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segunda-feira, setembro 30, 2019

De encomenda

Vencemos o V. Setúbal na Luz por 1-0 no sábado, mas como o Famalicão também ganhou ao Belenenses SAD (3-1) e o CRAC em Vila do Conde (1-0), ficou tudo na mesma na frente, com os famalicenses à nossa frente e do CRAC por um ponto (19 contra 18). Tal como o resultado deixa transparecer, foi um jogo bastante difícil em que a vitória só foi obtida depois de muito sofrimento, porque tivemos que defender a vantagem com dez jogadores nos últimos 15 minutos (já com os descontos).

Três dias depois de termos empatado com o outro Vitória, o Bruno Lage alterou a equipa, regressando os habituais titulares, mas deixando o Raúl de Tomás no banco, avançando o Gedson para segundo avançado. O que definitivamente não resultou. O Gedson pareceu sempre perdido naquela posição e fez das piores primeiras partes que me lembro com a camisola do Benfica. Primeira parte, essa, que foi péssima, connosco sempre muito lentos, sem praticamente criar oportunidades de golo. Um remate do Gedson que foi interceptado por um defesa e outro do Pizzi pelo Makaridze foram as únicas ocasiões de jeito. Do lado contrário, o Vlachodimos limitou-se praticamente a ser um espectador.

Na 2ª parte, pedia-se mais velocidade, caso contrário não se estava a ver como conseguiríamos marcar. Entrou o Gabriel logo no reinício para o lugar do amarelado Fejsa, mas as melhoras não foram tão visíveis como na 4ª feira passada. Até porque o V. Setúbal criou mais perigo com dois remates às redes laterais praticamente seguidos. Pouco depois, foi o Rafa a ser completamente abalroado na área, mas nem o Sr. Tiago Martins, nem o VAR, o Sr. Bruno Esteves, viram razão para falta. Claro que não! Era sobre um jogador do Benfica, claro que não havia motivo para penalty…! Por volta da hora de jogo, o Bruno Lage arriscou e fez entrar o Carlos Vinícius para o lugar do Pizzi. E logo aos 64, o brasileiro justificou a aposta ao marcar o único golo da partida: enésimo canto a nosso favor, remate do Ferro para grande defesa do Makaridze, a bola sobrou para o Rafa que centrou, para o C. Vinícius passar a bola por cima do guarda-redes à saída deste e à meia-volta conseguir metê-la no único espaço disponível na baliza, dado que ainda estava um defesa perto do poste por causa do canto. Movimento à ponta-de-lança! Pouco depois, foi o Rafa a ver um remate seu interceptado por um defesa, depois de uma jogada de insistência também com participação do C. Vinícius. O André Almeida lesionou-se, entrou o Tomás Tavares e a dez minutos do fim o Sr. Tiago Martins resolveu desequilibrar as coisas a favor do V. Setúbal: mostrou vermelho directo por entrada ríspida do Taarabt, mas este não só toca na bola, como usa a parte lateral do pé. Dez minutos antes, o mesmo Sr. Tiago Martins mostrou um amarelo a um jogador do V. Setúbal, que entrou de pitons sobre o tornozelo do Rafa! Inacreditável! O V. Setúbal veio naturalmente para cima de nós, mas conseguimos manter as nossas redes a zero com bastante sofrimento, dado que acabámos o jogo com o Gedson e Gabriel no meio, e o C. Vinícius a fechar o lado esquerdo.

Em termos individuais, o C. Vinícius merece óbvio destaque pelo golo que nos deu os três pontos. O Gedson foi péssimo na 1ª parte, mas melhorou ligeiramente na 2ª, enquanto o Rafa já esteve em melhor forma, mas é imprescindível, porque é o único jogador com capacidade para acelerar o jogo. Ao invés, o Pizzi passou novamente ao lado da partida.

