quinta-feira, novembro 28, 2013
O fascínio pela complicação
Vencemos o Anderlecht em Bruxelas (3-2) e adiámos para a última jornada a
decisão sobre a inevitável ida para a Liga Europa, porque é pouquíssimo
provável que os belgas consigam ir à Grécia roubar pontos ao Olympiacos.
Esta partida foi uma amostra do que tem sido a nossa temporada até agora: a
dificuldade imensa em dar a estocada final ao adversário quando estamos por
cima e depois o sofrimento desnecessário. Entrámos bem e os primeiros 10
minutos foram bons, mas o Anderlecht chegou à vantagem pelo Mbemba aos 18’
através de um canto em que tivemos azar no ressalto e ele ficou só com o Artur
pela frente. Com o displicente Markovic e o desastrado Lima na frente,
jogávamos praticamente com nove, mas mesmo assim conseguimos chegar à igualdade
aos 34’ pelo Matic de cabeça na sequência de um livre do Enzo Pérez. Até final
da 1ª parte, ainda voltamos a ter calafrios em dois cantos.
A 2ª parte começou com o 1-2: grande arrancada do Gaitán, a bola sobra para
o Enzo Pérez que a devolve ao compatriota, que já dentro da área faz uma
rotação extraordinária, rematando à meia-volta e fazendo a bola tabelar no
Mbemba, e entrar na baliza. Todo o mérito para o Gaitán, mas ainda bem que foi
autogolo, porque o Lima que se preparava para empurrar a bola estava
fora-de-jogo. O jogo partiu-se a partir daqui, com os belgas a virem para a
frente e a deixarem o seu meio-campo com mais buracos do que um terreno minado.
Só que lá veio o eterno problema: deixámos de ser tão pressionantes e tentámos
desacelerar o ritmo, em vez de tentar marcar mais um e selar de vez a vitória.
Aos 72’, o Jesus fez uma substituição incompreensível ao tirar o Gaitán que
estava a ser dos melhores e colocar o Sulejmani. Os belgas entusiasmaram-se e
eu estava mesmo a ver o filme de um canto ou livre nos últimos minutos para nos
lixar. Mas não foi preciso esperar tanto, porque cinco minutos depois da
substituição empataram mesmo pelo Massimo Bruno, num lance em que o André
Almeida falhou a intercepção e o Garay não cobriu bem o adversário. Como em
Paris o Olympiacos tinha acabado de empatar, a nossa ida para Liga Europa
estava já a ser marcada, quando aos 90’ num contra-ataque o Sulejmani isolou bem
para o Rodrigo (entretanto entrado) que, finalmente(!), voltou a ser decisivo
num jogo e rematou por baixo das pernas do guarda-redes. Uns minutos antes num
livre, já o Luisão tinha cabeceado mal em vez de dominar de peito e rematar,
mas depois do nosso golo ainda vimos a bola rondar a nossa área um par de vezes
e sofremos um livre directo mesmo à entrada dela. Mas desta vez os deuses
resolveram estar connosco e acabámos mesmo por vencer.
Em termos individuais, não houve exibições de encher o olho, mas gostei do
Maxi Pereira, do Matic e do Gaitán. O Enzo Pérez não sabe jogar em baixa
rotação e devia dar um workshop a
alguns dos sérivos (nomeadamente ao Markovic e Djuricic). Continuamos muito
permeáveis na defesa e o Garay demora a voltar à sua melhor forma. O Jesus veio
defender o Markovic no final e faz o seu papel, mas parece-me que está na
altura de o tirar da equipa durante uns tempitos para ele perceber que está no
Benfica e que tem, no mínimo, que suar a camisola durante os jogos (ou seja,
correr atrás dos adversário e defender) se porventura as coisas não lhe
estiverem a sair bem em termos atacantes (e não estão há uma série de tempo).
Quanto ao Lima, parece que fez uma lobotomia no início desta época: não acerta
uma tabelinha e são n as jogadas
perdidas por maus passes dele. Muito gostava eu de saber onde estão aqueles que
no início da época diziam que o Cardozo podia ir embora à vontade, porque
tínhamos o Lima…
Acabámos por fazer história ao triunfar pela 1ª vez em Bruxelas e, com o
golo do PSG perto do fim, igualámos o Olympicos com 7 pontos. Veremos o que
acontecerá quando recebermos os franceses, mas pelo menos a Liga Europa já está
garantida. E, se se confirmar a ida, a presença em Turim terá de ser um
objectivo.
domingo, novembro 24, 2013
Lisonjeiro
Um golo solitário do Matic aos 73’ permitiu-nos derrotar o Braga na Luz
(1-0) e somar três pontos muito importantes, porque o Nacional fez o grande
favor de empatar em casa do CRAC (1-1) e assim estamos agora a apenas um ponto
do clube que envergonha o desporto.
