origem

terça-feira, maio 09, 2023

Retoma

Vencemos o Braga na Luz no sábado por 1-0 e colocámo-los fora da luta pelo título, dado que estão agora a nove pontos de nós, mas com a vitória do CRAC ontem em Arouca (1-0) continuamos com quatro pontos de vantagem perante o 2º classificado. Finalmente, volvidos quase dois meses (desde a recepção ao V. Guimarães), voltámos a fazer uma boa exibição e a justeza da nossa vitória é incontestável.

Com o Florentino no banco e o regresso do Chiquinho ao onze, entrámos muito fortes e o Braga mal passou do meio-campo na 1ª parte. No entanto, como o último passe era invariavelmente mal feito, não tivemos assim tantas oportunidades quanto o nosso volume de jogo justificava. O Gonçalo Ramos ficou em boa posição por duas vezes, mas resolveu centrar para o João Mário na primeira e deixou-se antecipar por um defesa na segunda, perdendo assim boas hipóteses de rematar à baliza. Também o Rafa falhou um desvio quase na pequena-área e o Borja cortou para canto. Só conseguimos colocar o Matheus à prova uma vez num remate do David Neres, bem defendido pelo guardião bracarense. Em cima do intervalo, uma arrancada de Bruma colocou-nos em sentido e foi a única aproximação do Braga à nossa baliza, mas cedemos canto.

Confesso que esperava que os bracarenses subissem de produção na 2ª parte, porque praticamente fizeram figura de corpo presente na 1ª, mas a tendência do jogo manteve-se. O que foi de estranhar, dado que só a vitória lhes interessava para se manterem colados aos primeiros lugares. Um remate em balão do Rafa, que saiu ao lado, foi a primeira ocasião que tivemos, mas a melhor de todas foi num centro rasteiro do Grimaldo em que o Gonçalo Ramos totalmente à vontade rematou de primeira com a bola ainda a bater no poste. Mas deveria ter sido golo, já que o nosso avançado só tinha o Matheus pela frente! Continuávamos a pressionar o Braga e o David Neres teve uma boa iniciativa pela esquerda, com o remate a voltar a ser defendido pelo Matheus. Até que aos 67’, o estádio explodiu de alegria com o muito merecido golo. Rápido contra-ataque nosso, desde o nosso meio-campo, com o Gonçalo Ramos a colocar no David Neres, que fez uma abertura fantástica a isolar o Rafa, que partiu ainda no nosso meio-campo. O nº 27, somente com o Matheus pela frente, conseguiu colocar a bola fora do seu alcance. O ruído que o estádio fez foi ensurdecedor! O golo não estava a aparecer e o que se ouviu foi o som do alívio de todos nós. O mesmo Rafa falhou o golo da tranquilidade pouco demais, num lance em que também ficou isolado frente ao Matheus, mas o chapéu saiu por cima. O Braga ia fazendo substituições, o Pizzi entrou e foi aplaudido (e bem) pelo Estádio da Luz (afinal, foi quatro vezes campeão com as nossas cores), mas era só através do Bruma que criava perigo e mesmo assim em pouca quantidade. O único lance em que poderiam ter chegado ao golo foi já perto do final numa boa jogada do Bruma pela esquerda, com um centro para a área e o Simon Banza, felizmente desenquadrado com a baliza, a cabecear por cima.

Em termos individuais, óbvio destaque para o Rafa, que já não marcava há séculos, mas escolheu bem a altura para regressar aos golos. O David Neres foi o nosso melhor jogador e foi dele o passe decisivo para o golo. O Aursnes, novamente a lateral-direito, sentiu dificuldades perante o Bruma, mas achei-o mais envolvido no nosso ataque do que em jogos anteriores. O centrais António Silva e Otamendi estiveram muito seguros, mas o argentino viu um (injusto) amarelo e não vai poder jogar em Portimão. No meio-campo, o João Neves e o Chiquinho estiveram imperiais, e o miúdo já não vai sair da equipa até final do campeonato. Quanto ao Florentino, achei que deveria ter entrado mais cedo, até porque o João Mário continua a ser um jogador a menos. O Gonçalo Ramos também está em baixo de forma, mas o Musa tem entrado bem quando o substitui.

Era um dos obstáculos mais difíceis e foi superado. E superado com distinção, porque o nosso nível exibicional voltou a ser bem agradável. Iremos a Portimão no próximo sábado naquele que poderá ser o jogo mais decisivo da época. Faltam duas vitórias para sermos campeões e é fundamental chegarmos ao WC a precisar só de uma delas, caso contrário a lagartada ter a sua final da Champions para nos tentar roubar o título. Portanto, máxima concentração, até porque são conhecidas as ligações do clube do Algarve ao CRAC e motivação não lhes irá faltar...

1 comentário:

joão carlos disse...

Em relação aos jogos anteriores melhoramos quer no aspecto físico quer no aspecto da exibição, embora a postura do adversário também tenha ajudado, este último muito por causa do primeiro que claramente esta ligado a algumas alterações que se vão fazendo, mesmo que sejam muito poucas, o que não se percebe é que alteramos nesta fase e em jogos dos mais difíceis, como este, arriscando, talvez até quando não era aconselhado, quando durante a época não o fizemos sobretudo em jogos de grau de dificuldade muito menor.
Pese embora as melhoria continuamos a não conseguir traduzir o nosso domínio em oportunidades, pelo menos na mesma proporção que o domínio, e isso já é uma coisa que se arrasta há muitos jogos mas que muitas vezes era disfarçado pela enorme eficácia que tínhamos e que esta ligada a dificuldade que temos de criar oportunidades perante equipas que defendem muito, e por vezes com muitos, alias não foi por acaso que o lance que concretizamos foi de contra ataque e que das cinco oportunidades que tivemos duas foram de contra ataque.
Mais uma vez o treinador esteve mal nas substituições poucas e as últimas tarde demais com vários jogadores completamente desgastados e outros condicionados não fazer mais substituições e as que faz são tarde, não faz sentido nenhum, e a única oportunidade que eles tiveram resulta precisamente do nosso lado direito estar completamente esgotado fisicamente quando ele o podia ter refrescado e reforçado porque era previsível que fosse desse lado que criassem perigo porque desde o início era por ali que o tinham feito.