Com a saída do Gonçalo Ramos para o PSG no dia anterior, o
Roger Schmidt resolveu inventar e entrar em campo sem ponta-de-lança. Bem sei
que o Musa está longe de ser um génio, mas ao menos é ponta-de-lança e tudo
indicava que fosse ele o titular. Mas não, o nosso treinador achou que era com
o Rafa e Aursnes na frente que conseguiríamos fazer algo. O resultado foi o
esperado: não criámos um único lance de perigo na 1ª parte! Aliás, como de
costume, não entrámos nada bem contra o CRAC e poderíamos ter sofrido um golo logo
aos 7 segundos(!), mas felizmente beneficiámos da má pontaria do Galeno. Pouco
depois, foi novamente o Galeno a colocar a cabeça do Bah em água e a ter um remate desviado, que
passou a rasar o poste com o Vlachodimos batido. O terceiro susto ocorreu com o
Taremi, que apareceu sob a direita e rematou cruzado muito ao lado, quando só
tinha o Vlachodimos pela frente. Tudo isto aconteceu dentro dos primeiros 15’
de jogo! Conseguimos reequilibrar a partida, especialmente a partir da
meia-hora, mas sem nunca conseguirmos criar situações de perigo. O Ristic na
esquerda está longe de ser um Grimaldo, o Kökçü não apresentava a pedalada que
se exige em jogos frente ao CRAC, o Aursnes parecia perdido sem saber bem a sua
posição no terreno, o João Mário andava a gasóleo como de costume, o Rafa
estava engolido pelos centrais e o Di María não tinha espaço. Só o João Neves se
mostrou à altura, com elevada rotação desde o início da partida. Para piorar as
coisas, o Sr. Luís Godinho encheu-nos de amarelos (Ristica, Bah, Kökçü e João Mário).
Na 2ª parte, o Roger Schmidt assumiu o erro e substituiu
logo ao intervalo o Ristic pelo Jurasek e o João Mário pelo Musa. Voltámos à fórmula
que sempre tivemos com o alemão e a diferença foi abissal! Os segundos 45’
foram todos nossos. O Musa começou a dar a luta que o Pepe e o Marcano nunca
tiveram, o Jurásek foi muito mais incisivo pela esquerda do que o Ristic,
subimos as linhas com o Kökçü a melhorar imenso de rendimento e foi o turco que
desmarcou o Di María na direita aos 61’ para o 1-0 num remate em que o Diogo
Costa não fez tudo o que estava ao seu alcance para defender. Felizmente! Foi o
delírio na nossa bancada, que prosseguiu sete minutos depois com o 2-0 através
do Musa, depois de uma bola recuperada no meio-campo adversário e assistência
do Rafa. Sufocávamos o CRAC e a minha única preocupação eram os amarelos, ainda
por cima, porque o João Neves também levou um logo no início da 2ª parte.
Portanto, ficámos com o meio-campo amarelado, mas o Roger Schmidt é sempre
sagaz nestas ocasiões e fez entrar o Florentino logo aos 70’ para o lugar do Kökçü
e aos 75’ o Chiquinho para o do João Neves. O nosso terceiro golo estava mais
perto do que o deles e um remate do Rafa teve um ligeiro desvio, caso contrário
teria entrado. Em cima dos 90’, aconteceu o costume: o ANIMAL do Pepe deu uma
joelhada nas costas do Jurásek, mas teve de ser o VAR a avisar o árbitro para o
mandar para a rua. Foi o nosso terceiro grande festejo da noite, a assinalar condignamente
o facto de aquele atentado ao futebol ser finalmente expulso! No segundo minuto
de compensação, apanhámos um susto com um golão do Galeno, mas felizmente tinha
havido mão antes do entretanto entrado Gonçalo Borges e o VAR anulou. Até
final, ainda tivemos direito à 24ª expulsão(!) da carreira do Sérgio Conceição,
com a benesse de se ter recusado a sair do campo! Há uma coisa pela qual temos
de dar crédito ao CRAC: está sempre na vanguarda da nojeira! Faltavam 3’ para o
final e só não percebi porque é que o árbitro não acabou logo o jogo. Era a penalização
devida para aquele comportamento inominável, que é o traço distintivo de um
clube que envergonha o desporto. Proponho um novo slogan para eles, bem mais preciso:
“A ser orgulhosamente um nojo há 40 anos!”
Em termos individuais, destaque para a magia do Di María,
que continua um jogador superlativo aos 35 anos, e para o jogão do João Neves,
que neste momento é titular absoluto do Benfica. O miúdo luta, corre, joga e
faz jogar os outros, é um regalo vê-lo em campo. O António Silva também esteve
muito bem na defesa, assim como o Otamendi, cuja experiência ajudou a disfarçar
alguma eventual falta de ritmo. O Jurásek terá ganho o lugar ao Ristic e o Kökçü
percebeu em 45’ o ritmo com que tem de jogar estas partidas. O Rafa melhorou
imenso quando o Musa entrou (como é óbvio!) e o croata foi decisivo na mudança
que houve no jogo. Espero que a titularidade do João Mário seja finalmente
posta em causa, porque neste momento ele é o elo mais fraco do meio-campo para
a frente e felizmente este ano não nos faltam soluções para tal.
Foi uma vitória muito saborosa que torna sempre muito aprazível
a viagem de 500 km num só dia. Esperemos que seja um bom princípio de uma
temporada em que é fundamental conseguirmos o bicampeonato.
VIVA O BENFICA!
sexta-feira, agosto 11, 2023
Nona Supertaça
Vencemos o CRAC (2-0) em Aveiro na passada 4ª feira e
conquistámos a 9ª Supertaça do nosso historial. O que em 23 presenças não deixa
de ser um balanço negativo, apenas superado por esta ser apenas a segunda vitória
perante as forças do Mal em 13 confrontos directos para esta competição (a única
tinha sido na época 1984/85)! Claro que há aqui um pequeno pormenor que é o facto de as maiores roubalheiras no
futebol português terem acontecido em Supertaças passadas (aqui está o exemplo
supremo).
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2 comentários:
"Diogo Costa não fez tudo o que estava ao seu alcance para defender"
Sim estou de acordo foi mesmo um FRANGO, afinal o maior da galáxia e arredores também os dá!!!...
Penso que a alteração na posição de defesa esquerdo terá sido mais por o jogador estar condicionado do que por outra coisa até porque quem entrou nem sequer jogou melhor e veio demonstrar as mesmas virtudes e os mesmos defeitos de quem saiu é verdade que defensivamente não foi por essa lado tão permissivos, mas a ajuda também foi outra já que na primeira parte não existiu e quando existiu foi péssima além de que o perigo que eles criaram foi do nosso lado direito, e ofensivamente fomos melhor mas ofensivamente toda a equipa foi melhor na segunda parte.
A outra substituição essa sim foi o emendar a mão até porque foi uma alteração tática que fez mudar um terço da equipa de lugar no campo isto para não falar de que quem saiu esse sim estava a fazer uma exibição péssima alias igual às que fez desde o inicio da época já que desde que esta começou ainda não fez uma exibição boa que tem sido a continuação das péssimas exibições que fez no final da época passada, mas ai tinha a desculpa do desgaste por jogar sempre e o tempo todo.
Para além da mudança tática e se calhar até mais importante do que essa mudança foi a excelente capacidade física que a equipa demonstrou permitindo manter o mesmo nível de intensidade durante o jogo todo ao contrário do adversário que só aguentou uma parte.
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