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domingo, janeiro 15, 2012

Confiança

Vencemos o V. Setúbal por 4-1, mantivemos a liderança isolada da Liga e muitos anos depois (18 a fazer fé na comunicação social) terminamos a primeira volta em 1º lugar. Apesar de o resultado poder indicar o contrário, a vitória não foi fácil, já que especialmente na 1ª parte o V. Setúbal criou-nos muitos problemas. No entanto, a justiça da mesma é incontestável.

Com a lesão de última hora do Garay, apresentámo-nos sem quatro titulares indiscutíveis (ele, Aimar, Javi García e Gaitán), o que no ano passado seria um enorme problema. Felizmente, a qualidade do plantel desta época permite-nos superar estes contratempos, mas começámos o jogo praticamente a perder, com um golo sofrido aos 7’ pelo Neca, num lance em que o desvio do Luisão traiu o Artur. De qualquer maneira, o à-vontade com que o jogador sadino rematou à entrada da área só foi possível porque faltou lá o Javi García e o Matic está longe de ter a qualidade do espanhol. Pela segunda vez consecutiva, começávamos um jogo em casa a perder, mas se em épocas nada distantes isso seria um enorme problema (lembremo-nos do Quique), agora tem-se a sensação que é apenas o adiar do inevitável. Não nos desconcentrámos com o golo sofrido, continuámos a fazer o nosso futebol e a tentar ultrapassar a defesa contrária, o que acabámos por conseguir aos 25’ numa óptima abertura do Witsel que isolou na esquerda o Nolito que, com um remate cruzado, fez o empate. Duas oportunidades para cada lado (um defesa deles safa de cabeça sobre a linha e o Neca fez um chapéu ao poste) antecederam aos 34’ a reviravolta no marcador feita por aquele que não sabe fazer mais nada senão marcar golos: o grande Cardozo! Outro remate rasteiro cruzado, que ainda desviou ligeiramente num defesa. Mesmo antes do intervalo, uma arrancada fantástica do Rodrigo desmarcou o Cardozo, que passou por dois defesas e, com um toque subtil, desviou do guarda-redes. Um golão daquele que hoje, curiosamente, não recebeu nenhuns assobios…! (Quererá isto dizer que a totalidade dos 56.166 espectadores não se esqueceu do cérebro em casa antes de ir para o estádio…?)

A 2ª parte foi bem mais calma, connosco a abrandar claramente o ritmo, quiçá a pensar nos três jogos em casa que teremos em nove dias. Mesmo assim, fomos criando oportunidades e não deixámos o V. Setúbal voltar a gozar das liberdades do 1º tempo. Falhámos algumas boas situações e só marcámos mais um golo aos 72’ através do Matic (uma estreia com a nossa camisola), de cabeça, depois de um centro do Gaitán, que entretanto tinha entrado. O V. Setúbal também conseguiu criar uma ou outra chance, mas a vitória estava mais que garantida. De referir ainda o segundo amarelo ao Cardozo, por uma pretensa simulação na área aos 85’, quando a queda pareceu-me ter mais a ver com o seu desequilíbrio do que com tentar enganar o árbitro. Mas enfim é muito fácil expulsar jogadores do Benfica…

O melhor em campo para mim foi o Rodrigo. Cada vez que pegava na bola, metia o turbo e os adversários pareciam que iam de triciclo. Desta feita não marcou nenhum golo, mas fez a assistência para um do Cardozo. Tacuara que merece novamente grande destaque: mais dois golos, 11 em 15 jornadas (para ele foram 14), liderança isolada dos melhores marcadores e 6º jogo consecutivo a marcar. Está em grande forma, o paraguaio. O Witsel também preencheu o campo todo em mais uma partida em que teve que se desdobrar para fazer igualmente de Aimar. O Nolito, apesar de não ter estado tanto em evidência, voltou a molhar o bico e já leva oito golos no campeonato. O trângulo dos horrores (Jardel, Emerson e Matic) lá deu as suas casas, mas nenhuma delas com repercussões negativas. E mesmo o Artur, quiçá pelo que via à sua frente, não esteve tão seguro como habitualmente.

Manifestamos grande confiança e isso foi fundamental para nos ajudar a dar a volta ao marcador com tranquilidade. Estamos a jogar muito bem e a dar espectáculo, em exibições que começam a ter cheirinho do rolo compressor de 2009/10. Esperemos que seja para continuar, pois é imperativo não voltarmos a deixar o CRAC colar-se a nós, antes de os recebermos na Luz.

P.S. – Este Sr. Hélder Malheiro saiu-nos cá uma prenda… Critério disciplinar inacreditável, tesourada no Cardozo que nem falta foi, uns três ou quatro amarelos ao V. Setúbal por mostrar (claro que o primeiro cartão teria de ser para um nosso e foi para o Cardozo por desentendimento com o parvalhão do Ricardo once a pig, always a pig Silva
) e ainda expulsa o Tacuara por pretensa simulação já no final da partida. Das piores arbitragens que vimos este ano na Luz.

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