Com o Jorge Jesus a iniciar a suspensão de 30 dias pelo tremendo disparate
que fez em Guimarães, tivemos outra baixa de peso, porque o enorme Tacuara também não jogou devido a uma
lombalgia. Seja por um motivo ou por outro, o que é certo é que a nossa
exibição deixou muito a desejar. Pouca velocidade, transições demasiado lentas,
falta de esclarecimento nas jogadas atacantes e jogadores em baixa de forma constituíram
uma mescla difícil de ultrapassar. Não foi de espantar, portanto, as raras
oportunidades que tivemos na 1ª parte (só um remate do Matic ao lado quando
estava em boa posição) e ainda vimos o Éder atirar uma bola ao nosso poste.
Na 2ª parte, tivemos inevitavelmente que melhorar e a velocidade já foi
superior, mas tornou a ser o Braga a criar outra vez grande perigo com novo
remate à barra do Rafa (está ali um jogador muitíssimo interessante, que se
calhar devêssemos manter debaixo de olho) e o Alan a obrigar o Artur a uma
grande defesa. Quanto a nós, só o Ivan Cavaleiro proporcionou ao Eduardo uma
defesa mais difícil. Até que aos 73’, as suas pernas longuíssimas permitiram ao
Matic roubar uma bola ao médio-defensivo do Braga no seu meio-campo e o sérvio
rematou depois na passada à entrada da área fazendo o único golo do encontro.
Estava a ver o caso muito complicado e este golo caiu-nos do céu. Até final,
conseguimos controlar o adversário e defender bem a nossa baliza (ao menos uma
vez na vida!).
Em termos individuais, destaque óbvio para o Matic pelo grande golo e por
ter conseguido empurrar a equipa para a frente na 2ª parte. O Enzo Pérez também
não consegue jogar a baixa rotação e o Gaitán só se mostrou na 2ª parte. Alguém
explique, por favor, ao Djuricic e Markovic que isto no Benfica é para dar os
100% qualquer que seja o adversário! Porque não interessa o adversário,
interessa é que eles estão a vestir a camisola do Glorioso! Para (não) mostrar
esta vontade, mais valia colocar os jovens da equipa B. E só mais uma coisa:
espero que depois de quatro(!) centros para a linha lateral do lado contrário,
alguém coloque o Sílvio uma hora depois de cada treino a fazer centros para
dentro da área… Obrigado.
Não tenho problemas nenhuns em admitir que não só o resultado foi muito
melhor do que a exibição, como até foi lisonjeiro para nós, porque feitas as
contas o Braga criou mais perigo no jogo. Mas, paciência, como se diz “o
futebol é assim mesmo” e, como já aqui referi várias vezes, farto de fazer
exibições magníficas sem ganhar nada no final (como no ano passado) estou eu!
Confesso que já dava este campeonato como perdido, mas voltou tudo à estaca
zero com o segundo empate consecutivo do CRAC. É obviamente imperioso que
cheguemos à última jornada na pocilga já campeões (senão, um qualquer Proença
ou Kelvin desequilibram a balança), pelo que ainda estamos a haver cinco
pontos.
quarta-feira, novembro 20, 2013
Estratosférico
Voltámos a vencer a Suécia, desta feita em Estocolmo por 3-2, e estamos
qualificados para o Mundial 2014 no Brasil. Aliás, o resultado deste play off bem podia ser Ibrahimovic – 2 –
C. Ronaldo – 4, já que foram as duas grandes figuras das respectivas equipas a
marcar os golos da eliminatória.
