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segunda-feira, maio 17, 2021

Furioso

Vencemos no sábado a lagartada na Luz por 4-3 e acabámos com a sua invencibilidade, e a oportunidade de se tornarem o primeiro campeão invicto em 34 jornadas. Mas, como o CRAC venceu logo a seguir em Vila do Conde por 3-0, o 2º lugar ficou fechado e vamos ter de ir às pré-eliminatórias de acesso à Champions, porque ficaremos em 3º lugar no campeonato. Se o principal objectivo para esta partida foi cumprido, porquê este título para o post? Porque há oportunidades que NÃO se podem desperdiçar, ainda por cima perante o rival e no contexto em que foi. Mas já lá vamos...
 
Voltámos ao esquema dos três centrais e a nossa 1ª parte foi do melhor que se tem visto esta época (bem sabemos que a bitola não é nada elevada, mas enfim...). De tal maneira, que aos 37’ já ganhávamos por 3-0, fruto dos golos do Seferovic (depois de abertura magistral do Pizzi), Pizzi (depois de assistência primorosa do Everton) e Lucas Veríssimo (depois de canto do mesmo Pizzi). A partir daqui o que é um benfiquista pensa? Que há 35 anos andamos à espera de vingar os 1-7 e há oportunidades que não se podem perder. Pois... Tudo começou a ruir em cima do intervalo, quando o Pedro Gonçalves foi andando com a bola sem oposição, o Taarabt escoltou-o muito bem e reduziu para 3-1. Fiquei pior do que estragado, porque a lagartada não tinha feito praticamente nada e só por completa inépcia da nossa parte reduziram a vantagem.
 
No entanto, a minha esperança reacendeu-se aos 49’ quando tivemos o segundo(!) penalty da época a nosso favor, por indiscutível falta sobre o Grimaldo, e o Seferovic bisou para os 4-1. A lagartada tinha colocado ao intervalo os titulares Palhinha e João Mário, e aquilo era aparentemente um golpe muito bem dado para lhes acabar com as pretensões de recuperação. Pensava eu... No entanto, logo a seguir o Pedro Gonçalves andou novamente a passear pelo nosso meio-campo todo e a bola só parou no poste do Helton Leite. O Jesus colocou o Gabriel no lugar do Taarabt com vista a estancar isso, mas não contou a sua estupidez acéfala, que o fez levar um amarelo escusadíssimo (por protestos com um adversário) quatro minutos(!) depois de estar em campo, que naturalmente o impediu de fazer a pressão que era necessária. Eu tê-lo-ia tirado logo! A forte reacção da lagartada consubstanciou-se aos 62’ com um bom golo do Nuno Santos, que reduziu assim para 4-2. Pouco depois, o Grimaldo em óptima posição resolveu tentar assistir o Seferovic, quando poderia ter alargado a nossa vantagem. Não o fez e foi a lagartada que relançou o jogo aos 77’, novamente através do Pedro Gonçalves, de penalty, a punir uma falta do Lucas Veríssimo sobre ele mesmo. Portanto, de potencial goleada passámos a um golo de diferença...! Até final, mais duas oportunidades para cada lado, com o Pedro Gonçalves a proporcionar ao Helton Leite uma defesa para o poste que impediu o empate e o entretanto entrado Rafa ver o guarda-redes Adán salvar com o pé uma bola que ia entrar na baliza
 
Em termos individuais, o Pizzi com um golo e duas assistência destacou-se, o bis do Seferovic foi bom, mas como o Pedro Gonçalves também o fez, continuam os dois empatados nos melhores marcadores, e o Everton está decididamente como nunca o vimos. Bom jogo também do Lucas Veríssimo. Quantos aos menos, o Taarabt continua a tirar-me do sério, mas quem o substituiu, o Gabriel, ainda ficou mais perto de me provocar um AVC...!
 
Se me tivessem proposto este resultado antes do jogo, teria assinado logo de cruz. Sim, o mais importante foi conseguido e o que fica para a história é a nossa vitória. Mas, quando acabou o jogo, estava quase tão chateado como se não tivéssemos ganho. É inadmissível estar a ganhar em casa por 4-1 aos 49’, perante um rival que já era campeão, e não aproveitar para o esmagar. Porque é isso que se faz aos rivais sempre que há oportunidade. Como eles nos fazem a nós! É isso a rivalidade! Não perceber isso, é não perceber nada do clube onde se está. Nem jogador, nem treinador! Ainda por cima, o Jesus veio dizer no final que os jogadores do Benfica ainda não sabem defender. Mais uma razão para não ter tirado o pé do acelerador e ter acabado o jogo da forma lamentável que acabámos, com a vitória em perigo. NÃO, não se perdem oportunidades destas, ainda para mais numa época vergonhosa da nossa parte! Seria das poucas coisas que poderíamos lembrar com agrado 
no futuro acerca do tormento que tem sido 2020/21: “– Olha, lembras-te daquela vez que vingámos os 1-7 naquela época horrível? – Claro, mas não somos é ridículos como eles, que celebram esse resultado numa temporada em que nós ganhámos a dobradinha.” E, pronto, a nossa vida seguiria o seu rumo com um sorriso nos lábios. Mas, não, nada disso aconteceu e o que fica desta partida é a tremenda reacção deles, mesmo tendo estado por duas vezes a perder por três golos. Sim, fiquei furioso e parece-me que cheio de razão!

3 comentários:

Islander disse...

Concordo com tudo...
Infelizmente tem sido recorrente este desperdiçar de grande vantagem qualitativa face a adversários...

dezazucr disse...

Acho curioso falar-se sempre do Gabriel ou do Taarabt, mas Weigl que nunca está onde é preciso, que nunca cumpre a sua função que é estancar o meio campo, impedindo que o adversário (como dizes e bem) se passeie a seu bel-prazer no nosso meio campo, escape sempre pelos pingos da chuva. No primeiro golo, escolta cordialmente o pote na entrada da área, tão fofinho, dando todo o espaço e tempo para preparar o remate. No restante do jogo, nem vê-lo onde devería estar defensivamente. Mas a culpa é sempre dos companheiros que têm de fazer o trabalho deles e o deste encosto também. Um centro campista que não defende. Já não bastava termos um defesa-esquerdo que não defende, agora um centro-campista fofinho... os adversários adoram a coqueluxe benfiquista.

joão carlos disse...

Não é admissível uma equipa que por duas vezes esteve com uma vantagem de três e que depois acabe o jogo de maneira tão aflita e ao contrario do que o treinador diz não os jogadores que não sabem controlar os jogos é ele que não o sabe, nunca soube, basta ir ver os vários exemplos que existem de situações como esta que aconteceram com este treinador, mesmo com jogadores com muito mais qualidade do que estes, que nunca soube na vida controlar um jogo.
Mesmo com três centrais continuamos a permitir imensas oportunidades aos nossos adversários alias é apenas um remendo que não ataca o verdadeiro problema que é o miolo do meio campo por norma sempre em inferioridade numérica, a que se soma a falta de características dos jogadores que ali são colocados para o modelo de jogo pretendido, mas a teimosia dele em meter três médios centro impede de sabermos se seria uma solução definitiva ou não.
Curioso é que foi a terceira vez que conseguimos finalizar um canto, quando devemos ser a equipa que mais os conquista ou pelo menos a segunda, a que se pode somar a ineficácia nos livres indirectos e se é verdade que nem é dos piores erros que aconteceram este ano a verdade é que também não foi, o poderia ter sido, um dos factores que poderia ter disfarçado os outros erros mais graves.