segunda-feira, maio 19, 2014
Triplete histórico
Vencemos o Rio Ave por 1-0 e somos a primeira equipa a ganhar todas as três
provas nacionais em disputa no mesmo ano. Mais: aparte o grande peso das duas
Taças dos Campeões Europeus, sendo finalistas vencidos de uma prova europeia,
fizemos a terceira melhor época da nossa história (ex-aequo com a primeira do
Eriksson, em que também ganhámos a dobradinha
e fomos a uma final europeia). Repito: terceira melhor época da história!
Com os regressos dos castigados de Turim (Salvio e Enzo a titulares e
Markovic no banco), estava confiante para esta final. Entrámos bem na partida
e, durante a 1ª parte, o Rio Ave praticamente não tocou na bola. O problema era
que nós jogávamos muito devagarinho, parecendo os jogadores acusar ainda algum
cansaço da final de 4ª feira. Não tivemos grandes ocasiões, mas lá nos
conseguimos colocar em vantagem aos 20’ num golão do Gaitán de pé direito(!) e
fora da área. Pouco depois, num livre, o Garay poderia ter feito o segundo de
cabeça, mas o guarda-redes defendeu por instinto.
A 2ª parte foi completamente diferente. Demos o berro em termos físicos e o Rio Ave fartou-se de criar
oportunidades. O que nos valeu foi termos o Olbak na baliza, que revelou
novamente uma segurança impressionante. Não me custa nada a admitir que o Rio
Ave provavelmente mereceria o prolongamento, porque atirou uma bola ao poste e
fez com que o Oblak fosse o melhor em campo. Mas também nós merecíamos ter
ganho o campeonato e as Ligas Europa do ano passado e deste, portanto paciência
o futebol é assim mesmo. Em termos atacantes, pouco fizemos salvando-se um
remate do Markovic defendido pelo guarda-redes.
O melhor do Benfica foi de longe o Oblak. Sem ele, provavelmente não
conseguiríamos evitar o prolongamento. Outro que fugiu da mediania foi o Lima,
que se fartou de lutar. Destaque inevitável para o Gaitán pelo golão decisivo
que marcou. Ainda bem que a época termina agora, porque há alguns jogadores do
Benfica que, se lhes fecharmos a boca, explodem.
Foi uma exibição que não ficará para a história, mas o que importa é mesmo
o resultado: 27 anos depois, voltámos a fazer a dobradinha e conquistámos um inédito triplete interno. Vivemos tempos felizes, mas há que ter a consciência
de que uma época destas é muito dificilmente repetível.
P.S. – É incompreensível que não se tenha salvaguardado a ida dos jogadores
ao Marquês, seguindo a sua própria vontade. Seria assim tão difícil de prever
que poderíamos bem ter ganho ao Rio Ave…?!
quinta-feira, maio 15, 2014
Maldição
Ainda não foi à 10ª
que foi de vez! Perdemos a final da Liga Europa com o Sevilha nos penalties (2-4)
depois de 0-0 nos 120’. À semelhança da época passada, fomos a melhor equipa em
campo e merecíamos ter ganho, mas não temos tido de facto sorte nestas finais.
No partida de ontem, a juntar à falta de sorte, revelámos igualmente alguma
inépcia no momento do remate e má preparação nos penalties.
Confesso que
estranhei o optimismo de muitos benfiquistas com quem me cruzei. Não tenho a
MENOR dúvida que com a equipa completa, éramos MAIS que favoritos e a vitória
não nos escaparia, SÓ QUE tínhamos quatro baixas muitíssimo importantes: Enzo
Pérez, Fejsa, Markovic e Salvio. Ou seja, o meio-campo titular não jogava e na
ala direita teríamos de utilizar a terceira opção. Para piorar as coisas, essa
terceira opção, o Sulejmani, levou uma pantufada de todo o tamanho e teve que
ser substituído aos 24’, jogando nós com uma ala direita composta pelo André
Almeida e Maxi Pereira! A questão de jogar o “Manel” é muito bonita, mas ontem
tínhamos vários “Maneis” em campo e milagres a nosso favor já vimos que não há.
Uma coisa é defender resultados em inferioridade numérica, outra é meter a
chicha lá dentro. E para isto é preciso mais do que “Maneis”. Entrámos bem na partida,
mas a 1ª parte foi equilibrada. Tivemos oportunidades pelo Garay, Rodrigo e um
lance do Gaitán já no final que me pareceu (e foi) penalty.