Portugal voltou a entrar muito concentrado, à semelhança do jogo na Luz, e
controlou completamente a partida na 1ª parte. O Hugo Almeida conseguiu a proeza de falhar um golo de
cabeça com a baliza aberta e o C. Ronaldo teve dois remates perigosos que
poderiam ter tido melhor direcção. O nulo ao intervalo era de certo modo
lisonjeiro para os suecos. A 2ª parte foi um hino ao futebol: marcaram-se os
cinco golos, houve cambalhotas no marcador e emoção a rodos. Uma óptima
abertura do João Moutinho desmarcou o C. Ronaldo, que com um remate potente de
pé esquerdo fez o 0-1 aos 50’. Alguns pensaram que a eliminatória estava
decidida (eu, pessimista por natureza, claro que não), mas o Ibrahimovic fez
dois golos em quatro minutos (68’ e 72’) e lançou a incerteza no play off (no segundo, pareceu-me que o
Rui Patrício poderia ter feito melhor). Só que o C. Ronaldo resolveu dissipar
todas as dúvidas com golos aos 77’ e 79’, depois de boas aberturas do Hugo
Almeida e João Moutinho, respectivamente. E, até final, ainda poderia ter feito
o seu quarto golo, mas atirou ao lado numa bola bastante mais fácil do que
qualquer outro dos três golos que marcou.
Não há volta a dar: o homem pode ser (e é ou, pelo menos, é a imagem
pública que transparece) um vaidoso e presunçoso do pior (o “eu estou aqui”
depois dos golos é sintoma disso mesmo), mas é um jogador de outro planeta e
ainda bem que faz parte da nossa selecção. Não são só os números (à vista de
todos) que lhe certificam já um lugar no Olimpo do futebol, é principalmente o
facto de se superar nestes jogos em que tem os olhos do mundo todos postos
nele. Atinge verdadeiramente outra dimensão quanto mais pressionado está e isso
não é definitivamente para todos. Independentemente da sua maneira de ser (que
eu não gosto mesmo nada, faz-me sempre muita impressão a falta de humildade,
mesmo de quem tem todas as razões para não a ter), é um enorme privilégio poder
tê-lo visto (e continuar a vê-lo) jogar à bola. Outro que esteve em grande
plano foi naturalmente o João Moutinho, com duas brilhantes assistências e centenas de quilómetros percorridos.
Mas, em geral, todos os jogadores estiveram muito concentrados e a exibição da
selecção foi muito boa.
Mérito total para o Paulo Bento (que, volto a dizer, espero ver no banco do
Glorioso um destes dia), que conseguiu novamente colocar uma selecção com um
jogador de dimensão planetária, mais um ou outro de expressão mundial, mas a
maioria apenas com um nível médio numa grande competição. Uma vez chegados ao
Brasil, veremos até onde poderemos chegar. Em primeiro lugar, a fase de grupos,
em que, se seguirmos a lógica das últimas competições em que estivemos
presentes, seria bom que nos calhasse um sorteio difícil. Não vamos embandeirar
em arco com este jogo épico (a Suécia mostrou que é o Ibrahimovic e pouco mais)
e achar que de repente seremos candidatos ao título mundial, mas citando o
único seleccionador que nos últimos 18 anos conseguiu
falhar uma qualificação para uma grande competição, julgo que poderemos fazer
“coisas bonitas”.
Parabéns, Portugal!
sábado, novembro 16, 2013
Importante vantagem
Um bonito golo do Cristiano Ronaldo de cabeça aos 83' permitiu-nos fazer história e derrotar a Suécia (1-0) pela primeira vez em nossa casa. Colocou-nos igualmente em vantagem no play off de acesso ao Mundial de 2014, que espero seja confirmada na próxima 3ª feira em Estocolmo.
A 1ª parte foi equilibrada com duas boas oportunidades (uma para cada lado), mas o João Moutinho atirou ao lado depois de contornar o guarda-redes e o Rui Patrício fez uma boa defesa a um remate perigoso. No 2º tempo, o jogo foi totalmente nosso: tivemos alguns lances que nos poderiam ter dado a vantagem e os suecos mal passaram do meio-campo. A justiça fez-se já próximo do final e ainda poderíamos ter alargado a vantagem com um cabeceamento do C. Ronaldo ao poste.
A Suécia só mostrou alguma coisita na 1ª parte, mas a partida de lá avizinha-se bastante difícil. Já disse por várias vezes que gosto do Paulo Bento e, mesmo apesar de alguma corja que circunda à volta da Federação, é óbvio que prefiro um Mundial com Portugal. Vamos lá tratar disso na próxima semana, sff!
