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quarta-feira, setembro 27, 2023

Repetição

Vencemos em Portimão por 3-1 no passado domingo e mantemo-nos a um ponto dos líderes do campeonato. Foi uma partida à semelhança das outras que realizámos fora de casa nesta temporada, em que entramos bem, dominamos completamente, colocamo-nos em vantagem, não matamos o jogo, apanhamos valentes sustos, mas felizmente lá acabamos por ganhar.
 
Com o Di María lesionado, o David Neres voltou ao onze e foi o melhor em campo. Fizemos o 1-0 logo aos 5’ num golão do Bah de fora da área assistido pelo Kökçü. Pouco depois, foi o Neres, bem desmarcado pelo Rafa, a proporcionar ao guarda-redes Vinícius Silvestre defesa com pé, mas aos 17’ fizemos mesmo o 2-0 através do Musa, que só teve de encostar depois de ser assistido pelo Neres, que por sua vez recebeu um passe a rasgar do Kökçü. O jogo poderia ter ficado definitivamente decidido à passagem da meia-hora, quando o Rafa se isolou, mas perdeu ângulo de remate depois de contornar o guarda-redes. Até ao intervalo, foi novamente o Rafa a poder marcar, mas o seu remate foi defendido pelo Vinícius Silvestre. Do outro lado, não há praticamente nada a registar, excepto um remate de fora da área que o Trubin deixou passar por baixo das mãos..., mas felizmente a bola saiu ao lado.
 
Para a 2ª parte, o Roger Schmidt deixou o Kökçü, o Bah e o Musa nos balneários, tendo entrado o João Neves, Jurásek e Arthur Cabral para os seus lugares. Ainda criámos perigo por este e pelo Neres, mas foi mesmo o Portimonense a reduzir para 1-2 aos 56’ num contra-ataque pela esquerda, em que a nossa defesa demorou muito a recuperar, e o Trubin não conseguiu parar o remate do Jasper. A partida voltava a ficar em aberto e poderia mesmo ter havido uma igualdade, porque aos 60’ o Morato resolveu esticar a mão num remate e o Sr. Hélder Malheiro, alertado pelo VAR, marcou o respectivo penalty. Felizmente o Trubin adivinhou o lado e conseguiu defender, tendo o Otamendi sido igualmente muito importante ao atirar para canto na recarga. Depois deste susto, resolvemos voltar a jogar à bola e voltámos a alargar a vantagem aos 66’ através do David Neres, que correspondeu muito bem a um contra-ataque do Rafa. Pouco depois foi o João Mário, que falhou o desvio à boca da baliza, porque o guarda-redes ainda desviou ligeiramente com o pé o centro do Neres na esquerda. Até final, ainda tivemos mais algumas oportunidades que transmitiriam uma melhor ideia da nossa superioridade, mas que infelizmente não entraram.
 
Em termos individuais, o David Neres foi o melhor em campo e vai ser difícil ao Schmidt continuar a arranjar desculpas para não o colocar no onze. O Rafa é outro que está em excelente forma, algo que costuma ser natural em jogadores em final de contrato.  O Morato substituiu o António Silva, que ficou no banco, mas não esteve bem, nomeadamente na questão do penalty escusado. O Trubin foi importante no penalty, mas aquela bola que passou debaixo das mãos deu-me muitos calafrios... O Bah também está longe da melhor forma, mas marcou um golão e pode ser que isso o anime. No meio-campo, regressou (e bem) o Florentino e cada meia-parte do Kökçü e do João Neves foi em alta rotação.
 
Iremos receber o CRAC nesta 6ª feira e é fundamental conseguirmos uma vitória para passar à frente deles. É que, parecendo que não, já têm uma série de pontos a mais com golos depois dos 90’ (voltou a acontecer nesta jornada frente ao Gil Vicente...).

sábado, setembro 23, 2023

Em falso

Perdemos na passada 4ª feira em casa frente ao Salzburgo (0-2) na estreia da Champions desta temporada. Uma semana de loucos em termos de trabalho não me permitiu escrever mais cedo acerca deste jogo. Mas também não é que houvesse uma enorme vontade de discorrer sobre esta tremenda desilusão.

