origem

domingo, março 30, 2014

Irritado

Vencemos em Braga por 1-0 e demos um passo importantíssimo (quiçá decisivo) rumo ao tão desejado título. Para o conseguir, bastar-nos-á ganhar os três jogos em casa que faltam, mas até estar tudo matematicamente garantido estará sempre na nossa mente que também na época passada bastava ganhar em casa aos dois primodivisionários nas últimas três jornadas e aconteceu o que aconteceu.

No futuro, tudo o que importará é olhar para este resultado, mas como eu já disse se nem tudo é necessariamente uma catástrofe quando perdemos, também nem tudo está sempre bem quando ganhamos. E hoje as coisas não estiveram mesmo nada bem. Perante um Braga desfalcado de nove, repito nove(!) jogadores (como o Alan, Custódio, Nuno André Coelho ou Rafa, tudo titulares indiscutíveis), até entrámos bem na partida e o Gaitán falhou uma boa ocasião logo de início. Mas marcámos aos 13’ na sequência de uma boa iniciativa do Rodrigo e de uma boa movimentação na área do Lima, que lhe permitiu enganar a defesa e rematar sem oposição. O mais difícil estava feito e sinceramente a partir daqui esperei um jogo mais descansado, até porque o Braga também tinha jogado a meio da semana e nós fizemos as poupanças que fizemos no antro. No entanto, nada disto aconteceu: o Braga mostrava mais vontade do que nós e ganhava praticamente todas as bolas divididas. Felizmente, não conseguiu criar grandes situações de perigo, mas nós terminámos a 1ª parte com dois(!) remates feitos à baliza.

A 2ª parte foi melhorzita da nossa parte, mas sem nunca acelerar o suficiente para marcar o golo da tranquilidade. Tivemos algumas oportunidades, é certo, como uma cabeçada do Fejsa, um remate do Rodrigo por cima da barra e um chapéu do Lima que saiu mal, depois de um remate do Markovic defendido pelo Eduardo. No entanto, também do outro lado o Braga teve duas semi-oportunidades, uma das quais com o Oblak a tapar bem a baliza numa recarga de calcanhar. O problema é sempre o mesmo: se não matamos o jogo, pomo-nos a jeito de qualquer eventualidade. Como, por exemplo, o facto absolutamente histórico de o Sr. Pedro Proença não ter expulso por segundo amarelo o Fejsa a 10’ do fim, quando até o poderia ter feito (não percebo como é que um jogador do Benfica, já com amarelo, faz uma falta agarrando a camisola do adversário…!). Esta eventualidade que não aconteceu por acaso (foi a primeira vez na vida que vi o Sr. Pedro Proença a ter uma decisão destas a nosso favor) poderia ter-nos complicado e muito a parte final da partida. Outra coisa que contribuiu sobremaneira para a minha profunda irritação foi a questão do penalty já nos descontos: PORQUE RAIO DE CARGA DE ÁGUA É QUE FOI O RODRIGO A MARCÁ-LO?! Mas estamos a brincar, ou quê?! Com o Lima em campo, lá porque a falta foi sobre o Rodrigo tinha de ser ele a marcar?! Desde quando é que o Rodrigo marcou alguma vez algum penalty pelo Benfica? Quer dizer, não nos serviu de nada o que se passou em Barcelos, não foi? Pusemo-nos a jeito sem necessidade nenhuma (ainda houve um livre bombeado para a nossa área depois disso), ainda por cima porque um eventual golo do Lima aproximá-lo-ia da liderança dos melhores marcadores. Foi uma decisão ABSOLUTAMENTE INCOMPREENSÍVEL E INACEITÁVEL!

Em termos individuais, não se notou nada a folga que a maior parte destes jogadores teve na 4ª feira. Foi, portanto, para isto que quase pusemos em causa uma presença na final da Taça, foi? O Rodrigo estava a ser dos menos maus até falhar o penalty e o Lima foi decisivo por causa do golo. A defesa esteve bem (o Siqueira conseguiu controlar-se depois do amarelo ainda na 1ª parte), mas ao invés o Enzo Pérez não esteve em campo. Assim como o Markovic. O Gaitán foi muito intermitente e o Fejsa deve ter muito mais cuidado no futuro, porque hoje poderia ter-nos feito passar grandes dificuldades na parte final.

