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domingo, janeiro 08, 2017

Personalidade

Vencemos ontem em Guimarães por 2-0 e, com o magnífico empate do CRAC em Paços de Ferreira (0-0), estamos agora com seis pontos de vantagem para o 2º classificado. Depois da eliminação dos outros dois na Taça da Liga, esta jornada veio confirmar que o ano não poderia ter começado melhor (ao contrário do ano passado, em que tivemos um grande desgosto logo de início).

Olhando friamente para o calendário, este 2017 trar-nos-ia três saídas teoricamente bastante difíceis: Guimarães, Braga e WC. O que, também depois do circo montado esta semana pelos outros dois, à boleia de uma Taça que sempre desdenharam, faria deste jogo um teste importantíssimo à nossa liderança. Qualquer escorregadela da nossa parte, seria um enorme balão de oxigénio para eles. No entanto, o que se pode dizer, é que passámos esta prova difícil com louvor e distinção! Num jogo que se previa uma luta, estranhei a titularidade do Jonas e Salvio, dado o período de ausência de ambos, mas as exibições dos dois provaram que felizmente o Rui Vitória percebe muito mais disto do que eu. O V. Guimarães entrou melhor do que nós, mas uma grande abertura do Pizzi só não chegou ao Salvio por uma unha negra. Aos 17’, tivemos uma enorme contrariedade com a lesão do Fejsa (pareceu muscular, esperemos que não fique muito tempo de fora), tendo entrado o Samaris. Já se sabe que a equipa sem o sérvio não é a mesma coisa, mas demos a melhor resposta possível ao inaugurar o marcador dois minutos depois: o Mitroglou ganha bem a bola a um defesa, abre na direita para o Salvio, que passa por dois e, à saída do guarda-redes, assiste o Jonas que atira lá para dentro. Confesso que ainda gelei o sangue, porque o brasileiro, com a baliza escancarada, levantou um pouco a bola e esta tocou na barra antes de entrar! Seria um dos falhanços do ano, mas felizmente não foi! Estávamos em vantagem, mas o V. Guimarães nunca desistiu e teve uma boa oportunidade num remate de primeira do Hernâni que saiu ao lado. Por sua vez, o Mitroglou num remate acrobático e numa cabeçada também esteve perto do golo. No entanto, aos 42’, aumentámos mesmo a vantagem através do grego depois de uma assistência do Jonas, com o Mitroglou a rematar rasteiro, mas muito colocado. O V. Guimarães queixou-se por causa de um jogador deles que estava no chão (falta do Lindelof que até viu o amarelo depois), mas o árbitro deu a lei da vantagem, eles tinham continuado a jogar e não atiraram a bola para bola. Depois perderam-na e, no desenrolar do lance, foi golo. Tudo legal.

Na 2ª parte, voltámos a não entrar nada bem e praticamente nem vimos a bola até aos 65’. O V. Guimarães teve duas grandes oportunidades, mas o Hurtado rematou por cima em excelente posição já na grande-área e o Ederson fez uma grande defesa a um remate do Hernâni da quina da área. Quanto a nós, tivemos chances pelo Mitroglou e pelo Pizzi, com o Douglas a fazer bem a mancha em ambas as ocasiões. A última oportunidade foi mesmo nossa, com o Salvio a permitir nova defesa ao guarda-redes contrário quando estava isolado perante ele.

Em temos individuais, destaque para o regresso da dupla goleadora Jonas-Mitroglou, presente em ambos os golos. Nota-se que o brasileiro ainda não está na sua plena forma (nem podia), mas já produzir isto a meio-gás deixa-nos com água na boca para o que virá. Tirando a parte dos golos, o melhor para mim foi o Cervi. Que jogão! Capacidade de luta inesgotável, enorme generosidade defensiva e um ou outro pormenor de craque no ataque. Com seis meses de Benfica, está a anos-luz do Di María e do Gaitán no mesmo período de tempo. Se continuar a evoluir assim… ui, ui! Grandes exibições igualmente de toda a defesa, com o Luisão em destaque e menções honrosas também para o Salvio e Pizzi, cujas combinações atacantes, quando saem bem, dão beleza geométrica ao nosso futebol.

Três pontos fundamentais, mas concentração ao máximo, porque na próxima terça-feira regressaremos à Cidade Berço para o jogo decisivo da Taça da Liga. Temos uma possibilidade inédita de ganhar todos os troféus nacionais na mesma época (algo nunca conseguido por ninguém) e, para chegarmos à final four, basta não perdermos esse jogo.

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