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segunda-feira, agosto 28, 2023

Equívocos

Vencemos o Gil Vicente em Barcelos por 3-2 no sábado noutra partida que se complicou bastante quando nada o deixava antever. Para além da natural reacção do adversário à desvantagem no marcador, considero que houve igualmente bastantes culpas nossas (e do nosso treinador) no modo como não soubemos controlar o jogo. 

A entrada do Florentino para o lugar do João Neves foi a única alteração em relação ao E. Amadora e a nossa 1ª parte foi bastante boa. Pressionámos bastante o Gil Vicente, que praticamente não chegou à nossa baliza, mas mais uma vez não criámos as oportunidades que o nosso domínio justificaria. Mesmo assim, chegámos à vantagem aos 19’ num penalty do Di María a castigar derrube ao João Mário. Espero sinceramente que o Di María mude a sua maneira de marcar penalties, porque só tem 50% de possibilidades de marcar, dado que se o guarda-redes adivinha o lado para onde vai a bola, não terá dificuldades nenhumas em defender. Pouco depois, o Arthur Cabral teve a única intervenção boa no jogo, com um cabeceamento à ponta-de-lança na sequência de um livre que o guarda-redes Andrew defendeu por instinto. Houve ainda outra jogada em que o Di María tentou assistir o João Mário com nota artística, em vez de lhe colocar a bola jogável facilmente, o que teria certamente resultado em golo, porque o nº 20 estava sozinho. Em cima do intervalo, o Gil Vicente teve o único lance de relativo perigo, com um cabeceamento num livre a ser defendido pelo Samuel Soares. No entanto, não se compreende que um lance de bola parada quase no meio-campo resulte em remate à nossa baliza em apenas dois toques...!

Na 2ª parte, o Gil Vicente naturalmente reagiu, foi bastante mais ofensivo, o que nos proporcionou uma série de jogadas de contra-ataque, nem sempre bem decididas. Um livre do Di María ainda longe da baliza foi defendido para canto, mas aos 53’ aumentámos a vantagem num contra-ataque bem delineado pelo Rafa, João Mário e Aursnes, com centro deste e concretização do nº 27. Todos pensámos que o jogo seria relativamente tranquilo, até porque nós dávamos mostras de não deixar de tentar marcar mais um, embora em termos defensivos o Gil Vicente manobrasse com mais liberdade do que se fosse desejável dado que Kökcü já tinha visto um amarelo e o Florentino veria outro mais adiante. Apesar dos dois golos de vantagem, o Roger Schmidt fez duas substituições e tirou o apagado Arthur Cabral para colocar o Tengstedt, e fez o deveria ter feito logo no início do jogo, que era colocar o David Neres no lugar do João Mário. No entanto, o Gil Vicente dava mostras de conseguir criar perigo, especialmente depois das substituições que fez, e o Roger Schmidt não deu a resposta devida a isso, nomeadamente refrescando o meio-campo até por causa dos amarelos. O Rafa ainda teve um remate perigoso por cima, mas aconteceu o esperado com o Gil Vicente a fazer o 1-2 aos 74’ num remate do Tidjany Touré com o Samuel Soares a ser muito mal batido, com a bola a passar-lhe por baixo das mãos. Um jogo que já deveria estar fechado a nosso favor tornou-se de repente aberto... O nosso treinador lá se decidiu trocar o meio-campo, fazendo entrar o João Neves e Chiquinho, mas o jogo estava agora muito repartido. Uma má saída do Samuel Soares felizmente não teve consequências, porque o chapéu adversário saiu sem direcção, mas em termos atacantes não estávamos a conseguir ser perigosos. Até que já na compensação, o Schmidt tirou o Rafa para colocar o Musa e o croata fez o 3-1 aos 94’, poucos segundos depois de ter entrado: abertura em chapéu do João Neves e remate com força do nº 33, que ainda desviou num defesa e traiu o guarda-redes Andrew. O resultado era suposto ter ficado assim, mas infelizmente este ano a nossa performance defensiva ainda está muito aquém do esperado. Aos 98’, numa insistência do Gil Vicente, o Chiquinho não foi lesto a aliviar a bola e fez uma falta muito perigosa quase em cima da linha da grande-área. O livre foi marcado a dois tempos, a nossa barreira abriu, a bola passou por aí e o Dominguez anotou um golo que não deveria ter marcado, dado que o Sr. João Pinheiro lhe poupou o segundo amarelo ainda na 1ª parte por falta sobre o Rafa. Acabámos o jogo a sofrer um golo, que é algo que me irrita sempre muito.