A exibição muito sofrível e a cena do penalty fizeram com que depois do apito final não conseguisse festejar logo uma vitória destas como ela merecia. E, também como já disse, só há uma coisa que me irrita mais do que um mau resultado do Benfica: é sair chateado de um jogo depois de um bom resultado nosso. Claro está que o mais importante foi conseguido, mas foi-o de uma maneira muito mais sofrida e sofrível do que deveria. Veremos a resposta que a equipa vai dar na Holanda na próxima 5ª feira, sendo que perante o que se viu hoje talvez não haja necessidade de tanto descanso de muitos titulares…

quarta-feira, março 26, 2014

Inconcebível

Oferecemos a vitória ao CRAC (0-1) na 1ª mão das meias-finais da Taça de Portugal. Para uma equipa que já não perdia há quase cinco meses e que marcava golos consecutivamente há não sei quantos jogos, fizemos uma péssima exibição e colocámos desnecessariamente em risco a qualificação para a final da Taça de Portugal.

O Jorge Jesus resolveu voltar a “rodar a equipa” e jogámos grande parte do tempo com nove (o Salvio e o Cardozo fizeram figura de corpo presente). Para piorar as coisas, o Garay reencarnou a forma do princípio da época e ficou sentado a ver o Jackson Martínez a cabecear aos 6’ para fazer o único golo do jogo. Não poderíamos ter entrado pior e até ao intervalo a equipa não se encontrou. Claro que o facto de estarmos a jogar com dois a menos ajudou… O CRAC pressionou-nos muito durante principalmente a primeira meia-hora, mas só teve uma grande ocasião quando o Sr. Marco Ferreira não assinalou um pisão do Fernando ao Fejsa (num dos seus poucos erros, valha a verdade, confirmando a boa impressão que eu tinha dele), que permitiu que o Varela depois se isolasse para uma boa mancha do Artur.

Melhorámos na 2ª parte (também pior era difícil…) e estava-se à espera que o Jesus fizesse entrar alguns titulares, já que para além dos dois jogadores referidos, também o Sulejmani não existiu. Finalmente, este lá saiu aos 65’ para entrar o Gaitán, mas dois minutos depois o Jesus tem uma decisão incompreensível ao tirar o nosso melhor jogador (Rodrigo) para colocar o Lima. Isto com o Cardozo em campo… Com o passar do tempo, o CRAC foi tendo espaço para o contra-ataque e por mais de uma vez poderia ter marcado, mas o Jackson atirou uma bola ao poste e por duas vezes falharam de maneira incrível o último passe. Nós só tivemos uma verdadeira ocasião quando um canto à Camacho finalmente(!) saiu bem e o Rúben Amorim rematou para excelente defesa do Fabiano. Pouco depois acabava uma partida que esteve perfeitamente ao nosso alcance: bastaria só não ter entrado a medo e ter jogado sempre com 11…

Em termos individuais, o Sílvio foi dos poucos que não se afundou. O Luisão fez cortes muito importantes na 1ª parte, mas na 2ª errou passes que não são habituais. O Amorim começou pessimamente, mas foi melhorando ao longo do tempo e o Artur não deu nenhum frango o que é sempre de relevar.

Bem, já que seis titulares tiveram descanso, não se espera nada menos do que uma vitória em Braga, mesmo que tenhamos que defrontar o mais temível adversário até ao momento: o Sr. Pedro Proença. Quanto à 2ª mão desta meia-final, logo veremos o que vai suceder, mas vai-me ser muito difícil perdoar ao Jorge Jesus uma eventual eliminação perante este CRAC…

segunda-feira, março 24, 2014

Absoluta tranquilidade

Vencemos a Académica por 3-0 e mantivemos as distâncias para os rivais. Se alguém me perguntar como é que eu gosto que os jogos de Benfica sejam, este é o exemplo perfeito: marcar cedo, 2-0 antes do intervalo e 3-0 pouco depois do recomeço. Os níveis de ansiedade raramente passaram do zero e por mim poderia ser sempre assim.

