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quinta-feira, março 30, 2023

Era Martínez na Selecção

Nos primeiros dois jogos da selecção nacional com o novo treinador, Roberto Martínez, derrotámos o Liechtenstein em casa na passada 5ª feira por 4-0 e no domingo fomos ao Luxemburgo golear por 6-0. Ambos os jogos foram da fase de qualificação para o Euro 2024.
 
Só tive oportunidade de ver o primeiro, onde tivemos o mérito de marcar muito cedo (8’) pelo João Cancelo perante uma equipa que nem passou do meio-campo. Na 1ª parte, não tivemos engenho nem arte para aumentar o marcador, mas na 2ª parte lá conseguimos isso através do Bernardo Silva e de um bis do Cristiano Ronaldo (de penalty e de livre directo).
 
Frente ao Luxemburgo, resolvemos a partida também muito cedo, porque aos 18’ já estávamos a ganhar por 3-0 e fizemos o 4º golo aos 31’ (bis do Cristiano Ronaldo, João Félix e Bernardo Silva). Na 2ª parte, já na parte final, o Otávio e o Rafael Leão fizeram o resultado final.
 
Para além de ter mudado o esquema táctico da selecção para 3-4-3, ainda não deu para ver grande coisa do Roberto Martínez dado que os adversários eram bastante fracos. Mas pareceu que os jogadores estavam mais soltos do que no passado. E isso é positivo.

segunda-feira, março 20, 2023

Dez pontos

Goleámos o V. Guimarães no sábado por 5-1 e, com o empate ontem na Pedreira entre o Braga e o CRAC (0-0), aumentámos a vantagem para 10 pontos para o 2º lugar (e 12 para o 3º). Foi obviamente um fim-de-semana de luxo (roubando a expressão ao nosso treinador)!
 
Em relação ao onze anterior, saiu o castigado Aursnes e reentrou o recuperado da gripe, Rafa. Mesmo estando a defrontar o 5º classificado, entrámos a todo o gás e praticamente resolvemos o jogo na 1ª parte. Inaugurámos o marcador logo aos 13’ numa cabeçada à ponta-de-lança do Gonçalo Ramos a corresponder muito bem a uma assistência também de cabeça do Rafa, depois de um centro do David Neres na esquerda. Pouco depois, uma abertura brilhante do Chiquinho desmarcou o Rafa que, perante a saída do guarda-redes Celton Biai, rematou em arco, mas a bola saiu ao lado da baliza. Logo a seguir, foi o Gonçalo Ramos a não conseguir aproveitar um alívio de cabeça do guarda-redes de fora da área, com um balão pouco depois do meio-campo que saiu ao lado. Mas aos 28’ fizemos finalmente o 2-0 através de um penalty do João Mário a castigar derrube pelas costas ao Rafa. O terceiro golo esteve próximo numa bola parada, mas a cabeçada do Otamendi foi ao poste e o António Silva no desenrolar da jogada atirou também de cabeça à figura do guarda-redes praticamente na pequena-área. No entanto, o 3-0 surgiu mesmo aos 36’ na melhor jogada da partida, com um contra-ataque venenoso desde a defesa em que participaram o David Neres, Rafa e Gonçalo Ramos, que assistiu o João Mário para picar a bola sobre o guarda-redes à sua saída. Um golão!
 
A 2ª parte foi muito mais calma, porque nós abrandámos o ritmo e o V. Guimarães não teve grande arte para nos colocar problemas na defesa, apesar de logo no recomeço um remate cruzado ter colocado o Vlachodimos finalmente à prova. Nós respondemos igualmente com perigo num livre lateral do Grimaldo, em que um defesa desvia quase para golo antecipando-se ao Gonçalo Ramos. No entanto, só fizemos o 4-0 aos 69’ num autogolo do Dani Silva depois de uma jogada em que participaram o Rafa e o João Mário, que centrou para a bola ressaltar neste jogador, indo na direcção da baliza, sendo cortada sobre a linha por um defesa para voltar a bater no Dani Silva e entrar! Incrível! A 15’ do fim, o Roger Schmidt começou a rodar a equipa e a saída do Florentino notou-se logo, porque o V. Guimarães reduziu aos 79’ através do André Silva, depois de um cruzamento da esquerda. Mas ainda fomos a tempo da mão-cheia de golos, num cruzamento do David Neres depois de um canto, em que o Musa tenta cabecear para a baliza, mas a bola sai tortíssima e transforma-se numa assistência para o António Silva também de cabeça atirar lá para dentro.
 
