segunda-feira, outubro 29, 2018
Banhada
Perdemos no Jamor frente ao Belenenses SAD por 0-2 no sábado
e não só desperdiçámos a oportunidade de ficarmos isolados na frente, como
vimos o CRAC (2-0 em casa frente ao Feirense, com o primeiro golo do Felipe em
claro fora-de-jogo, mas o VAR aparentemente só funciona para alguns...) passar à
nossa frente. Foi a nossa segunda derrota consecutiva, mas ao contrário de
Amesterdão com uma exibição muito pior.
Perante uma equipa que ainda só tinha ganho um jogo(!) no campeonato
esta época e que estava há quatro sem marcar qualquer golo, até entrámos bem e
deveríamos ter resolvido a partida logo na 1ª parte: Salvio, Rafa e Gedson
tiveram excelente ocasiões, mas a bola saiu ao lado no primeiro, um defesa de
costas no chão(!) evitou no segundo e o Muriel defendeu no terceiro. À passagem
da meia-hora, o Salvio foi derrubado na área, mas o Artur Soares Dias teve que
ir ao VAR (e demorou séculos!) para assinalar o penalty. O mesmo Salvio
permitiu a defesa do Muriel e, a partir desse lance, nunca mais fomos os
mesmos. Até porque aos 36’, o Vlachodimos fez penalty sobre o Licá e o Eduardo
não desperdiçou. Com um penalty falhado e 0-1 no marcador, perdemo-nos em campo
e sofremos o segundo golo aos 42’ pelo Keita, depois de entrar à vontade pelo
meio da nossa defesa e rematar sem hipóteses para o Vlachodimos.
A 2ª parte começou com o Jonas no lugar do Salvio e um trio
de oportunidades pelo Rafa e o próprio Jonas por cima, e o Pizzi ao lado. Aos 68’,
o Rui Vitória achou que tinha de mudar alguma coisa e tirou o Pizzi para
colocar o Castillo. Ficámos a jogar com três avançados e (surpresa das
surpresas...!) passámos a afunilar o jogo, e deixámos praticamente de conseguir
chegar à grande-área contrária. Até final, foi mesmo o Belenenses SAD a ter um
par de oportunidades, com o Vlachodimos a salvar uma delas perante o Licá
isolado.
Em termos individuais e no meio da mediocridade quase
completa, salvou-se o Gedson e o Rafa, porque foram os únicos a imprimir alguma
velocidade e intensidade ao nosso jogo.
No final do encontro, o Rui Vitória veio desculpar-se com a
falta de eficácia. Sim, é verdade que, especialmente na 1ª parte, falhámos uma
série de golos e inclusive um penalty, mas o que é mais grave é a incapacidade
que demonstrámos depois de sofrer o golo. A equipa deixa de ter soluções,
parece completamente perdida em campo e do banco não vêm sinais positivos, antes
pelo contrário: o Rui Vitória tem o hábito de atirar jogadores para a frente,
para a ‘molhada’, na esperança que caia alguma bola do céu. Ora, isto como táctica
para derrubar uma defesa só pode ser para rir... Ainda nesta partida, o Rui Vitória
disse que mudou, porque “era preciso fazer qualquer coisa”. Ora bem, com dois
extremos no banco (Cervi e Zivkovic), não se percebe porque é que colocou mais
um avançado, quando o que estava na cara era que precisávamos de velocidade na
frente e mais bolas que chegassem à área, porque só tínhamos o Rafa a fazer
isso. Colocar avançados é escusado se a bola não chega lá...! Só quando entrou
o Zivkovic aos 84’, é que voltámos a ter alguém com capacidade decisória no
meio-campo. E aí já foi tarde demais.