Perante possivelmente o adversário mais acessível do grupo, não poderíamos ter entrado pior: o Trubin saiu pessimamente dos postes num canto e acertou com os punhos na cabeça de um avançado, fazendo naturalmente penalty logo aos 2’. Valeu-lhe o facto de o Konate ter atirado por cima. Respondemos razoavelmente bem, com o João Mário a rematar e a bola a embater na mão de um adversário (para mim, é penalty, mas o árbitro assim não considerou). Logo a seguir, o mesmo João Mário atirou ao poste numa boa combinação ofensiva. No entanto, aos 13’ foi o António Silva a colocar a mão na bola depois de ela ter embatido no poste, na sequência de um lance que se iniciou com um péssimo passe atrasado do Bah. Vermelho directo e 0-1 para o Salzburgo num penalty do Simic. O Roger Schmidt sacrificou o João Mário para fazer entrar o Morato e compor o quarteto defensivo. Mesmo com 10, ainda tivemos algumas oportunidades, com o Di María a fazer o guardião contrário Schlager brilhar num canto directo. Em cima do intervalo, foi o Musa a ter uma boa jogada, mas o remate saiu muito ao lado. Com um pouco mais de manha, o croata poderia ter-se deixado cair quando foi empurrado e eventualmente teria ganho um penalty.

Logo no início da 2ª parte, foi o mesmo Musa a ter um remate cruzado, que o Schlager voltou a defender. No entanto, aos 51’ as coisas complicaram-se ainda mais com um mau passe do Morato na saída para o ataque a resultar no 0-2 para o Salzburgo através do Gloukh que só teve de encostar depois de assistido pelo Simic, num lance de dois contra o guarda-redes, dado que o Aursnes também falhou a intercepção. O Musa ia tentando, mas o guarda-redes adversário revelava-se um dos melhores em campo, tendo igualmente defendido quase em cima da linha um cabeceamento do João Neves num canto. O Roger Schmidt demorou muito a voltar a mexer na equipa e teve de ouvir o estádio quase todo a gritar pelo David Neres a determinada altura do jogo. Finalmente lá entrou, para o lugar do Di María, mas o jogo estava irremediavelmente perdido.

 

Em termos individuais, o Musa foi o melhor do Benfica. Muito trabalhador, muito rematador (nem sempre com grande pontaria), neste momento é um indiscutível da equipa. O Rafa, enquanto teve discernimento, também foi dos que mais tentou rematar contra o estado das coisas. O Di María esteve melhor na 1ª do que na 2ª parte e vai perdendo discernimento à medida que vai baixando fisicamente. Quanto aos que se evidenciaram pela negativa, o Bah está numa forma péssima e espero bem que o Trubin confirme rapidamente o seu (suposto) valor, porque neste jogo tive visões do fantasma do Roberto... Não é só o penalty por socar a cabeça de um adversário, como principalmente outro lance na 1ª parte, em que falhou redondamente a intercepção a um cruzamento, que só não resultou em golo por inépcia do adversário. Não tivemos nenhum problema na baliza durante quase seis anos, temo muito que tenhamos arranjado um agora. Contratámos o Trubin para fazer concorrência ao Vlachodimos, porque o Samuel Soares não servia. Gerimos muito mal o que se passou com o grego e agora temos o Samuel Soares a fazer concorrência ao Trubin... Ou seja, ou o ucraniano entra rapidamente nos eixos, ou criámos aqui um enorme problema.

 

Perante este resultado desastroso, valeu-nos o empate no outro jogo entre a Real Sociedad e o Inter Milão (1-1). Na próxima jornada, iremos a Milão e, se quisermos ter hipóteses de seguir em frente, não podemos perder.

terça-feira, setembro 19, 2023

Escusado

Vencemos em Vizela no passado sábado por 2-1 e mantemo-nos um ponto atrás dos da frente. Por motivos profissionais, foi-me impossível postar antes de hoje e foram esses mesmos motivos que me fizeram ter visto o jogo em diferido fora de Portugal. Foi uma vitória mais do que justa, que só peca por ter sido pela margem mínima, quando o mais justo seriam pelo menos três golos de diferença, tal a nossa superioridade.

