions em seis anos. Cumprimos um dos objectivos da época, mas para mim a Liga dos Campeões nunca será prioritária.

Quando aos 31’ os cazaques fizeram o 0-2, depois de até termos entrado bem no jogo (o 0-1 foi aos 19’), confesso que antevi uma reedição de Telavive. As coisas estava muito negras e, se a equipa já tinha sentido o primeiro golo, temi que o segundo fosse o golpe de misericórdia. Felizmente, conseguimos reduzir antes do intervalo através do Jiménez, numa óptima cabeçada aos 40’, o que fez com que houvesse alguma luz no fim do túnel.

Na 2ª parte, o adversário foi progressivamente perdendo gás, nós falhámos boas oportunidades pelo Gonçalo Guedes e Jonas, mas aos 72’ conseguimos finalmente a igualdade novamente pelo Jiménez, num desvio com o pé direito depois de um centro na direita do entretanto entrado André Almeida. Até final, houve uma espécie de pacto de não-agressão entre as equipas, porque os cazaques queriam garantir a invencibilidade caseira no grupo (três empates) e nós a possibilidade de qualificação (que conseguiríamos se fizéssemos o mesmo resultado dos turcos em Madrid).

Em termos individuais, destaque óbvio para o Jiménez: dois golos importantíssimos e, desejo, um shot de confiança para o futuro. Gosto da sua capacidade de luta, de nunca virar a cara, da entrega aos jogo, mas já se sabe que os avançados vivem de golos. E ele já estava há muito tempo sem marcar. O Rui Vitória estreou o Renato Sanches a titular e o miúdo deu muito boa conta do recado como número 8. Não sei mesmo se não terá garantido o lugar para os próximo jogos: para já, é dos poucos que corre com a bola para frente, criando naturalmente desequilíbrios na defesa contrária. Também gostei do Pizzi, que terá feito o melhor jogo esta época. Quanto ao Lisandro, que substituiu o lesionado Luisão... era bom que o Luisão voltasse depressa.

A Champions é muito bonita e tal, dá prestígio e dinheiro, mas eu queria mesmo era não ter sido eliminado na Taça. Porque esta era uma competição que poderíamos vencer, enquanto o sucesso desportivo na Liga dos Campeões dependerá da forma como formos eliminados. De que nos servirá os oitavos ou quartos, se depois levarmos com um Bayern ou Barça e tivermos o tratamento dos assumidamente corruptos na época passada? Por outro lado, nunca vi ninguém no Marquês festejar relatórios & contas com grandes lucros ou um Witsel vendido por 40M€, pelo que o que me interessa mesmo são os títulos. E esses, pelo que se tem visto até agora, estão muito distantes...

domingo, novembro 22, 2015

Adeus à Taça

Perdemos no WC por 2-1 após prolongamento e fomos eliminados da Taça de Portugal logo na 4ª eliminatória. Quando (finalmente ao fim de quatro clássicos!) marcámos um golo, logo aos 6’ pelo Mitroglou, ainda pensei que a história poderia ser diferente. Mas uma saída extemporânea do Júlio César no período de compensação da 1ª parte, permitiu ao Adrien fazer o empate e a oito minutos do final do prolongamento o Slimani fez o resultado final numa recarga.

De uma certa maneira, pode dizer-se que estamos a melhorar nos derbies: a baliza adversária já não é um território desconhecido para nós e até obrigamos o adversário a ir a prolongamento para nos ganhar… Mas recordo-me que não há muito tempo (desde 2009, mais precisamente), em 14 jogos frente à lagartada, só perdemos… um! U-M! Agora, desde Junho deste ano, vamos em três jogos, três derrotas. TRÊS DERROTAS! Há mais de 60 anos que estes tristes não nos ganhavam três jogos consecutivos (e ainda poderá haver mais dois jogos até final da época). 60 anos! Estávamos habituados a recordes positivos, estamos agora numa fase de recordes negativos. Continuamos a fazer história, lá isso é certo…!

Outro aspecto preocupante é o descontrolo emocional dos jogadores do Benfica: o Samaris é expulso por palavras depois de 2-1, quando ainda havia 8’ para jogar, o Jonas rasteira um adversário sem bola em desforço também na parte final, não há rei nem roque na equipa e os jogadores parecem em roda livre. Se calhar, digo eu, dava jeito ter no banco alguém que os pusesse na ordem…

Tempos não muito distantes houve em que disputávamos as competições até final e, veja-se só, ganhávamos algumas delas. Até houve para aí uma época em que parece que ganhámos tudo em Portugal! Infelizmente, houve quem se tivesse fartado disso. É, de facto, muito maçador e monótono ganharmos sempre tudo… É que só pode ser essa a explicação para o erro histórico que foi cometido. Sim, estou a repetir-me e repetir-me-ei até à exaustão! Esta débâcle estava na cara desde Junho! Só não via (nem vê) quem não quer. Estamos no final de Novembro, a (na melhor das hipóteses) cinco pontos do 1º classificado (e já o tendo recebido na Luz) e fora da Taça de Portugal. Ah, é verdade, já me esquecia, ainda temos a Taça da Liga e, como estamos em 1º lugar no grupo da Champions, também devemos ser candidatos a ganhá-la, é isso? Pronto, ao menos isso: se ganharmos a Champions, darei 20 voltas de joelhos em redor do estádio.

Não darei para o peditório que se está a formar contra o Rui Vitória. Ele é o menos culpado de toda esta situação. Quando se passa dos karts directamente para a Fórmula 1, há inevitavelmente problemas. O homem é muito simpático, goleia sucessivamente nas conferências de imprensa, mas não sabe mais do que aquilo. A evolução da equipa desde Julho é medível através de passos de caracol. Mas a questão principal é que não foi ele quem pediu para vir para o Benfica. Alguém achou que ele era melhor treinador do que o que lá estava (caso contrário, não se trocaria, certo?). Ah, esperem aí, esta minha memória já não é o que era: estamos a “apostar nos jovens”, não é verdade? Então, pronto, o principal objectivo para esta época está a ser cumprido...!

P.S. – Jogámos muito pouco, mas a arbitragem do sr. Jorge Sousa não pode ser escamoteada. Para além de um critério enormemente caseiro, há um penalty descarado sobre o Luisão na parte final do prolongamento (no lance de que resultou infelizmente a fractura do braço do nosso capitão). Tinha ficado com essa impressão logo no estádio, porque foi mesmo à minha frente, e revisto na televisão, não há margem para dúvidas: o João Pereira empurra-o e rasteira-o para ele não chegar à bola. Para além disso, há uma agressão descarada do Slimani ao Samaris no reinício da 2ª parte. Foi uma arbitragem indiscutivelmente tendenciosa. Enfim, o habitual vindo de quem vem.

segunda-feira, novembro 09, 2015

Enfadonho

Vencemos o Boavista por 2-0 e mantivemos as distâncias para os dois da frente. Se quisermos ser simpáticos, diríamos que cumprimos os serviços mínimos. Se formos realistas, teremos de dizer que, apesar de a vitória ser justíssima, jogámos muito pouco.