Não jogámos bem, longe disso, mas conseguimos ganhar e isso era fundamental. Até porque se antigamente jogámos muitas vezes contra 14, agora jogamos contra 16! Foi das arbitragens mais vergonhosas que se viram nos últimos anos na Luz e espero não ter que ver este(s) senhor(es) a arbitrar(em)-nos nos tempos mais próximos (mas seguindo a lógica do Fábio Veríssimo, devem estar no jogo da apresentação na próxima época…). Não marcar aquele penalty sobre o Rafa brada aos céus, a dualidade de critérios na expulsão do Taarabt e no outro lance é gritante, mas onde se viu que isto foi mesmo de encomenda foi no amarelo ao Vlachodimos. O nosso guarda-redes foi avisado para não perder tempo e amarelado literalmente no segundo a seguir! Foi a primeira vez que vi isto acontecer num jogo! Ainda por cima, antes do nosso golo, o Makaridze tinha tido n situações destas sem ter tido consequências nenhumas! Foi uma arbitragem a lembrar os saudosos anos 90, um autêntico roubo, e o pior é que já não é a primeira. Este campeonato vai ser tremendamente complicado.

Benfica FM em directo

Há pessoas que não aprendem com os erros, como é o caso do Nuno Picado que insiste em convidar-me para o excelente Benfica FM. Enfim, deve ter lá uma cláusula que o obriga a dar tempo de antena a palermas de vez em quando...

Para ver hoje em directo aqui a partir das 21h30.




quinta-feira, setembro 26, 2019

Medíocre

Empatámos ontem 0-0 na Luz com o V. Guimarães na 1ª jornada da fase de grupos da Taça da Liga. E bem podemos agradecer aos postes da baliza sul não termos sido derrotados, dado que vimos três(!) bolas a bater neles.

Como é habitual nesta competição, os treinadores fazem uma rotação do plantel, mas o que se pode dizer é que a maioria dos nossos jogadores falharam completamente o teste. A 1ª parte foi paupérrima, connosco a jogar em duas velocidades: devagar e parados. Só um cabeceamento do Jardel num canto deu a sensação de golo, enquanto na nossa baliza houve as tais três bolas nos ferros todas no mesmo lance!

Era obrigatório outro comprometimento dos jogadores na 2ª parte, mas só melhorámos efectivamente com as entradas do Rafa e Gabriel aos 60’ e 65’, respectivamente. O V. Guimarães tentou sempre marcar e nunca se limitou a defender o resultado, mas o Zlobin na baliza lá foi conseguindo resolver o que aparecia. Quanto a nós, a melhor ocasião foi numa óptima jogada do Tomás Tavares com centro para o Rafa, mas o remate deste foi interceptado por um defesa quando ia com boa direcção. Para os minutos finais ainda entrou o Raúl de Tomás, mas apesar de ter tido um par de oportunidades continua sem conseguir marcar.

Em termos individuais foram muitos mais os que se destacaram de forma negativa do que o contrário. Começando pelos positivos, os já referidos Rafa e Gabriel deram logo um outro ar à coisa, apesar dos poucos minutos em campo, o Tomás Tavares também não foi dos piores, o Rúben Dias não sabe verdadeiramente jogar mal e o Taarabt esforçou-se, mas está a começar a pagar a factura de tantos jogos seguidos (mas também quem o mandou andar a pastar durante quatro anos...?!). Ao invés, o Nuno Tavares esteve péssimo (salvou-se um par de centros), o Caio Lucas terá o mesmo sucesso no Benfica de outros craques como o Éder Luís, o Felipe Meneses ou o Filipe Augusto, o Samaris mostrou porque é que nem tem ido para o banco e o Jota precisa de crescer um bom bocado.