Em termos individuais, destaque para o João Mário, com novo bis, para o Gonçalo Ramos, com um golo e uma assistência, para o Florentino, que foi a vassoura do costume no meio-campo (e salvou-se do amarelo, mas terá de ter cuidado em Vila do Conde para não ficar de fora contra o CRAC) e para o David Neres, que apesar de não ter feita uma exibição de encher o olho, também participou em dois golos.
 
Iremos ter agora a pausa para as selecções, em que fico sempre com o coração pequenino por causa de eventuais lesões. Claro que fiquei contente com o alargamento da vantagem, mas aquele falhanço do Pizzi na Pedreira no último lance do jogo tirou-me a euforia que teria, caso o CRAC tivesse perdido. Faltam nove jogos e precisamos de ganhar seis para sermos campeões. É aquilo que tem de estar na nossa cabeça, porque nesta altura ninguém mais pode ganhar o campeonato. Só nós o poderemos perder...
 
P.S. – Realizou-se na passada 6ª feira o sorteio para os quartos-de-final e meias-finais da Liga do Campeões. Iremos defrontar o Inter Milão e, se passarmos, o vencedor do Milan – Nápoles. Está esparramado por este blog inteiro o meu crónico pessimismo (só com 3-0 a 5’ do fim é que eu acho que temos algumas possibilidades de ganhar o jogo...), mas até tremo só de pensar nisto, com medo que dê azar. Em termos teóricos é muito simples: com os tubarões Real Madrid, Manchester City e Bayern Munique do outro lado do sorteio e com o que estamos a jogar este ano, será difícil termos no futuro tão boas condições para voltarmos a uma final da Liga dos Campeões. Há só um pequeno pormenor: temos de o provar em campo.

segunda-feira, março 13, 2023

Poderoso

Vencemos o Marítimo no Funchal por 3-0 e manteve-se tudo igual na frente, porque os outros três também ganharam (o CRAC 3-2 em casa frente ao Estoril, o Braga 4-0 em Vizela e a lagartada 3-0 em casa ao Boavista). Para a semana, haverá um Braga – CRAC que inevitavelmente irá trazer alterações à classificação.
 
Sem o Rafa, com gripe, e o Gonçalo Gudes, que teve de ter operado ao joelho (que sorte a nossa...!), e com um adversário temível, como é o Sr. Fábio Veríssimo, confesso que estava bastante apreensivo com este jogo. O Roger Schmidt fez o óbvio, que foi colocar o David Neres no lugar do nº 27. Durante os primeiros 10’, o Marítimo ainda conseguiu passar do meio-campo, mas daí até final o jogo foi todo nosso. O João Mário começou por se evidenciar pela negativa, com dois falhanços incríveis, sozinho na área, a atirar a bola por cima da barra em ambos os casos. Mas o maior falhanço do João Mário viria à passagem da meia-hora, com um penalty, a castigar falta sobre o Aursnes, a ser atirado também para as nuvens. Pouco depois, foi o David Neres a ver um remate seu na pequena-área ser defendido(!) pelo guarda-redes Marcelo Carné. Depois de uma 1ª parte deste calibre, seria muito frustrante ir para o intervalo a zeros, mas felizmente já em tempo de compensação inaugurámos o marcador através do David Neres, a desviar para a baliza um centro da direita do João Mário, depois de uma jogada de insistência da sua parte. Pela maneira com o nosso banco festejou este 1-0, percebeu-se bem a importância de irmos para o intervalo na frente do marcador. E a vantagem até poderia ter sido maior, porque o Marcelo Carné conseguiu ir buscar uma bola rematada pelo Grimaldo ao canto da baliza, mesmo antes do apito para o intervalo.
 
Na 2ª parte, não abrandámos o ritmo e conseguimos resolver a partida em pouco tempo. Aos 50’, fizemos o 2-0 numa jogada colectiva com o Aursnes a abrir na esquerda no Grimaldo, este a centrar largo, o Gonçalo Ramos e o guarda-redes a não conseguirem chegar, e a bola a sobrar para o João Mário marcar, já de ângulo difícil. Sete minutos depois, a partida ficou fechada com o 3-0 num bis do David Neres, depois de um contra-ataque maravilhoso com a participação do Aursnes, Grimaldo e Neres, com o brasileiro a marcar de pé direito, depois de uma assistência de calcanhar do espanhol. A partir daqui, com o jogo praticamente decidido, baixámos o ritmo e o Marítimo cresceu um pouco, até por causa das substituições. No entanto, acabaram por nunca colocar o Vlachodimos verdadeiramente à prova. Quanto a nós, só começámos a mexer na equipa dentro dos últimos 10’ minutos e os dois nórdicos (Tengstedt e Schjelderup) estrearam-se finalmente. Poderíamos ter conseguido uma goleada, mas o também entretanto entrado João Neves permitiu a mancha do guarda-redes, quando estava isolado, e o Schjelderup perdeu muito tempo de remate, quando só tinha um defesa pela frente.
 