Marcámos na primeira oportunidade que tivemos aos 11’: óptima iniciativa do Rodrigo, remate ao poste e no ressalto o Lima foi mais rápido que o Halliche, e este acabou por aliviar a bola contra o pé do nosso jogador. Já se sabe que perante este tipo de equipas o primeiro golo costuma ser sempre um abre-latas, mas neste caso não foi bem assim, porque a Académica nunca se desposicionou defensivamente. Continuava a jogar como se estivesse 0-0 e nós fomos controlando a partida a um ritmo relativamente baixo. Só que, quero acreditar que escaldados com alguns encontros anteriores, nunca perdemos de vista a baliza contrária e de vez em quando acelerávamos. Foi numa bela jogada de sucessivas trocas de bola, em que praticamente participaram todos os jogadores, que fizemos o 2-0 aos 28’ num bis do Lima depois de uma assistência do Markovic. Pouco antes do intervalo, o Ricardo defendeu com a perna um remate do Siqueira naquele que teria sido possivelmente o melhor golo do campeonato, noutra jogada cheia de nota artística da nossa parte, com diversos toques de calcanhar.

Na 2ª parte, esperava-se uma reedição de partidas anteriores connosco a não acelerar muito e a deixar o tempo correr sem grandes sobressaltos, mas felizmente antes de isso acontecer ainda fizemos o 3-0 aos 59’ pelo Enzo Pérez, depois de uma recuperação de bola dele próprio e uma tabela com o Rodrigo. Até final, ainda atirámos duas bolas aos postes (Rodrigo e Salvio), mas a Académica também criou duas vezes perigo. O Jesus aproveitou para rodar a equipa e entraram os habituais Salvio, Cardozo e Rúben Amorim, mas o resultado manteve-se.

Em termos individuais, destaque óbvio para o Lima que, com mais dois golos, está a apenas quatro da liderança dos melhores marcadores, e para o Rodrigo que esteve presente em dois dos golos. O resto da equipa esteve num nível médio-alto, embora com o Gaitán em menor destaque quiçá por ter vindo de uma pequena lesão durante a semana.

Para o campeonato, estamos há inacreditáveis 75 jogos consecutivos a marcar na Luz e há 58 jogos no total. São números impressionantes, mas o que mais se destaca esta época é a segurança com que estamos a jogar, sem o deslumbramento que vimos em anos anteriores, é certo, mas com muito maior consistência. Na próxima 4ª feira, iremos ao antro para a meia-final da Taça de Portugal e espero que os jogadores do Benfica tenham em mente que não ganhamos uma dobradinha há quase 30 anos. Se o campeonato é o principal objectivo, esta questão da dobradinha não é de somenos importância, portanto espera-se um bom resultado em casa dos assumidamente corruptos.

P.S. – Por motivos profissionais, foi-me completamente impossível escrever esta crónica mais cedo. As minhas desculpas por isso.

sexta-feira, março 21, 2014

Sorteio da Liga Europa

AZ Alkmaar – BENFICA
Lyon – Juventus
Basileia – Valência
CRAC – Sevilha

Não há como esconder: o sorteio dos quartos-de-final não nos poderia ter sido mais favorável. Iremos defrontar o 7º classificado do campeonato holandês, que está a 19 pontos do líder, Ajax. Ainda por cima, com o bónus de decidir a eliminatória na Luz. Temos MAIS QUE obrigação de chegarmos às meias-finais e, se assim não acontecer, será uma enorme desilusão. Convém, já agora, respeitarmos o adversário e não fazer um jogo como o de ontem, em que achámos que já estava tudo decidido antes do final da partida. Se assim for, julgo que não teremos dificuldades em nos qualificarmos. O jogo para o campeonato a meio da eliminatória é a recepção ao Rio Ave, pelo que até temos o calendário do nosso lado.

O CRAC também teve alguma sorte e é favorito para passar às meias-finais. Gostaria muito que o Lyon eliminasse a Juventus, mas acho pouco provável. Com a final em Turim, era de toda a conveniência que a Juventus não chegasse lá.

Furioso

Empatámos com o Tottenham (2-2) e conseguimos a qualificação para os quartos-de-final de uma competição europeia pelo quinto ano consecutivo. Isso é o facto positivo a realçar deste jogo.