Um empate no único jogo em casa coloca-nos numa posição pouco confortável com vista ao apuramento para a final four. Seria bom que conseguíssemos disputar esta competição até ao fim, não só porque já não a ganhamos há três anos, mas também porque já a conquistámos mais vezes do que todos os outros clubes juntos. E seria bom manter esta média.

segunda-feira, setembro 23, 2019

Sofrimento

Vencemos em Moreira de Cónegos no passado sábado por 2-1 e continuamos igualados com o CRAC, que bateu em casa o Santa Clara por 2-0, à espera do que fará o Famalicão hoje no WC para saber se vamos ou não para o 1º lugar. Esperava-se um jogo complicado, dado que o Moreirense está a fazer um bom início de época, e o facto de aos 85’ estarmos a perder por 0-1 diz tudo…

O Bruno Lage voltou à fórmula habitual depois das mudanças europeias, mas nem por isso jogámos melhor. A 1ª parte foi bastante fraca, nunca conseguimos impor grande velocidade e só um lance de combinação entre o Seferovic e Pizzi permitiu a este ficar em boa posição, mas o remate saiu ao lado. Assim como um cabeceamento do Seferovic perto do intervalo que saiu igualmente perto do poste. O Moreirense não se limitava a defender, mas também não conseguiu criar grande perigo para o Vlachodimos. Em cima do intervalo, o Rafa levou uma grande pantufada (para mim, poderia perfeitamente ter sido vermelho, dado que o adversário não tinha hipótese de jogar a bola), aguentou até ao descanso, mas felizmente conseguiu continuar.

Exigia-se mais velocidade na 2ª parte, mas foi o Moreirense a abrir o marcador logo aos 48’ pelo Luther Singh, que surgiu nas costas da nossa defesa depois de um cruzamento largo da esquerda. Se as coisas já estavam complicadas, mais ficaram. Até porque nos desconcentrámos e o Nené só não fez o 0-2 pouco depois, porque o remate acrobático saiu por cima, apesar de estar em excelente posição. A partir da hora de jogo, começámos finalmente a tomar conta as operações, mas apesar de alguns remates (e tentativas de) não tivemos uma oportunidade flagrante até aos 70’, quando o Gedson (entretanto entrado para o lugar do Fejsa) apareceu isolado depois de um cabeceamento do Raúl de Tomás, mas não dominou bem a bola e permitiu a intercepção de um defesa. Logo a seguir, foi o de Tomás a rematar de recarga um livre seu e a fazer a bola sair ligeiramente ao lado. Conseguimos finalmente a igualdade a 5’ do final, num cabeceamento do Rafa, depois do alívio de um defesa, na sequência de um centro largo do Rúben Dias para a área. O Bruno Lage arriscou tudo, já tinha feito entrar o Caio Lucas para o lugar do Pizzi e depois do golo entrou o Jota saindo o André Almeida. Inacreditavelmente o Sr. Artur Soares Dias deu apenas 3’ de compensação, apesar de o Moreirense ter feito algum antijogo, mas lixou-se sobremaneira com o nosso golo da vitória aos 91’ num óptimo cabeceamento do Seferovic a um não menos brilhante centro do Jota. Selávamos assim uma vitória tremendamente difícil, mas estes jogos menos conseguidos que se acabam por ganhar são fundamentais quando se fizerem as contas no final.

Em termos individuais, não se pode dizer que tivesse havido um jogador que se destacasse muito dos outros. O Seferovic merece uma palavra por nos ter dado a vitória e o Rafa por ser ter feito o importantíssimo golo do empate, apesar de já ter realizado exibições melhores do que a de sábado. O Gedson mexeu com o jogo quando entrou e o Fejsa parece estar a subir de forma, apesar de emperrar sempre um pouco o nosso jogo atacante. O de Tomás continua a não conseguir marcar e nota-se a ansiedade por causa disso a cada toque que dá na bola. Espero que, quando entrar o primeiro, todos os outros entrem em catadupa.

Voltámos a não jogar bem, mas ganhámos. Já é a segunda jornada consecutiva em que isso acontece. Vamos entrar agora numa sequência de jogos consecutivos, com a Taça da Liga a começar, e haverá certamente a possibilidade de vermos outros jogadores do plantel em acção. Esperemos é que o nível exibicional suba, porque jogar mal e ganhar não costuma durar uma época inteira…

quarta-feira, setembro 18, 2019

Pena

Perdemos com o Leipzig na Luz (1-2) e pela terceira época consecutiva iniciamos a Champions com uma derrota em casa. Se eu festejei o facto de nos ter saído o Zenit no pote dos tubarões, isso foi mais que mitigado por nos terem calhado provavelmente as duas melhores equipas dos potes 3 e 4. Estes alemães, convém não esquecer, estão à frente do campeonato deles e acabaram de empatar com o Bayern Munique neste fim-de-semana.

