sexta-feira, fevereiro 28, 2014
Génio
Voltámos a vencer o PAOK (3-0) e qualificámo-nos para os oitavos-de-final
da Liga Europa. Foi uma vitória justa, embora por números que mascaram um pouco
o desenrolar do jogo, já que só marcámos o primeiro golo aos 70’. A nossa
superioridade foi uma constante e por isso mesmo por vezes jogámos com uma
lentidão de processos que não é habitual.
O Jesus voltou a mexer na equipa e por exemplo o Enzo Pérez nem sequer foi
convocado. Mas quando mesmo assim jogam o Salvio, Cardozo, Gaitán e Garay
(todos vindos de lesão), isso diz bem da qualidade do nosso plantel. O
meio-campo ficou entregue ao Ruben Amorim e André Gomes, com o Djuricic a dar
apoio ao Cardozo, e a 1ª parte foi jogada a um ritmo particularmente baixo que
nos convinha. Mesmo assim, ainda deu para o Artur dar o seu frango habitual, que felizmente foi a
tempo de corrigir agarrando a bola em cima da linha de golo, e para o Cardozo
ter as melhores oportunidades, incluindo um livre com uma defesa milagrosa do guarda-redes.
A 2ª parte seguia na mesma linha, ou seja, o Benfica sem muito interesse em
acelerar o jogo e o PAOK incapaz de chegar perto da nossa área, quando num
canto o Katsouranis ia marcando de cabeça, com um outro jogador a falhar o
desvio mesmo em cima da baliza. Este lance parece ter despertado a nossa
equipa, facto para o qual também contribuíram as (boas) mexidas do Jesus
colocando o Lima e o Markovic nos lugares dos sem-ritmo Cardozo e Salvio. Pouco
depois de ter entrado, o Lima isolou-se a passe do André Gomes e é derrubado
pelo Katsouranis muito perto da linha de grande-área. Foi naturalmente expulso,
o que também permitiu que o público da Luz o brindasse com uma enorme salva de
palmas de reconhecimento pelos anos em que envergou o manto sagrado. Na conversão do livre, o Gaitán soltou o génio que há
nele e colocou a bola por cima da barreira para dentro da baliza. Como já se
disse, foi um livre à Panenka que
apanhou completamente de surpresa o guarda-redes. Golo fabuloso aos 70’! A
partir daqui e perante 10 jogadores, as coisas tornaram-se muito mais fáceis e
marcámos mais dois golos: Lima de penalty por indiscutível mão aos 78’ e um
toque subtil do Markovic (no estádio pareceu-me que ele tinha tentado o chapéu e
falhado, mas o toque foi muito intencional) no minuto seguinte. Até final, o
Rodrigo, que também entrou, rematou por cima quando estava em boa posição.
Em termos individuais, destaque absoluto para o Gaitán: só o golo dele
valeu a ida ao estádio, mas para além disso ainda criou lances para os colegas
e inclusive recuperou bolas! Saúda-se o regresso do Garay, que dá outra classe à
defesa, na qual merece igualmente referência o Sílvio, a jogar bastante bem na
esquerda. O Djuricic esteve menos mal do que me partidas anteriores, mas tem
uma tendência para a molenguice que
me irrita solenemente. A entrada dos habitualmente titulares (Lima e Markovic)
foi fundamental para a resolução da partida.
Iremos agora defrontar o Tottenham na próxima ronda. Não deixa de ser
curioso que, quando os defrontámos pela primeira e única vez, fomos bicampeões
europeus. Pode ser que isto nos inspire, porque se é certo que o campeonato é o
objectivo principal, uma eliminatória com equipas inglesas é sempre estimulante
e temos um importante estatuto nesta competição a defender.
quarta-feira, fevereiro 26, 2014
Annus Horribilis
Em
pouco mais de um mês, perdemos as duas maiores referências que tínhamos.
Depois do Eusébio, foi ontem a vez do Grande Capitão nos
deixar. O Monstro Sagrado como era conhecido partiu aos 78 anos. Presto-lhe a minha sentida vénia.
