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terça-feira, fevereiro 25, 2014

Nervosismo

Conseguimos uma vitória muitíssimo importante frente ao V. Guimarães (1-0) e neste momento estamos com cinco pontos de vantagem perante os lagartos e sete em relação ao CRAC. Aliás, a magnífica vitória do Estoril no antro (1-0) fazia com que esta partida fosse fundamental para podermos alargar a diferença perante os assumidamente corruptos. E, sinceramente, acho que isso provocou algum nervosismo nos nossos jogadores, porque houve uma quantidade anormal de passes falhados e a exibição não foi tão conseguida como as anteriores.

Até entrámos bem na partida, mas aos 5’ houve um choque de cabeças entre o Jardel e o Enzo Pérez, que estiveram a receber assistência durante largos minutos, e isso desconcentrou-nos. O V. Guimarães fez uma excelente partida e criou-nos imensos problemas, inclusive em termos defensivos. O Oblak fez inclusive uma grande defesa a um remate do Maazou. Há que acrescentar que alinhámos muito desfalcados porque o Maxi Pereira e o Gaitán cumpriram castigo, e o Garay e o Cardozo ainda não recuperaram das lesões. O Sulejmani não está ao nível do Gaitán e só através do Markovic é que conseguíamos criar desequilíbrios. Aliás, o sérvio foi de longe o melhor em campo e principalmente na 1ª parte deu um verdadeiro recital, porque cada vez que acelerava criava uma situação de perigo. Tivemos boas oportunidades pelo Rodrigo e Sulejmani, mas foi mesmo o Markovic a decidir a partida aos 40’ numa boa abertura do Rodrigo que o isolou e depois o sérvio fez um golão ao passar a bola por cima do guarda-redes, e a colocá-la calmamente na baliza. Pensei que o mais difícil estava feito (e estava) e, com a necessidade do V. Guimarães procurar outro resultado, a 2ª parte seria mais fácil.

Foi puro engano. Aliás, estivemos bem pior na 2ª parte do que na 1ª. A equipa continuava a revelar alguns sinais de insegurança, persistindo os passes falhados e o desenvolvimento atacante raramente teve a fluidez desejável. O Markovic esteve menos em jogo e disso se ressentiu a equipa. O Salvio entrou aos 70’, mas naturalmente que ainda está longe da forma que o notabilizou. O que faz com que não devesse insistir em lances individuais… A equipa dava mostras de que o objectivo passava mais por defender a vantagem do que procurar aumentá-la, mas por isso mesmo custou-me a perceber que o Jesus tenha demorado tanto tempo a colocar o Ruben Amorim para dar mais solidez ao meio-campo. Só entrou aos 85’ e a partir daí não mais o V. Guimarães teve a bola. Acho que o Jesus arriscou escusadamente jogar com dois pontas-de-lança durante tanto tempo e permitir que o adversário jogasse muito no nosso meio-campo.

Em termos individuais, é óbvio que o homem do jogo foi o Markovic, não só pelo golo de génio que marcou, mas porque foram dele as nossas jogadas mais perigosas. Gostei do Fejsa pela segurança que deu ao meio-campo e o Rodrigo, apesar de algumas falhas, fez a assistência para o golo e outra na 2ª parte que isolou o Lima, que desperdiçou só com o guarda-redes pela frente. O Enzo Pérez foi certamente afectado pelo choque de cabeças, porque fez uma exibição muito distante do que é habitual. Palavra novamente positiva para a nossa defesa que nos últimos 13 jogos só foi batida uma única vez.

Se virmos racionalmente, o V. Guimarães na 2ª parte praticamente não criou perigo, o problema é que só temos noção disso no final da partida. Até lá, há sempre a possibilidade de um lance fortuito que nos custe caro. Confesso que foi dos jogos em que sofri mais, porque depois da grande alegria dada pelo Estoril era absolutamente fundamental não desperdiçar esta oportunidade de ouro. Sofri tanto que demorou algum tempo a bater o facto de estarmos com sete pontos de vantagem perante o CRAC, mas atenção à lagartada que só tem que se preocupar com o campeonato. Nada está decidido e acho bem que todos nos lembremos da época passada para não nos desconcentramos com euforias precipitadas.

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