Em termos individuais, o Rafa foi o melhor do Benfica (simplesmente ridículo a Sport TV ter considerado o João Mário o “homem do jogo”...!). O Florentino deu alguma consistência ao meio-campo e, lá está, permite-nos defender mais à frente. O Di María esteve muito activo na 1ª parte, mas foi decaindo ao longo do tempo e, independentemente do que diga, não é para jogar os 90’, Sr. Roger Schmidt! O Samuel Soares deu um frango e não me inspira confiança nenhuma. O João Mário esteve um pouco melhor, mas, Sr. Roger Schmidt, o lugar é para o David Neres! Assim como o lugar do Aursnes não é a defesa-esquerdo, por amor de Eusébio! Por último, festejei muito o golo do Tengstedt na semana passada, mas entre ele e o Musa há um universo de distância neste momento. Aliás, mesmo o Arthur Cabral, se calhar, deveria recuperar a sua condição a 100% antes de eventualmente ser titular, até porque o Musa, mau grado o azar que teve no Bessa, merece alinhar de início nesta altura.

Ganhámos que era o que interessava, mas acabei o jogo com mais preocupações do que satisfeito. Há muitas coisas erradas na equipa, muitos equívocos, alguns lugares-cativo que são incompreensíveis, algumas injustiças perante outros jogadores, enfim, toda uma série de coisas que não me fazem ter muita confiança nesta altura. Espero que o nosso treinador mude de rumo rapidamente, porque a continuar assim e perante equipas mais complicadas não antevejo nada de bom no futuro...

terça-feira, agosto 22, 2023

Sofrido

Vencemos o E. Amadora (2-0) no passado sábado e conseguimos a primeira vitória no campeonato. Foi um jogo bastante mais complicado do que se previa, com o golo inaugural a surgir somente aos 79’...!

Depois da péssima exibição no Bessa, o Vlachodimos foi afastado da titularidade pelo Roger Schmidt. Tendo aparentemente havido uma discussão entre ambos, nem no banco se sentou. Sim, eu acho que o grego tem culpas na derrota no Bessa, mas tem sido o titular indiscutível nos últimos cinco anos e muitas vitórias lhe são devidas. Para além do mais, o Roger Schmidt entregou a baliza ao Samuel Soares e não ao Trubin, como se esperava. Lamento, mas não tenho confiança nenhuma no Samuel Soares e acho que o Roger Schmidt não lidou nada bem com esta situação. No entanto, não foi a única decisão incompreensível do nosso treinador nesta partida: o Aursnes jogou a dessa-esquerdo em vez do Ristic! Quer dizer, se o sérvio não serve para jogar em casa frente ao E. Amadora, serve para quê...?! Está longe de ser um génio, mas há mínimos para se jogar no Benfica. E este era um deles, em casa, frente ao E. Amadora (com o devido respeito, claro). Entrou o João Mário para a frente, juntamente com a estreia do Arthur Cabral, dado o castigo ao Musa. Com Aursnes e João Mário na esquerda, não foi propriamente uma surpresa que estivéssemos coxos daquele lado durante grande parte do tempo. Com o E. Amadora com as linhas muito juntas, mas sem autocarro, tivemos dificuldades em criar perigo e, apesar de algumas tentativas, o guarda-redes Bruno Brígido só foi verdadeiramente colocado à prova uma vez num remate do Di María já em cima do intervalo, que defendeu magnificamente. Antes disso, o reforço Arthur Cabral tinha rematado cruzado de ângulo um pouco apertado, mas o Bruno Brígido defendeu com o corpo. 