Mário Coluna
(1935 - 2014)
terça-feira, fevereiro 25, 2014
Nervosismo
Conseguimos uma vitória muitíssimo importante frente ao V. Guimarães (1-0)
e neste momento estamos com cinco pontos de vantagem perante os lagartos e sete em relação ao CRAC.
Aliás, a magnífica vitória do Estoril no antro (1-0) fazia com que esta partida
fosse fundamental para podermos alargar a diferença perante os assumidamente
corruptos. E, sinceramente, acho que isso provocou algum nervosismo nos nossos
jogadores, porque houve uma quantidade anormal de passes falhados e a exibição
não foi tão conseguida como as anteriores.
Até entrámos bem na partida, mas aos 5’ houve um choque de cabeças entre o
Jardel e o Enzo Pérez, que estiveram a receber assistência durante largos
minutos, e isso desconcentrou-nos. O V. Guimarães fez uma excelente partida e
criou-nos imensos problemas, inclusive em termos defensivos. O Oblak fez
inclusive uma grande defesa a um remate do Maazou. Há que acrescentar que
alinhámos muito desfalcados porque o Maxi Pereira e o Gaitán cumpriram castigo,
e o Garay e o Cardozo ainda não recuperaram das lesões. O Sulejmani não está ao
nível do Gaitán e só através do Markovic é que conseguíamos criar
desequilíbrios. Aliás, o sérvio foi de longe o melhor em campo e principalmente
na 1ª parte deu um verdadeiro recital, porque cada vez que acelerava criava uma
situação de perigo. Tivemos boas oportunidades pelo Rodrigo e Sulejmani, mas
foi mesmo o Markovic a decidir a partida aos 40’ numa boa abertura do Rodrigo
que o isolou e depois o sérvio fez um golão ao passar a bola por cima do
guarda-redes, e a colocá-la calmamente na baliza. Pensei que o mais difícil estava
feito (e estava) e, com a necessidade do V. Guimarães procurar outro resultado,
a 2ª parte seria mais fácil.
Foi puro engano. Aliás, estivemos bem pior na 2ª parte do que na 1ª. A
equipa continuava a revelar alguns sinais de insegurança, persistindo os passes
falhados e o desenvolvimento atacante raramente teve a fluidez desejável. O
Markovic esteve menos em jogo e disso se ressentiu a equipa. O Salvio entrou
aos 70’, mas naturalmente que ainda está longe da forma que o notabilizou. O
que faz com que não devesse insistir em lances individuais… A equipa dava mostras
de que o objectivo passava mais por defender a vantagem do que procurar
aumentá-la, mas por isso mesmo custou-me a perceber que o Jesus tenha demorado
tanto tempo a colocar o Ruben Amorim para dar mais solidez ao meio-campo. Só
entrou aos 85’ e a partir daí não mais o V. Guimarães teve a bola. Acho que o
Jesus arriscou escusadamente jogar com dois pontas-de-lança durante tanto tempo
e permitir que o adversário jogasse muito no nosso meio-campo.
Em termos individuais, é óbvio que o homem do jogo foi o Markovic, não só
pelo golo de génio que marcou, mas porque foram dele as nossas jogadas mais
perigosas. Gostei do Fejsa pela segurança que deu ao meio-campo e o Rodrigo,
apesar de algumas falhas, fez a assistência para o golo e outra na 2ª parte que
isolou o Lima, que desperdiçou só com o guarda-redes pela frente. O Enzo Pérez
foi certamente afectado pelo choque de cabeças, porque fez uma exibição muito
distante do que é habitual. Palavra novamente positiva para a nossa defesa que
nos últimos 13 jogos só foi batida uma única vez.