Em relação ao jogo frente aos turcos, reentrou o castigado Samaris para o lugar do André Almeida. Para o Boavista, à semelhança do ano passado, o relvado acaba na linha de meio-campo e, sem velocidade, era muito difícil ultrapassar a concentração de jogadores axadrezados. Por isso mesmo, foram raras as ocasiões de perigo que criámos na 1ª parte e o adversário esteve quase a conseguir o seu objectivo de levar o nulo para o intervalo. Felizmente, o Gaitán (sempre ele) inventou uma jogada na esquerda aos 39’, centrou atrasado e o Gonçalo Guedes no limite da área rematou de primeira sem hipóteses para o Mika.

Na 2ª parte, esperava-se um adiantamento do Boavista e mais espaços para nós desenvolvermos bom futebol. Adiantamento houve algum, bom futebol é que nem por isso. Mesmo assim, ainda atirámos três bolas ao poste (Jonas, Talisca e Jardel) e nunca tivemos a nossa baliza verdadeiramente em risco, exceptuando um mau atraso de cabeça do Samaris, que isolou um adversário, mas este fez um chapéu com tão pouca força que nem era preciso o Júlio César lá estar. No desenrolar da nossa terceira bola ao poste (cabeçada do Jardel), aquela sobrou para o (entretanto entrado) Carcela, que nos deu a tranquilidade aos 88’.

O melhor em campo foi de longe o Gonçalo Guedes. Desencravou a partida com o golo e foi dos poucos a tentar levar a equipa para a frente através de alguma velocidade. O Gaitán somou nova assistência e merece igualmente destaque. Quanto ao resto, foi tudo muito mediano, com o Talisca muito ao lado do jogo e o Jiménez a ver as coisas saírem-lhe invariavelmente mal.

Estes jogos a seguir à Champions são habitualmente complicados, mas o que é certo é que, mesmo perante equipas que não se percebe bem o que estão a fazer na I Liga, nós continuamos sem entusiasmar. Irá haver agora nova pausa para as selecções e depois iremos ao WC para a Taça de Portugal, numa das partidas mais importantes da época. Que melhoremos bastante até lá é o que espero (mas não tenho muita esperança que aconteça...).

P.S. – A lagartada anda com estrelinha. É, pelo menos, o terceiro jogo que ganha em cima dos 90’. Começo a ficar bastante preocupado com a regularidade desta vaca.

quarta-feira, novembro 04, 2015

Vitória importante

Vencemos o Galatasaray por 2-1 e estamos a um ponto de garantir a qualificação, e a dois pontos de ficarmos no 1º lugar do grupo. Foi um jogo complicado mais por culpa nossa do que por mérito do adversário. Mas, com bastante sofrimento, especialmente na parte final, conseguimos o objectivo e só uma catástrofe nos impedirá de seguimos para os oitavos.

Sem o Samaris castigado, o Rui Vitória voltou a apostar no Talisca tal como tinha feito frente ao Tondela, regressando o André Almeida à posição de trinco. De resto, foi a equipa expectável e tivemos o mérito de entrar muito bem no jogo, com enorme pressão sobre os turcos que mal conseguiram sair do seu meio-campo nos minutos iniciais. Uma jogada genial do Gaitán e um remate do Jiménez, com recarga por cima do argentino, poderiam ter logo sentenciado a partida nos primeiros cinco minutos. Dois remates à figura do Jonas e um mau domínio do Gonçalo Guedes quando estava isolado foram as restantes oportunidades da 1ª parte. Do outro lado, apesar do Sneijder e Podolski, viu-se muito pouco, com excepção de dois magníficos cortes do Jardel na mesma jogada que impediram perigo na nossa baliza. 

Como o Atlético Madrid empatou no Cazaquistão, uma vitória nossa dar-nos-ia a liderança isolada e a equipa subiu o ritmo na 2ª parte. Inaugurámos o marcador logo aos 52’ num livre para a área, cabeçada do Jardel para o meio e o Luisão a deixar a bola para o Jonas fuzilar. Como o Galatasaray mal tinha criado perigo até então, pensei que com maior ou menor dificuldade ganharíamos o jogo, só que os turcos marcaram no primeiro remate enquadrado com a baliza através do Podolski aos 58’. Felizmente nós não nos desconcentrámos com este revés e voltámos à vantagem aos 67’ com um golo do capitão Luisão depois de um canto do Gaitán. Faltavam 23’ para o final do jogo, mas muita coisa ainda aconteceu. Nós desperdiçámos o golo da tranquilidade numa série de ocasiões: livre rasteiro do Gaitán com boa defesa do Muslera, que também parou a recarga do Jiménez, o Jardel falhou por um triz o cabeceamento num canto, quando era só encostar, e a pior de todas pelo Jiménez depois de um contra-ataque do Gaitán que, com um toque de calcanhar, o isolou, mas o mexicano rematou fraco e o Muslera defendeu para canto. Os turcos tiveram duas óptimas ocasiões num remate fora da área do Selçuk İnan e um remate por cima já na grande-área depois de um magnífico corte do Luisão em tempo de descontos. De referir que desde os 85’ que jogámos com 10, porque o Gaitán viu um segundo amarelo ao cortar um contra-ataque muito perigoso. O que foi inadmissível foi o primeiro amarelo por protestos depois de o árbitro não ter expulso o Burak Yılmaz por ter jogado a bola com o braço, quando já tinha cartão. Nota-se um certo descontrolo emocional dos nossos jogadores nalgumas ocasiões (já se tinha visto frente à lagartada), que depois paga-se caro e o Gaitán vai fazer-nos muita falta em Astana.

Em termos individuais, destaque para o Luisão que esteve nos dois golos, para o Jardel, muito importante no 1º golo, mas principalmente na defesa, e para o Gaitán que, apesar da expulsão, teve o exclusivo da magia em campo. O Jonas lá se estreou a marcar na Champions e o Talisca esteve igualmente em bom plano, especialmente nas variações de flanco. O Gonçalo Guedes passou ao lado do jogo e o Jiménez, apesar de bastante lutador, não esteve nada feliz na concretização (tal como nos últimos jogos). Tenho alguma pena por as coisas não estarem a correr bem ao mexicano, até gosto dele, mas aquela bola quase no final não se pode mesmo falhar. Quanto ao Eliseu, seria bom que toda a gente se mentalizasse que é o menos mau defesa-esquerdo que temos (e 1000 vezes melhor do que o Sílvio).