Para a 2ª parte, esperava-se que o Roger Schmidt mexesse na frente de ataque, nomeadamente colocando o David Neres, mas quem entrou foi o Florentino para o lugar do amarelado João Neves. Até achei que quem deveria ter entrado era o Chiquinho, por ser um médio mais atacante, mas com o Florentino conseguimos defender bem mais à frente e recuperar a bola no meio-campo contrário. Por conseguinte, começámos a empurrar o E. Amadora para o seu último reduto e praticamente não conseguiram passar para o nosso meio-campo. No entanto, continuávamos com grandes dificuldades em criar perigo e foi outra vez o Di María a colocar o Bruno Brígido em destaque. Até que aos 69’, o Roger Schmidt lá se lembrou que tinha o abre-latas David Neres no banco e lançou-o felizmente ainda a tempo de o tornar no “homem do jogo”, tirando a inutilidade do João Mário. Com quase uma hora e dez minutos de atraso! Assim que entrou, o brasileiro partiu a loiça toda e criámos uma série de oportunidades. O Bruno Brígido ainda defendeu remates do Kökçü e Arthur Cabral, depois de jogadas do Neres na esquerda, mas já não conseguiu fazer nada aos 79’: o Tengsted tinha entrado no minuto anterior para substituir o esgotado Arthur Cabral e na primeira vez que tocou na bola no Estádio da Luz foi para a colocar dentro da baliza! Com nova jogada do Neres na esquerda, obviamente. Foi um enorme respirar de alívio no estádio com a perspectiva da vitória, que ficou definitivamente selada aos 93’ com nova assistência do Neres para o Rafa isolado desfeitear o guarda-redes. O jogo terminava pouco depois com três pontos muito difíceis, mas muito justos. O melhor em campo foi obviamente o David Neres e seria um crime lesa-pátria que não saltasse já para a titularidade. O Rafa também esteve muito bem, especialmente na 1ª parte, e o Florentino foi igualmente importante para empurrar o nosso jogo para a frente. O Kökçü voltou a subir de produção na 2ª parte, quiçá pela presença do Florentino nas suas costas. O Arthur Cabral mostrou bons pormenores, mas ainda está longe da forma ideal. Quanto ao Samuel Soares, não teve muito trabalho, mas largou uma bola relativamente fácil na 1ª parte e deixou passar um cruzamento na 2ª... Só espero que não percamos nenhuns pontos graças a ele, porque para Bruno Varela já me bastou um... 

Como os outros dois ganharam (a lagartada 2-1 no Casa Pia e o CRAC com o mesmo resultado conseguido aos 100’ em casa frente ao Farense!), continuamos três pontos atrás de ambos. No próximo fim-de-semana, teremos uma deslocação difícil a Barcelos, para defrontar o Gil Vicente, e vermos que opções o Roger Schmidt irá tomar. Sendo que espero bem que o Aursnes deixe a lateral-esquerda...

quarta-feira, agosto 16, 2023

Frango, azar e roubo

Perdemos na 2ª feira frente ao Boavista no Bessa (2-3) e entrámos da pior maneira no campeonato de 2023/24. Foi uma derrota em que tivemos culpa própria, bastante azar e um penalty descarado a nosso favor por braço na bola com 1-1 no marcador, que não foi assinalado pelo VAR André Narciso (este, recordam-se?).

Com o Musa no lugar do João Mário, alinhámos com a equipa expectável também com o Jurásek em vez do Ristic. O Boavista mostrou a agressividade habitual que caracteriza as equipas do Petit e viu três amarelos nos minutos iniciais. Mesmo assim, conseguiram equilibrar as coisas no início, mas sem criarem grandes oportunidades, até nós começarmos a pegar no jogo por volta dos 15’. Pouco antes disso, já tínhamos tido uma chance de golo, mas o remate do Aursnes foi defendido pelo guarda-redes João Gonçalves. Aos 22’ inaugurámos o marcador através do Di María, que só teve de encostar depois de ser assistido pelo Rafa, que iniciou a jogada ao ganhar em antecipação a um defesa e a isolar-se. Pouco depois, o mesmo Di María falhou um chapéu que seria um golão. O Boavista não criou nenhuma oportunidade de golo, mas claro que a vantagem mínima é sempre perigosa, razão pela qual cheguei ao intervalo um pouco chateado por não termos aproveitado para a aumentar. Parecia que estava a adivinhar o que viria a seguir...