P.S. – Gosto muito de ir ao Jamor, MAS é em tardes de finais
da Taça! À noite e com chuva, está longe de ser aprazível. Não se percebe como é
que se faz uma lei que permita que um clube e uma SAD possam cada um deles ter
a sua equipa de futebol. Que sentido é que isto faz?! Por outro lado, com a
chuvada ao intervalo (que raios, as nossas idas ao Jamor estão enguiçadas pela
chuva, já na final da Taça de há duas épocas foi a mesma coisa!) e a perder por
0-2, houve muitos adeptos do Benfica que se foram embora. Não vejo assim tanta diferença
em relação àquelas pessoas que abandonam o estádio aos 85’ com 3-0 a nosso
favor. O princípio (ou a falta dele) é o mesmo!
quinta-feira, outubro 25, 2018
Déjà vu
Um golo do Ajax aos 92’ derrotou-nos em Amesterdão (0-1) na
3ª jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões, que decorreu na passada 3ª
feira. Foi um fim muito cruel de um jogo onde não merecíamos ter sido derrotados.
Por muito estranho que possa parecer, sai muito mais chateado do jogo frente ao
AEK (apesar de termos ganho) do que deste. E já vi muita gente a cascar no Rui Vitória, mas acho que desta
vez sem razão.
O regresso do Jardel, a titularidade do Rafa na esquerda e o
Gedson no lugar do Gabriel foram as novidades em relação àquela que tem sido a
equipa mais utilizada no campeonato. Entrámos muito bem na partida, com o Rafa
a revelar-se um perigo para os defesas contrários e a ter um bom remate logo no
início, bem defendido pelo guarda-redes. Pouco depois, foi o Salvio a centrar
em vez de rematar, quando uma abertura do Rafa o colocou em excelente posição,
tendo sido o Seferovic a rematar para um defesa salvar sobre a linha. O Ajax
também teve as suas oportunidades na 1ª parte, com o Vlachodimos a começar a evidenciar-se.
Em cima do intervalo, foi o Conti a fazer um corte fabuloso literalmente em
cima da linha, que impediu a vantagem do Ajax (antes tivesse entrado esta bola,
mas já lá vamos...). Fizemos uma boa exibição nos primeiros 45 minutos, com a ressalva
da má finalização.
Na 2ª parte, não conseguimos sair tantas vezes para o ataque
como na 1ª. Mesmo assim, o Seferovic teve um remate cruzado que o guarda-redes
não conseguiu agarrar e, por volta da hora de jogo, o Salvio não chegou a tempo
a um cruzamento do suíço, porque um defesa caiu sobre as suas costas, depois de
tentar um carrinho e não chegar à
bola. Penalty claro que o francês Ruddy Buquet não assinalou. A 15’ do fim, o Vlachodimos
fez uma mancha fabulosa a um adversário
que lhe apareceu sozinho na frente. Aos 79’, o Rui Vitória lá decidiu mexer pela
primeira vez na equipa, com a entrada do Gabriel para o lugar do (muito apagado)
Pizzi. Entretanto, em cima dos 90’, entrou igualmente o Cervi e saiu o Rafa, e
foi o argentino que caiu na área, num lance que nem repetiram na televisão. Fiquei
com muitas dúvidas... Chegando ao tal fatídico minuto 92, o Conti falhou clamorosamente
uma intercepção relativamente fácil, não conseguiu igualmente impedir o centro
do adversário, o André Almeida ainda obstou a que a bola chegasse a um jogador
que Ajax, que só teria de encostar, mas sobrou para o Mazraoui, que rematou com
a bola a ser desviada pelo Grimaldo e a trair o Vlachodimos. Foi inglório!
Em termos individuais, o melhor do Benfica foi
indiscutivelmente o Vlachodimos que, se tivesse vindo no ano passado, talvez tivéssemos
tido o tão desejado penta... Também gostei muito do Rafa, especialmente na 1ª
parte, assim como do Seferovic, pese embora um lance no final da 1ª parte, em
que a recepção não foi perfeita e inviabilizou que pudesse rematar só perante o
guarda-redes. Quanto aos menos, o Pizzi praticamente não se viu e o Conti teve
uma falha gravíssima, que deitou por terra o bom jogo que estava a fazer.