O Bruno Lage surpreendeu tudo e todos, fazendo estrear na equipa principal, logo a titular e num jogo de Champions, o lateral-direito Tomás Tavares, colocando o Cervi pela primeira vez na temporada e o Jota no lugar do Seferovic. É muito fácil vir criticar isso a posteriori, dado que perdemos, mas o que é facto é que o André Almeida, o Rafa e o Pizzi não tinham treinado na 2ª feira e tivemos somente três dias entre jogos. O nº 34 está a fazer os primeiros jogos da época depois de uma lesão, o Rafa quando entrou viu-se que dificilmente aguentaria o jogo todo e o Pizzi praticamente nem esteve em campo. Estamos com muitos lesionados e não há milagres. Não acho nada que o Lage tenha desmerecido a competição e facilitado. Além disso, no passado, criticava-se alguns treinadores por só contarem efectivamente com 14/16 jogadores. Agora, critica-se este por, de facto e na prática, contar com o plantel todo. Meus amigos: decidam-se! O Leipzig deu sinal logo desde o início que vinha para os três pontos, mas na 1ª parte não houve grandes oportunidades de parte a parte, excepção feita a um remate em arco que o Vlachodimos defendeu e já em cima do intervalo a uma cabeçada do Raúl de Tomás num livre que o guardião contrário também não permitiu que entrasse.

A 2ª parte foi mais aberta, com o Vlachodimos a safar-nos novamente desviando com o pé um passe atrasado que daria certamente golo, um remate em arco do Raúl de Tomás que passou perto e dois remates do Pizzi, um fraco em boa posição e outro cruzado que, embora com pouco ângulo, poderia ter tido melhor sorte. Logo a seguir a esta oportunidade, aos 69’, o Leipzig colocou-se em vantagem pelo Werner num remate de primeira sem hipóteses para o Vlachodimos. Pouco depois, tivemos a melhor oportunidade do encontro com o Taarabt a isolar magistralmente o Cervi, mas este a permitir que o húngaro Gulacsi defendesse. Já antes do primeiro golo, o Lage tinha feito estrear o David Tavares no lugar do inoperante Jota e a 15’ resolveu arriscar e fazer entrar o Rafa e Seferovic para os lugares do Pizzi e Cervi. Só que aos 79’, os alemães fizeram o 0-2 novamente pelo Werner, num lance em que o fiscal-de-linha assinalou fora-de-jogo ao jogador que fez a assistência e o VAR validou posteriormente. Tudo bem que esse jogador não estava efectivamente em fora-de-jogo, mas o Werner tirou partido da posição irregular inicial para estar isolado quando marcou. Acho que a lei deveria ser revista neste ponto, porque objectivamente o jogador em posição irregular acaba por ter intervenção (e de que maneira!) na jogada. Aos 84’, conseguimos reduzir pelo Seferovic na sequência de uma boa jogada iniciada pelo Tomás Tavares, que abriu no Rafa e este centrou para o suíço marcar. Até final, com um pouco de sorte poderíamos ter empatado, mas um remate do Rafa saiu ao lado e uma cabeçada do Taarabt num livre do Grimaldo passou muito por cima, quando era só desviar ligeiramente a bola.

Em termos individuais, o Taarabt foi o melhor do Benfica, porque foi o único que conseguiu passar a primeira barreira defensiva dos alemães e levar a equipa para a frente. A outra boa notícia foi que ganhámos um lateral-direito, porque o Tomás Tavares nem parecia que se estava a estrear. Outro jogador em destaque foi o Vlachodimos que, para além de continuar a fazer intervenções decisivas entre eles, está definitivamente melhor a sair dos postes. Ao invés, o Jota ainda tem que crescer um bocado para estas andanças, mas gostei do toque de bola do David Tavares. O Raúl de Tomás continua sem marcar, mas teve alguma falta de sorte nas duas oportunidades que teve para isso. Sempre gostei do Cervi, com a sua capacidade de luta, estava até a ser dos melhores ontem, mas aquele falhanço num jogo destes não pode acontecer.