Se virmos racionalmente, o V. Guimarães na 2ª parte praticamente não criou
perigo, o problema é que só temos noção disso no final da partida. Até lá, há
sempre a possibilidade de um lance fortuito que nos custe caro. Confesso que
foi dos jogos em que sofri mais, porque depois da grande alegria dada pelo
Estoril era absolutamente fundamental não desperdiçar esta oportunidade de
ouro. Sofri tanto que demorou algum tempo a bater
o facto de estarmos com sete pontos de vantagem perante o CRAC, mas atenção
à lagartada que só tem que se preocupar com o campeonato. Nada está decidido e
acho bem que todos nos lembremos da época passada para não nos desconcentramos
com euforias precipitadas.
sexta-feira, fevereiro 21, 2014
Autoridade
Obtivemos uma excelente vitória em Salónica frente ao PAOK (1-0) numa
exibição categórica e plena de confiança, que nos abre as portas dos
oitavos-de-final da Liga Europa. Mesmo com uma equipa desprovida de grande
parte dos habituais titulares, demonstrámos uma personalidade invejável,
conseguindo calar um dos públicos mais fervorosos da Grécia e vencer num
terreno onde este ano nenhum adversário o tinha conseguido.
Da equipa-tipo, só se mantiveram o Maxi Pereira, Luisão, Enzo Pérez e Lima,
o que quer dizer que entrámos em campo com sete(!) jogadores que não costumam
ser titulares (Artur, Jardel, Sílvio, Ruben Amorim, André Gomes, Sulejmani e
Djuricic). Confesso que quando vi a equipa inicial fiquei um pouco apreensivo e
pensei que iríamos jogar com nove, porque o Djuricic tem sido uma desilusão e
julguei que o Enzo Pérez iria jogar na direita, onde tem sido muito menos
eficaz do que no meio. Mas os primeiros minutos tiraram logo essa apreensão,
porque foi o André Gomes a jogar à frente do Maxi e demonstrámos desde muito
cedo que iríamos mandar no jogo. O PAOK entregou-nos claramente a iniciativa de
atacar (o que não percebi muito bem, visto estarem a jogar em casa…), mas nós
só o fazíamos pela certa, o que resultou em poucas oportunidades na 1ª parte.
Só o Sílvio, numa boa jogada individual esteve perto de marcar, mas rematou
muito por cima com o pé esquerdo quando estava em boa posição.
A 2ª parte começou com a única oportunidade do PAOK, num mau passe do
Djuricic à saída da nossa grande área que fez com que um grego recuperasse a
bola e rematasse a rasar o poste direito do Artur. Mas aos 59’ marcámos o único
golo da partida, depois de uma boa jogada do Sulejmani pela esquerda, com
intervenção do Enzo Pérez e assistência de peito do Djuricic para o Lima
fuzilar. Felizmente o fiscal-de-linha não viu o (claro) fora-de-jogo do
brasileiro e colocámo-nos assim em vantagem. Na senda do que vimos conseguindo
nos últimos jogos, praticamente não deixámos o adversário acercar-se da nossa
baliza. E ainda foi nossa a maior oportunidade até final, quando o entrado
Markovic proporcionou ao guardião contrário a melhor defesa do jogo. Destaque
óbvio para o regresso do Salvio, quase seis meses depois da lesão no WC, aos
75’.
Em termos individuais, o melhor do Benfica foi o Sílvio. Na 1ª parte, foi
ele que transportou a equipa para a frente no corredor esquerdo e teve a nossa
única chance de golo. E demonstrou grande segurança defensiva durante toda a
partida. Bom jogo igualmente do Jardel, que conseguiu que não nos lembrássemos
muito da lesão do Garay, o que só por si é um enorme feito. O Maxi e o Luisão
continuam em excelente forma. No meio-campo, o Ruben Amorim tem a virtude de
fazer passes a rasgar para a frente, mas tem que corrigir rapidamente os passes
transviados que permitiram aos gregos recuperar a bola no nosso meio-campo,
felizmente sem consequências nefastas. O André Gomes não destoou, excepção
feita ao amarelo escusado que viu. O Enzo Pérez esteve mais discreto do que nos
últimos jogos, mas confere o toque de classe ao nosso meio-campo. Na frente, o
Lima foi decisivo e deu imensa luta ao Katsouranis &Cia, o Sulejmani subiu
na 2ª parte e o Djuricic melhorou depois da assistência, porque até então tinha
sido o jogador mole e com pouca
capacidade de luta que é habitual. A entrada do Fejsa aos 64’ fez com que
tivéssemos maior segurança defensiva e foi muito importante na manutenção da
nossa vantagem. Quanto ao Artur, praticamente não teve trabalho e só se deu por
ele pela negativa quando defendeu para a frente um cabeceamento inofensivo,
valendo-nos a colocação do Jardel que aliviou a bola. Se calhar, de futuro,
talvez não fosse má ideia não fazer a rotação dos guarda-redes…
Na próxima semana na Luz, espera-se que confirmemos o favoritismo e nos
qualifiquemos para a próxima ronda. Fomos finalistas no ano passado, temos esse
prestígio a defender e esta partida demonstrou mais uma vez que possuímos um
plantel fabuloso que nos permite ir ganhar fora nas competições europeias mesmo
com jogadores lesionados como o Garay, Gaitán e Cardozo. Já sabemos que o
objectivo principal é o campeonato, mas o prestígio de que gozamos ainda hoje
fez-se com as vitórias europeias e temos a obrigação de não fazer má figura na
Europa.