Na 2ª parte, o
Sevilha só durou até aos 60’. A partir daí, o jogo foi completamente nosso e
pressionámo-los muito na tentativa de marcar. O problema foi que o André Gomes
e o Ruben Amorim não estiveram nada bem no meio-campo, o Gaitán só surgiu a
espaços e parece longe da melhor forma física, o Maxi jogou a extremo-direito
pela primeira vez em muitos anos, o Rodrigo esteve muito infeliz ao longo de
toda a partida e o Lima foi bem marcado. O nosso jogo colectivo ressentiu-se
disso e, apesar de a equipa ter lutado muito, não jogámos (nem poderíamos
jogar) tão bem como já o fizemos nesta época. Volto a repetir: as ausências
eram demasiadas. Mesmo assim, tivemos boas hipóteses pelo Rodrigo, Garay de
cabeça e Lima, mas por uma razão ou outra a bola não queria entrar. No
prolongamento, foi mais do mesmo com a diferença que o Sevilha deu o berro em
termos físicos. Teve uma boa oportunidade num contra-ataque, mas durante
meia-hora só nos viu jogar. Nós bem tentávamos, mas as soluções não abundavam
no banco, apesar de me ter parecido que talvez o Ivan Cavaleiro pudesse ter
entrado mais cedo, porque o Gaitán também deu o estoiro em termos físicos ainda
antes dos 90’. Nos penalties, o Cardozo lá voltou à sua corridinha idiota para
a bola e o Beto saltou três metros para a frente e defendeu-a. Custa-me a
perceber como é que não houve nenhum jogador do Benfica a chamar a atenção do
árbitro para isso. Dizê-lo no final é inútil. O outro a falhar foi o Rodrigo: já
o vi marcar uns quatro ou cinco penalties desde que está no Benfica e
sinceramente não me lembro de alguma vez ter sido golo. O Sevilha marcou os
penalties todos como deve ser: em força e colocados.
Em termos
individuais, o Maxi Pereira foi de longe o melhor do Benfica, muito bem
secundado pelo Oblak, que proporciona uma enorme segurança à equipa. Os
centrais tiveram muito trabalho e também não estiveram mal. Todos os outros não
passaram da mediania e medíocres estiveram mesmo os já referidos Ruben Amorim (que
deve ter feito dos piores jogos pelo Benfica de que me lembro) e o André Gomes
(não pode sair a fintar no nosso meio-campo! Alguém lhe meta isso na cabeça!).
Com a agravante de ambos terem perdido bolas nas zonas de transição defensiva,
que só não resultaram golo, porque o adversário era o Sevilha.
Foi uma grande
desilusão, mas honestamente custou-me mais no ano passado. Estávamos muito
desfalcados nesta final e os milagres só acontecem contra nós (como já alguém referiu, perdemos a Liga Europa sem termos sido derrotados num único jogo!). Era uma
excelente oportunidade para acabar com a maldição
do Bela Guttmann, mas também não vamos demonizar o homem que nos deu os dois títulos
europeus. É bom é que os jogadores metam na cabeça que há 27 anos que não
ganhamos a dobradinha e que o
triplete a nível interno nunca foi conseguido. Com o devido respeito pelo Rio
Ave, temos que acabar a época a ganhar!
P.S. – No estádio
não tinha a melhor visibilidade, mas na televisão já deu para ver que para além
do lance do Gaitán há mais dois penalties a nosso favor na 2ª parte que não
foram marcados. Queria ver o Sr. Félix Brych a fazer isto se tivesse sido a
Juventus a ir à final…
domingo, maio 11, 2014
Previsível
Com uma equipa constituída maioritariamente por suplentes e até alguns
jovens da equipa B, perdemos em Mordor por 1-2 e terminámos o campeonato tal
como o começámos. Só que esta derrota não belisca em nada o nosso brilhante
percurso e a equipa deu muito boa resposta a uma adversário que estava na
máxima força.
Quando o CRAC abriu o marcador aos 4’ confesso que temi uma goleada, mas a superioridade do CRAC só durou meia-parte. Pressionaram-nos, mas não criaram muitas ocasiões flagrantes. Aos 26’, o Sr. Rui Gomes Costa fez história ao assinalar um penalty a favor do Benfica em plena casa do CRAC por derrube do Diego Reyes (que grande jogador…!) ao Salvio. Foi o segundo penalty a nosso favor em 35 anos! Sintomático, até porque foram ambos em jogos em que o título já estava decidido. O Enzo Pérez não tremeu e bateu para o lado contrário do Fabiano. A equipa de Mordor sentiu o golo, mas o Sr. Rui Gomes Costa logo tratou de repor a normalidade dos jogos entre o CRAC e o Benfica ao assinalar uma falta fantasma do André Almeida sobre o Jackson Martínez. Cruzamento para a área e o colombiano sentiu o bafo do nosso jogador para se deixar cair. Desta vez não atirou a bola para as nuvens e fez o 2-1 para as forças do Mal.