A 1ª parte foi equilibrada com duas boas oportunidades (uma para cada lado), mas o João Moutinho atirou ao lado depois de contornar o guarda-redes e o Rui Patrício fez uma boa defesa a um remate perigoso. No 2º tempo, o jogo foi totalmente nosso: tivemos alguns lances que nos poderiam ter dado a vantagem e os suecos mal passaram do meio-campo. A justiça fez-se já próximo do final e ainda poderíamos ter alargado a vantagem com um cabeceamento do C. Ronaldo ao poste.
A Suécia só mostrou alguma coisita na 1ª parte, mas a partida de lá avizinha-se bastante difícil. Já disse por várias vezes que gosto do Paulo Bento e, mesmo apesar de alguma corja que circunda à volta da Federação, é óbvio que prefiro um Mundial com Portugal. Vamos lá tratar disso na próxima semana, sff!
domingo, novembro 10, 2013
Óscar Tacuara Cardozo
Eliminámos os lagartos da Taça de
Portugal ao derrotá-los por 4-3 após prolongamento. Os três últimos jogos com
eles para esta competição foram absolutamente de loucos, mas felizmente ao
contrário do anterior neste coube-nos sorrir no fim.
A 1ª parte foi muito calculista da nossa parte. Marcámos relativamente cedo
(12’) através do Cardozo (que esteve em dúvida até à hora do jogo, mas ainda
bem que jogou mesmo!) num livre em que fez a bola passar por baixo da barreira,
que saltou em conjunto porque esperava um remate por alto. Demos a iniciativa à
lagartada, que todavia era incapaz de
criar perigo. Excepção feita a um lance aos 37’, em que o Capel surgiu sozinho
na área depois de um centro da direita e atirou sem hipóteses para o Artur. Só
que a nossa resposta foi avassaladora. Perdão, a resposta do melhor avançado
estrangeiro de toda a nossa história: em três minutos (42’ e 45’), o fabuloso
Cardozo fez dois golos correspondendo de cabeça a um centro do Gaitán e depois rematando
à meia-volta depois de uma assistência do Rúben Amorim. Chegávamos ao intervalo
com uma vantagem de dois golos, mas que infelizmente se revelou demasiado curta
nos 90’.
Entrámos bem na 2ª parte, a pressionar a lagartada mais acima e consequentemente a jogar mais no meio-campo
deles. No entanto, não conseguimos dar o golpe
de misericórdia com um quarto golo e a partida voltou a estar aberta com o
3-2 aos 62’ através do Maurício que se antecipou ao Luisão num canto. Na última
meia-hora de jogo, tivemos excelentes ocasiões com uma bola do Markovic
cabeceada ao poste e uma boa defesa do Patrício a outro remate do Cardozo.
Entretanto, o Rúben Amorim lesionou-se e entrou o Ivan Cavaleiro, que teve dois
erros crassos: num contra-ataque a nosso favor tentou fintar para dentro em vez
de ir para a baliza, perdendo naturalmente a bola; pior do que tudo, empurrando
um adversário que estava de costas para a baliza (de costas para a baliza, por
amor de Eusébio!!!) e provocando uma falta muito perigosa contra nós aos 92’.
Centro para a área, o Garay falha o corte e o Slimani faz o 3-3. Era um golpe
de teatro algo injusto, porque nós tivemos mais e melhores oportunidades.
Tenho que admitir que fui para o prolongamento muito pessimista, porque não
só o ânimo estava do lado da lagartada,
como em termos físicos era suposto estarem melhores já que estiveram isentos das provas europeias esta
semana. Aos 98’, o Duarte Gomes não viu um penalty evidente sobre o Luisão (foi
mais que agarrado e puxado na área!), que mesmo assim conseguiu cabecear para a
baliza, com o Patrício a dar um frango
inacreditável ao deixar a bola passar por entre as pernas. Confesso que foi a
primeira vez na vida que eu não festejei logo um golo do Benfica, até porque
nem vi a bola entrar na baliza: vejo o penalty sobre o Luisão, ia tendo um AVC
quando percebo que o árbitro não o marcou logo e ia falecendo quando o vejo
apontar para o lado contrário da baliza, porque estava a achar inacreditável
que ele transformasse um penalty a nosso favor em falta atacante! Afinal,
estava a apontar para o meio-campo a dar a sinalética de golo… Foi um festejo
quase em diferido! Até final do prolongamento, a lagartada só teve mais uma oportunidade com um cabeceamento do
Slimani a rasar o poste, enquanto nós voltámos a atirar outra bola ao poste
pelo André Gomes (na sequência de um lance em que o Patrício faz bem a mancha ao Ivan Cavaleiro, que estava
sozinho perante ele). O Rojo ainda levou um segundo amarelo e, como é costume
contra nós, a lagartada queixa-se de
não-sei-quantos penalties a favor deles.