O outro resultado deste grupo (Lyon – 1 – Zenit – 1) acabou por nos favorecer, dado que assim só temos três pontos de desvantagem para os alemães, que devem ser os grandes favoritos ao 1º lugar, apesar de terem vindo do pote 4. No entanto, daqui a 15 dias iremos a São Petersburgo e conviria muito vir de lá com pelo menos um ponto, caso contrário as coisas podem tornar-se complicadas para nós.

segunda-feira, setembro 16, 2019

Sofrível

Vencemos o Gil Vicente por 2-0 e continuamos na perseguição ao surpreendente líder do campeonato, o Famalicão, que está um ponto à nossa frente. Como os números deixam transparecer não foi uma vitória folgada e a nossa exibição esteve uns bons furos abaixo daquilo que já fizemos no passado.

Com a lesão do Florentino, o Bruno Lage promoveu a entrada do Fejsa na equipa titular, com o sérvio a revelar uma natural falta de ritmo. Nem entrámos mal na partida, com alguma velocidade e trocas de bola que nos permitiram criar perigo na grande-área contrária, e num desses lances logo aos 10’ o Pizzi foi claramente derrubado. No entanto, o penalty marcado pelo nº 21 foi defendido pelo guarda-redes Denis (já disse aqui que odeio paradinhas, certo...?) A partir daqui, o cariz do jogo mudou bastante, connosco a termos grandes dificuldades em voltar a criar perigo, porque o Gil Vicente se fechava bem na defesa. Mesmo assim, o Pizzi de primeira depois uma grande variação de flanco da esquerda do Taarabt poderia ter inaugurado o marcador, não fosse a grande defesa do guarda-redes com o pé. Quando já se pensava que íamos para intervalo a zeros, fizemos o 1-0 aos 45’: nova excelente mudança de flanco pelo Taarabt da esquerda para a direita, para o André Almeida cruzar e um defesa contrário (Nogueira) se antecipar ao Raúl de Tomás e colocar a bola na baliza. Foi autenticamente um golo caído do céu.

Começar a 2ª parte em vantagem no marcador, especialmente num jogo destes depois das seleções e em véspera de competições europeias, faz toda a diferença. Mas mesmo assim tivemos um susto enorme logo no reinício, com uma boa jogada do búlgaro Kraev (o David Luiz do Gil Vicente parece-me um jogador bem interessante) que fez a bola rasar o poste, com o Vlachodimos completamente batido. Reagimos logo com uma cabeçada do Pizzi a sair perto do poste e aos 53’ o mesmo Pizzi fez o 2-0: canto na direita do Grimaldo, a bola a cruzar a área e o nº 21 ao segundo poste a bater de primeira, sem hipóteses para o Denis. A partir daqui, o Gil Vicente desmoralizou-se um pouco, mas mesmo assim o Kraev poderia ter-nos provocado um final de jogo muito menos tranquilo, se a bola tivesse entrado na sua oportunidade perto do minuto 70. Até final, ainda criámos um ou outro lance interessante, especialmente nos últimos minutos (num deles, o Seferovic rematou ao lado), mas o resultado não se alterou.

Em termos individuais, o Taarabt foi o melhor do Benfica: o único que imprimiu alguma dinâmica (especialmente na 1ª parte) e que transportou a bola para a frente. O Rúben Dias esteve imperial na defesa e desta feita melhor do que o Ferro. Pelo menos em dois lances, o Vlachodimos esteve mais perto do limite da área para sair, embora na oportunidade aos 70’ o tenho feito escusamente. Parece-me que há trabalho a ser feito nesse campo (finalmente!), que é a maior pecha do nosso guarda-redes. O Rafa já esteve em melhor forma do que agora e o Pizzi somou mais um golo, mas falhou um penalty que não deveria ter falhado. A dupla de avançados continua sem marcar golos, apesar do trabalho que fazem especialmente em termos de pressão sobre os defesas. Mas um avançado não vive disso...