Fico contente por as coisas nos estarem a correr bem na Europa, mas continuo a achar que o principal é o campeonato. Na melhor das hipóteses, e ficando em 1º lugar no grupo (seria uma desilusão se assim não fosse), poderemos chegar aos quartos-de-final, mas pensar mais do que isso seria utópico. Troco na hora isso pelo 35. Espero que jogadores e equipa técnica também.

domingo, novembro 01, 2015

Muito fácil

Vencemos na 6ª feira o Tondela em Aveiro por 4-0 numa partida praticamente sem história, porque aos 11’ já estávamos a ganhar por 2-0. Depois do descalabro do passado domingo, esta calmaria era mesmo o que estávamos a precisar em vésperas de um jogo muito importante para a Champions com o Galatasaray.

O Rui Vitória surpreendeu ao colocar o Clésio a defesa-direito. Confesso que nunca tinha ouvido falar neste jogador e é provavelmente o primeiro titular de sempre do Benfica que eu desconhecia totalmente. Para além desta inovação (o Clésio é originalmente um… avançado), o Rui Vitória colocou igualmente o Sílvio na esquerda e o Eliseu na bancada. Também tenho que referir que não entendo esta embirração com o Eliseu, porque de todos parece-me o menos mau defesa-esquerdo que temos. E decididamente é melhor do que o Sílvio naquela posição! De qualquer maneira, nem deu tempo para pensar nestas alterações, porque o Jonas fez de cabeça o 0-1 aos 4’ depois de um bom centro do Gaitán. A bola entrou em arco na baliza, sendo um bocado frango do Matt Jones. Aos 11’ ficou praticamente tudo decidido com o autogolo do Berger depois de um centro do Jonas. O jogo foi-se arrastando bastante a partir daí, até que aos 42’ as poucas dúvidas ficaram dissipadas com o 0-3 pelo Gonçalo Guedes, muito bem desmarcado pelo Jonas. Chegámos ao fim da 1ª parte com dois remates e três golos a nosso favor. Espero que tenham chamado o Guiness!

A 2ª parte teve muito poucos motivos de interesse: o Tondela queria, mas não conseguia e nós conseguíamos, mas não queríamos. Já estava tudo a pensar na Liga dos Campeões na próxima terça-feira. O Rui Vitória lá foi fazendo substituições e foi o Carcela que agitou um pouco as coisas e fez o 0-4 aos 82’ num remate rasteiro em que o Cláudio Ramos (que tinhas substituído o lesionado Matt Jones ainda na 1ª parte) também não fez tudo o que devia.

Em termos individuais, o Jonas acabou por estar nos três primeiros golos e só por isso merece destaque. O Samaris continua a revelar boa forma e vai fazer falta frente aos turcos depois do amarelo idiota que viu em Istambul. O Clésio a defesa-direito… enfim, não se pode dizer que eu tenha ficado muito entusiasmado… O Sílvio na esquerda também está longe de impressionar. O Gaitán fez o centro para o 1º golo e fechou a loja. O Jiménez não está numa maré de sorte, batalha muito, mas o golo não aparece. Uma palavra final para a estreia do Renato Sanches no último quarto-de-hora, mas não deu para ver muita coisa.

Foi uma exibição de mínimos, até porque o adversário não exigiu mais. Aliás, espero que este jogo tenha servido para demonstrar a estupidez de ter 18 clubes na I Liga. Há muitos deles que não estão mesmo aqui a fazer nada. Quanto a nós, como estamos numa de montanha-russa é difícil perceber o que vai acontecer a seguir. Aguardemos por terça-feira.

domingo, outubro 25, 2015

Benfica - 0 - lagartada - 3

Eu não sou como a outra múmia que nunca se engana e raramente tem dúvidas. Tenho sempre dúvidas e também me engano muitas vezes. Infelizmente, há alturas em que dava tudo para me enganar ainda mais vezes.

http://nao-se-mencione-o-excremento.blogspot.pt/2015/06/superacao.html

Boa noite.

VIVA O BENFICA!

P.S. - A única coisa boa a tirar de hoje foi o estádio, empurrado pelos No Name, quase vir abaixo a cantar pelo Benfica a partir do minuto 70, a fazer lembrar esta e esta ocasião. Temos, de facto, adeptos fabulosos.

quinta-feira, outubro 22, 2015

Mal perdido

Fomos derrotados em Istambul pelo Galatasaray (1-2) e perdemos uma oportunidade soberana de praticamente fecharmos já as contas do apuramento para os oitavos de final. Entrámos praticamente a ganhar, mas uma série de erros infantis deitaram tudo a perder.

Marcámos logo no segundo minuto, num livre marcado rapidamente pelo Jones, em que o Gaitán tirou um adversário do caminho e picou a bola por cima do guarda-redes. Um golão do argentino! Quando se pensava que pudéssemos jogar com a intranquilidade dos turcos para conseguir um bom resultado, o Galatasaray respondeu bem à desvantagem e veio para cima de nós, acabando por chegar à igualdade numa idiotice do André Almeida que tentou interceptar um remate com os braços no ar…! Penalty indiscutível e 1-1 aos 19’. Pouco depois, o Gaitán teve um bom remate de pé direito, mas à figura do Muslera e aos 33’ deu-se a reviravolta no marcador: Jardel a pôr um jogo o Podolski e este a rematar por baixo das pernas do Júlio César e a fazer o 2-1. Havia algum ascendente dos turcos, mas que só justificara a igualdade.

A 2ª parte começou com uma bola ao poste do Sneijder, que ainda tabelou num defesa, mas a partir daí nós tomámos conta do jogo e criámos inúmeras oportunidades para igualar: Jonas, Jiménez e Gaitán, pelo menos. Quanto aos turcos, só através dos remates do Podolski iam criando relativo perigo. O tempo ia passando, o Rui Vitória resolveu fazer substituições, mas elas correram todas mal: o Pizzi está numa forma de meter medo ao susto, o Victor Andrade nas três ou quatro intervenções iniciais foi uma desgraça (vá lá que na parte final conseguiu ganhar umas faltas perigosas a nosso favor) e o Mitroglou teve pouco tempo em campo. Como se já não bastasse, o Rui Vitória tirou os laterais e colocou o Gaitán a defesa-esquerdo: outro desperdício.

Em termos individuais, destaque para o Gonçalo Guedes que estava a ser indiscutivelmente dos melhores, até o Rui Vitória ter a ideia peregrina de o tirar de campo. O Samaris também fez um bom jogo, mas vai ficar de fora no próximo, porque cometeu uma falta estúpida. E, já que estamos no campo da estupidez, o que dizer do penalty do André Almeida que deu início à reviravolta?! O Gaitán lá mostrou a sua classe e marcou um golo fabuloso e o Jardel, excepção feita ao erro de posicionamento no segundo golo, sobressaiu de algum marasmo que se apoderou dos nossos jogadores.