O Bayern foi ganhar a Atenas (2-0), o que faz com que
estejamos agora a quatro pontos dos dois da frente. Vai ser muito difícil
chegarmos aos oitavos-de-final, porque mesmo que ganhemos na Luz aos holandeses
(o que está longíssimo de ser uma garantia), ainda ficamos um ponto atrás
deles. E depois vamos a Munique, enquanto eles receberão na última jornada o Bayern,
provavelmente já apurado. A boa notícia é que, com a vitória dos alemães na Grécia,
a Liga Europa está muito perto estar garantida.
domingo, outubro 21, 2018
Natural
Vencemos na passada 5ª feira o Sertanense por 3-0 e seguimos em frente
na Taça de Portugal. Por falta de condições do relvado na Sertã, o jogo
decorreu em Coimbra e o Rui Vitória aproveitou para rodar a equipa e estrear
alguns jogadores.
Metemos a bola na baliza logo aos 5’, mas o Jonas estava fora-de-jogo. Aos 29’, o Rafa em boa posição rematou por cima, mas redimiu-se aos 35’ ao inaugurar o marcador numa recarga a um remate do Zivkovic depois de centro do Yuri Ribeiro. Na 2ª parte, acabámos de vez com o jogo aos 53’ num golão do Gedson de fora da área. Aos 68’, deu para o Jonas regressar aos golos, numa excelente rotação sobre si próprio. Até final, o Ferreyra ainda colocou a bola na baliza mais uma vez, mas o lance foi anulado por pretenso fora-de-jogo.
Estes jogos perante equipas bastante mais fracas, são mais para aferir a entrega dos jogadores e, nesse sentido, a equipa cumpriu muito satisfatoriamente. Dos novos jogadores, o Corchia começou mal, mas foi melhorando ao longo do encontro (aliás, tal como o Yuri Ribeiro). O Rafa parece que descobriu finalmente o caminho da baliza (o que já não era sem tempo!) e o Jonas voltou a fazer o que tão bem sabe. O Svilar fez uma boa defesa que fez com que saíssemos a zeros do campo. O Gedson merece referência pelo golão que marcou e pelo dinamismo evidenciado, especialmente na 2ª parte. O Ferreyra entrou ao intervalo para o lugar do apagado Gabriel, mas infelizmente continua muito fora dela.
Veremos o que nos reserva o sorteio da próxima eliminatória, mas por agora iremos a Amesterdão para a Champions, onde era de todo conveniente conseguir pelo menos o empate.
Metemos a bola na baliza logo aos 5’, mas o Jonas estava fora-de-jogo. Aos 29’, o Rafa em boa posição rematou por cima, mas redimiu-se aos 35’ ao inaugurar o marcador numa recarga a um remate do Zivkovic depois de centro do Yuri Ribeiro. Na 2ª parte, acabámos de vez com o jogo aos 53’ num golão do Gedson de fora da área. Aos 68’, deu para o Jonas regressar aos golos, numa excelente rotação sobre si próprio. Até final, o Ferreyra ainda colocou a bola na baliza mais uma vez, mas o lance foi anulado por pretenso fora-de-jogo.
Estes jogos perante equipas bastante mais fracas, são mais para aferir a entrega dos jogadores e, nesse sentido, a equipa cumpriu muito satisfatoriamente. Dos novos jogadores, o Corchia começou mal, mas foi melhorando ao longo do encontro (aliás, tal como o Yuri Ribeiro). O Rafa parece que descobriu finalmente o caminho da baliza (o que já não era sem tempo!) e o Jonas voltou a fazer o que tão bem sabe. O Svilar fez uma boa defesa que fez com que saíssemos a zeros do campo. O Gedson merece referência pelo golão que marcou e pelo dinamismo evidenciado, especialmente na 2ª parte. O Ferreyra entrou ao intervalo para o lugar do apagado Gabriel, mas infelizmente continua muito fora dela.
