origem

quarta-feira, junho 27, 2018

Irão - 1 - Portugal - 1

Empatámos com o Irão na passada 2ª feira e qualificámo-nos para os oitavos-de-final do Mundial de 2018. O objectivo mínimo foi cumprido, apesar de não ter tido brilhantismo nenhum. Como a Espanha empatou 2-2 com Marrocos, ficámos em igualdade pontual, mas no 2º lugar por termos menos um golo marcado do que eles.

Com o Fernando Santos a optar pelo Quaresma, Adrien e André Silva, em vez do Bernardo Silva, Moutinho e Gonçalo Guedes, até começámos bem a partida. O Irão voltou a revelar as virtudes dos jogos anteriores, embora nos primeiros minutos tenha tremido um pouco. No entanto, nós não aproveitámos essa tremedeira e, quando já se pensava que o intervalo chegaria com o nulo, o Quaresma tirou uma trivela da cartola e marcou um golão aos 45’. Como a Espanha estava empatada com Marrocos, estávamos provisoriamente no 1º lugar, o que faria com que defrontássemos a Rússia na fase seguinte.

A 2ª parte não poderia ter começado melhor, com o árbitro a ir ao VAR para assinalar um evidente penalty sobre o Cristiano Ronaldo aos 53’. No entanto, o capitão de Portugal não se concentrou minimamente antes da marcação, olhou para todo o lado e mais algum (comparem estas imagens com as de antes de marcar o livre frente à Espanha e vejam as diferenças...), e como seria de prever permitiu a defesa ao guarda-redes. Este lance teve o condão de entusiasmar os iranianos, enquanto a nossa exibição a partir daí fez-me recordar porque é que eu não gostei nada do Fernando Santos como treinador do Benfica: em vez de aproveitar o natural adiantamento do adversário para dar o golpe de misericórdia, cada vez que passávamos do meio-campo baixávamos o ritmo, jogávamos para o lado e para trás na tentativa (que me tira sempre dos nervos) de “controlar o jogo” (lembram-se?). Claro que seria previsível o que acabou por acontecer: o golo do Irão num penalty de VAR por pretensa mão do Cédric (por acaso, até acho que não foi...) aos 93’. Até final do tempo de compensação, só não fomos borda fora, porque só um avançado do Irão (ou do Panamá ou da Arábia Saudita) é que atiraria à malha lateral quando estava sozinho perante o Rui Patrício. Só para terem noção, terminei o jogo num estado de nervos semelhante ao de um Benfica-Leixões para a Taça da Liga...!

Como a Espanha também marcou perto do fim e salvou-se de uma derrota perante Marrocos, que entretanto se tinha colocado em vantagem, perdemos o 1º lugar e iremos agora defrontar o Uruguai do Suarez e Cavani nos oitavos. Ou seja, por culpa própria, iremos enfrentar um adversário bem mais poderoso do que a Rússia. Caso continuemos a jogar desta maneira, é bom que a Nossa Senhora de Fátima esteja em óptima forma, porque senão não se está bem a ver como poderemos seguir em frente...

sexta-feira, junho 22, 2018

Portugal - 1 - Marrocos - 0

Vencemos Marrocos na 4ª feira e estamos a um ponto de nos qualificarmos para os oitavos-de-final do Mundial 2018. Um golo do Cristiano Ronaldo logo aos 4’, numa excelente entrada de cabeça a um canto curto do João Moutinho, resolveu a partida. E, pronto, o aspecto positivo resume-se a isto. A partir daqui, assistimos a uma cópia do que se passou na estreia, com o pequeno pormenor de Marrocos estar muito longe da valia dos espanhóis. Mas nunca conseguimos ter bola e os dedos de uma mão chegam e sobram para contar as nossas oportunidades. Não fosse o Rui Patrício ter efectuado um par de óptimas defesas e o Benatia, central da Juventus, ter revelado igual dose de aselhice e estaríamos aqui a lamentar pontos perdidos.

Como a Espanha também ganhou por 1-0 ao muro do Irão, estamos igualados com eles e só em desvantagem por um cartão amarelo. A partida frente aos iranianos irá decidir a nossa sorte no Mundial, mas seria escandaloso se não nos qualificássemos. É certo que fomos campeões da Europa a jogar um futebol muito sofrível, mas convinha que mostrássemos um pouco mais neste mundial, porque estar à espera de dois milagres consecutivos talvez seja abusar um pouco, não...?

segunda-feira, junho 18, 2018

Portugal - 3 - Espanha - 3

Estreámo-nos no Mundial 2018 na 6ª feira passada, com um empate (3-3) frente a uma das melhores selecções do mundo. Apesar de sermos os campeões europeus em título, não perder numa grande competição contra uma das mais fortes candidatas ao troféu é sempre um excelente resultado. Ainda para mais, mediante tudo o que se passou no jogo.

Entrámos bem com um penalty sobre o Cristiano Ronaldo (bem ganho por este) logo aos 4’, que o próprio converteu sem hipóteses para o De Gea. A Espanha desconcentrou-se um pouco, mas depois começou a ter muita bola e nós nem vê-la. Mesmo assim, conseguimos meter dois contra-ataques muito perigosos, que o Gonçalo Guedes não teve arte para concretizar. Aos 24’, o Diego Costa atingiu com o braço o Pepe, nem o árbitro nem o VAR assinalaram nada, e na jogada fez a igualdade com um excelente trabalho perante dois dos nossos defesas. A Espanha pressionava-nos de tal modo que mal passámos do meio-campo, atirou uma bola ao poste que bateu em cima da linha, mas a um minuto do intervalo o De Gea resolveu dar um frango descomunal num remate à figura do C. Ronaldo. Um pouco sem saber como, íamos para o intervalo em vantagem.