Tal como o Bruno Lage referiu no final, estes jogos depois das selecções são sempre muito complicados (e grandes equipas europeias não ganharam neste fim-de-semana). Ainda por cima, estamos em véspera de Champions, pelo que era imprescindível ganhar esta partida mesmo não jogando bem. Conseguiu-se isso, mas se mantivermos este nível exibicional vai ser muito difícil ganhar ao Leipzig amanhã. Os alemães travaram o Bayern neste jornada (1-1 em casa) e vão ser um adversário muito complicado. Veremos como será a nossa estreia na Champions desta época.

quinta-feira, setembro 12, 2019

Dupla vitória

Depois dos frustrantes empates na Luz em Março, a selecção nacional conseguiu as primeiras vitórias na qualificação para o Euro 2020. Vencemos na Sérvia (4-2) na passada 6ª feira e na Lituânia (5-1) nesta 3ª feira. Foram vitórias absolutamente essenciais, nomeadamente a da Sérvia, porque, como se qualificam duas equipas directamente, era muito importante ganhar vantagem sobre eles. Tanto assim é que, se ganharmos à Lituânia em casa e os dois jogos ao Luxemburgo ficaremos qualificados.

Apesar dos números, os jogos não foram fáceis. Na Sérvia, chegámos ao intervalo a ganhar com um golo caído do céu do William Carvalho (42’), apesar de eles não terem criado muito perigo. Na 2ª parte, o Gonçalo Guedes marcou um golão aos 58’, mas a nossa defesa ficou a dormir num canto dez minutos depois e eles reduziram. Uma abertura fabulosa do Bernardo Silva para o Cristiano Ronaldo aos 80’ permitiu-nos ficar novamente com dois golos de vantagem, mas um passe atrasado completamente falhado do Bruno Fernandes aos 85’ prometia tornar os minutos finais muito difíceis, não fora o golo do Bernardo Silva um minuto depois a acabar com o assunto.

Três dias depois na Lituânia, até marcámos primeiro num penalty pelo inevitável C. Ronaldo aos 7’, mas deixámo-nos empatar aos 28’ num canto. Depois do intervalo, as coisas estavam complicadas até um remate do C. Ronaldo aos 61’ ser motivo para um dos frangos do ano. Quatro minutos depois, um passe fabuloso do Bernardo Silva permitiu ao capitão somar mais um golo. Aos 76’, o C. Ronaldo completou o poker com nova assistência do Bernardo Silva. Já nos descontos, o William Carvalho marcou o seu segundo golo em poucos dias e fechou o resultado final.

Destaque naturalmente para os cinco golos do C. Ronaldo nestes dois jogos, mas é impossível que o Bernardo Silva não encha as medidas de quem gosta de futebol. O jogo torna-se muito mais simples quando passa pelos pés dele. Teremos agora nova pausa de selecções de sensivelmente um mês, até recebermos o Luxemburgo e irmos à Ucrânia.

segunda-feira, setembro 02, 2019

Retoma

Goleámos ontem em Braga por 4-0 e voltámos às boas exibições no campeonato, depois do descalabro da semana passada frente ao CRAC. Foi um resultado justo, num jogo em que dominámos durante a maior parte do tempo, embora haja que dizer que seria difícil arranjar melhor altura para irmos a Braga: três dias depois de uma ida deles à Rússia para a Liga Europa. 

Com a novidade Taarabt no onze em detrimento do Samaris e o já esperado regresso do André Almeida à direita, a partida começou relativamente equilibrada até ao penalty do Hassan sobre o Florentino, que permitiu ao Pizzi inaugurar o marcador aos 25’ com um remate rasteiro para o lado direito da baliza, enganando o Matheus. Pouco depois, foi a vez do Seferovic dar início à sua noite de desperdício total, com o primeiro dos seus falhanços, ao receber uma assistência do Raúl de Tomás completamente isolado em cima da pequena-área e a dominar mal, deixando que o defesa cedesse canto. Logo a seguir, sofremos o maior susto no jogo todo, com o Ricardo Horta a atirar de primeira ao poste depois de um centro da direita. Porém éramos nós a criar mais oportunidades e o Raúl de Tomás viu o guarda-redes um pouco adiantado, tentando fazer-lhe um chapéu pouco depois do meio-campo, mas a bola saiu ligeiramente por cima. Até ao intervalo, o Seferovic teve oportunidade para acabar com o jogo, mas ambas as oportunidades (uma delas isolado frente ao guarda-redes!) saíram ao lado. Não se podem falhar golos cantados destes… 