Veremos o que nos reserva o sorteio da próxima eliminatória, mas por agora iremos a Amesterdão para a Champions, onde era de todo conveniente conseguir pelo menos o empate.
sexta-feira, outubro 12, 2018
Polónia - 2 - Portugal - 3
Numa grande exibição, a selecção nacional foi ganhar na Polónia e colocar-se numa excelente posição para atingir a final four da Liga das Nações. Basta um empate entre polacos e italianos no domingo para podermos prescindir do resultado dos dois últimos jogos.
Com três dos nossos no onze titular (Rúben Dias, Pizzi e Rafa) e novamente sem o Cristiano Ronaldo (só volta à selecção em 2019), até começámos a perder aos 18', quando o Rui Patrício falhou na saída dos postes num canto. Mas empatámos aos 31' pelo André Silva, depois de uma assistência do Pizzi e colocámo-nos em vantagem pouco antes do intervalo (42') num autogolo (que foi pena não ter sido do Rafa, porque o defesa se antecipou a ele). No início da 2ª parte (52'), aumentámos para 3-1 pelo Bernardo Silva, depois de uma jogada individual, para sofrermos o 2-3 aos 77' pelo Blaszczykowski. Até final, os entretanto entrados Renato Sanches e, principalmente, Bruno Fernandes poderiam ter dado a machadada final, mas felizmente não foi necessário. De qualquer maneira, saliente-se a forma inteligente como escondemos a bola dos polacos nos minutos finais.
Pela amostra dos últimos dois jogos, até parece que a selecção nacional joga melhor quando o Cristiano Ronaldo não está, porque não está sempre preocupada em jogar para ele. O Bernardo Silva sobressaiu acima de todos, mas foi muito bem secundado pelo André Silva, Rafa e Pizzi. Lá está, a bola roda mais entre todos os jogadores e há mais jogo colectivo. Veremos se os próximos jogos confirmam esta tendência.
Com três dos nossos no onze titular (Rúben Dias, Pizzi e Rafa) e novamente sem o Cristiano Ronaldo (só volta à selecção em 2019), até começámos a perder aos 18', quando o Rui Patrício falhou na saída dos postes num canto. Mas empatámos aos 31' pelo André Silva, depois de uma assistência do Pizzi e colocámo-nos em vantagem pouco antes do intervalo (42') num autogolo (que foi pena não ter sido do Rafa, porque o defesa se antecipou a ele). No início da 2ª parte (52'), aumentámos para 3-1 pelo Bernardo Silva, depois de uma jogada individual, para sofrermos o 2-3 aos 77' pelo Blaszczykowski. Até final, os entretanto entrados Renato Sanches e, principalmente, Bruno Fernandes poderiam ter dado a machadada final, mas felizmente não foi necessário. De qualquer maneira, saliente-se a forma inteligente como escondemos a bola dos polacos nos minutos finais.
Pela amostra dos últimos dois jogos, até parece que a selecção nacional joga melhor quando o Cristiano Ronaldo não está, porque não está sempre preocupada em jogar para ele. O Bernardo Silva sobressaiu acima de todos, mas foi muito bem secundado pelo André Silva, Rafa e Pizzi. Lá está, a bola roda mais entre todos os jogadores e há mais jogo colectivo. Veremos se os próximos jogos confirmam esta tendência.
segunda-feira, outubro 08, 2018
Até qu’enfim!
Passados cinco anos, voltámos finalmente a vencer o CRAC (1-0)
na Luz e, como o Braga empatou em casa (1-1) com o Rio Ave, estamos ex-aequo com eles na liderança do
campeonato com 17 pontos, tendo o CRAC 15 e a lagartada (que perdeu em Portimão por 4-2) 13. Ou seja, foi um
fim-de-semana perfeito!
