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sexta-feira, maio 02, 2014

Para a história!

Empatámos frente à Juventus (0-0) e obtivemos o acesso à final da Liga Europa pela segunda época consecutiva. Para conseguirmos voltar a Turim daqui a 15 dias, tivemos que sofrer bastante num jogo com muitas incidências, mas esta passagem é mais do que merecida.

O Jesus surpreendeu-me bastante ao dar a titularidade ao Oblak, o que muito nos valeu, porque o esloveno esteve em grande plano. Entrámos muito bem na partida e tivemos uma ocasião logo a abrir pelo Rodrigo, que rematou contra o braço de um adversário logo no primeiro minuto. Esta boa entrada durou apenas 5’, porque não esqueçamos que estávamos a jogar em casa do futuro tricampeão italiano. A Juventus pegou no jogo, mas nós nunca nos desorientámos. Mesmo assim, passámos por alguns calafrios na 1ª parte, com remates por cima do Tévez e Vidal, outro do Pirlo para boa defesa do Oblak, uma cabeçada perigosa do Bonucci ao lado e, principalmente, outra cabeçada do Vidal para o Luisão salvar também de cabeça sobre a linha. Conseguimos chegar ao intervalo sem sofrer golos, o que era o objectivo principal, mas em termos atacantes só durante os primeiros 5’ é que demos um ar da nossa graça.

Na 2ª parte, começou a chover copiosamente, o que julgo que nos favoreceu, porque a Juventus começou a vacilar em termos físicos, já que tinha jogado com os titulares na 2ª feira também num campo empapado. O Sr. Mark Clattenburg, que até tinha feito uma boa 1ª parte, começou a inclinar progressivamente o campo. Mostrou um amarelo ridículo ao Enzo Pérez, num lance de falta por empurrão, e expulsou-o por duplo amarelo seis minutos depois aos 67’. Confesso que a partir daqui comecei a ver as coisas muito negras, porque ainda faltava muito tempo para o final. Em termos atacantes, lá conseguimos sair melhor do que na 1ª parte, mas o último toque não esteve famoso: o Rodrigo teve duas excelentes ocasiões (numa delas, praticamente um penalty, rematou por cima com o Buffon estático e noutra adiantou ligeiramente a bola depois de uma brilhante incursão do Markovic) e noutro lance o Lima não fez um bom último passe para o Markovic. A Juventus tinha muita posse de bola, mas não criou grandes situações e, quando o fez, o Oblak esteve seguríssimo (defendeu bem um livre do Pirlo e nas alturas foi sempre imperial). Os minutos finais foram de grande nervosíssimo, com o Markovic a ser escusadamente expulso já depois de ter sido substituído pelo Sulejmani, na sequência de uma altercação com o Vucinic (também expulso), o Salvio também vai ficar fora da final por um braço na bola (amarelo também escusado) e, como se já não bastasse, o Garay levou com a chuteira do Pogba na cara (levou oito pontos) e teve que sair durante os últimos seis minutos. Terminámos o jogo com nove! No entanto, mesmo assim conseguimos com muita bravura manter o resultado, com o Oblak a segurar as últimas bolas cabeceadas para a área com muita segurança.

Em termos individuais, destaque para o Oblak, Siqueira (que confiança a sair com a bola!) e Rúben Amorim (cortes absolutamente providenciais e a fazer esquecer o Fejsa). A equipa foi toda muito brava e com grande entreajuda a defender, com realce também para a dupla de centrais e o Maxi. Em termos atacantes, foi pena aqueles dois lances do Rodrigo (especialmente o penalty por cima). Nota profundamente negativa para o facto de irmos jogar muito desfalcados na final: se a expulsão do Enzo Pérez ainda se aceita por ter sido na disputa de um lance (embora um jogador com a experiência dele devesse ter a consciência que não se entra assim à bola quando já se tem um amarelo, mesmo que injusto…), a do Markovic era perfeitamente escusada e o Salvio também poderia não ter metido o braço à bola.

São estas ausências que não me permitem estar absolutamente eufórico neste momento. Claro que é importantíssimo estarmos na 10ª final europeia do nosso historial (décima, senhores!), mas depois de sete derrotas nas sete últimas vezes, eu queria mesmo MUITO ganhar esta! Estar lá não me satisfaz. Com aqueles três jogadores disponíveis, não tenho dúvida nenhuma que éramos mais que favoritos, mas assim acho que vai ser mais equilibrada. A única boa notícia é que vão estar os três fresquinhos para a final da Taça de Portugal apenas quatro dias depois da Liga Europa. Vamos com calma: estamos em três finais, mas ainda só temos um título conquistado. Depois do que sofremos na última temporada, é MAIS DO QUE justo que estejamos nesta situação, mas para esta época se tornar absolutamente inolvidável é PRECISO ganhar essas finais. Concentração para TODAS elas é o que se pede.

P.S. – A Juventus demonstrou mesmo que é o CRAC de Itália. Para além da rábula do possível castigo ao Enzo Pérez antes do jogo, as declarações do Conte no final da partida são absolutamente nojentas e revelam um mau perder e um ressabiamento que eu só conhecia ao CRAC. Além de que tem o desplante de se queixar dos árbitros! Para já, nós é que temos queixa do da 1ª mão e depois, vindo de um clube que desceu de divisão por corrupção a árbitros, é preciso ter uma distintíssima lata!

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