segunda-feira, fevereiro 17, 2014
Eficácia
Vencemos em Paços de Ferreira por 2-0 e mantivemos a liderança isolada da
Liga com as mesmas distâncias para os rivais. Apesar de os visitados estarem em
último lugar, foi uma partida bem complicada e muito por culpa nossa.
A 1ª parte foi verdadeiramente assustadora. Esteve ao nível da de Barcelos.
Minto: foi pior ainda porque não tivemos uma única oportunidade de golo! Para
além disso, o Sr. Duarte Gomes amarelou três dos jogadores da nossa defesa,
dois dos quais por protestos, pelo que estava mesmo a ver uma repetição do
filme de Barcelos na 2ª parte a jogarmos com 10… O Paços dava muita luta,
chegava constantemente mais cedo às bolas do que nós, mas também é verdade que não
criou perigo nenhum. No entanto, valha a verdade, o objectivo deles não era a
nossa baliza.
A 2ª parte foi bastante diferente, porque o Paços não conseguiu manter o
nível de pressão do 1º tempo e tivemos mais espaços. O Lima e o Luisão poderiam
ter feito melhor em duas ocasiões, mas foi o Garay a abrir o marcador aos 54’
depois de um óptimo centro do Ruben Amorim (titular no lugar do castigado Enzo
Pérez). O mais difícil estava feito e agora era só uma questão de não haver
desconcentrações na defesa. Claro que um segundo golo tranquilizaria ainda mais
a equipa e foi novamente o Ruben Amorim a iniciar a jogada que culminou com uma
arrancada do Markovic para fuzilar o guarda-redes. Estávamos no minuto 68’ e a
sorte do jogo ficou logo decidida. Até final, conseguimos não permitir que o
adversário tivesse uma única grande oportunidade de golo, mas também não
pressionámos muito mais para marcar o terceiro. De certo que o jogo de 5ª feira
frente ao PAOK passou a estar na mente dos jogadores.
Em termos individuais, o Ruben Amorim foi o melhor, estando presente nos
dois golos e subindo claramente de produção na 2ª parte. O futebol é fértil
nestas coisas: o Markovic estava completamente desastrado, com quase tudo a
sair-lhe muito mal e depois marca um golão daqueles! O Gaitán também manteve o
nível alto, mas estará de fora frente ao V. Guimarães por ter visto amarelo.
Assim como o Maxi Pereira. O Oblak foi mais um dos espectadores e deveria ter
pago bilhete. Os centrais (Luisão e Garay) continuam irrepreensíveis.
A parte boa desta partida (descontando o óbvio facto de termos ganho) é que
a equipa nunca se perdeu em campo e não entrou em ansiedade depois daquela
péssima 1ª parte. O que demonstra bastante maturidade competitiva. De destacar
mais uma vez a forma como estamos a defender, tendo sofrido apenas um golo nos
últimos 11 jogos. O Oblak explica alguma coisa, mas não tudo. Agora vem a Liga
Europa e, se é verdade que o campeonato é o mais importante, convinha não
desperdiçar a oportunidade de aumentar uns pontinhos no nosso ranking europeu.