Com o Lema no lugar do castigado Conti (e do lesionado Jardel)
e o Gabriel e Cervi de volta ao onze, a 1ª parte foi para esquecer, porque não
houve oportunidades de golo para nenhuma das equipas. O Seferovic ainda falhou
isolado frente ao Casillas, depois de uma assistência do Cervi, mas o lance foi
anulado por fora-de-jogo. A postura do CRAC resume-se a um simples facto: o
Casillas levou amarelo aos 19’ por demorar a repor a bola em jogo. Dezanove minutos!
Na 2ª parte, tivemos logo de início uma boa oportunidade num
remate à meia-volta do Gabriel para boa defesa do Casillas, depois de uma boa combinação
atacante da nossa parte. O Rafa entrou para o lugar do Cervi aos 58’ e arrancou
logo um amarelo na primeira vez que tocou na bola. Aos 62’, a Luz quase veio
abaixo com o 1-0: alívio do Gabriel para o Pizzi desmarcar brilhantemente de
cabeça o Seferovic que, perante a saída do Casillas, colocou a bola no único sítio
disponível. Grande golo! Nos minutos seguintes, tivemos alguns contra-ataques rápidos,
onde poderíamos ter definido melhor, mas aos 83’ o Sr. Fábio Veríssimo resolveu
desequilibrar os pratos da balança ao dar o segundo amarelo ao Lema, quando este
nem toca no adversário! Antes disso, o CRAC só tinha criado perigo por uma vez,
com uma cabeçada do Danilo ao lado num canto. O Alfa Semedo, que tinha acabado
de entrar, recuou para central e claro que o CRAC veio para cima de nós a jogar
com mais um. Tiveram duas grandes oportunidades: um remate cruzado do Brahimi que
saiu rente ao poste e, na última jogada do encontro, um cabeceamento do Danilo
num livre que fez a bola passar um pouco por cima. Com bastante sacrifício, lá
conseguimos manter a vantagem preciosa e quebrar esta malapata dos jogos frente
a eles.
Em termos individuais, destaque para o Seferovic não só pelo
golo, mas também porque continua a aguentar os embates com os centrais e a conseguir
manter a ter posse de bola, e tabelar com os companheiros. O Ruben Dias foi
outro que fez um jogo fantástico, sendo praticamente intransponível para os
adversários. O Salvio não começou nada bem, mas foi subindo de rendimento sendo
sempre uma grande ajuda para o André Almeida, que também se exibiu a bom plano.
Aliás, estes jogadores mais antigos no plantel, nestes jogos mais quentes, estão
sempre lá para mostrar raça. O Grimaldo voltou a confirmar-se como um dos
grandes destaques neste início de época e é fundamental na construção do nosso
jogo atacante. Uma palavra para o Lema, que se estreou a titular logo numa
partida destas, e foi-se aguentando bem a um amarelo ainda na 1ª parte, sendo depois
injustamente expulso. Todos os outros se exibiram em bom plano, sendo
irrepreensíveis na entrega e espírito de sacrifício.
Principalmente em termos psicológicos, esta é uma vitória
muito importante, porque infelizmente não tem sido nada comum derrotar o CRAC
nos últimos tempos. Vamos agora para nova pausa por causa das selecções e
depois haverá Taça de Portugal, pelo que o campeonato só voltará no final do mês.
Defrontaremos o Belenenses no Jamor e há que continuar esta senda vitoriosa.
P.S. – Havia, e bem, uma regra que determinava que os
grandes fizessem entre si um jogo em casa e outro fora em cada volta do
campeonato. Porque raio de carga de água a mudaram? É isto “defender o futebol”?
Será que alguém acha bem que à 7ª jornada já tenhamos recebido a lagartada e o CRAC? E que pode dar-se o
caso de, dependendo do sorteio da próxima época, durante o ano de 2019 não termos
jogos grandes na Luz? Que estupidez!
quarta-feira, outubro 03, 2018
Milagre
Vencemos em Atenas o AEK por 3-2 na 2ª jornada da fase de grupos da
Liga dos Campeões. Foi uma vitória muito mais difícil do que a certa altura do
jogo se esperava, muito por culpa própria (já lá vamos…), mas lá conseguimos
finalmente quebrar um terrível ciclo de oito(!) derrotas consecutivas para a Champions.