Para a 2ª parte, o Sá Pinto fez duas alterações, mas nós não poderíamos ter tido melhor começo: logo aos 47’ fizemos o 0-2 num centro rasteiro da direita do André Almeida e o Pizzi a rematar de primeira com o pé esquerdo já na área sem hipóteses para o guarda-redes. Aos 51’, alargámos a vantagem numa boa jogada do Seferovic na esquerda, culminada com um centro também rasteiro que chegaria ao Raúl de Tomás, se o Bruno Viana não tem cortado para a sua própria baliza. Com dois golos de rajada, o Braga ficou atordoado e verdade seja dita o jogo de 5ª feira começou a sentir-se nas pernas. Mesmo assim, ainda obrigou o Vlachodimos a uma boa defesa num remate do entretanto entrado Murilo. Quanto a nós, há que dizer que nunca deixámos de procurar o ataque, embora só tenhamos conseguido fazer o 0-4 aos 72’, noutro autogolo(!) desta feita do Esgaio, depois de um centro da direita do entretanto entrado Jota que chegaria ao Seferovic, caso não tivesse encontrado um adversário no caminho. Até final, o Braga poderia ter marcado o golo de honra, mas o Vlachodimos negou-o numa primeira ocasião e o Trincão falhou clamorosamente o desvio ao segundo poste mesmo em cima dos 90’. 

Em termos individuais, destaque para o Florentino que encheu verdadeiramente o campo, bem coadjuvado pelo Taarabt, e para o Pizzi com mais dois golos na sua conta pessoal e o nosso jogo atacante a passar muito por ele. O Grimaldo também esteve bastante melhor do que frente ao CRAC (pior seria difícil…) e o André Almeida ninguém diria que estava a fazer o primeiro jogo da temporada. O Vlachodimos correspondeu quando foi chamado e os centrais (Rúben Dias e Ferro) estiveram praticamente intransponíveis. O Rafa esteve mais discreto que em partidas anteriores e os dois avançados continuam sem marcar, embora dois dos três falhanços clamorosos do Seferovic tenham sido assistências do de Tomás. 

O campeonato irá agora parar por causa das selecções e esperemos que, quando voltar, já tenhamos o Gabriel recuperado. Ah, e claro o de sempre nestas alturas: que ninguém nosso se magoe nas selecções! 

P.S. 1 – A arbitragem do Sr. Nuno Almeida foi muito fraquinha. Inventou uma série de faltas contra nós (o Taarabt que o diga) e o braço do João Novais num lançamento em profundidade para o de Tomás, que ficaria isolado, que não foi assinalado é inacreditável! 

P.S. 2 – Parece que o Braga colocou todos os adeptos do Benfica na caixa de segurança. ‘Pormaior’: alguns deles pagaram 93€(!) pelo bilhete (já vi roubos menos descarados do que este…) e outros 31€. Afinal, ficaram todos no mesmo sítio. Em qualquer país civilizado, isto daria azo a uma indemnização em tribunal por vender gato por lebre. Uma vergonha! 

P.S. 3 – Decorreu na 5ª feira o sorteio da Liga dos Campeões: se eu fiz uma grande festa quando nos calhou o Zenit no pote dos tubarões, isso foi logo compensado por termos levado com a equipa com melhor ranking do pote 3 (Lyon) e o 3º classificado do campeonato alemão do ano passado (e que só tem vitórias este ano) no pote 4: Leipzig. Ou seja, tanto podemos ficar em 1º como em 4º lugar: é um grupo bastante complicado e completamente imprevisível.