 

O Roger Schmidt promoveu a estreia do Trubin na baliza, que não teve quase trabalho nenhum. Entrámos muito bem na partida e inaugurámos o marcador logo aos 9’ através do Musa, depois de uma boa jogada com desmarcação do Rafa pelo Kökçü e assistência daquele para o croata rematar, com a bola ainda a sofrer um desvio num defesa. O Kökçü esteve em destaque ao falhar um desvio só com o guarda-redes pela frente e a fazer um livre directo roçar ainda na barra. A nossa pressão no adversário era imensa, que mal saía do meio-campo, e aos 39’ fizemos o 2-0 através de um livre directo muito bem executado pelo Di María.

 

Na 2ª parte, continuámos a dominar fortemente a partida, com o guarda-redes Buntic a defender um golo certo do Musa, depois de assistência do Rafa. O terceiro golo fecharia completamente a partida, mas foi o Vizela a reduzir para 1-2 aos 70’ num penalty escusado do Aursnes por empurrão a um adversário. O Samu enganou o Trubin no remate. O desfecho da partida voltava a estar em aberto escusadamente, por culpa da nossa ineficácia, mas conseguimos controlar os danos até final. Até foram nossas a melhores oportunidades, com o João Mário e o Rafa a proporcionarem defesas do Buntic, enquanto do outro lado só um cabeceamento quase no final da compensação criou algum perigo, com a bola a sair ao lado.

 

Em termos individuais, o Rafa foi o melhor do Benfica, com as suas arrancadas a dar cabo da cabeça dos adversários. O João Neves também encheu o campo e dá muita dinâmica à equipa. O Di María marcou mais um golo, mas continua a estar tempo a mais no campo (sendo a culpa obviamente do Schmidt), porque por volta dos 70’ inevitavelmente rebenta. O Musa, sendo ponta-de-lança, marcou e ainda bem, porque isso lhe irá dar mais confiança. O João Mário e o Bah é que ainda continuam fora da forma habitual.

 

Foi uma vitória importante num campo difícil, mas na 2ª parte sentiu-se que muitos jogadores já estavam mais com a cabeça na Champions, que começa nesta 4ª feira frente ao Salzburgo. Sendo o primeiro jogo em casa, é fundamental começar com uma vitória.

 

P.S. – A arbitragem do Sr. Luís Godinho teve muito que se lhe dissesse. Não só o Otamendi levou amarelo num lance em que foi pisado no tornozelo(!), como tivemos uma expulsão perdoada ao guarda-redes adversário por suposto fora-de-jogo do Rafa no início da jogada, sendo que a bola ainda foi desviada pelo David Neres e, nessa altura, o Rafa já não estava adiantado. Surreal...!

segunda-feira, setembro 18, 2023

Eslovénia e Luxemburgo

Na semana passada, tivemos a pausa para as selecções e praticamente selámos a qualificação para o Euro 2024 com vitórias na Eslováquia (1-0) e recepção ao Luxemburgo (9-0). No primeiro jogo, fizemos uma exibição muito frouxa, só com o golo do Bruno Fernandes no final da 1ª parte para poder mostrar. A selecção pareceu sempre muito perra e o empate não seria de todo um resultado injusto. Frente ao 3º classificado do grupo, batemos o nosso recorde ao marcar nove golos num só jogo. Sem o C. Ronaldo, que viu um amarelo frente aos eslovacos, a equipa pareceu muito mais solta e sem a obrigatoriedade de jogar sempre para o mesmo (se não tem, disfarça bem). O Gonçalo Inácio, o Gonçalo Ramos e o Diogo Jota bisaram, com os restantes golos a serem marcados pelo Ricardo Horta, Bruno Fernandes e João Félix.

 

Há que não embandeirar em arco com esta campanha, porque, quando o 3º classificado do grupo leva nove golos, está tudo dito acerca da dificuldade deste grupo... Além de que a selecção ainda está num patamar abaixo daquilo que a mais-valia dos jogadores justificaria.

segunda-feira, setembro 11, 2023

Benfica FM | Temporada 1998/99

Quase um ano depois, tive o prazer de voltar a fazer um programa destes com os meus amigos Nuno Picado e Bakero do Benfica FM. 'Prazer' só mesmo na companhia deles, porque esta temporada é do nosso Vietnam. Começou com um balão muito cheio, com ida à Champions, mas a brigada do reumático inglesa, apadrinhada por um treinador casmurro, e um presidente que era um foco permanente de instabilidade (e vigarice, desconfiávamos na altura e tivemos a certeza alguns anos depois) deitaram tudo a perder e terminámos a época num lamentável 3º lugar.