Como já aqui disse várias vezes, o que me interessa é o campeonato, mas claro que é sempre bom fazer boas campanhas europeias. Está tudo em aberto e estamos numa posição privilegiada. Basta ganhar em casa ao Galatasaray e seria preciso um cataclismo para não nos apurarmos.

domingo, outubro 18, 2015

Livrámo-nos de boa…!

Vencemos na sexta-feira o Vianense em Barcelos por 2-1 e seguimos para a 4ª eliminatória da Taça de Portugal. Perante uma equipa do Campeonato Nacional de Seniores (III Divisão), só conseguimos o golo da vitória aos 90’, o que diz bem das (inesperadas) dificuldades que tivemos.

Com o nevoeiro na Choupana e as selecções, estivemos duas semanas e meia sem ver o Benfica. E não se pode dizer que o reencontro tenha sido feliz. O Rui Vitória optou pela defesa titular e rodou a equipa do meio-campo para a frente. O Talisca deveria ter inaugurado o marcado quando ainda nem tinham passado 30 segundos de jogo, mas depois entrámos num marasmo quase total. Pouca velocidade e a defesa contrária a dar conta do recado. Aos 39’, o Carcela, um dos piores em campo até aquela altura, resolveu marcar um golão! Lançamento lateral para a área, bola a sobrar para o marroquino e remate à meia-volta sem a deixar cair no chão para entrar no ângulo superior direito da baliza. Fantástico!

Na 2ª parte, começámos o desperdício logo de início pelo Mitroglou numa cabeçada ao poste. O Pizzi esteve em particular destaque ao falhar três golos, um dos quais quando só tinha que desviar a bola do guarda-redes. O Vianense mal passava do meio-campo, fez o primeiro remate só aos 77’, mas dois minutos depois aconteceu o golpe de teatro: remate de uns bons 25 m e bola no ângulo da baliza do Júlio César. Já se sabe que resultados mínimos são sempre perigosos, mesmo com equipa muito mais fracas e aí estávamos nós à beira de jogar mais meia-hora à conta de tanto desperdício. O Júlio César ainda fez uma defesa a um remate de longe (que iria ao lado) até São Jardel nos salvar novamente aos 90’: canto de Pizzi (a única coisa de jeito que fez no jogo todo) e entrada de rompante do central brasileiro a dar-nos o triunfo.

Em termos individuais, não acho que se possa destacar ninguém. O Carcela marcou um golão e teve outro bom remate, mas até ao golo estava péssimo, o Nuno Santos teve bons pormenores, mas ainda está muito verde, o Talisca atrás do ponta-de-lança é menos um jogador, o Pizzi foi de fugir, o Sílvio só acertou um dos n centros que fez. O Jardel merece uma palavra por nos ter livrado de boa.

Exmos senhores jogadores do Benfica: gosto imenso da Taça de Portugal e gosto ainda mais de ir ao Jamor, pelo que agradeço que de futuro se levem mais a sério este tipo de jogos perante adversários de escalões inferiores. Caso contrário, poderemos ter surpresas desagradáveis e eu já tive Gondomares que cheguem para o meu tempo de vida. Obrigado.

segunda-feira, outubro 12, 2015

No Euro 2016

Vencemos a Dinamarca por 1-0 na passada 5ª feira e qualificámo-nos para o Campeonato da Europa de Futebol que vai decorrer em França no próximo Verão. Ao contrário do que tinha vindo a ser prática habitual, não precisámos de contas de última hora, nem de play offs para conseguirmos esse desiderato. E só por isso, esta fase de qualificação é memorável.

Apesar de precisar de ganhar, a Dinamarca veio a Braga fundamentalmente para não perder e, precisando Portugal de apenas um ponto, o jogo foi sem surpresa nenhuma bastante táctico. Houve uma bola ao poste para cada lado e finalmente aos 66’ o João Moutinho colocou-nos em vantagem com um inesperado golo. Inesperado por ter sido ele a marcar, bem entendido. Até final, conseguimos aguentar a pouca pressão contrária e selámos a qualificação com a sexta vitória consecutiva.

Ontem, fizemos na Sérvia o último jogo deste apuramento. O Fernando Santos dispensou alguns habituais titulares (entre os quais o C. Ronaldo) e confesso que não esperava muito desta partida. Mais eis que estamos com estrelinha de campeão e ganhámos por 2-1 em Belgrado. Entrámos muito bem com um golo logo aos 5’ numa recarga do Nani depois da única jogada de jeito que o Danny fez em todo o jogo. A Sérvia empatou já na 2ª parte, aos 65’, através do Tosic num centro atrasado para a área e remate frontal. Por esta altura, o adversário estava por cima de nós, mas o Fernando Santos colocou o João Moutinho em campo e aconteceu um milagre: marcou em dois jogos consecutivos! O Eliseu ganhou muito bem a bola, centrou atrasado e o Moutinho rematou em arco fora da área para fazer o resultado final. Uma palavra de destaque para a estreia absoluta do Nelson Semedo nas selecções nacionais (nunca tinha sido convocado para nenhuma delas!).

A sétima vitória consecutiva em fases de qualificação (um recorde absoluto) vai permitir-nos ser cabeças-de-série no sorteio do Euro, evitando assim apanhar alguns dos tubarões logo na fase de grupos. Foi uma qualificação brilhante com a curiosidade de todas as vitórias terem sido pela diferença mínima. Agora é aguardar e desejar que esta senda vitoriosa se prolongue por terras gaulesas.

quinta-feira, outubro 01, 2015

Duas palavras: BRI-LHANTE!

Vencemos o Atlético de Madrid no Vicente Calderón por 2-1 e estamos destacados na frente do grupo C da Liga dos Campeões com seis pontos. Como o Galatasaray empatou no Cazaquistão (2-2), temos agora cinco pontos de vantagem para os terceiros classificados e estamos em óptima posição para finalmente nos qualificarmos para os oitavos-de-final da competição (seria a segunda vez nos últimos nove anos...).

Já aqui disse mais do que uma vez que o me interessa mais é o tricampeonato, sendo as competições europeias um bónus. Mas, de facto, desde a histórica vitória em Liverpool em 2006 que não tínhamos um resultado que nos orgulhasse tanto. Até ontem. Vencemos na sua própria casa a equipa que ainda há dois anos foi campeã de Espanha e esteve a dois minutos de conquistar a Champions no Estádio da Luz, que estava há 11 jogos sem perder no seu reduto para as competições europeias (desde Fevereiro de 2013 pelo Rubin Kazan), e que há sete jogos que não sofria sequer um golo em casa (o AC Milan foi o último a marcar a 11 de Março de 2014). Quanto a nós, só tínhamos ganho uma vez em Espanha, ao Bétis de Sevilha, na gloriosa campanha de 1982/83 que nos levou à final da Taça Uefa. Há 33 anos, portanto! Por outro lado, nos três jogos que tínhamos disputado esta temporada fora da Luz, averbámos três derrotas e sem nenhum golo marcado. Está bom de ver que por todas estas razões o meu estado de espírito era muito calmo, porque jamais me passou pela cabeça que pudéssemos ganhar esta partida. E o que eu gosto de me enganar nestes casos...!!!