Na 2ª parte, melhorámos imenso de rendimento e dominámos o adversário. Podíamos ter marcado logo no início quando o Djuricic atirou à barra aproveitando um desentendimento entre o Maicon e o Fabiano. O André Gomes e o entrado Markovic poderiam ter direccionado melhor os remates e eles só tiveram uma grande hipótese pelo Quintero, que rematou a rasar o poste. Numa das últimas jogadas, foi pena o Bernardo Silva ter centrado mal, porque tinha companheiros em excelente posição.
Em termos individuais, ninguém se destaco por aí além. Desta feita, gostei do Steven Vitória, que acompanhou bem o Jardel. O Salvio fez uma boa 1ª parte, mas agarrou-se muito à bola na 2ª. O Lindelof entrou confiante para o lugar do João Cancelo, que teve um péssimo início de jogo, mas depois melhorou progressivamente. O Djuricic não existiu na 1ª parte, mas melhorou na 2ª, saindo lesionado para entrar o Bernardo Silva. Todos os outros estiveram razoáveis.
Temos duas finais importantíssimas na próxima semana, pelo que este jogo seria sempre encarado como um treino, onde se esperaria que não se magoasse ninguém. Obviamente que os jogadores do CRAC foram tentando e tiveram duas ou três entradas assassinas (o André Gomes e o Salvio que o digam), mas aparentemente iremos ter a equipa completa para o Jamor. Mas antes disso, na 4ª feira, vamos ver se finalmente acabamos com a maldição do Béla Guttmann. Agora que já temos uma estátua dele no estádio, pode ser que consigamos finalmente voltar a ganhar uma prova europeia. Lá estaremos em Turim para apoiar o Glorioso!
Quando o CRAC abriu o marcador aos 4’ confesso que temi uma goleada, mas a superioridade do CRAC só durou meia-parte. Pressionaram-nos, mas não criaram muitas ocasiões flagrantes. Aos 26’, o Sr. Rui Gomes Costa fez história ao assinalar um penalty a favor do Benfica em plena casa do CRAC por derrube do Diego Reyes (que grande jogador…!) ao Salvio. Foi o segundo penalty a nosso favor em 35 anos! Sintomático, até porque foram ambos em jogos em que o título já estava decidido. O Enzo Pérez não tremeu e bateu para o lado contrário do Fabiano. A equipa de Mordor sentiu o golo, mas o Sr. Rui Gomes Costa logo tratou de repor a normalidade dos jogos entre o CRAC e o Benfica ao assinalar uma falta fantasma do André Almeida sobre o Jackson Martínez. Cruzamento para a área e o colombiano sentiu o bafo do nosso jogador para se deixar cair. Desta vez não atirou a bola para as nuvens e fez o 2-1 para as forças do Mal.
Na 2ª parte, melhorámos imenso de rendimento e dominámos o adversário. Podíamos ter marcado logo no início quando o Djuricic atirou à barra aproveitando um desentendimento entre o Maicon e o Fabiano. O André Gomes e o entrado Markovic poderiam ter direccionado melhor os remates e eles só tiveram uma grande hipótese pelo Quintero, que rematou a rasar o poste. Numa das últimas jogadas, foi pena o Bernardo Silva ter centrado mal, porque tinha companheiros em excelente posição.
Em termos individuais, ninguém se destaco por aí além. Desta feita, gostei do Steven Vitória, que acompanhou bem o Jardel. O Salvio fez uma boa 1ª parte, mas agarrou-se muito à bola na 2ª. O Lindelof entrou confiante para o lugar do João Cancelo, que teve um péssimo início de jogo, mas depois melhorou progressivamente. O Djuricic não existiu na 1ª parte, mas melhorou na 2ª, saindo lesionado para entrar o Bernardo Silva. Todos os outros estiveram razoáveis.