Em termos individuais, se é certo que o David Neres marcou um bis e qualquer destaque não pode deixar de passar por ele, o Aursnes encheu o campo e esteve em muitos dos nossos lances perigosos, com assistências que só não deram golo devido a alguma inépcia do João Mário & Cia. João Mário, esse, que apesar de três falhanços clamorosos, conseguiu entrar na ficha do jogo com um golo e uma assistência. Mixed feelings acerca disto. O Gonçalo Ramos não marcou, mas nunca pára quieto durante o jogo. A defesa não teve muito trabalho e resolveu quando foi preciso. Quanto aos nórdicos, estiveram muito pouco tempo em campo, mas deu para ver que o Schjelderup ainda está um pouco verde (salvo seja!).
 
Foi uma resposta categórica num campo complicado e depois de saber que o 2º e 3º classificado tinham ganho. Não nos desconcentrámos com a quantidade de falhanços no início, nem com o penalty para as nuvens. E até ao apito final fomos tentando aumentar a vantagem, naquilo que tem sido a nossa imagem de marca esta época. Iremos receber o V. Guimarães no próximo sábado, sem o Aursnes que viu o 5º amarelo. Será uma baixa de peso, mas espero que a consigamos ultrapassar.

quinta-feira, março 09, 2023

Recital

Goleámos o Club Brugge por 5-1 na passada 3ª feira e, pelo segundo ano consecutivo, qualificámo-nos para os quartos-de-final da Liga dos Campeões. Foi uma exibição de gala, em que não demos a mínima hipótese ao adversário.
 
O Roger Schmidt voltou à versão mais conservadora e fez regressar ao onze o Chiquinho, tirando o David Neres. No entanto, apesar disto, entrámos a todo o gás e colocámos a bola na baliza logo aos 2’, mas infelizmente o Gonçalo Ramos estava fora-de-jogo, o que inviabilizou um magnífico golo de calcanhar do João Mário. Na primeira metade da 1ª parte, o Brugge ainda respondeu, mas sem nunca colocar verdadeiramente à prova o Vlachodimos, enquanto nós tivemos duas claríssimas oportunidades pelo Florentino e João Mário, mas a bola foi inacreditavelmente ao lado na primeira e um defesa safou sobre a linha na segunda. Festejámos finalmente aos 38’ num grande golo do Rafa, a desviar com classe do Mignolet, depois de assistência do Gonçalo Ramos. Em cima do intervalo, demos a machadada final na eliminatória com o 2-0, num golão do Gonçalo Ramos, que tirou três adversários do caminho na grande-área, antes de atirar para o fundo das redes.
 
Ao intervalo, o treinador do Brugge tirou o melhor jogador (Noa Lang), porque já tinha um amarelo, e os belgas deixaram de existir de vez. Uma das grandes vantagens do Benfica desta temporada é que só deixa de procurar a baliza contrária quando o árbitro apita para o final da partida. Apesar de já estar tudo decidido, fomos sempre tentando marcar e conseguimo-lo novamente aos 57’ num bis do Gonçalo Ramos a aparecer de rompante na área depois de um cruzamento do Grimaldo na esquerda. Chegou a altura das substituições e o Yaremchuk deve direito a uma bonita ovação quando saiu no Brugge. Do nosso lado, saíram o Bah e o Chiquinho e entraram o David Neres e o Gilberto. E foi o lateral-direito a ser ceifado na área aos 71’, proporcionando ao João Mário outro penalty vitorioso (enganou o guarda-redes, que teria defendido se tivesse adivinhado o lado...). Ainda pensei que o Roger Schmidt fosse estrear os nórdicos, mas quem entrou foi o João Neves e o Morato, que terá de substituir o castigado Otamendi na 1ª mão dos quartos-de-final. Aos 77’, o João Neves fez uma abertura para o David Neres fazer o 5-0, num remate rasteiro de pé esquerdo, que o fiscal-de-linha começou por anular por pretenso fora-de-jogo, decisão que foi revertida pelo VAR. Até final, ainda tivemos de levar o golinho sofrido do costume neste tipo de jogos, aos 87’, quando deixámos o Meijer sozinho na esquerda para marcar um golão ao ângulo da baliza do Vlachodimos.
 