O Rui Vitória só fez uma alteração em relação aos Paços de Ferreira, que foi colocar o Raul Jiménez no lugar do Mitroglou. Ao contrário do que era habitual no passado em jogos da Liga dos Campeões, não entrámos com medo, mas começámos a sofrer desde cedo uma pressão muito grande dos colchoneros. Mesmo assim, os primeiros lances de perigo foram nossos com uma grande jogada do Jonas, que passou por vários adversários, mas rematou ao lado, e uma tentativa de chapéu do Gonçalo Guedes que ficou curta. O Atlético de Madrid criava-nos problemas especialmente nas bolas paradas, mas acabou por inaugurar o marcador de lance corrido através do Correa aos 23’. A seguir ao golo, tivemos a nossa fase mais complicada, com o Jackson Martínez a ter duas situações para aumentar a vantagem, uma das quais foi ao poste. Mas aos 36’ um centro largo do Nélson Semedo foi desviado pela cabeça de um defesa na área e sobrou para o Gaitán de primeira na esquerda fuzilar o Oblak. Até ao intervalo nada mais de relevante se passou.

A 2ª parte não poderia ter começado melhor para nós, porque colocámo-nos em vantagem logo aos 51’ num contra-ataque perfeito do Gaitán que assistiu de pé direito o Gonçalo Guedes para este, quase sem ângulo, marcar um golão! Tínhamos uma eficácia de 100% nos remates à baliza! A partir daqui, já se sabia que teríamos de sofrer e contámos com um Júlio César em grande forma, ao defender dois remates consecutivos. No entanto, essa foi a grande e praticamente única oportunidade dos espanhóis, porque nós soubemos controlar muito bem o espaço à frente da nossa baliza. Uma das coisas que mais gosto me deu de ver foi que nunca abdicámos de tentar atacar, embora não tenhamos conseguido criar lances de verdadeiro perigo, porque por mais do que uma vez o último passe não saiu bem.

Em termos individuais, destaque para o mágico Gaitán, com um golo e uma assistência, e para o Gonçalo Guedes, não só pelo golo que marcou, mas porque está a crescer de jogo para jogo e não teve complexos nenhuns por estar a jogar onde estava. Outro que já é uma certeza é o Nélson Semedo, que revela uma personalidade invulgar para quem acabou de chegar à equipa. Grande exibição igualmente do Jardel, que está sempre superconcentrado nestas partidas importantes e da dupla do meio-campo (André Almeida e Samaris), porque se fartou de correr. O Júlio César dá uma confiança enorme à defesa e foi fundamental para esta grande vitória. Também apreciei bastante a capacidade de luta do Jiménez.

Uma última palavra para o Rui Vitória: este triunfo tem muito mérito dele, não só por apostar sempre na mesma equipa com os dois avançados onde quer que jogue, como por colocar o Benfica a jogar sem complexos independentemente do adversário que defronte. Já se tinha visto um pouco isso em Mordor e ontem foi por demais evidente. Não é novidade para ninguém que eu estava muito céptico quanto à sua contratação, mas é com a maior alegria que vejo que poderei ter-me enganado redondamente.

Mas, como eu disse, a Champions é muito bonita e tal, mas eu quero mesmo é ser tricampeão, pelo que o fundamental é uma vitória na Choupana no domingo frente ao União da Madeira. Até porque a seguir vem mais uma paragem do campeonato para as selecções e Taça de Portugal, e a jornada seguinte é já a recepção à lagartada, onde convém chegarmos com a possibilidade de os ultrapassar na classificação em caso de vitória.

P.S. – Espero que os energúmenos que atiraram tochas para as bancadas e o relvado aquando do nosso primeiro golo fiquem muito contentes se a Uefa nos interditar o estádio. Finalmente terão conseguido o seu objectivo...! Já temos um histórico com petardos das épocas anteriores, pelo que temo bem que a Uefa não se vá limitar a uma multa como das vezes anteriores. Neste sentido, gostei que o presidente Luís Filipe Vieira se tivesse antecipado e tivesse logo condenado esta situação, e pedido desculpa ao Atlético de Madrid. Mas o que é que aquelas bestas pretendem é que ultrapassa a minha capacidade de compreensão... Com tantas câmaras de segurança, não me parece muito complicado ver quem foram os responsáveis e interditá-los durante cinco anos de irem ao futebol. Pode ser que finalmente aprendam, mas como acéfalos que são é bem possível isso não aconteça, porque dentro do crânio daquelas criaturas só deve haver ar...

domingo, setembro 27, 2015

Agradável

Vencemos o Paços de Ferreira por 3-0 e continuamos com um registo 100% vitorioso na Luz. O problema até agora é que ao pleno de vitórias na Luz corresponde um pleno de derrotas fora de casa, com a agravante de ainda não termos conseguido marcar. No entanto, esta jornada acabou por ser bastante produtiva, porque o CRAC empatou em Moreira de Cónegos (2-2) e a lagartada cedeu igualmente dois pontos no Bessa (0-0), pelo que reduzimos a diferença para os primeiros classificados para dois pontos e, mais importante do que isso, recuperámos a vantagem psicológica de voltarmos a depender de nós.

O Rui Vitória apostou no mesmo onze de Mordor, o que me causou algum espanto, porque em termos teóricos não via a necessidade de alinharmos com dois trincos em casa frente ao Paços de Ferreira. No entanto, o André Almeida acabou por ser dos melhores em campo. A 1ª parte foi muito complicada, porque o Paços revelou-se uma equipa sem autocarro e criou alguns problemas ao Júlio César. Por outro lado, fechava-se bem na defesa e nós não conseguimos criar muitas oportunidades. Quando eu já estava a ver mais uma 1ª parte deitada ao lixo, eis que surge um dos génios que actua em Portugal: aos 34’, o Jonas recebe a bola perto da área e desfere um remate em arco de pé esquerdo que a fez entrar no ângulo superior esquerdo da baliza depois de embater na barra. Um golão! Logo na jogada seguinte, o Paços poderia ter empatado numa desconcentração defensiva nossa, mas ainda antes do intervalo outro remate em arco do Jonas com o pé esquerdo passou muito rente ao poste.