O Salvio regressou à equipa e o Rafa manteve a titularidade depois do bis em Chaves. Não poderíamos ter tido melhor entrada no jogo: marcámos logo aos 6’ pelo Seferovic na recarga a um bom remate do Gedson de fora da área. Já antes disso, o Conti tinha tido uma cabeçada num canto defendida pelo guarda-redes e, a seguir ao golo, o Fejsa de cabeça proporcionou nova defesa do Barkas e o mesmo Seferovic viu um defesa cortar para canto um desvio seu na pequena-área, que estou convencido que entraria na baliza. Aos 15’, aumentámos a vantagem num centro largo do Pizzi, com o Grimaldo a entrar de cabeça(!) nas costas do defesa. A partir daqui, baixámos inexplicavelmente o ritmo e permitimos que o AEK voltasse a respirar. Valeu-nos por mais de uma vez o Vlachodimos e também má pontaria dos gregos noutro lance. Nós só tivemos mais uma oportunidade pelo Pizzi, mas o remate em arco de fora da área saiu ligeiramente por cima. Em cima do intervalo, o Rúben Dias teve uma paragem cerebral e tentou cortar uma bola com demasiada força, tendo já um amarelo. Um adversário antecipou-se e o nosso central acertou-lhe: segundo amarelo e expulsão. Imperdoável! Íamos jogar toda a 2ª parte com o Conti e Lema, o terceiro e quarto central (que fez a estreia absoluta pelo Benfica) do plantel…
Estava mesmo a ver-se o que iria acontecer depois de reatamento. O Salvio foi o sacrificado para a entrada do Lema e o Pizzi foi desviado para a direita, mas durante os primeiros 20’ nem tocámos na bola. Pior: demos imenso espaço nas costas da defesa, especialmente no lado direito, onde o André Almeida andou literalmente aos papéis e sofremos dois golos iguais por aquele lado, aos 53’ e 64’, ambos pelo Klonaridis. Portanto, um jogo que deveria estar decidido a nosso favor ficou empatado e só não sofremos o terceiro golo cerca de dez minutos depois, porque o Vlachodimos defendeu um remate deste mesmo jogador, que lhe apareceu isolado na frente (bastaria que ele tivesse dado para o lado, para um colega completamente à vontade, para estarmos agora a chorar…). Dois minutos depois, aos 75’, o entretanto entrado Alfa Semedo avançou praticamente sozinho pelo meio-campo grego, provavelmente na primeira vez que o fizemos na 2ª parte, e resolveu rematar de longe: a bola saiu rasteira e muito colocada ao ângulo inferior esquerdo da baliza. Um golão caído literalmente do céu no único(!) remate que fizemos depois do intervalo. Os gregos sentiram imenso este golo e até final lá conseguimos segurar a preciosíssima vantagem, até porque o Ajax empatou surpreendentemente em Munique (1-1) e ficaria com uma vantagem significativa se não tivéssemos conseguido os três pontos.