Como seria previsível, o Jesus fez a rotação da equipa e do meio-campo para a frente não alinhou um único habitual titular. O Tottenham também pareceu dar a eliminatória como perdida e fez várias alterações. Tal como se esperava, jogámos devagarinho e parados. A baliza contrária era um sítio muito distante e o plano de jogo era deixar correr o marfim durante os 90’. Aos 34’, o Salvio lá resolveu fazer uma jogada individual e centrou para o Garay fazer o 1-0 de cabeça. Passou pela cabeça de todos os jogadores que as coisas estavam definitivamente decididas.

A 2ª parte decorreu nas mesmas condições e nós andámos cada vez mais a passo de caracol. Até que aos 78’ os ingleses fizeram o empate com um forte remate rasteiro fora da área. E no minuto seguinte colocaram-se à frente do marcador com um remate na pequena área. Inacreditavelmente iríamos ter dez minutos de grande sofrimento numa eliminatória que já deveria estar mais do que resolvida. E tivemo-los, porque por três(!) vezes os Spurs estiveram perto de marcar, duas das quais salvas por grandes intervenções do Oblak. No último lance do jogo, tivemos a sorte de o Lima ser atropelado por um central e converter ele próprio o penalty, livrando-nos de uma derrota caseira inédita nesta época.

Não vou destacar ninguém, porque o que aconteceu foi inconcebível e todos os que estiveram em campo tiveram culpa. O Jesus bem pode vir dizer no final que nem a melhor equipa do mundo goleia o Tottenham (a “melhor” talvez não, mas este ano foram o Liverpool, Newcastle, Chelsea e Manchester City, este por duas vezes, que o golearam…), que isso não desculpa o facto de quase termos oferecido a eliminatória. Todos dentro do Benfica já deviam saber que as equipas inglesas são competitivas até ao fim e que, entre correr à maluca com 4-0 a nosso favor para marcar o quinto e jogar com calma sem sequer ver as balizas, há todo um meio-termo que convém explorar. E que estamos a demonstrar nas últimas partidas que não o sabemos fazer.

Se alguém está à espera de ler aqui loas sempre que ganhamos ou críticas ferozes sempre que perdemos, desengane-se. As coisas não são assim tão preto e branco. É que, parecendo que não, é a segunda vez no espaço de três dias em que íamos dando cabo de uma vitória quase certa. Na Choupana, valeu-nos a aselhice do jogador do Nacional, nesta partida valeu-nos S. Oblak. E esses lances foram tão, mas tão escusados que foi das poucas vezes que saí do estádio no final sem aplaudir a equipa. Estamos a desafiar a estrelinha de campeão recorrentemente demais para meu gosto. A continuar assim, é inevitável que as coisas nos corram mal um dia destes. E sem necessidade nenhuma disso.

P.S. – Não percebi o porquê da razão de ter sido o Fejsa a ficar fora dos 18, porque ainda por cima não jogou na Choupana. Nos dois últimos jogos sem ele, sofremos quatro golos. Coincidência…?

P.P.S. – Há outra coisa que também me custa a perceber: a não-provocação de um amarelo por parte do Gaitán e Enzo Pérez na primeira mão quando já estava 1-3 iria ter, como seria de esperar, o resultado previsível: o Pérez levou nesta partida, mesmo não tendo jogado os 90’, e agora será baixa nos quartos-de-final. Vamos ver se não nos fará falta… E o Gaitán nem sequer foi convocado. Esperava uma muito melhor gestão destas situações.

terça-feira, março 18, 2014

Vital

Vencemos o Nacional na Choupana por 4-2 e demos um passo importantíssimo na luta pelo título. Como a lagartada ganhou ao CRAC (1-0) mantivemo-los a sete pontos e vemos agora os assumidamente corruptos a 12. Esta partida foi complicada como se esperava, mas tivemos uma forte reacção à desvantagem inicial e a vitória é mais do que justa.