A 2ª parte começou de um modo muito lento, em que os jogadores do Benfica davam ideia de que o jogo estava ganho. À passagem do primeira quarto de hora, o Mitroglou isolado permitiu que o guarda-redes Marafona interceptasse um remate seu, mesmo depois de o grego o ter contornado, mas aos 67’ a partida ficou sentenciada quando o Gaitán assistiu o Gonçalo Guedes para este se estrear a marcar pela equipa principal num remate que ainda foi desviado por um defesa traindo o guarda-redes. O Paços baixou os braços e seis minutos depois novo cruzamento do génio argentino e assistência do Gonçalo Guedes para o Jonas bisar e fazer o 3-0. Até final, o Júlio César ainda fez uma boa defesa e o Luisão atirou uma bola à barra com o ombro.

Em termos individuais, o Jonas foi obviamente a figura de destaque. Novo bis e a liderança isolada dos melhores marcadores com sete golos em seis jogos. O Gaitán esteve em dois dos três golos, mas não foi tão constante na sua genialidade como em partidas anteriores. O Gonçalo Guedes, numa daquelas situações em que o futebol é fértil, estava péssimo no jogo, mas acabou por marcar um golo e fazer uma assistência. Ou seja, foi um jogo memorável para ele. Como já referi, o André Almeida surpreendeu-me pela positiva, mas o Mitroglou é que esteve uns furos abaixo do que é habitual.

A equipa tem vindo a melhorar as exibições e isso é algo que obviamente me alegra, porque nos últimos anos essa tinha vindo a ser a regra. Iremos agora a Madrid defrontar o Atlético para a Champions, mas há que não perder de vista que o objectivo principal é o tri e que por isso uma vitória frente ao União da Madeira para a semana na Choupana é que é fundamental.

segunda-feira, setembro 21, 2015

Inglório

Perdemos em Mordor por 0-1 e à 5ª jornada deixámos de depender de nós para revalidar o título, porque ficámos a quatro pontos deles. Claro que ainda está muito no início, “isto é um processo”, mas por isso mesmo é que aquele jogo em Arouca era fundamental: porque caso o tivéssemos ganho, como deveríamos(!), estaríamos hoje um ponto atrás.

Confesso que não me lembro de estar tão pouco nervoso antes de um clássico. As minhas expectativas eram baixíssimas perante a qualidade exibicional que vínhamos demonstrando até agora, mas a bem da verdade tenho que dizer que aos 10’ já estava uma pilha de nervos. Porque é um facto indiscutível que fizemos a melhor exibição da época até ao momento. E por larga margem. Entrámos personalizados no antro, a jogar de igual para igual e sem relevar o medo que tantas vezes vinha sendo hábito. O Rui Vitória esteve bem logo desde início ao não desfazer a dupla Mitroglou – Jonas e a colocar o André Almeida (já que o Fejsa se lesionou entretanto) ao lado do Samaris. A 1ª parte foi toda nossa, com o Casillas a safar os assumidamente corruptos pelo menos por três vezes. Quanto ao Júlio César, mal tocou na bola, porque o adversário simplesmente não conseguia ligar uma jogada.

A 2ª parte foi bastante diferente, porque o CRAC veio para cima de nós e teve duas grandes ocasiões pelo Aboubakar (grande jogador), uma das quais foi ao poste. Nós deixámos de criar perigo, exceptuando uma cabeçada do Mitroglou que passou por cima. O Flopetegui teve a genial ideia de tirar o jogar mais perigoso deles, o Aboubakar, para colocar o Osvaldo e nós lá íamos conseguindo controlar mais ou menos o jogo. Mas era inevitável eu lembrar-me do Kelvin, porque o jogo estava muito parecido a esse. E infelizmente, na enésima prova da inexistência de Deus, voltou a acontecer: num ressalto de um nosso jogador, o CRAC faz um contra-ataque aos 86’ e o André André fica isolado e bate o Júlio César. Aquele clube hediondo e nojento (basta ver o que o Maicon, o capitão deles, fez ao Jonas perto do intervalo) voltava a ter uma vaca descomunal e marcar mesmo no fim.

Em termos individuais, não vou destacar ninguém, porque a quase totalidade esteve muito bem. Desde a segurança do Nelson Semedo a ter que levar com o Brahimi, ao Gonçalo Guedes que se fartou de ajudar o colega, mesmo que não tenha sido muito interveniente no ataque, à dupla Samaris – André Almeida no meio-campo a ser um muro enquanto teve pernas, ao Mitroglou que esteve bastante interventivo, ao Gaitán a ir espalhando classe em pormenores, ao Jonas que fez uma exibição em crescendo (e fartou-se de levar pancada) e ao Júlio César que nos safou quando defendeu um remate do isolado Aboubakar. Os centrais Luisão e Jardel estiveram bem, embora na parte final tivesse havido um buraco entre eles e os médios, e mesmo o Eliseu não comprometeu, apesar de uma ou outra má decisão.

Foi uma “vitória moral”, mas eu prefiro as reais. Vamos ver se esta exibição é sinal de mais qualquer coisa ou foi apenas furtiva. Gostei do modo como nos exibimos, mas caso voltemos a escorregar antes dos rivais, as coisas vão tornar-se muito complicadas nas contas finais.

P.S. – A arbitragem do Sr. Artur Soares Dias foi muito incrivelmente tendenciosa. Quando um dos assumidamente corruptos caía, era quase sempre falta contra nós. É óbvio que o nº 2 do adversário deveria ter levado segundo amarelo no início da 2ª parte e que o animal do Maicon, no mínimo, teria de levar amarelo no fim da 1ª (como levou um na 2ª,está bom de ver o que aconteceria…). Uma certa inclinação do campo foi por demais evidente em grande parte do encontro.

quarta-feira, setembro 16, 2015

Estreia vitoriosa

Vencemos o Astana por 2-0 e conquistámos a sempre importante vitória no 1º jogo na Liga dos Campeões. O triunfo foi incontestável, se bem que a exibição tenha andado longe do brilhantismo do jogo passado.

Como “em equipa que ganha não se mexe”, o Rui Vitória manteve o onze que goleou o Belenenses, mas tal como eu já suspeitava o que se passou na passada 6ª feira foi pontual. Ou seja, voltámos ontem às primeiras partes oferecidas ao adversário: apenas duas oportunidades de golo pelo Jonas e um futebol muito lento que não conseguiu ultrapassar o hiperdefensivo Astana. O Gaitán era o único que tentava fazer algo diferente, com o Jonas uns furos e o Talisca bastante abaixo da exibição frente ao Belém.