Além de que uma equipa vinda da Champions
não pode ficar pelos 1/16 de final.
P.S. – Tal como referi aqui, neste fim-de-semana conquistámos o primeiro troféu da época.
quarta-feira, fevereiro 12, 2014
Superioridade frustracional
Depois dos problemas com o efeito da ventania na cobertura que fizeram
adiar o derby para esta 3ª feira, vencemos
a lagartada por 2-0 e estamos com
quatro pontos de vantagem para os assumidamente corruptos e cinco para eles. Foi
uma partida em que fomos incomensuravelmente superiores ao adversário e o
resultado peca muitíssimo por escasso.
Entrámos “muita fortes” e logo no minuto inicial poderíamos ter aberto o
marcador através do Gaitán. O Rodrigo, Lima (de maneira fortuita porque o Rui
Patrício rematou-lhe contra a cabeça) e o Luisão tiveram excelentes ocasiões
para marcar, mas foi o Gaitán a abrir o marcador aos 27’ de cabeça
correspondendo muito bem a um centro (finalmente bem conseguido!) do Maxi
Pereira, depois de uma recuperação de bola do Fejsa. Pouco antes do intervalo,
foi o mesmo Gaitán a falhar incrivelmente uma óptima oportunidade depois de um
passe longo do Garay que o colocou cara-a-cara com o Patrício. Da lagartada, na 1ª parte, só se viram as
camisolas.
Voltámos a entrar bem na 2ª parte, mas só durámos 15’. Mesmo assim, um
passe genial do Markovic colocou o Rodrigo só com o Patrício pela frente, mas o
remate saiu ao lado. Não conseguimos manter a pressão avassaladora da 1ª parte
e durante um largo período parecemos estar a dormir à sombra do resultado. É
certo que a lagartada era
praticamente inofensiva, excepção feita a uma boa iniciativa do estreante
Heldon que culminou num remate muito por cima, mas estaríamos sempre sujeitos a
um lance fortuito que igualasse a partida. O Enzo Pérez era quem empurrava a
equipa para a frente com as suas arrancadas desde o meio-campo e foi ele a
terminar com o jogo ao fazer o 2-0 aos 76’ num lance fantástico, que culminou
num remate em arco com o pé esquerdo. Até final, controlámos perfeitamente a
partida, mas também não nos mostrámos muito interessados em aumentar o
resultado. Infelizmente.
Em termos individuais, destaque absoluto para o Enzo Pérez e para o Fejsa.
A dupla do meio-campo, apesar de amarelada,
esteve irrepreensível na pressão, ganhou inúmeras bolas e o argentino teve a
mais-valia de um golo bastante bonito. O Gaitán, curiosamente, não teve dos
jogos mais conseguidos (as primeiras intervenções foram quase todas
desastradas), mas foi importantíssimo ao marcar o 1º golo. Os centrais
estiveram impecáveis (Garay, por favor, não vás para o degredo milionário na
Rússia!) e os laterais (Maxi e Siqueira) também estiveram muito concentrados. O
Rodrigo esteve duas vezes em frente ao Patrício, mas infelizmente não conseguiu
marcar.
A nossa superioridade foi tão evidente que saio deste tipo de jogos com a lagartada sempre algo frustrado por
perdemos óptimas oportunidade de vingar os 7-1. Já não é a primeira nem a
segunda vez que um pouco de killer
instinct arrumaria de vez aquele nefasto resultado. Mas conseguimos
reduzi-los à sua insignificância e vamos calá-los durante um bom bocado. É que nem
do árbitro se podem queixar como é habitual sempre que perdem connosco. O Sr.
Marco Ferreira, à semelhança do jogo do ano passado no WC, fez uma boa
arbitragem (prefiro de longe este tipo de árbitro que não carrega nos cartões e
não apita faltas por tudo e por nada).
