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sexta-feira, abril 23, 2021

180º

Goleámos em Portimão por 5-1 e a diferença para a lagartada reduziu-se para dez pontos por via do seu empate caseiro frente ao Belenenses SAD (2-2, com um penalty no último lance do encontro a manter-lhes a invencibilidade). À nossa frente continua o CRAC a seis pontos (1-0 em casa frente ao V. Guimarães) e dois pontos atrás de nós está o Braga (2-1 em casa contra o Boavista).
 
Com o Weigl a ficar inesperadamente de fora por causa da gravidez da mulher, voltou o Gabriel para a posição seis, e o Pizzi entrou para o lugar do Waldschmidt. A nossa 1ª parte foi absolutamente de fugir! Muito lentos e previsíveis, praticamente sem sequer conseguir chegar à baliza do Portimonense, foi o regresso de um marasmo que pensávamos já estar definitivamente para trás. Os algarvios não se limitavam a defender e inauguraram o marcador aos 43’ através do Beto, numa desmarcação nas costas da nossa defesa. As perspectivas eram as piores, porque não estávamos a jogar nada e víamo-nos em desvantagem em cima do intervalo. Felizmente, no único lance de jeito mesmo no final do tempo de compensação da 1ª parte, o Vertonghen abriu no Grimaldo, este assistiu de cabeça o Pizzi, que se antecipou a um defesa e só com o guarda-redes pela frente não falhou. Foi essencial não termos chegado ao intervalo a perder.
 
Na 2ª parte, o Jesus tirou o Gabriel (que estupidamente tinha visto um cartão amarelo logo aos 5’...!), colocou o Darwin e a nossa transfiguração foi completa. Foi arriscado ter tirado o trinco e deixar o meio-campo entregue só ao Pizzi e Taarabt, que não são propriamente reconhecidos pelas suas capacidades defensivas e de recuperação de bola, mas o que é facto é que correu bem. Ainda nem um minuto tinha decorrido, quando o Darwin completamente à vontade não conseguiu acertar na baliza, depois de uma boa triangulação na direita entre o Diogo Gonçalves, Rafa e Pizzi, culminada com um centro deste. Mas foi o próprio Darwin a colocar-nos em vantagem aos 50’ numa arrancada como só ele consegue fazer, depois de um passe em balão do Taarabt, em que bateu dois defesas e nem acertou em cheio na bola como queria, mas foi o suficiente para bater o guarda-redes Samuel. O jogo ficou completamente partido, com o Beto ainda a dar dores de cabeça ao Helton Leite, que se teve de aplicar a fundo num remate de fora da área, mas connosco também a tentar aumentar a vantagem, com o Darwin a serviu mal o Seferovic, quando estavam os dois isolados, dando tempo ao defesa para recuperar. Porém aos 64’, o jogo pendeu definitivamente para o nosso lado, com o 1-3 numa boa jogada do Diogo Gonçalves na direita para servir o Seferovic na área, que rematou colocadíssimo com o pé direito. Nove minutos depois, o suíço bisou, desta feita com assistência do Grimaldo, e colocou-se na frente dos melhores marcadores do campeonato com 18 golos. O Jesus começou então a gerir o plantel e foi o entretanto entrado Everton que fez o resultado final de 1-5, quando desmarcado pelo Pedrinho (que também tinha entrado) se antecipou ao guarda-redes e não perdeu a frieza já de ângulo difícil, colocando a bola entre o defesa e o poste. 
 
Em termos individuais, destaque para novo bis do Seferovic e a entrada do Darwin mexeu muito com a equipa. Apesar de um falhanço incrível e uma assistência mal feita, foi com o golo do uruguaio que a reviravolta se consumou. Mas em geral a equipa subiu muitíssimo de produção na 2ª parte, dando uma autêntica volta de 180º em relação ao que tinha acontecido nos primeiros 45 minutos.
 
Até final do campeonato, vamos ter jogos também a meio da semana, mas esperemos que a equipa consiga manter este nível da 2ª parte de forma mais constante. Iremos receber os dois primeiros classificados e seria muito bom que não tivéssemos interferência nenhuma na luta pelo título, agora que a lagartada desbaratou seis pontos e só tem quatro de avanço frente ao CRAC. Ganhemos os jogos todos e vejamos em que lugar isso nos colocará no final.

1 comentário:

joão carlos disse...

Mas a meia volta também só aconteceu, embora a atitude com que entramos no segundo tempo também foi determinante, porque fomos eficazes na finalização, o que não aconteceu noutras alturas, depois o resto resulta da confiança de estarmos em vantagem e do facto de o adversário arriscando mais dar mais espaços já que o nosso grande problema desde o início da época e contra equipa que se fecham muito.
Jogar com aqueles dois no meio campo na segunda parte resultou porque eles também alteraram e passaram a jogar com dois jogadores em vez dos três que tinham de inicio o que ajudou muito para jogar apenas com dois no meio campo, naquela táctica habitual deste treinador, precisas de ter dois monstros ali, que já tivemos noutras alturas, só que agora nem um temos quanto mais dois e para mim jogar com três centrais é só remendar o problema não o resolvendo só se resolve o problema jogando com três médios.
Continuo sem perceber como é que jogando com três centrais mais o ponta de lança, que depois no segundo tempo até eram dois, não conseguimos sequer criar perigo em nenhuma das bolas paradas ofensivas que temos, já nem disso oportunidades, é que continua a ser confrangedor a maneira como são executadas e sobretudo o seu resultado.