A 2ª parte começou com um grande susto para nós, com o Jardel a ser batido na área e a bola a embater no poste do Júlio César. Não poderíamos ter respondido melhor, aos 51’, com uma boa tabela entre o Gaitán e o Mitroglou que isolou o argentino e este a rematar cruzado sem hipóteses para o guarda-redes. Onze minutos depois demos a estocada final com outra bela jogada, em que o Gaitán desmarcou o Eliseu na esquerda, que centrou para o Mitroglou só ter que encostar. A equipa cazaque nunca deu mostras de poder fazer perigar a nossa vitória e nós ainda tivemos mais duas oportunidades pelo entretanto entrado Jiménez e num livre do Eliseu já perto do final.

O melhor em campo voltou a ser o Gaitán. Como diz o meu amigo João Tomaz, deve ser o único jogador do mundo que se motivou ainda mais por não ser transferido para outro clube. Um golo e a participação muito relevante noutro dizem tudo acerca da forma do argentino. Voltei a gostar do Nelson Semedo, cada vez mais uma certeza, e da entrada do Jiménez, que me parece muito batalhador e rato de área (a movimentação dele no lance em que quase marcou foi muito boa). O Mitroglou ainda não demonstra um completo entrosamento com o nosso jogo, mas lá continua a picar o ponto no que toca a golos e isso é o mais importante. Ao invés, quem ainda não está nem de perto nem de longe na forma a que nos habituou é o Luisão. Espero bem que seja uma coisa passageira. O Gonçalo Guedes também passou um pouco ao lado do jogo, tal como os já referidos Jonas e principalmente Talisca.

Continuamos a revelar algo que me preocupa e que é o facto de só começarmos a jogar bem a partir do momento em que conseguimos marcar. Até lá, temos sempre imensas dificuldades em criar oportunidades, o que tem sido uma constante em todos os jogos (talvez com excepção do Arouca). Enfim, teremos um teste de fogo no próximo domingo em Mordor e aí veremos mesmo o que valemos nesta altura.

domingo, setembro 13, 2015

Meia dúzia

Trucidámos o Belenenses por 6-0 na passada 6ª feira na melhor exibição até agora. Perante tão fraco opositor (obrigado Sá Pinto…!), não deu bem para perceber se de facto melhorámos nesta paragem do campeonato, ou se foi só o golo aos 5’ e o 3-0 ao intervalo que nos acalmou.

Esse golo surgiu de um cruzamento do Jonas pela direita e de uma cabeçada do Mitroglou, que encontrou o Ventura a meio caminho. Quando aos 17’, o Jonas fez o 2-0 depois de uma intercepção falhada de um defesa, ficou a perceber-se que iríamos finalmente ter um jogo descansado, facto que ficou evidente de forma definitiva com o terceiro golo aos 40’ novamente pelo Jonas.

Quando se esperava que abrandássemos o ritmo na 2ª parte por causa da Champions na 3ª feira, não foi isso que aconteceu. O Belenenses era inofensivo e nós fizemos o 4-0 aos 53’ noutro bis, desta feita do Mitroglou. O Gaitán veio acabar com este despique entre os dois pontas-de-lança ao fazer o 5-0 aos 60’, depois de uma jogada brilhante entre ele e o Jonas. O último golo surgiu aos 60’ num bomba do Talisca de fora da área. Na meia hora final, não conseguimos marcar mais nenhum golo e aí, sim, o Rui Vitória começou a pensar na Champions com as substituições que fez (tirou o trio da frente).

Em termos individuais, destaque óbvio para os homens dos golos: Jonas, Mitroglou e o grande Gaitán, que marcou um, mas é a classe pura em acção. Há uma jogada entre ele e o Jonas, já na 2ª parte, em que a bola não entra, mas que seria um dos golos do ano. Indiscutivelmente. O Talisca parece-me em melhor fora do que o Pizzi e é dos poucos jogadores do plantel que sabe rematar de fora da área. O Gonçalo Guedes jogou de início e o Nuno Santos entrou na 2ª parte. Melhor o primeiro, mas ainda tem muito que aprender antes de se constituir como indiscutível. O Jardel regressou após lesão na Supertaça e não comprometeu.

Veremos o que acontecerá na 3ª feira frente ao Astana, mas espero que este resultado nos embale para uma consistência exibicional que até agora não tínhamos demonstrado.

segunda-feira, setembro 07, 2015

Albânia - 0 - Portugal - 1

Um golo já nos descontos do Miguel Veloso permitiu-nos derrotar a Albânia e praticamente selar a nossa qualificação para o Euro 2016 em França. Foi uma partida bastante complicada, ou não estivessem os albaneses num surpreendente 2º lugar no grupo e foi mesmo a primeira derrota desta selecção na fase de qualificação.

A 1ª parte foi toda da selecção portuguesa, mas a falta de um ponta-de-lança de jeito puxou o C. Ronaldo para o meio e aí ele é muito menos útil. Mesmo assim lá tivemos algumas ocasiões, mas o nulo ao intervalo entusiasmou os albaneses que surgiram transfigurados na 2ª parte. Como a Dinamarca só tinha conseguido dois pontos nos dois jogos desta jornada (Albânia em casa e Arménia fora), um empate servia às duas selecções, mas lá apanhámos um susto com uma bola na barra (desviada pelas costas de um defesa nosso) perto do final e o Eliseu falhou por milímetros um chapéu, quando tinha sido isolado pelo C. Ronaldo. Um canto marcado pelo Quaresma nos descontos encontrou a cabeça do Miguel Veloso e lá ganhámos o jogo.

Gostei bastante do Bernardo Silva e foi incompreensível que tenha sido ele a sair em vez da nulidade Danny. O C. Ronaldo teve pouco espaço, mas é o único que consegue rematar com perigo à baliza. Quanto ao resto da equipa, esteve a um nível mediano.

Só um cataclismo nos impedirá de somar o ponto que falta nos dois próximos jogos (Dinamarca em casa e Sérvia fora) e ficarei naturalmente contente por ver a selecção nacional novamente qualificada para uma grande competição.

domingo, agosto 30, 2015

A ferros

Vencemos o Moreirense por 3-2 e continuamos um ponto atrás dos primeiros classificados. Como o resultado deixa transparecer, foi uma partida complicadíssima perante um forte, perdão, uns dos últimos classificados da Liga, equipa muito concretizadora, perdão, equipa que tinha zero golos até chegar à Luz. Felizmente continuou com zero pontos.

A única alteração no onze foi a entrada do Victor Andrade para o lugar do Ola John, entrada essa que veio provar que há alguns jogadores que são melhores substitutos do que titulares. É o caso deste brasileiro, esperemos que só por enquanto. A 1ª parte foi, para não variar, para esquecer. Futebol muito lento, escassíssimas oportunidades de golo e, para cúmulo, um golo sofrido à meia-hora depois de um mau alívio do Lisandro Lopez que deu azo a um contra-ataque vitorioso. Quanto a nós, só tivemos uma verdadeira oportunidade pelo Jonas, que rematou ao lado.