Em termos individuais, destaque absoluto para o Vlachodimos sem o qual não teríamos ganho. O Alfa Semedo foi o herói improvável, numa partida onde voltei a gostar do Seferovic. O Fejsa fez o que pode, mas não dá para tudo. O Lema que fez a sua estreia voltou a confirmar a impressão com que fiquei dele na pré-época: muito bom de cabeça, rins de pedra e muita dificuldade quando a bola está no relvado. E provavelmente vai ser titular contra o CRAC…
Há neste blog muita literatura nos últimos 14 anos que prova que, para mim, nem tudo está bem quando ganhamos, nem tudo está mal quando perdemos. Há que saber ver para além dos resultados e não estou nada contente com o que vi ontem. Caso não tivesse havido o chouriço do Alfa Semedo, estava indeciso se o título deste post seria “Adeus, Rui Vitória” ou “Poucochinho”. Sendo que o segundo é a razão principal para justificar o primeiro. Porque raio de carga de água é que nós, em jogos deste calibre, deixamos de jogar à bola quando estamos em vantagem?! É que já não é a primeira vez que isto acontece: temos a hipótese de matar de vez o adversário e preferimos “controlar o jogo”…! (Já aconteceu o mesmo frente ao Fenerbahçe na Turquia, onde não procurámos o segundo golo, mas aí acabou por correr bem.) Com a pequena nuance de que nós NÃO sabemos controlar o jogo! A 2ª parte demonstrou-o mais uma vez à saciedade: defendemos PESSIMAMENTE, sendo que o facto de estarmos com dez não serve de desculpa. É suposto as equipas fecharem-se mais com dez jogadores e nós estendemos a passadeira aos gregos por mais de uma vez!
Vamos lá a ver o seguinte: se o objectivo do futebol é meter a bola na baliza, porque é que nós deixámos de tentar fazer isso aos 15’, com 75’ para jogar…?! Começámos a jogar para o lado, a baixar o ritmo, quando os gregos estavam completamente encostados às cordas e mesmo à mercê de uma estocada final. Mas não, pusemo-nos a jeito de uma contrariedade, fosse sofrer um golo que abriria de novo o jogo ou uma expulsão como veio a acontecer. E isso, meu caro Rui Vitória, é “poucochinho”. Não é à Benfica. O AEK não é o Bayern de Munique! Se podemos dar três ou quatro, é para dar três ou quatro! Por uma simples razão: estaremos muito mais perto da vitória com três ou quatro do que só com dois! E a salvo de qualquer eventualidade. Espero que esteja consciente que o que aconteceu ontem foi um verdadeiro milagre: um remate na 2ª parte, Alfa Semedo, um golo. Escreva isto 100 vezes para tomar consciência do que aconteceu. E perceba que é muito improvável que volte a acontecer.
O Salvio regressou à equipa e o Rafa manteve a titularidade depois do bis em Chaves. Não poderíamos ter tido melhor entrada no jogo: marcámos logo aos 6’ pelo Seferovic na recarga a um bom remate do Gedson de fora da área. Já antes disso, o Conti tinha tido uma cabeçada num canto defendida pelo guarda-redes e, a seguir ao golo, o Fejsa de cabeça proporcionou nova defesa do Barkas e o mesmo Seferovic viu um defesa cortar para canto um desvio seu na pequena-área, que estou convencido que entraria na baliza. Aos 15’, aumentámos a vantagem num centro largo do Pizzi, com o Grimaldo a entrar de cabeça(!) nas costas do defesa. A partir daqui, baixámos inexplicavelmente o ritmo e permitimos que o AEK voltasse a respirar. Valeu-nos por mais de uma vez o Vlachodimos e também má pontaria dos gregos noutro lance. Nós só tivemos mais uma oportunidade pelo Pizzi, mas o remate em arco de fora da área saiu ligeiramente por cima. Em cima do intervalo, o Rúben Dias teve uma paragem cerebral e tentou cortar uma bola com demasiada força, tendo já um amarelo. Um adversário antecipou-se e o nosso central acertou-lhe: segundo amarelo e expulsão. Imperdoável! Íamos jogar toda a 2ª parte com o Conti e Lema, o terceiro e quarto central (que fez a estreia absoluta pelo Benfica) do plantel…
Estava mesmo a ver-se o que iria acontecer depois de reatamento. O Salvio foi o sacrificado para a entrada do Lema e o Pizzi foi desviado para a direita, mas durante os primeiros 20’ nem tocámos na bola. Pior: demos imenso espaço nas costas da defesa, especialmente no lado direito, onde o André Almeida andou literalmente aos papéis e sofremos dois golos iguais por aquele lado, aos 53’ e 64’, ambos pelo Klonaridis. Portanto, um jogo que deveria estar decidido a nosso favor ficou empatado e só não sofremos o terceiro golo cerca de dez minutos depois, porque o Vlachodimos defendeu um remate deste mesmo jogador, que lhe apareceu isolado na frente (bastaria que ele tivesse dado para o lado, para um colega completamente à vontade, para estarmos agora a chorar…). Dois minutos depois, aos 75’, o entretanto entrado Alfa Semedo avançou praticamente sozinho pelo meio-campo grego, provavelmente na primeira vez que o fizemos na 2ª parte, e resolveu rematar de longe: a bola saiu rasteira e muito colocada ao ângulo inferior esquerdo da baliza. Um golão caído literalmente do céu no único(!) remate que fizemos depois do intervalo. Os gregos sentiram imenso este golo e até final lá conseguimos segurar a preciosíssima vantagem, até porque o Ajax empatou surpreendentemente em Munique (1-1) e ficaria com uma vantagem significativa se não tivéssemos conseguido os três pontos.