Em termos individuais, os três primeiros destaques são inevitavelmente para
o Óscar, para o Tacuara e para o
Cardozo! Mais três golos à lagartada e
já são 13 em 18 partidas! Não só é o melhor avançado estrangeiro da nossa
história, como é o melhor avançado que tivemos nos últimos 30 anos. De longe! É
um enorme privilégio tê-lo na nossa equipa e é preciso ser-se desprovido de uma
himalaica dose de inteligência para não se gostar dele. Ou disso ou de uma
cegueira profunda ainda não diagnosticada. Pessoalmente, já desisti de
argumentar com pessoas que não gostam dele: é inútil tentar discutir com quem
acha que 2+2 não são quatro! Grande jogo igualmente do Gaitán e do Enzo Pérez,
que saiu completamente roto. Infelizmente, o Ruben Amorim lesionou-se, porque
estava também a ser dos melhores e o nosso meio-campo a três nestes jogos mais
complicados será uma tendência a seguir para o futuro. Pela negativa, o facto
de termos sofrido três, t-r-ê-s(!) golos iguais, em lances de bola paradas em
apenas quatro dias. Cada canto ou livre contra nós é quase um penalty nos dias
que correm… Sinceramente, não sei o que se passa, mas parece-me que o nítido
abaixamento de forma do Garay está relacionado com isto (na Grécia e no 3º golo
de hoje, a culpa é claramente dele). Uma última coisa: eu acho que o Ivan
Cavaleiro tem muito potencial e sinceramente até gosto dele, mas alguém o
avise, por favor, que um adversário de costas para a baliza não pode criar
perigo?! E que, portanto, é de uma estupidez atroz empurrá-lo e fazer uma falta
perigosa. Ainda por cima, no último minuto de jogo…! Muito obrigado.
Esta vitória coloca-nos nos oitavos-de-final da Taça e terminar a época com
uma conquista no Jamor tem que ser um objectivo primordial (até porque todos nós
temos a final do ano passado atravessada na garganta!). As competições
nacionais vão parar agora para o play-off
da selecção e espero que esta paragem nos possa ser benéfica para que a equipa
se apresenta mais fresca nos próximos compormissos.
quarta-feira, novembro 06, 2013
Inglório
Perdemos em Atenas frente ao Olympiacos (0-1) e vamos dizer adeus à Liga
dos Campeões. Uma inacreditável falha defensiva (especialmente do Garay) num
canto e seis(!) defesas de golo do Roberto explicam que a melhor exibição da
época tenha resultado numa derrota.
Não há muito mais que se possa dizer num jogo que só me fez lembrar este,
embora com a diferença que não atirámos nenhuma bola ao poste. Entrámos bem com
óptimas oportunidades do Cardozo e Markovic, este isolado, mas foram os gregos
a fazerem o golo solitário aos 13’ na primeira das duas oportunidades que
tiveram. Abanámos um pouco até ao intervalo, mas mesmo assim o Matic teve uma
desconcentração imperdoável num canto a nosso favor (julgou que estava
fora-de-jogo) e atirou de calcanhar quando tinha só o Roberto pela frente.
A 2ª parte foi igual à 1ª e vimos o Roberto salvar golos certos do Markovic
(novamente), Sílvio e duas vezes ao Djuricic. E ainda defendeu um bom remate do
Enzo Pérez! Foi uma exibição inacreditável que não via um guarda-redes fazer há
já muito tempo. Mas, da mesma maneira que o Beto não se tornou um jogador
bestial quando marcou ao Manchester United, eu não me esqueço das frangalhadas
que o Roberto nos presenteou enquanto esteve cá: que continue pela Grécia ou
por Madrid, mas longe de nós, de preferência. A segunda oportunidade do
Olympiacos resultou de um contra-ataque já muito perto dos 90’, que felizmente
foi conduzido pelo Salino e que foi bem contrariado pelo Maxi. Para piorar
tudo, ainda vimos o Cardozo se lesionar e vamos lá a ver quando tempo é que
vamos ficar sem ele.