Na 2ª parte, o Rui Vitória queimou logo duas substituições: entraram o Talisca para o lugar do Pizzi e o Gonçalo Guedes para o lugar do Victor Andrade. Ou seja, foi um bocadinho fuga para a frente, porque o Gonçalo Guedes só tinha jogado meia-dúzia de minutos na Supertaça. O Moreirense deixou praticamente de atacar, nós voltámos a falhar golos feitos (Jonas em destaque pela negativa) e tivemos a habitual bola nos ferros (através do Mitroglou). O desespero aconteceu aos 73’ com a saída do Eliseu e a entrada do Raúl Jiménez e foi precisamente da cabeça do mexicano que veio o golo do empate depois de um magnífico centro do Gaitán. Isto foi aos 75’ e apenas um minuto depois o Samaris marcou o seu primeiro golo de sempre pelo Benfica, num remate fora da área. Dávamos a volta ao jogo, mas tínhamos a equipa muito descompensada e o Moreirense acabou por aproveitar para fazer a igualdade aos 84’. Acontece que o Cardozo estava em nítido fora-de-jogo, pelo que não se percebe como é que o fiscal-de-linha não viu. Ou não quis ver. Mas aí já se percebe. Felizmente ainda tivemos garra para não deixar acontecer esta injustiça e o Jonas redimiu-se de alguns falhanços ao fazer o golo da vitória aos 87’.

Em termos individuais, só vale a pena falar da 2ª parte e aí o Gaitán com duas assistência foi decisivo (eu sou quero que 3ª feira chegue muito rapidamente!). Grande cabeceamento do Raul Jiménez, cuja entrada foi decisiva. O Jonas esteve muito perdulário, mas compensou com o golo da vitória.

O campeonato vai agora parar e esperemos que isto nos seja benéfico. A verdade é que não estamos a jogar nada, a equipa parece perdida em campo e só uma grande dose de coração nos últimos 15’ dos jogos na Luz nos tem permitido somar vitórias. Como diz um amigo meu, ainda bem que ganhámos, mas voltámos ao nível exibicional da altura do Quique Flores… Algo que infelizmente eu já estava à espera.

Sorteio da Liga dos Campeões

BENFICA
Atlético Madrid
Galatasaray
Astana

As bolinhas não nos poderiam ter sido mais favoráveis na passada 5ª feira. Com a (justa) alteração da Uefa ao incluir os campeões no pote 1, foram para o pote 2 alguns tubarões bem complicados (Real Madrid, à cabeça), pelo que uma ida a Madrid para defrontar o Atlético, que aparenta estar mais fraco este ano, não é mau. De qualquer maneira, onde a sorte nos sorriu foi no pote 4, ao defrontarmos o Astana, a equipa menos cotada de todas as que participam. Quererá isto dizer que, pelo menos, a Liga Europa não nos deve fugir (mas quem perde com o Arouca…). Deveremos disputar a qualificação com os turcos do Galatasaray, cuja equipa tem grandes nomes, mas que já passaram os melhores anos da carreira.

Em condições normais, diria que teríamos grandes hipóteses de passarmos aos oitavos, mas infelizmente esta época a “normalidade” está longe de ser uma constante.

segunda-feira, agosto 24, 2015

Sem estofo

Perdemos frente ao Arouca (0-1) num Municipal de Aveiro convertido em mini-Estádio da Luz e não só desperdiçámos uma magnífica oportunidade para ficarmos à frente dos rivais, que tinham ambos empatado no sábado, como ainda conseguimos ficar atrás de ambos. Eu vou repetir: o Benfica perdeu com o Arouca (0-1) no mini-Estádio da Luz de Aveiro e desperdiçou a soberana hipótese de ficar isolado logo à 2ª jornada, começando a colocar pressão muito cedo sobre ambos os rivais. É que não dá mesmo para acreditar…!

Ainda por cima, perdemos com um golo sofrido aos 3’! Ou seja, em 95’ (87’+3’+5’) voltámos a não conseguir marcar um único golo. Fizemos para cima de 30 remates, mas há que não esquecer que o Júlio César nos safou pelo menos por duas vezes de um resultado mais avolumado ao intervalo. Do outro lado, também o Bracalli esteve bastante bem, embora com intervenções menos difíceis do que o nosso guarda-redes. O Mitroglou esteve por duas vezes muito perto de marcar na 1ª parte, mas viu o guarda-redes e um defesa safar o Arouca em ambas quase sob a linha. O nosso melhor período aconteceu na segunda metade da 1ª parte, mas a ineficácia na altura de rematar à baliza impediu-nos de marcar.

A 2ª parte foi mais fraca, o que não deixa de ser preocupante, já que era a altura em que precisávamos de elevar o nosso nível exibicional. Incompreensivelmente aos 68’ o Rui Vitória tirou um defesa-esquerdo (Eliseu) para colocar um extremo (Carcela) a fazer… de defesa-esquerdo(!), queimando assim uma substituição que poderia ser útil para a entrada do Talisca, um dos poucos que remata com perigo de fora da área. Entretanto ao intervalo, já tinha entrado o Victor Andrade para o lugar do Ola John (que nem estava a ser dos piores), mas o miúdo brasileiro desta feita não foi decisivo como na semana passada. Na fase do desespero, lá se estreou o Raul Jiménez, mas nem assim conseguimos marcar. Há que dizer também que tivemos alguma azar, pois nenhuma das bolas desviadas, ao contrário do que já aconteceu com os rivais, entrou na baliza. Mesmo no final, um cabeceamento do Jonas saiu mesmo a rasar o poste, com o Bracalli batido. A bem da verdade, devo acrescentar que me pareceu que ficou um claro penalty por marcar, quando o Sr. Nuno Almeida não quis ver um derrube ao Mitrouglou, e não percebi qual foi a falta do Lisandro no último lance da partida, em que o Jonas acabou por meter a bola na baliza.

Em termos individuais, nem vale a pena fazer destaques. O Victor Andrade entrou bem, mas o gás acabou-se-lhe cedo, O Nelson Semedo passou longos períodos, especialmente na 2ª parte, fora do jogo. Mas o problema maior foi que os dois jogadores mais decisivos do Benfica (Gaitán e Jonas) passaram completamente ao lado da partida.

Depois dos empates dos outros no dia anterior, era imprescindível ganhar este jogo. Uma equipa que quer ser campeã não pode desperdiçar oportunidades destas. Se não ganharmos o tri, como infelizmente acho que vai ser, bem poderemos definir este jogo como um “e se…?” Mas quando não se revela estofo de campeão (a nossa 2ª parte foi bastante fraca), não há muito a fazer…