A entrada do Florentino para o lugar do João Neves foi a única alteração em relação ao E. Amadora e a nossa 1ª parte foi bastante boa. Pressionámos bastante o Gil Vicente, que praticamente não chegou à nossa baliza, mas mais uma vez não criámos as oportunidades que o nosso domínio justificaria. Mesmo assim, chegámos à vantagem aos 19’ num penalty do Di María a castigar derrube ao João Mário. Espero sinceramente que o Di María mude a sua maneira de marcar penalties, porque só tem 50% de possibilidades de marcar, dado que se o guarda-redes adivinha o lado para onde vai a bola, não terá dificuldades nenhumas em defender. Pouco depois, o Arthur Cabral teve a única intervenção boa no jogo, com um cabeceamento à ponta-de-lança na sequência de um livre que o guarda-redes Andrew defendeu por instinto. Houve ainda outra jogada em que o Di María tentou assistir o João Mário com nota artística, em vez de lhe colocar a bola jogável facilmente, o que teria certamente resultado em golo, porque o nº 20 estava sozinho. Em cima do intervalo, o Gil Vicente teve o único lance de relativo perigo, com um cabeceamento num livre a ser defendido pelo Samuel Soares. No entanto, não se compreende que um lance de bola parada quase no meio-campo resulte em remate à nossa baliza em apenas dois toques...!
Na 2ª parte, o Gil Vicente naturalmente reagiu, foi bastante mais ofensivo, o que nos proporcionou uma série de jogadas de contra-ataque, nem sempre bem decididas. Um livre do Di María ainda longe da baliza foi defendido para canto, mas aos 53’ aumentámos a vantagem num contra-ataque bem delineado pelo Rafa, João Mário e Aursnes, com centro deste e concretização do nº 27. Todos pensámos que o jogo seria relativamente tranquilo, até porque nós dávamos mostras de não deixar de tentar marcar mais um, embora em termos defensivos o Gil Vicente manobrasse com mais liberdade do que se fosse desejável dado que Kökcü já tinha visto um amarelo e o Florentino veria outro mais adiante. Apesar dos dois golos de vantagem, o Roger Schmidt fez duas substituições e tirou o apagado Arthur Cabral para colocar o Tengstedt, e fez o deveria ter feito logo no início do jogo, que era colocar o David Neres no lugar do João Mário. No entanto, o Gil Vicente dava mostras de conseguir criar perigo, especialmente depois das substituições que fez, e o Roger Schmidt não deu a resposta devida a isso, nomeadamente refrescando o meio-campo até por causa dos amarelos. O Rafa ainda teve um remate perigoso por cima, mas aconteceu o esperado com o Gil Vicente a fazer o 1-2 aos 74’ num remate do Tidjany Touré com o Samuel Soares a ser muito mal batido, com a bola a passar-lhe por baixo das mãos. Um jogo que já deveria estar fechado a nosso favor tornou-se de repente aberto... O nosso treinador lá se decidiu trocar o meio-campo, fazendo entrar o João Neves e Chiquinho, mas o jogo estava agora muito repartido. Uma má saída do Samuel Soares felizmente não teve consequências, porque o chapéu adversário saiu sem direcção, mas em termos atacantes não estávamos a conseguir ser perigosos. Até que já na compensação, o Schmidt tirou o Rafa para colocar o Musa e o croata fez o 3-1 aos 94’, poucos segundos depois de ter entrado: abertura em chapéu do João Neves e remate com força do nº 33, que ainda desviou num defesa e traiu o guarda-redes Andrew. O resultado era suposto ter ficado assim, mas infelizmente este ano a nossa performance defensiva ainda está muito aquém do esperado. Aos 98’, numa insistência do Gil Vicente, o Chiquinho não foi lesto a aliviar a bola e fez uma falta muito perigosa quase em cima da linha da grande-área. O livre foi marcado a dois tempos, a nossa barreira abriu, a bola passou por aí e o Dominguez anotou um golo que não deveria ter marcado, dado que o Sr. João Pinheiro lhe poupou o segundo amarelo ainda na 1ª parte por falta sobre o Rafa. Acabámos o jogo a sofrer um golo, que é algo que me irrita sempre muito.
Em termos individuais, o Rafa foi o melhor do Benfica (simplesmente ridículo a Sport TV ter considerado o João Mário o “homem do jogo”...!). O Florentino deu alguma consistência ao meio-campo e, lá está, permite-nos defender mais à frente. O Di María esteve muito activo na 1ª parte, mas foi decaindo ao longo do tempo e, independentemente do que diga, não é para jogar os 90’, Sr. Roger Schmidt! O Samuel Soares deu um frango e não me inspira confiança nenhuma. O João Mário esteve um pouco melhor, mas, Sr. Roger Schmidt, o lugar é para o David Neres! Assim como o lugar do Aursnes não é a defesa-esquerdo, por amor de Eusébio! Por último, festejei muito o golo do Tengstedt na semana passada, mas entre ele e o Musa há um universo de distância neste momento. Aliás, mesmo o Arthur Cabral, se calhar, deveria recuperar a sua condição a 100% antes de eventualmente ser titular, até porque o Musa, mau grado o azar que teve no Bessa, merece alinhar de início nesta altura.
Ganhámos que era o que interessava, mas acabei o jogo com mais preocupações do que satisfeito. Há muitas coisas erradas na equipa, muitos equívocos, alguns lugares-cativo que são incompreensíveis, algumas injustiças perante outros jogadores, enfim, toda uma série de coisas que não me fazem ter muita confiança nesta altura. Espero que o nosso treinador mude de rumo rapidamente, porque a continuar assim e perante equipas mais complicadas não antevejo nada de bom no futuro...