P.S. – Sempre detestei treinadores que inventam em jogos grandes. Qual
António Oliveira a colocar o Costa em Old Trafford aqui há uns anos (e a levar
4-0 do Man Utd), o Leonardo Jardim resolveu inventar: a lagartada tem jogado sempre em 4-3-3 só com um ponta-de-lança, mas
é precisamente no jogo na Luz que o seu treinador resolve jogar com dois
pontas-de-lança pela primeira vez na época! À grande! Mostraram-se sem surpresa
nenhuma sempre desligados e foram completamente inofensivos. Mais uma razão
para me chatear bastante não termos aproveitado para golear…
quinta-feira, fevereiro 06, 2014
A ferros
Uma vitória muito difícil em Penafiel (1-0) permitiu-nos qualificar para as
meias-finais da Taça de Portugal. Perante uma equipa que plantou dois autocarros em frente à sua baliza, mas
valha a verdade sem fazer nenhuma espécie de antijogo, só conseguimos marcar o
golo do triunfo aos 84’ através do melhor em campo, o Sulejmani.
Do onze de Barcelos só sobraram o Luisão e o Maxi Pereira (podemos dar-nos
por satisfeitos por o Penafiel ter eliminado o Marítimo, pois caso contrário
teríamos jogado na Madeira e duvido que o fizéssemos com estes titulares), mas
até entrámos bem na partida. Tivemos oportunidades pelo Cardozo (a bola ia na direcção
da baliza, mas bateu nas costas de um defesa), Jardel (falhanço imperdoável de
cabeça) e do Sulejmani (bom remate defendido pelo guarda-redes). Em termos
defensivos não passámos por calafrios, excepto uma saída em falso do Artur num
livre, que nos poderia ter custado caro caso o jogador do Penafiel não tivesse
falhado a cabeçada.
Na 2ª parte, a partida manteve igual, ou seja, a célebre expressão
“aluga-se meio-campo” continuava a fazer todo o sentido. O Cardozo teve um
falhanço inacreditável com um remate muito torto bem dentro da área, mas o
Penafiel defendia-se bastante bem e era complicado criar situações de perigo. Isto
também se deveu ao facto de os médio-centros (Ruben Amorim e André Gomes) jogarem
muito para os lados e para trás, e à pouca velocidade na frente de ataque (excepção
a Sulejmani). O Jesus lá se decidiu a mexer na equipa e entraram o Rodrigo, Markovic
e Lima, tendo a nossa produção subido. A seis minutos do fim, uma boa sequência
de passes entre o Lima e o Rodrigo fez com que este desmarcasse o Sulejmani
para decidir o encontro com um remate de pé direito.
Evidentemente que o Sulejmani merece destaque individual e não só pelo golo
que marcou. Todos os outros estiveram muito medianos, com o Cardozo a precisar
de mais minutos (mas colocá-lo a titular frente à lagartada parece-me absolutamente fora de questão) e o Djuricic a
continuar a exasperar-me. O Ivan Cavaleiro teve umas boas arrancadas, mas foi (quase
sempre) inconsequente no passe.
Conseguimos o mais importante (a qualificação) e poupámos grande parte da
equipa para defrontar a lagartada. Nas
meias-finais, iremos defrontar o CRAC, que bateu o Estoril por 2-1 com o Jackson
a conseguir estar em fora-de-jogo em ambos os golos e a ter intervenção neles. São
lances muito à queima, mas ele está
de facto em posição irregular e já se sabe que a regra no futebol português é “em
caso de dúvida, favorece-se o CRAC”.
domingo, fevereiro 02, 2014
Furioso
Empatámos em Barcelos (1-1) frente ao Gil Vicente e desperdiçámos uma
oportunidade de ouro de colocar o CRAC a seis pontos de distância (perdeu 1-0
no Marítimo). Assim, ficamos com quatro de vantagem, o que não só sabe a pouco,
como também poderemos vir a ter a companhia dos lagartos caso ganhem à Académica.