Na 2ª parte, em menos de 15’ a Espanha deu a volta ao jogo: primeiro, num livre para a nossa área aos 55’, assistência de cabeça para o Diego Costa bisar muito perto da baliza; três minutos depois, um remate de ressaca de fora da área do Nacho, que bateu num dos postes e entrou. A partir daqui, a Espanha fez o que nós tentámos fazer quando estivemos em vantagem, mas muito melhor: baixou o ritmo, trocou a bola e controlou o jogo. No entanto, cometeu a imprevidência de fazer uma falta perto da área aos 88’. E o C. Ronaldo não perdeu a oportunidade de assegurar ainda mais o seu lugar no Olimpo do futebol com um livre perfeito ao canto superior direito da baliza, a pregar o De Gea ao relvado. Que golão!

Assegurávamos assim um empate saboroso, mesmo que um pouco lisonjeiro. Mas estamos num Mundial e todos nos lembramos como o Euro 2016 foi ganho: isto não é para a nota artística. No outro jogo do grupo, o Irão (apesar de ser treinado pelo Carlos Queiroz...) ganhou 1-0 a Marrocos no último minuto através de um autogolo. O que torna o nosso próximo jogo, frente aos marroquinos, muito importante para eles. Todo o cuidado é pouco, até porque, pelo que se tem visto neste Mundial, os favoritos não têm tido a vida nada fácil: a França só ganhou à Austrália a 10’ do fim com um autogolo, a Argentina empatou com a Islândia, o Brasil com a Suíça, e a Alemanha perdeu com o México!

sexta-feira, junho 15, 2018

Carta aberta à Sport TV - "Abaixo Ver a Bola, Queremos Mais Rodapés!"

Cara Sport TV,

Isto é uma situação que já acontece há algum tempo, mas agora atingiu provavelmente um ponto máximo com o Mundial 2018 e por isso tomo a liberdade de vos enviar esta carta aberta.

Vejam lá que coisa estranha, mas há pessoas que, quando vêem o resumo de um jogo de futebol, gostam de ver... a bola! É uma mania lá delas, mas também há malucos para tudo...! De tal modo que não compreendem o verdadeiro serviço público que vocês fazem de fornecer todo um leque de informações (que não podem MESMO deixar de ser dadas durante os longos três minutos do resumo) muito mais importantes do que ver... a bola! Pessoas incultas que não percebem que os ecrãs 16:9 foram inventados não para vermos mais imagem, mas obviamente para vermos mais... rodapés! Para quê mostrar o resultado final e os marcadores dos golos só no início e/ou no fim do resumo, quando os podemos ver em letras GARRAFAIS durante o tempo todo, não vá uma pessoa ser de compreensão lenta e ter de demorar três minutos a ler essa informação...?! Como não dar valor a esse assunto fundamental no jogo de ontem que foi o facto de o Ignashevich ser, com 38 anos, o jogador mais velho a representar a Rússia num Mundial...?! Até qu’enfim! Isso, sim, é algo sem o qual a nossa vida estaria incompleta e que merece que o saibamos em vez de vermos esse pormenor de somenos importância num jogo (e, neste caso, em dois dos lances de golo) que é... a bola!

Se me permitem, tenho uma sugestão: em vez de ocuparem somente 25%(!) do ecrã com a informação dos rodapés (sim, eu medi!), não se acanhem e ocupem os restantes 75% da imagem com outras notícias em rodapé. Vamos ocupar a totalidade do ecrã com rodapés, porque durante um resumo de futebol o espectador quer é ver todo um leque de informações e não essa minudência que é ver... a bola! Aliás, espero que se juntem a mim no movimento que estou a criar intitulado: ABAIXO VER A BOLA, QUEREMOS MAIS RODAPÉS!

Em baixo, podem ver onze exemplos do que eu estou a dizer. Os primeiros sete são em relação ao jogo de ontem, entre a Rússia e a Arábia Saudita:

- Em seis deles, podemos sempre brincar ao “Onde Está o Wally?” com a bola (e só o segundo não é um dos lances de golo).







- No sétimo, a locução diz que pode ter havido uma falta no salto no primeiro golo, mas é sempre melhor saber quem marcou os golos do que ver os braços do jogador...


Os restantes quatro são de jogos de campeonatos europeus desta época:

- Para quê ver se, em jogadas de possível penalty, um jogador toca efectivamente no outro ou não...?!



- Para quê ver se existe mesmo fora-de-jogo, quando podemos nem sequer ver o jogador...?! (Este é um dos meus favoritos, ou não fosse jogar às escondidas uma das minhas actividades preferidas quando era miúdo!)


- Para quê tirar dúvidas sobre uma pisadela que levou a uma expulsão, quando há todo um nome do programa para se saber...?!


Esperando que acolham com interesse esta sugestão e tornem realidade este meu sonho de ver 100% do ecrã preenchido com rodapés, despeço-me agradecendo antecipadamente a vossa atenção. 

Com os meus mais respeitosos cumprimentos,

Sérgio