Em termos individuais, gostei muito do Ruben Amorim (no tridente do
meio-campo com o Matic e Enzo Pérez) e do Gaitán (já se sabe que nos jogos da Champions a motivação é outra…). O
Sílvio fez a estreia num jogo a sério, a lateral-esquerdo, e o melhor que se
pode dizer é que não destoou. A defesa não foi grandemente posta à prova e o Artur
não fez uma única defesa.
Sejamos realistas: é praticamente impossível o Olympicos não ganhar em casa
ao Anderlecht na última jornada, quando disso depende a sua qualificação. E
basta-lhe três pontos para se apurar para a próxima fase. Quanto a nós, é
ganharmos em Bruxelas na próxima jornada para selarmos o 3º lugar e começarmos
a pensar em ir a Turim lá para Maio. É obviamente uma desilusão não nos
apurarmos para a fase seguinte da Liga dos Campeões, ainda por cima estando no
pote 1, mas eu já disse várias vezes que oitavos e quartos da Champions não são títulos e eu prefiro
mil vezes ir a uma final (e ganhá-la, já agora!) da Liga Europa. A final da Champions é na nossa casa, mas no estado
actual do futebol europeu sempre foi uma utopia irrealista pensar em lá chegar.
Concentremo-nos é no campeonato e deixemo-nos de sonhos desfasados da
realidade.
sábado, novembro 02, 2013
Antes assim
Vencemos categoricamente em Coimbra (3-0) numa partida em que o resultado
foi melhor do que a exibição. No entanto, depois de duas épocas em que
apresentámos indiscutivelmente o melhor futebol, mas que terminaram da maneira
que terminaram, se esta nossa pouca exuberância não equivaler a resultados
menos conseguidos ficarei obviamente satisfeito na mesma.
Entrámos bem na partida, mas foi sol de pouca dura. Não chegámos a criar
oportunidades flagrantes de golo, até que o Cardozo resolveu atirar uma bomba de fora da área aos 34’ e desatou
um nó que ameaçava tornar-se complicado. Ainda por cima, porque três minutos
depois o mesmo Cardozo foi ensanduichado
na área depois de um centro do Gaitán, mas a bola bateu na cabeça de um defesa
e entrou na baliza. Ou seja, roubaram-nos
um golo ao Cardozo de penalty! Até ao intervalo, a Académica ainda fez um
remate perigoso, mas o Artur confirmou a sua subida de forma com uma boa
defesa.
A 2ª parte foi o que se esperava: nós não acelerámos quase nada (já em pensar
no Olympiacos) e o adversário também não mostrou argumentos para nos criar
problemas. Mesmo assim, uma diferença de dois golos preocupa-me sempre, porque
basta um lance fortuito para colocar em dúvida um jogo que devia estar ganho.
Felizmente isso não aconteceu e, de facto, parece que estamos a melhorar em
termos defensivos. O Jesus lançou o Markovic a meia-hora do fim e o sérvio deu
uma pincelada de classe aos 87’ num magnífico chapéu, depois de uma abertura fantástica do Ruben Amorim. Um golo
fabuloso!
Em termos individuais, inevitável novo destaque para o Cardozo: sexto golo
nos últimos sete jogos (é pena só marcar um por jogo…) e está possivelmente na
melhor forma de sempre desde que chegou ao Benfica (eu sei que não é fácil). É
que não são só os golos, são as tabelinhas que lhe saem invariavelmente bem e
as bolas ganhas de cabeça que se transformam em passes para os colegas.
Proponho que doravante empurre sempre o treinador no final de cada época! :-) O
Enzo Pérez continua sempre em alta e
os centrais, particularmente o Luisão, estiveram igualmente bem. Ao invés, o
Lima permanece irreconhecível.
Três pontos importantes num terreno onde não ganhávamos há três anos (com
duas das maiores roubalheiras que me lembro nos últimos tempos) e agora
resta-nos esperar pelo que irão fazer os rivais. Este mês de Novembro vai ser
de loucos (Olympiacos, lagartada,
Braga e Anderlecht) e vai definir alguma coisa do que será a nossa época.
P.S. – Já imaginaram o que estaria a ser a nossa época se tivéssemos
cometido o enorme disparate de deixar sair o Tacuara…?!
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