Entrámos muito mal no jogo e o Sr. Manuel Mota ajudou ao assinalar um penalty aos 7’ por suposta mão do Luisão. Como já vi escrito por aí, o Luisão vai ter que ser operado para lhe retirarem a mão do joelho… O Candeias fez o 1-0 e andámos aos papéis durante mais uns bons largos minutos. A partir dos 20’, a equipa decidiu que estava na altura de começar a jogar à bola com destaque para o Rodrigo na 1ª parte. Fez a assistência para o Lima igualar aos 24’ e marcou um golão aos 32’ numa bomba de fora da área. O forte vento que se fazia sentir, e a favor do qual jogámos na 1ª parte, tornava imperioso que fôssemos para o intervalo em vantagem. E até conseguimos alargá-la aos 43’ através de um golpe de cabeça do Garay na sequência de um canto, com o vento a dar uma ajudinha na trajectória que a bola tomou. Até ao intervalo, o Sr. Manuel Mota perdoou o segundo amarelo ao defesa-esquerdo do Nacional (empurrou o Rodrigo para os painéis publicitários), mas duvido que fizesse o mesmo se fosse ao contrário.

Com dois golos de vantagem, na 2ª parte voltámos ao modo “gerir o jogo” que tem caracterizado as últimas partidas. Desta feita, estava o Nacional a favor do vento, mas não conseguia chegar perto da nossa área. No entanto, se tivéssemos forçado um bocadinho mais poderíamos ter conseguido o quarto golo, que resolveria de vez a questão. Não o fizemos e o Nacional reduziu aos 80’ através do Djaniny. Perspectivavam-se uns últimos 10’ de sofrimento e colocámo-nos a jeito para que as coisas corressem mal sem necessidade nenhuma. E poderiam, de facto, ter corrido muito mal, porque a quatro minutos do fim na sequência de um livre um jogador do Nacional falha uma cabeçada só com o Oblak pela frente. A estrelinha de campeão protegeu-nos e na jogada seguinte o Garay decidiu de vez o encontro ao fazer o 2-4 novamente de cabeça depois de um bom centro do Sílvio, entretanto entrado. A vitória estava selada, embora com uma dose de sofrimento que era bem evitável.

Em termos individuais, destaque para o Rodrigo e Garay. O hispano-brasileiro fez uma assistência, um golão e ainda teve outro remate bastante perigoso. O argentino bisou e continua um muro intransponível na defesa. Novo bom jogo do Gaitán, com pormenores deliciosos e muita disponibilidade a defender. O Siqueira viu um amarelo por simulação (seria talvez altura de alguém o aconselhar a fazer isto muito menos vezes…) e ainda tive medo de uma reedição de Barcelos (eu tê-lo-ia tirado ao intervalo), mas aguentou-se bem até o Sílvio entrar aos 72’. O Oblak não esteve tão bem como anteriormente (algumas hesitações, principalmente a sair dos postes) e o Salvio, que entrou na 2ª parte está a demorar a readquirir a forma. O resto da equipa esteve muito homogénea, com o Rúben Amorim a substituir bem o castigado Fejsa.

Os nossos adversários estavam muito esperançados neste jogo pelo grau de dificuldade que se antevia, mas a nossa resposta foi categórica. Estamos muito confiantes, a jogar bom futebol e sem dar sinais de ansiedade, mesmo quando estamos em desvantagem. Na próxima 5ª feira, espera-se a confirmação da qualificação para os quartos-de-final da Liga Europa e até agora esta sobrecarga de jogos não se tem reflectido na produção da equipa. Oxalá continuemos assim até final da época.

sexta-feira, março 14, 2014

Banho de bola

Uma exibição de gala permitiu-nos derrotar o Tottenham em White Hart Lane por 3-1 e colocar-nos em posição privilegiada para atingirmos os quartos-de-final de uma competição europeia pela 5ª época consecutiva. À semelhança do que sucedeu em Salónica, fizemos um jogo muito personalizado e controlámo-lo durante grande parte dos 90’.

Sem o Maxi, Enzo Pérez, Gaitán e Lima, o Jesus fez menos alterações do que na Grécia, mas nesta fase a equipa está tão madura e confiante que praticamente não há oscilação exibicional jogue quem jogue. Não começámos bem a partida, ou antes, o Tottenham começou melhor do que nós. No entanto, apesar de alguma pressão inicial, os ingleses não criaram uma verdadeira situação de golo. Ao invés, na primeira vez que atacámos com perigo marcámos: boa arrancada do Rúben Amorim e abertura fantástica a isolar o Rodrigo na direita, que, com o Lloris pela frente, rematou em arco para o poste mais distante. Estávamos com 29’ e mais uma vez não íamos ficar a zeros num jogo. Até ao intervalo, nada de relevante se passou.

