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quarta-feira, agosto 15, 2007

O Maestro, pois claro!

Já o disse aqui e volto a repetir: I pity you, seus pobres de espírito, que não compram um cativo na Luz quando sabem que o Rui Costa faz parte do plantel. Perderão a oportunidade, certamente irrepetível durante muitos anos, de ver ao vivo um dos poucos jogadores mundiais que aliam o amor à camisola com uma tremenda classe. Graças aos dois golos do maestro ganhámos (2-1) ao Copenhaga na 1ª mão da pré-eliminatória da Liga dos Campeões. O resultado é bastante perigoso, mas será uma vergonha se não conseguirmos a qualificação, porque temos muito mais potencial do que os dinamarqueses (e ainda por cima o Gronkjaer não vai jogar, por causa dos amarelos).

A novela Manuel Fernandes marcou a equipa, porque o Katsouranis não dá, nem de perto nem de longe, o mesmo rendimento atacante. Invariavelmente passa para o lado e para trás, além de parecer em má condição física. Só melhorou quando recuou para defesa após a saída do Luisão (na enésima lesão muscular deste plantel...). Não fizemos um grande jogo, mas fomos a única equipa a querer ganhá-lo. O problema é o que já referi em posts anteriores: com a saída do Simão não há ninguém para acelerar o jogo a meio-campo, o que faz com que as jogadas sejam todas muito previsíveis. Ou há um lançamento directamente para os avançados ou então demoramos séculos a chegar a uma zona de remate. Na 1ª parte, para além do golo do Rui Costa aos 25’ (com a ajuda do guarda-redes), só uma cabeçada ao lado do Cardozo criou perigo. Os dinamarqueses estavam fechados a sete chaves e só se viam no ataque em lances de bola parada. Até que a lesão do Luisão, e a demora na substituição (porque é que ele não se atirou para o chão para ganhar tempo para o aquecimento do colega de equipa?), fez com que chegasse o empate aos 35’. Um mau alívio do defesa brasileiro colocou a bola no extremo Hutchinson, que rematou sem hipóteses para o Quim. Logo a seguir, o Fernando Santos lançou o norte-americano Freddy Adu, que mostrou que ainda precisa de crescer muito, já que ainda é bastante brinca na areia e pouco objectivo a jogar. Ainda por cima, só tem uma semana de treinos com o plantel. Por tudo isto, eu teria preferido colocar o Nélson a extremo, mas enfim.

Na 2ª parte entrou o Fábio Coentrão para o lugar do Bergessio (muito esforçado, mas pouco consequente) e passámos a jogar em 4-3-3. Continuávamos sem jogar bem, mas o Cardozo teve duas boas hipóteses para marcar, com uma cabeçada e um excelente remate de fora da área que o guarda-redes defendeu para canto. O Coentrão não entrou mal, mas continua a atirar-se demasiado para o chão, o que fez com que o árbitro não assinalasse algumas faltas que existiram mesmo sobre ele. Já na fase do desespero entrou o Nuno Gomes para o lugar do Nuno Assis (que fez uma boa 1ª parte, mas baixou imenso na 2ª) e foi a cinco minutos do fim que o maestro teve um remate de raiva e fez o segundo golo. A maneira como festejou e as emoções que demonstrou fazem dele, de facto, um jogador único. É um privilégio poder vê-lo espalhar o seu benfiquismo dentro do campo mesmo à minha frente. Continuem a ficar no sofá que não sabem o que perdem!

Individualmente pouco mais existiu que o Rui Costa. Todos parecem um pouco presos de movimento. Mas o Cardozo, ao qual poucas bolas chegaram em condições, mostrou mais uma vez que é um grande reforço. O remate de fora da área é brilhante. O Luís Filipe raramente subiu no terreno (ordens?) e teve uma 2ª parte desastrada. Penso que o Nélson deverá voltar à titularidade frente ao Leixões. A defesa esteve muito insegura e foi diversas vezes batida em lances aéreos, embora o Léo tenha sido o lateral mais ofensivo (só que lhe falta o Simão para passar a bola...). No meio-campo, o Petit também ainda não está na forma ideal e o Nuno Assis não é constante (o Karagounis faz imensa falta).

Estou muito preocupado com isto, porque não há meio de fazermos uma exibição convincente. Para além disso, só temos quatro(!) jogadores para o meio-campo, que são os que alinharam hoje, porque o Adu e o Di Maria, já não falando na sua juventude, precisam naturalmente de se adaptar. A boa notícia é que finalmente encontrámos um ponta-de-lança a sério, mas se não for servido em condições não nos serve de nada. Precisamos URGENTEMENTE de mais um central e um médio, mas daqueles que possam dar garantias de rendimento imediato. Já basta de remendos e de contratações de jogadores para serem dispensados pouco depois. A planificação desta época foi lamentável e por muito que eu não goste do Fernando Santos (e não gosto), não posso deixar de sentir pena por ele. Qual é a estratégia que sobrevive à perda de um jogador nuclear a 24 horas de uma partida importantíssima?!

4 comentários:

Pedro Malaquias disse...

O R. Costa marcou os golos (o que não é pouco). De resto, esteve mal, como toda a equipa (excepto Cardozo). Espero que o Adu seja muitíssimo diferente do que demonstrou hoje.

Anónimo disse...

I pity you, seus pobres de espírito, que compram um cativo na Luz quando sabem que o Santolas é o treinador.

Dinheiro deitado à rua. Mais uma época perdida.

Pedro Soares Lourenço disse...

…acho infame a forma como Rui Costa comemorou o segundo golo e explico porquê no sitio do costume.

S.L.B. disse...

Pedro Malaquias: o Rui Costa NUNCA "está mal". Às vezes, joga menos bem, o que nem sequer foi o caso deste jogo.

Starblade: tu colocas o teu ódio ao Fernando Santos à frente do teu amor ao Benfica e ao prazer que é ver o Rui Costa jogar ao vivo. Eu não. São opiniões.

Pedro Soares Lourenço: já te respondi no teu post. Percebeste mal o gesto do Rui. E dizer que ele é medíocre faz-me duvidar seriamente da tua capacidade de analisar futebol.