Temos duas finais importantíssimas na próxima semana, pelo que este jogo seria sempre encarado como um treino, onde se esperaria que não se magoasse ninguém. Obviamente que os jogadores do CRAC foram tentando e tiveram duas ou três entradas assassinas (o André Gomes e o Salvio que o digam), mas aparentemente iremos ter a equipa completa para o Jamor. Mas antes disso, na 4ª feira, vamos ver se finalmente acabamos com a maldição do Béla Guttmann. Agora que já temos uma estátua dele no estádio, pode ser que consigamos finalmente voltar a ganhar uma prova europeia. Lá estaremos em Turim para apoiar o Glorioso!
quinta-feira, maio 08, 2014
Cinco em sete
Vencemos o Rio Ave
por 2-0 e temos 71% de vitórias nas edições da Taça da Liga! Não fizemos uma
grande exibição (longe disso!), mas o chavão “as finais não são para se jogar,
são para se ganhar” foi aplicado com competência. Acima de tudo, mostrámos
muita personalidade e a equipa sabe gerir como poucas os tempos do jogo. Na 1ª
parte, o Rio Ave ainda deu um ar de sua graça, mas na 2ª praticamente não tocou
na bola.
Confesso que não
estava à espera que o Jesus desse a titularidade ao Oblak, mas felizmente que
assim fez, porque o esloveno salvou um golo certo logo aos 5’. Não entrámos
nada bem na partida e perdíamos quase todos os lances divididos com o Rio Ave,
que mostrava muito mais vontade do que nós. A partir de um livre perigoso do
Rodrigo (passou muito perto do poste) por volta dos 20’, o jogo virou a nosso
favor, apesar de até ao intervalo o Rio Ave tentar sempre criar perigo. Aos
40’, uma óptima combinação desmarcou o Siqueira na esquerda, este centrou
atrasado e o Rodrigo em boa posição rematou rasteiro para boa defesa do Ventura
para canto. Na sequência do mesmo, o Luisão desviou de cabeça e o Rodrigo
dominou, e atirou calmamente fora do alcance do guarda-redes. Estava feito o
mais importante e este golo mesmo à beira do intervalo tornaria as coisas mais
difíceis para o nosso adversário. Aliás, depois vi na TV a reacção do Nuno
Espírito Santo a este golo, em que se percebe claramente que ele sentiu que a
final estava (quase) perdida.
Facto que se
confirmou na 2ª parte. O Rio Ave mudou do dia para a noite e não criou um único
lance de perigo apesar de o Sr. Hugo Miguel bem ter tentado enervar os nossos
jogadores e ter arranjado algumas faltas perto da nossa área. Nós não
aumentámos muito o ritmo, convencidos de que não sofreríamos um golo, mas já se
sabe que eu prefiro que se faça este tipo de descanso com bola com dois golos de vantagem. Outra boa combinação
ofensiva isolou o Gaitán, que perante o guarda-redes deixou que ele fizesse a mancha. Estávamos na hora de jogo e
teria sido bom acabar com ele logo nesta altura. Não foi nesta, mas foi pouco
depois: aos 78’, noutro lance de bola parada, o Enzo Pérez colocou na área e o
Ventura encarnou o espírito do Ricardo, falhando completamente a intercepção, e
permitindo que o Luisão cabeceasse muito devagarinho para a baliza. A vitória
ficava garantida e até final o Lima ainda falhou um golo incrível, depois de
uma boa iniciativa do Rodrigo, mas tem a atenuante de a bola ter sofrido um
pequeno desvio de um defesa mesmo antes de ele rematar.
Em termos
individuais, o Luisão foi o melhor. Imperial como sempre nas alturas e com a
mais-valia de ter terminado com o
jogo. O Rodrigo também esteve bem, embora melhor na 1ª do que na 2ª parte. O
Ruben Amorim substituiu bem o Fejsa (que, no entanto, é bom que recupere para
Turim..!) e conquistou a sua 6ª Taça da Liga (claro que se tivesse conquistado
só cinco, se calhar nós teríamos mais do que 33 campeonatos, mas isso é outra
conversa…). O resto da equipa esteve regular, sem grandes rasgos, mas nesta
fase o que interessa mesmo é aumentar o espólio do nosso museu.
Cinco jogos
realizados, quatro vitórias e um empate, 6-0 em golos é o nosso saldo nesta
competição deste ano. Impressionante! Esta era a menos importante das três
finais, mas por ser a primeira daria o tom para as outras que se seguem. Também
nesse sentido, a vitória foi muito importante e não foi por acaso que os
jogadores fizeram a festa que fizeram no final. Além de que, depois do que
sofremos na época passada, já temos karma
negativo que cubra não só os 110 anos passados, como os 110 futuros.