Se há coisa que me tira do sério é o Benfica não aproveitar as abébias dos
rivais já sabendo delas! Por
isso, este é um post conscientemente escrito
a quente e com bastante raiva. É certo que o relvado estava complicado por
causa da chuva que tinha caído, mas isso não era razão para oferecer a 1ª parte ao adversário. O
Rodrigo, em óptima posição, atrapalhou-se na lama na altura do remate e um
pontapé de longe do Siqueira foram as únicas oportunidades reais que tivemos.
Na 2ª parte, entrámos muito melhor e o Rodrigo poderia ter marcado num
lance em que é claramente agarrado por um adversário. Mesmo assim deveria ter
feito o golo, já que chegou a tocar na bola. Aos 58’, acontece o momento
decisivo da partida: já depois de ter visto (mal) um amarelo por pretensa
simulação, o Siqueira empurra um adversário que se escapava pela linha.
Resultado? Segundo amarelo e expulsão. Todavia, quatro minutos depois um
jogador do Gil Vicente dá um pontapé nas costas do Gaitán em plena área.
Penalty muito bem marcado pelo Lima e colocávamo-nos na frente. Mesmo com menos
um jogador, pensei que conseguíssemos manter a vantagem, até porque o Gil
Vicente raramente criava perigo. No entanto, o Jesus demorou muito a reorganizar
a defesa (e acabou por não o fazer), que passou a ter o Gaitán como
lateral-esquerdo. Aos 73’, caiu-nos um balde gélido em cima: na sequência de um
canto, remate de primeira de fora da área, o Oblak chega a tempo, mas defende
para dentro da baliza. Primeiro golo sofrido pelo guardião esloveno e no limite
de ser um frango. O Jesus lá se
decidiu mexer na equipa e colocou o Cardozo e Ivan Cavaleiro. O paraguaio teve
uma grande oportunidade num canto, mas o guarda-redes defendeu com a perna! Já
na compensação, e depois de ter perdoado o segundo amarelo a um central, o Sr.
Bruno Paixão assinala penalty por pretensa falta sobre o Djuricic. Para mim, é
muito simples: não acho que seja penalty nenhum, mas se seguirmos a lógica de
apitar a tudo (como o Sr. Bruno Paixão fez ao longo da partida), é natural que
o tenha assinalado. No entanto, a fazer lembrar Setúbal no ano em que fomos
campeões, o Cardozo falhou, porque rematou rasteiro e quase ao meio da baliza.
Poderia (e deveria) ter feito muito melhor. Aliás, nem deveria ter sido ele a
marcar, mas sim o Lima!
Em termos individuais, gostei do Gaitán e do Fejsa. O Markovic fez boas
arrancadas e não concordei com a sua substituição. Não percebo porque é que o
Jesus não indicou o Lima para marcar o penalty. Tinha marcado bem o primeiro,
estava já quente e dentro do jogo, e
não vinha de uma lesão de 3 meses. Foi um grande estupidez e que nos custou
dois preciosos pontos. Assim como a inexplicável demora do Jesus a reequilibrar
a equipa depois do golo, que acabou por não acontecer (a jogar com dois
avançados, depois de marcar mandaria a prudência substituir um deles). O Oblak
também não ajudou, antes pelo contrário (o remate não é muito colocado e é mais
que defensável), mas ainda tem créditos para gastar. Finalmente, o Siqueira: já
não é a primeira vez que faz isto (em Guimarães valeu-nos a complacência do
árbitro) e o grande culpado da perda de pontos também é muito ele. Entre o que
ele fez e o que fez o Carlos Martins no jogo contra o Estoril no ano passado, a
diferença é quase nula. Por isso, se fosse eu a mandar, o lateral-esquerdo ir-lhe-ia
fazer companhia. Não se pode dar este género de vantagem ao adversário num
altura em que ainda estava 0-0 e nós a pressioná-lo.
Na 4ª feira, teremos um encontro muito importante para continuarmos na Taça
de Portugal. Iremos a Penafiel e convém só começarmos a pensar na partida
frente à lagartada depois disso. Não
esquecer que a Taça de Portugal é um dos grandes objectivos da época. Se não oferecermos a 1ª parte ao adversário e não nos fizermos expulsar por idiotices, estaremos mais próximos de o conseguir.
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