Com dois golos e uma assistência, o Gonçalo Ramos foi obviamente o homem do jogo, razão pela qual o Rafa cedeu-lhe o prémio que a Uefa lhe deu. Rafa, esse, que também esteve bem, a deixar-nos água na bocacom a perspectiva de estar a voltar à sua forma pré-lesão. O Florentino esteve ao seu nível no meio-campo e o Chiquinho, neste momento, está melhor do que o Aursnes na posição 8. Na defesa, foi pena o Otamendi ter levado um amarelo que o vai fazer sentar-se na bancada no primeiro jogo dos quartos-de-final.
 
O sorteio só irá acontecer na 6ª feira da próxima semana, mas tirando três tubarões (Manchester City, Bayern e Real Madrid) e um tubarãozinho (Nápoles), sinceramente acho que teremos boas hipóteses de competir por um lugar nas meias-finais. Mas antes disso, teremos de volta o campeonato, onde não nos podemos desconcentrar, porque a vantagem que temos é importante para gerir esta carga de jogos de grande intensidade. 

segunda-feira, março 06, 2023

Incerteza

Vencemos o Famalicão por 2-0 na passada 6ª feira e mantivemos a distância para os perseguidores, que também venceram todos (o CRAC 3-1 em Chaves, o Braga 2-0 em casa frente ao Rio Ave e a lagartada 1-0 em Portimão). É o terceiro jogo consecutivo em que ganhamos por dois golos, mas em que a vitória só fica assegurada no tempo de compensação. Portanto, tem sido sofrimento até ao fim.
 
Perante uma equipa bem organizada na defesa e com as baixas do Chiquinho e Gonçalo Guedes, ambos por lesão, tivemos bastantes dificuldades em criar perigo durante praticamente todo o jogo. A primeira oportunidade (e única durante os 90’) até acabou por ser do Famalicão, com um remate de fora-da área do Sanca que não sei se o Vlachodimos conseguiria defender, caso fosse à baliza. Do nosso lado, houve um remate do David Neres à entrada da área que saiu ao lado e o golo aos 36’ numa boa abertura do Otamendi para o Grimaldo e este a conseguir (à segunda) centrar para o Gonçalo Ramos atirar de primeira, de pé esquerdo, sem hipóteses para o Luiz Júnior. Foi um golo um pouco caído do céu, porque honestamente não estávamos assim tanto a justificá-lo.
 
Na 2ª parte, conseguimos criar mais perigo com rês remates de fora da área pelo Grimaldo, David Neres e Gonçalo Ramos, mas só este obrigando o guarda-redes a uma boa defesa (embora me tivesse parecido na televisão que a bola não ia à baliza). A melhor oportunidade foi uma cabeçada do Rafa ao poste até que aos 93’ selávamos finalmente a vitória com novo golo do Gonçalo Ramos, de recarga, a um remate do Grimaldo que o Luiz Júnior não conseguiu agarrar. Parece pouco, mas nada de mais relevante se passou. No entanto, não deixa de ser relevante termos sido bastante eficazes sobre o ponto de vista defensivo, porque não deixámos o Famalicão criar perigo nenhum.
 
Em termos individuais, óbvio destaque para o bis do Gonçalo Ramos, que recuperou a liderança dos melhores marcadores com 15 golos. O Rafa pareceu melhorzinho na 1ª parte em relação a jogos anteriores, mas ainda está longe da forma que estava a evidenciar antes da lesão. O Otamendi foi imperial na defesa e o Grimaldo teve participação activa nos dois golos. O Florentino voltou a ser importante a recuperar bolas no meio-campo, mas o Aursnes já esteve em melhor forma. Com as duas ausências referidas por lesão, não tivemos foi banco à altura, razão pela qual só fizemos a primeira substituição bem dentro dos dez minutos finais.
 
Amanhã regressa a Champions com a 2ª mão dos oitavos-de-final frente ao Brugge. Depois de um 2-0 fora, tudo o que não seja qualificarmo-nos para os quartos-de-final seria uma trágica surpresa, mas teremos de estar bastante concentrados, porque se por acaso sofrermos um golo primeiro a eliminatória fica de novo em aberto.