A 2ª parte foi mais movimentada, porque nós aumentámos a velocidade nas transições ofensivas. Porém, foi o Tottenham a ter a primeira (e única) grande oportunidade com o Adebayor a rematar torto quando só tinha o Oblak pela frente. Pouco depois, o Amorim recuperou bem uma bola, tabelou com o Rodrigo e obrigou o Lloris a uma defesa para canto. Desse mesmo canto, marcado pelo Amorim, resultou o 0-2 numa cabeçada do Luisão aos 58’. Dávamos passos firmes no sentido de resolver não só jogo, como a própria eliminatória, mas uma falta um pouco escusada do Sílvio fez com que o Tottenham fizesse o 1-2 através de um livre directo do Eriksen aos 64’. Ainda receei que os ingleses fizessem alguma pressão para chegarem ao empate, mas nada disso aconteceu. O Jesus trocou o Cardozo e Sulejmani pelo Gaitán e Enzo Pérez, e controlámos definitivamente o meio-campo. Um erro clamoroso do Lloris (deixou a bola passar por cima dele) ia-nos proporcionando ao Rodrigo um bis, mas o guarda-redes francês corrigiu-o a tempo. No entanto, o 1-3 acabou mesmo por surgir aos 84’, novamente pelo Luisão, numa recarga depois de uma cabeçada do Garay (que o guarda-redes defendeu para a frente) no seguimento de um livre do Gaitán. Até final, ainda poderíamos ter feito o quarto golo, mas o Siqueira falhou isolado perante o Lloris, depois de nova abertura do Gaitán.

Em termos individuais, há vários destaques a fazer: antes de mais, o Luisão. Grande jogo do nosso capitão, a bisar pela primeira vez num jogo europeu e a ser novamente irrepreensível na defesa, com cortes fantásticos. Se não fosse o Girafa, o melhor em campo seria o Rúben Amorim pelas duas assistências nos dois primeiros golos. O Fejsa, depois de algum desnorte nos primeiros minutos, esteve em todo o lado e foi um tampão essencial às investidas inglesas. Grande primeira parte do Sulejmani, com a mais-valia de ter ajudado a defender. Também o resto da defesa (Sílvio, Garay e Siqueira) esteve muito bem e felizmente o Jesus fez-me a vontade expressa no post anterior, colocando o Oblak em campo. O esloveno esteve novamente bem, embora no golo talvez se pudesse ter estirado. É certo que o livre é muito bem marcado, mas não gosto de ver guarda-redes a sofrerem golos sem se fazerem à bola. O Rodrigo já fez jogos mais conseguidos, mas marcou um grande golo e esteve perto de fazer o segundo. Os outros dois avançados (Cardozo e Markovic) é que estiveram mais discretos. Boa entrada em campo do Gaitán, nem tanto do Enzo Pérez.

Com 1-3 fora, seria um verdadeiro cataclismo se não nos qualificássemos para a próxima eliminatória. Neste sentido, acho que o Gaitán e/ou o Enzo Pérez talvez pudessem ter forçado um amarelo depois do terceiro golo, porque estão ambos tapados. No entanto, obviamente, há que manter a concentração e tentar mais uma vitória para a semana. É bom não só para o ranking, como para o nosso prestígio.

P.S. – O Jesus está naturalmente de parabéns pela forma como armou a equipa para esta grande vitória, mas mostrar três dedos ao treinador do Tottenham depois de terceiro golo é que era bem escusado. Não gosto que o treinador do meu clube exiba esta falta de nível (além de que, para agravar as coisas, já não é a primeira vez que faz uma cena deste género).

quinta-feira, março 13, 2014

segunda-feira, março 10, 2014

Modelar

Vencemos o Estoril por 2-0 e, com o empate da lagartada em Setúbal (2-2), aumentámos a distância para sete pontos (oito na prática) em relação ao 2º classificado. Foi uma partida mais fácil do que se previa, porque não só entrámos bem no jogo fazendo o 1º golo muito cedo, como começámos a fazer a “gestão” do resultado só depois de ter feito o 2-0. Algo que, depois dos sustos das duas últimas jornadas, deveria servir de modelo para o resto da época. Parece que aprendemos a lição. Ainda bem!