Em termos individuais, destaque absoluto para o Vlachodimos sem o qual não teríamos ganho. O Alfa Semedo foi o herói improvável, numa partida onde voltei a gostar do Seferovic. O Fejsa fez o que pode, mas não dá para tudo. O Lema que fez a sua estreia voltou a confirmar a impressão com que fiquei dele na pré-época: muito bom de cabeça, rins de pedra e muita dificuldade quando a bola está no relvado. E provavelmente vai ser titular contra o CRAC…
Há neste blog muita literatura nos últimos 14 anos que prova que, para mim, nem tudo está bem quando ganhamos, nem tudo está mal quando perdemos. Há que saber ver para além dos resultados e não estou nada contente com o que vi ontem. Caso não tivesse havido o chouriço do Alfa Semedo, estava indeciso se o título deste post seria “Adeus, Rui Vitória” ou “Poucochinho”. Sendo que o segundo é a razão principal para justificar o primeiro. Porque raio de carga de água é que nós, em jogos deste calibre, deixamos de jogar à bola quando estamos em vantagem?! É que já não é a primeira vez que isto acontece: temos a hipótese de matar de vez o adversário e preferimos “controlar o jogo”…! (Já aconteceu o mesmo frente ao Fenerbahçe na Turquia, onde não procurámos o segundo golo, mas aí acabou por correr bem.) Com a pequena nuance de que nós NÃO sabemos controlar o jogo! A 2ª parte demonstrou-o mais uma vez à saciedade: defendemos PESSIMAMENTE, sendo que o facto de estarmos com dez não serve de desculpa. É suposto as equipas fecharem-se mais com dez jogadores e nós estendemos a passadeira aos gregos por mais de uma vez!
Vamos lá a ver o seguinte: se o objectivo do futebol é meter a bola na baliza, porque é que nós deixámos de tentar fazer isso aos 15’, com 75’ para jogar…?! Começámos a jogar para o lado, a baixar o ritmo, quando os gregos estavam completamente encostados às cordas e mesmo à mercê de uma estocada final. Mas não, pusemo-nos a jeito de uma contrariedade, fosse sofrer um golo que abriria de novo o jogo ou uma expulsão como veio a acontecer. E isso, meu caro Rui Vitória, é “poucochinho”. Não é à Benfica. O AEK não é o Bayern de Munique! Se podemos dar três ou quatro, é para dar três ou quatro! Por uma simples razão: estaremos muito mais perto da vitória com três ou quatro do que só com dois! E a salvo de qualquer eventualidade. Espero que esteja consciente que o que aconteceu ontem foi um verdadeiro milagre: um remate na 2ª parte, Alfa Semedo, um golo. Escreva isto 100 vezes para tomar consciência do que aconteceu. E perceba que é muito improvável que volte a acontecer.
Subscrever:
Mensagens (Atom)