Bem, mas sempre dá para verem grandes jogadas do João Pinto e Poborsky (com um inesquecível golo à Maradona frente ao Braga na Luz), golos à fartazana do grande Nuno Gomes e exibições sublimes do Hugo Leal, que deitou tudo a perder no final da época, com uma saída do clube pela porta pequena. Posto isto, ainda assim, enjoy!

terça-feira, setembro 05, 2023

Categórico

Vencemos o V. Guimarães no passado sábado e recuperámos pontos em relação aos rivais, que empataram (o CRAC em casa com o Arouca 1-1, com o golo do empate a ser marcado, em fora-de-jogo, aos 19’!!!! do tempo de compensação, e a lagartada 1-1 em Braga). Temos agora um ponto de desvantagem perante ambos.

 

O V. Guimarães era o líder do campeonato até esta jornada e apresentou-se desinibido na Luz. No entanto, as linhas muito subidas eram um chamariz aos nossos contra-ataques e foi num deles que inaugurámos o marcador aos 11’ num autogolo do Jorge Fernandes de cabeça (um golão, a propósito), depois de um centro do Di María na direita. Marcámos cedo o que é sempre bom para soltar ainda mais a equipa. Aos 19’, o João Mendes levantou o pé de modo muito imprudente, acertou na cara do Otamendi e foi naturalmente expulso. Foi uma entrada violenta, embora não tenha sido de propósito. Curiosamente, baixámos de produção durante uns minutos assim que nos vimos a jogar contra 10, o que foi pena, porque estávamos a fazer uma exibição muito agradável. Voltámos a subir logo depois de termos feito o 2-0 aos 33’ através do Di María, que só teve de encostar depois de uma assistência do Rafa, bem desmarcado pelo João Mário. O V. Guimarães tinha naturais dificuldades em reagir e já na compensação da 1ª parte aconteceu o melhor golo do jogo, num pontapé soberbo do Kökçü de fora da área, a passe do Di María.

 

Se a 1ª parte tinha terminado com um golo, a 2ª começou literalmente com outro! Aos 24 segundos(!) o Aursnes fez o 4-0 num remate contra a relva para fazer a bola passar por cima do Bruno Varela, depois de este ter defendido um remate do João Mário, que estava isolado, tendo a bola sobrado para o norueguês. O jogo foi progressivamente baixando de ritmo, embora ainda tenhamos enviado uma bola à barra pelo Musa depois de assistência do Aursnes na esquerda. O João Neves e o João Mário também tiveram remates perigosos, mas quem meteu mesmo a bola na baliza foi o V. Guimarães, já na parte final do encontro, num lance em que o Samuel Soares andou aos papéis, mas o VAR anulou por braço na bola do avançado. Com o jogo ganho, até final, o Schmidt resolveu dar minutos aos defesas suplentes e entraram o João Victor, Tomás Araújo e Morato.

 

Em termos individuais, destaque para o Rafa cuja pancada que se farta de levar é bem um sintoma da sua importância na equipa: é ele quem cria a maior parte dos desequilíbrios e as defesas contrárias têm andado à nora para o travar. O João Mário deve ter feito uma lobotomia, porque parecia outro em relação aos últimos jogos... Igualmente em grande esteve o Aursnes ainda a defesa-esquerdo. Apesar de não ter marcado, o Musa deu imenso trabalho aos defesas e, nesse aspecto, é o jogador mais parecido com o Gonçalo Ramos que temos no plantel. O Di María lá acrescentou mais um golito à sua conta, mas continua em campo até ao fim, apesar de as pilhas se gastarem bem antes... O João Neves e o Kökçü estiveram excelentes no meio-campo. Quanto aos que entraram, o David Neres não esteve ao seu nível habitual e o João Victor confirmou que é bom que nada aconteça ao Bah, porque não há substituto à altura dele...

 

Agora que começámos a jogar bem outra vez é que surge a pausa para as selecções...! É sempre o mesmo filme! Ainda na senda das repetições, o Schmidt voltou a dar cinco dias de folga ao plantel. Esperemos que, quando voltarmos, não acusemos nem as selecções nem as mini-férias...