De facto, não poderíamos ter entrado melhor com o golo do Luisão de cabeça na sequência de um canto logo aos 6’. O Estoril tem uma óptima equipa, troca muito bem a bola, mas, ao contrário das duas partidas anteriores, nós não baixámos o ritmo e respondíamos sempre em rápidos contra-ataques. Ao 19’, o Gaitán (que já tinha marcado o canto do golo) abriu bem para o Siqueira, que cruzou em balão para a área e o Rodrigo fez o 2-0. Três oportunidades (o Lima isolado já tinha permitido a defesa ao Vagner logo no início do jogo) e dois golos era uma excelente média. Até ao intervalo, o Lima ainda falhou à boca da baliza a hipótese para resolver de fez o jogo, e o Maxi e Fejsa viram amarelos que os vão impedir de alinhar na Choupana. O Estoril teve mais posse de bola, mas nós estamos a defender realmente bem e não eles criaram praticamente chance nenhuma de golo.

A 2ª parte foi melhor, porque tivemos mais bola e, tal como disse o Jesus, passámos ao lado de uma possível goleada. O fiscal-de-linha anulou muito mal o nosso 3º golo, porque o Lima estava mais do que em jogo e ainda tivemos outras oportunidades pelo mesmo Lima e Rodrigo, este numa arrancada impressionante desde o meio-campo, que culminou num remate com o pé direito defendido pelo guarda-redes. O Estoril criou perigo num remate logo no início da 2ª parte, que saiu ao lado, e num livre do Evandro perto do final, em que a bola foi desviada pela barreira e bateu no poste. Nos últimos minutos do jogo e com o golo do empate do V. Setúbal, o estádio entrou em ebulição. Futebol às 17h, com jogos em simultâneo e a ouvir pela rádio o que se passa na outra partida dá outra emoção e faz-me lembrar os saudosos tempos antigos. Foi muito bom poder recordá-los, ainda por cima com um final feliz para nós.

O Gaitán voltou a ser o melhor do Benfica e está indiscutivelmente na melhor forma de sempre. O Rodrigo também se destacou não só pelo golo, como principalmente pela arrancada na 2ª parte. A defesa esteve quase perfeita e tivemos a “estrelinha de campeão” naquele livre a 10’ do fim que nos poderia ter dado uns últimos minutos de sofrimento. O Fejsa foi muito importante como barreira ao meio-campo adversário e (ao contrário de Belém) não se descontrolou com o amarelo visto logo aos 8’. Desta vez, o Rúben Amorim não entrou tão bem como nos últimos jogos e o Salvio continua à procura da sua forma.

Temos uma óptima vantagem em relação aos rivais e, numa qualquer outra época que não fosse a que se segue à passada, certamente já teríamos entrado em euforia. Assim sendo, é melhor ir com calma, apesar de os outros quererem (e compreensivelmente) que já comece a haver “reservados” espalhados pelas rotundas deste país. AINDA BEM que não é assim! Agora é apontar baterias para White Hart Lane, porque a carreira na Liga Europa tem que continuar.

P.S. – A lagartada está em polvorosa com a arbitragem do Sr. Vasco Santos em Setúbal. Feitas as contas, objectivamente foram prejudicados num lance (no 1º golo do V. Setúbal, o jogador está ligeiramente adiantado), porque os outros erros anularam-se mutuamente (há um golo mal anulado à lagartada, mas no seu 1º golo é muito duvidoso que a bola tenha entrado; e ambos os penalties para as duas equipas não existiram). Antes deste jogo, a lagartada estava cinco pontos (seis na prática) atrás de nós (já tendo jogado connosco) e com quatro sobre o CRAC (que defronta na próxima jornada). Se perdesse para a semana e ganhasse todos os outros jogos até final, poderia não ser campeão, mas teria o 2º lugar garantido. Depois deste jogo, com os mesmos resultados, perde o 2º lugar. Eu sei que a lagartada só vê vermelho à frente e acha que todos os males do mundo são culpa do Benfica, mas é só pensar um bocadinho e ver quem é que beneficia mais directamente do que se passou em Setúbal. Ah, é verdade, será certamente só coincidência que o Sr. Vasco Santos (cujo historial contra nós convém não esquecer) seja da AF Porto…