Portanto, não há cá condescendências perante os Rio Aves desta vida.
Lamentamos, mas é assim que terá que ser.
P.S. – Arbitragem
muitíssimo habilidosa do Sr. Hugo Miguel (para não lhe chamar de ladrão…). A
não amostragem de cartão ao defesa do Rio Ave que agarra o Lima à entrada da
área deu logo o mote. Desde cantos e lançamentos laterais marcados ao contrário
(e sempre a nosso desfavor), até à amostragem dos cartões, este tipo mostrou
que é bastante habilidoso. Felizmente conseguimos superar isso, mas lá que
tivemos que jogar contra 14 isso é indesmentível.
segunda-feira, maio 05, 2014
Empate na despedida
Não conseguimos vencer o V. Setúbal (1-1) no último jogo desta temporada na
Luz. Depois do épico empate em Turim, a equipa apresentou-se em nítida
descompressão e nem a colocação de alguns titulares na 2ª parte permitiu-nos
chegar à vitória.
A 1ª parte foi para esquecer. Lento, devagarinho e parado foram as três
velocidades que utilizámos. As ocasiões de golo foram muito escassas e foi com
alívio que chegámos ao intervalo. A 2ª parte foi um pouco melhor (entrou o Lima
para o lugar do Djuricic) e conseguimos marcar aos 60’ numa boa arrancada do
André Gomes, que tabelou com o Cardozo e depois bateu o guarda-redes. Felizmente,
ainda não foi desta vez que ficámos a zeros para o campeonato na Luz. Pouco
depois, o Enzo Pérez, que também entrou na 2ª parte, teve uma ocasião soberana
para ampliar a vantagem, mas atirou ao lado quando só tinha o guarda-redes pela
frente. Fomos deixando correr o marfim
e aos 75’ o Maxi rasteirou um adversário na nossa grande-área. Penalty
convertido em força pelo Rafael Martins, que bateu o Paulo Lopes. Até final,
pressionámos um bocado e tivemos uma boa chance pelo Lima já nos descontos, mas
a bola foi salva quase sobre a linha por um defesa. Confesso que não saí
satisfeito do jogo, porque um empate em casa é algo que me chateia sempre. Além
disso, perdemos uma boa oportunidade para selar a 12ª vitória consecutiva no
campeonato e quebrar estes recordes deixa-me invariavelmente com um amargo de
boca.
Em termos individuais, não houve ninguém que se destacasse por aí além.
Gostei de algumas arrancadas do Salvio e da entrega do Maxi (que acabou por
estragar tudo com o penalty escusado). O Djuricic perdeu a sua enésima
oportunidade para mostrar que é algo mais do que um jogador com “bons pés” e,
sinceramente (e digo isto com o coração exangue), o Cardozo só deveria voltar
quando estivesse em perfeitas condições físicas. O modo como ele se arrasta em
campo, saindo-lhe quase tudo mal, é penoso de ver. Claro que um golo de bola
corrida poderá modificar isto no imediato, já que a falta de confiança é
brutal, mas o que é certo é que esse golo está a demorar tempo demais a surgir.
E, enquanto isso, nós continuamos a jogar com 10…
Que esta partida tenha sido um intervalo para as próximas duas semanas.
Estaremos em três finais e espero que a equipa dê a resposta que sempre tem
dado ao longo da temporada, porque isso garantir-nos-á um mês de Maio
inolvidável.
P.S. – Parabéns ao Voleibol pelo primeiro bicampeonato da nossa história!
sexta-feira, maio 02, 2014
Para a história!
Empatámos frente à Juventus (0-0) e obtivemos o acesso à final da Liga
Europa pela segunda época consecutiva. Para conseguirmos voltar a Turim daqui a
15 dias, tivemos que sofrer bastante num jogo com muitas incidências, mas esta
passagem é mais do que merecida.
O Jesus surpreendeu-me bastante ao dar a titularidade ao Oblak, o que muito
nos valeu, porque o esloveno esteve em grande plano. Entrámos muito bem na
partida e tivemos uma ocasião logo a abrir pelo Rodrigo, que rematou contra o braço
de um adversário logo no primeiro minuto. Esta boa entrada durou apenas 5’,
porque não esqueçamos que estávamos a jogar em casa do futuro tricampeão
italiano. A Juventus pegou no jogo, mas nós nunca nos desorientámos. Mesmo
assim, passámos por alguns calafrios na 1ª parte, com remates por cima do Tévez
e Vidal, outro do Pirlo para boa defesa do Oblak, uma cabeçada perigosa do
Bonucci ao lado e, principalmente, outra cabeçada do Vidal para o Luisão salvar
também de cabeça sobre a linha. Conseguimos chegar ao intervalo sem sofrer
golos, o que era o objectivo principal, mas em termos atacantes só durante os
primeiros 5’ é que demos um ar da nossa graça.