Aos 50’, o Musa abordou pessimamente um lance e, em vez de rematar a bola, pisou-a, o pé resvalou para o lado e pisou também a canela do adversário. O Sr. António Nobre foi peremptório em mandá-lo para a rua. O Roger Schmidt substituiu logo o Di María pelo Morato e reeditou a táctica em Braga para a Taça de Portugal no ano passado, com os três centrais. Só que nem deu para aferir da justeza da decisão, porque o Boavista empatou logo a seguir, na sequência do livre: bola centrada para a área, passou pela defesa quase toda, o Jurásek teve uma péssima abordagem e a bola ficou à mercê do Bozenik, que rematou em esforço um pouco à figura do Vlachodimos, que deveria ter feito muito melhor, apesar de o remate ter sido relativamente à queima. Apesar de estarmos com dez, tivemos uma excelente reacção e conseguimos empurrar o Boavista para o seu meio-campo e começar a pressioná-los grandemente. O João Neves pegou na batuta, o Jurásek esteve bem na esquerda e o Rafa conseguiu encontrar o seu espaço sozinho na frente. Num desses lances, há um braço claríssimo de um defesa antes de o Rafa atirar à barra, que não percebo porque é que o VAR André Narciso não assinalou. Ou melhor, até percebo... Aos 75’, conseguimos o muito merecido 2-1 numa jogada de insistência, com um centro atrasado do Jurásek para um remate do Kökçü bem defendido pelo João Gonçalves, que voltou a defender igualmente a recarga de cabeça do João Neves para a barra, até o Rafa também de cabeça conseguir finalmente colocar a bola na baliza. O Boavista não conseguia fazer grande coisa apesar de estar com mais um em campo e o Roger Schmidt refrescou o nosso meio-campo aos 85’ com o Florentino, Chiquinho e também colocou o David Neres nos lugares do João Neves, Kökçü e Rafa, respectivamente. Vi muita gente a criticar estas substituições, mas não me pareceram nada mal, porque estávamos a jogar com menos um e havia que dar sangue novo à equipa. O que não estava no programa era mais um disparate enorme do Vlachodimos, que hesitou em sair à bola num alívio de cabeça do António Silva, permitiu um cruzamento de um avançado para a pequena-área e o mesmo António Silva, na ânsia de cortar a bola, acabou por atingir um adversário e dar ao Boavista um penalty no último minuto! Na marcação do mesmo, o Bruno Lourenço foi a andar para a bola e o nosso guarda-redes em vez de só se atirar quando ele rematasse (porque a andar nunca poderia rematar com muita força), não(!), resolveu escolher um lado e foi o errado. O Sr. António Nobre deu 10’ de compensação e nesse tempo fizemos tudo para chegar novamente à vantagem. O Jurásek não conseguiu fintar um adversário num lance que o deixaria isolado, mas a grande oportunidade veio num remate fabuloso do David Neres de primeira, depois de um alívio num canto, que fez a bola embater com estrondo na trave! O marcador do golo deles, Bruno Lourenço, ainda foi para a rua, mas no último minuto de compensação, com a nossa equipa toda balanceada para a frente, aconteceu o mesmo que em Chaves no ano passado e um avançado (neste caso, outra vez o Bozenik) isolou-se e desfeiteou o Vlachodimos... Perdíamos de maneira inglória um jogo que claramente deveríamos ter ganho.

Em termos individuais, o João Neves voltou a ser dos melhores e toda a equipa esteve em relativo bom plano enquanto estivemos com 11. Depois disso, o Rafa foi gigante pela maneira como conseguiu colocar a cabeça dos adversário em água. Também o Aursnes subiu muito de produção depois do intervalo, porque até então estava a fazer dos piores jogos pelo Benfica de que me lembro. Já o Vlachodimos pareceu, e de que maneira, acusar a pressão de finalmente ter concorrência e teve culpas em dois dos golos. A outra má notícia é que o Jurásek se lesionou para quatro semanas, num lance em que o adversário nem amarelo levou...!

Como os outros dois ganharam (o CRAC 2-1 em Moreira de Cónegos e a lagartada 3-2 em cima do apito final em casa frente ao Vizela), começamos o campeonato já com três pontos de desvantagem. Teremos no próximo sábado a recepção ao E. Amadora para começarmos a dar a volta a este mau começo.

sexta-feira, agosto 11, 2023

Nona Supertaça

Vencemos o CRAC (2-0) em Aveiro na passada 4ª feira e conquistámos a 9ª Supertaça do nosso historial. O que em 23 presenças não deixa de ser um balanço negativo, apenas superado por esta ser apenas a segunda vitória perante as forças do Mal em 13 confrontos directos para esta competição (a única tinha sido na época 1984/85)! Claro que há aqui um pequeno pormenor que é o facto de as maiores roubalheiras no futebol português terem acontecido em Supertaças passadas (aqui está o exemplo supremo).