domingo, março 02, 2014

A pedi-las…

Vencemos em Belém por 1-0 e, com o empate do CRAC em Guimarães (2-2), aumentámos para nove pontos a vantagem sobre eles. No entanto, não devemos esquecer que a lagartada está a apenas cinco pontos e não tem que se preocupar com mais nada sem ser o campeonato. É o nosso grande adversário no momento e não convém nada menosprezá-los.

Com o regresso de grande parte dos titulares, esperava uma boa exibição e uma vitória tranquila no Restelo. E, de facto, não poderíamos ter entrado melhor: logo aos 7’ o Gaitán voltou a fazer uma obra-prima com um golão de chapéu, depois de tirar uns quantos adversários do caminho. Como o mais difícil estava (supostamente) feito e o Belenenses era praticamente inofensivo, aguardava-se o nosso segundo golo que acabaria de vez com a partida. Só que infelizmente os jogadores do Benfica entraram logo no modo pós-golo que já tinha caracterizado toda a 2ª parte frente ao V. Guimarães. Ou seja, começámos a jogar muito mais devagar, convencidos de que a possibilidade de sofrer um golo era muito remota, e que portanto a vitória estava garantida. Em vez de pressionar um bocado os azuis para marcar durante a 1ª parte, quando a nossa superioridade foi avassaladora, não o fizemos e assim fomos para o intervalo.

Os primeiros 15’ da 2ª parte foram bons, porque tentámos acelerar um bocado o jogo e criámos algumas oportunidades (principalmente uma cabeçada do Garay a rasar o poste). Mas o golo não surgiu e, com as substituições, o Belenenses foi começando a jogar mais no nosso meio-campo. As bolas bombeadas para a nossa área criaram algum frisson e na sequência de um canto marcaram mesmo aos 70’, mas o lance foi anulado por fora-de-jogo. Não do jogador que marcou, mas de outro que está no raio de acção do Oblak. Os anti-Benfica vão ladrar durante a semana toda, mas o golo é bem invalidado. Aliás, é parecido com o golo (mal) validado ao Belenenses na primeira volta e que lhes deu o empate. A 10’ do final, o Fredy fartou-se de protestar com o Sr. Jorge Ferreira e viu dois amarelos praticamente seguidos. O Jesus, e bem, tirou o Fejsa que também estava à beira do segundo amarelo, colocou o Ruben Amorim e isso também ajudou a quebrar de vez o Belenenses. Muito perto dos 90’, o Salvio teve uma boa jogada individual, mas o remate foi defendido pelo pé do guarda-redes.

Em termos individuais, o Gaitán voltou a ser o melhor. O golo que marcou é genial e também se voltou a evidenciar nas tarefas defensivas. O Enzo Pérez melhorou em relação à partida frente ao V. Guimarães, mas o Markovic não esteve tão desequilibrador. Na defesa, o Garay voltou a estar muito bem, tal como o Luisão. O resto da equipa exibiu-se a um nível muito sofrível, nomeadamente o Siqueira e o Rodrigo, ambos com exibições para esquecer.

Felizmente correu novamente bem, mas, tal como o Jesus referiu no final, esta sobranceria que a equipa revela quando nos colocamos em vantagem é bom que se dissipe de vez. Perante uma equipa nitidamente inferior a nós, é quase indesculpável que não tenhamos terminado com o jogo quando tivemos possibilidade. Fiamo-nos muito com um único golo sofrido em 15 jogos, mas convém não esquecer que esse golo representou o único empate nesses mesmos 15 jogos! Hoje as coisas não estiveram nada famosas e o Belenenses chegou a colocar a bola na nossa baliza. “Gerir o jogo”, sim senhor, mas com (pelo menos) dois golos de vantagem, sff! É que senão arriscamo-nos a que um lance fortuito nos tire uma vitória que já deveria estar assegurada. Como hoje. Uma situação a rever rapidamente no futuro, porque é estúpido andarmos a desafiar a sorte desta maneira.