Na 2ª parte, começou a chover copiosamente, o que julgo que nos favoreceu,
porque a Juventus começou a vacilar em termos físicos, já que tinha jogado com
os titulares na 2ª feira também num campo empapado. O Sr. Mark Clattenburg, que
até tinha feito uma boa 1ª parte, começou a inclinar progressivamente o campo.
Mostrou um amarelo ridículo ao Enzo Pérez, num lance de falta por empurrão, e
expulsou-o por duplo amarelo seis minutos depois aos 67’. Confesso que a partir
daqui comecei a ver as coisas muito negras, porque ainda faltava muito tempo
para o final. Em termos atacantes, lá conseguimos sair melhor do que na 1ª
parte, mas o último toque não esteve famoso: o Rodrigo teve duas excelentes
ocasiões (numa delas, praticamente um penalty, rematou por cima com o Buffon
estático e noutra adiantou ligeiramente a bola depois de uma brilhante incursão
do Markovic) e noutro lance o Lima não fez um bom último passe para o Markovic.
A Juventus tinha muita posse de bola, mas não criou grandes situações e, quando
o fez, o Oblak esteve seguríssimo (defendeu bem um livre do Pirlo e nas alturas
foi sempre imperial). Os minutos finais foram de grande nervosíssimo, com o
Markovic a ser escusadamente expulso já depois de ter sido substituído pelo
Sulejmani, na sequência de uma altercação com o Vucinic (também expulso), o
Salvio também vai ficar fora da final por um braço na bola (amarelo também
escusado) e, como se já não bastasse, o Garay levou com a chuteira do Pogba na
cara (levou oito pontos) e teve que sair durante os últimos seis minutos.
Terminámos o jogo com nove! No entanto, mesmo assim conseguimos com muita
bravura manter o resultado, com o Oblak a segurar as últimas bolas cabeceadas
para a área com muita segurança.
Em termos individuais, destaque para o Oblak, Siqueira (que confiança a
sair com a bola!) e Rúben Amorim (cortes absolutamente providenciais e a fazer
esquecer o Fejsa). A equipa foi toda muito brava e com grande entreajuda a
defender, com realce também para a dupla de centrais e o Maxi. Em termos
atacantes, foi pena aqueles dois lances do Rodrigo (especialmente o penalty por cima). Nota profundamente
negativa para o facto de irmos jogar muito desfalcados na final: se a expulsão
do Enzo Pérez ainda se aceita por ter sido na disputa de um lance (embora um
jogador com a experiência dele devesse ter a consciência que não se entra assim
à bola quando já se tem um amarelo, mesmo que injusto…), a do Markovic era
perfeitamente escusada e o Salvio também poderia não ter metido o braço à bola.
São estas ausências que não me permitem estar absolutamente eufórico neste
momento. Claro que é importantíssimo estarmos na 10ª final europeia do nosso
historial (décima, senhores!), mas depois de sete derrotas nas sete últimas
vezes, eu queria mesmo MUITO ganhar esta! Estar só lá não me satisfaz. Com aqueles três jogadores disponíveis, não
tenho dúvida nenhuma que éramos mais que favoritos, mas assim acho que vai ser
mais equilibrada. A única boa notícia é que vão estar os três fresquinhos para
a final da Taça de Portugal apenas quatro dias depois da Liga Europa. Vamos com
calma: estamos em três finais, mas ainda só temos um título conquistado. Depois
do que sofremos na última temporada, é MAIS DO QUE justo que estejamos nesta
situação, mas para esta época se tornar absolutamente inolvidável é PRECISO
ganhar essas finais. Concentração para TODAS elas é o que se pede.
P.S. – A Juventus demonstrou mesmo que é o CRAC de Itália. Para além da
rábula do possível castigo ao Enzo Pérez antes do jogo, as declarações do Conte
no final da partida são absolutamente nojentas e revelam um mau perder e um
ressabiamento que eu só conhecia ao CRAC. Além de que tem o desplante de se
queixar dos árbitros! Para já, nós é que temos queixa do da 1ª mão e depois,
vindo de um clube que desceu de divisão por corrupção a árbitros, é preciso ter
uma distintíssima lata!
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