Com a saída do Gonçalo Ramos para o PSG no dia anterior, o Roger Schmidt resolveu inventar e entrar em campo sem ponta-de-lança. Bem sei que o Musa está longe de ser um génio, mas ao menos é ponta-de-lança e tudo indicava que fosse ele o titular. Mas não, o nosso treinador achou que era com o Rafa e Aursnes na frente que conseguiríamos fazer algo. O resultado foi o esperado: não criámos um único lance de perigo na 1ª parte! Aliás, como de costume, não entrámos nada bem contra o CRAC e poderíamos ter sofrido um golo logo aos 7 segundos(!), mas felizmente beneficiámos da má pontaria do Galeno. Pouco depois, foi novamente o Galeno a colocar a cabeça do Bah em água e a ter um remate desviado, que passou a rasar o poste com o Vlachodimos batido. O terceiro susto ocorreu com o Taremi, que apareceu sob a direita e rematou cruzado muito ao lado, quando só tinha o Vlachodimos pela frente. Tudo isto aconteceu dentro dos primeiros 15’ de jogo! Conseguimos reequilibrar a partida, especialmente a partir da meia-hora, mas sem nunca conseguirmos criar situações de perigo. O Ristic na esquerda está longe de ser um Grimaldo, o Kökçü não apresentava a pedalada que se exige em jogos frente ao CRAC, o Aursnes parecia perdido sem saber bem a sua posição no terreno, o João Mário andava a gasóleo como de costume, o Rafa estava engolido pelos centrais e o Di María não tinha espaço. Só o João Neves se mostrou à altura, com elevada rotação desde o início da partida. Para piorar as coisas, o Sr. Luís Godinho encheu-nos de amarelos (Ristica, Bah, Kökçü e João Mário).

Na 2ª parte, o Roger Schmidt assumiu o erro e substituiu logo ao intervalo o Ristic pelo Jurasek e o João Mário pelo Musa. Voltámos à fórmula que sempre tivemos com o alemão e a diferença foi abissal! Os segundos 45’ foram todos nossos. O Musa começou a dar a luta que o Pepe e o Marcano nunca tiveram, o Jurásek foi muito mais incisivo pela esquerda do que o Ristic, subimos as linhas com o Kökçü a melhorar imenso de rendimento e foi o turco que desmarcou o Di María na direita aos 61’ para o 1-0 num remate em que o Diogo Costa não fez tudo o que estava ao seu alcance para defender. Felizmente! Foi o delírio na nossa bancada, que prosseguiu sete minutos depois com o 2-0 através do Musa, depois de uma bola recuperada no meio-campo adversário e assistência do Rafa. Sufocávamos o CRAC e a minha única preocupação eram os amarelos, ainda por cima, porque o João Neves também levou um logo no início da 2ª parte. Portanto, ficámos com o meio-campo amarelado, mas o Roger Schmidt é sempre sagaz nestas ocasiões e fez entrar o Florentino logo aos 70’ para o lugar do Kökçü e aos 75’ o Chiquinho para o do João Neves. O nosso terceiro golo estava mais perto do que o deles e um remate do Rafa teve um ligeiro desvio, caso contrário teria entrado. Em cima dos 90’, aconteceu o costume: o ANIMAL do Pepe deu uma joelhada nas costas do Jurásek, mas teve de ser o VAR a avisar o árbitro para o mandar para a rua. Foi o nosso terceiro grande festejo da noite, a assinalar condignamente o facto de aquele atentado ao futebol ser finalmente expulso! No segundo minuto de compensação, apanhámos um susto com um golão do Galeno, mas felizmente tinha havido mão antes do entretanto entrado Gonçalo Borges e o VAR anulou. Até final, ainda tivemos direito à 24ª expulsão(!) da carreira do Sérgio Conceição, com a benesse de se ter recusado a sair do campo! Há uma coisa pela qual temos de dar crédito ao CRAC: está sempre na vanguarda da nojeira! Faltavam 3’ para o final e só não percebi porque é que o árbitro não acabou logo o jogo. Era a penalização devida para aquele comportamento inominável, que é o traço distintivo de um clube que envergonha o desporto. Proponho um novo slogan para eles, bem mais preciso: “A ser orgulhosamente um nojo há 40 anos!”

Em termos individuais, destaque para a magia do Di María, que continua um jogador superlativo aos 35 anos, e para o jogão do João Neves, que neste momento é titular absoluto do Benfica. O miúdo luta, corre, joga e faz jogar os outros, é um regalo vê-lo em campo. O António Silva também esteve muito bem na defesa, assim como o Otamendi, cuja experiência ajudou a disfarçar alguma eventual falta de ritmo. O Jurásek terá ganho o lugar ao Ristic e o Kökçü percebeu em 45’ o ritmo com que tem de jogar estas partidas. O Rafa melhorou imenso quando o Musa entrou (como é óbvio!) e o croata foi decisivo na mudança que houve no jogo. Espero que a titularidade do João Mário seja finalmente posta em causa, porque neste momento ele é o elo mais fraco do meio-campo para a frente e felizmente este ano não nos faltam soluções para tal.

Foi uma vitória muito saborosa que torna sempre muito aprazível a viagem de 500 km num só dia. Esperemos que seja um bom princípio de uma temporada em que é fundamental conseguirmos o bicampeonato.

VIVA O BENFICA!