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quinta-feira, janeiro 11, 2024

Arthur Cabral

Vencemos ontem o Braga por 3-2 e qualificámo-nos para os quartos-de-final da Taça de Portugal. Há jogos em que o resultado não espelha o que foi o jogo, mas não foi este o caso. Foi uma partida tremendamente difícil perante um adversário que nos eliminou desta competição no ano passado. Competição, esta, que nunca é demais realçar é a nossa grande vergonha. Três títulos em 27 anos fazem de nós uma espécie de lagartada da Taça. Urge corrigir isto rapidamente!
 
O Roger Schmidt utilizou a mesma equipa que venceu em Arouca, ao passo que o Artur Jorge do Braga trocou de guarda-redes (o que foi bom para nós, diga-se de passagem, mas já lá vamos). Até nem entrámos mal, mas foi o Trubin o primeiro a intervir, defendendo para canto um remate cruzado. Desse canto aos 7’ surgiu o 0-1 pelo Zalazar num remate de fora da área, que foi desviado pelo João Mário e traiu o nosso guarda-redes. Abanámos um bom bocado com o golo e demorámos a reencontrar-nos. Um remate de fora da área do João Neves e um cabeceamento do António Silva num canto foi o perigo (relativo) que conseguimos criar. Seria problemático ir para intervalo a perder, mas o Braga estava muito coeso e não nos dava muitas chances para criarmos perigo. Até que os 42’ conseguimos fazer um contra-ataque, com o João Neves a libertar para o Kökçü e este a isolar o Rafa, que desfeiteou bem o Hornicek. Relembrando o que se passou frente à lagartada para o campeonato, conseguimos dar a volta ao jogo em poucos minutos, dado que aos 44’ o Arthur Cabral recebeu um lançamento lateral de costas para a baliza, tirou o adversário do caminho com um toque de calcanhar e rematou de pé esquerdo, fazendo a bola passar por entre as pernas do Hornicek. Não sei se o Matheus teria sofrido este golo, mas de qualquer forma foi um movimento brilhante do nosso avançado.
 
A 2ª parte começou praticamente com o 2-2 num tiraço de fora da área novamente do Zalazar, que infelizmente para nós honrou a memória do Eusébio, cujo 10º aniversário da sua morte foi lembrado antes da partida. À semelhança da 1ª parte, este golo mexeu connosco e foi o Braga a mostrar-se mais à vontade nos minutos seguintes. Mesmo assim, ainda tivemos uma boa jogada colectiva muito mal finalizada pelo Otamendi com um remate à entrada da área para as nuvens e outra iniciativa do Arthur Cabral, que rematou para defesa do Hornicek. Na nossa baliza, o Trubin respondeu bem perante novo remate do Zalazar, desta feita num livre. Até que aos 70’ passámos novamente para a frente com o 3-2 através do Aursnes, depois de ser brilhantemente desmarcado pelo calcanhar do Arthur Cabral. Fantástico! O Schmidt colocou logo a seguir o Florentino, saindo o inenarrável João Mário e passando o Kökçü para a esquerda, e conseguimos conter a reacção adversária. Mesmo assim, acho que o nosso treinador demorou muito a fazer mais substituições, que só aconteceram aos 88’! Os da frente estavam muito desgastados e não se compreende que o Schmidt tenha demorado séculos a perceber isso. Felizmente, não houve consequências nefastas desta lentidão nas substituições.
 
Em termos individuais, óbvio destaque para o Arthur Cabral. O futebol é maravilhoso também por situações como esta. Num minuto, a sua carreira no Benfica estava acabada, com tentativas de marcar golos de costas para a baliza e com o rabo(!), e principalmente com um pirete aos adeptos. Noutro minuto, consegue a nossa qualificação europeia e transforma-se em campo a olhos vistos. Está muito mais leve, mais entrosado com os colegas e a fazer valer o seu físico para causar danos às defesas contrárias. O Rafa também está em grande forma e marcou mais uma vez. O João Neves só sabe carburar em grande no meio-campo e o Trubin voltou a ser decisivo nas suas intervenções. Só o João Mário destoa completamente na equipa e espero sinceramente que o Schmidt compreenda que ficamos muito melhor com o Florentino e Neves no meio, e o Kökçü na esquerda no lugar dele. É que seria bom voltarmos a jogar com onze...!
 
Veremos o que nos reserva o sorteio dos quartos (e possíveis meias-finais), mas voltar a colocar as nossas mãos na Taça de Portugal é bom que seja um objectivo fulcral nesta temporada.

1 comentário:

joão carlos disse...

Mas muitas das dificuldades neste jogo resultam mais uma vez da forma como queremos sair a jogar da nossa defesa e devido aos jogadores que neste momento temos em campo não esta a resultar o pior é que os adversários já perceberam isso e como não são parvos estão a explorar isso provocando o erro, tal como já tinha acontecido nos jogos anteriores, sendo que desta vez como já se antevia que pudesse acontecer mais tarde ou mais cedo eles tiraram cedo proveito dos nossos erros.
Independentemente da qualidade técnica no lance do segundo deles é inadmissível que pela segunda vez tivéssemos deixado o mesmo jogador completamente á vontade para fazer o que ele quisesse e lhe apetecesse depois de já ter feito o mesmo no primeiro deles, culpa não só do treinador, mas também dos jogadores que também tem de ter inteligência para dentro de campo corrigir erros é que á primeira todos caiem à segunda só cai quem quer.
Das substituições já nem vale a pena falar é chover no molhado toda a gente consegue ver os jogadores a precisarem de ser substituídos por desgaste evidente e depois acabam por só sair no fim, é que quem sai nem descansa e quem entra acaba por nem ter tem para fazer alguma coisa de jeito ou ter tempo para adquirir ritmo e depois acontece como no ano passado no fim da época andam todos que nem uma gata pelo rabo podem.