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terça-feira, fevereiro 27, 2007

Importante

Vencemos o Paços de Ferreira por 3-1 e aumentámos a distância frente aos lagartos, que empataram em casa com o Aves, para três pontos. Além disso, voltámos a colocar-nos a quatro pontos do clube regional. Quando perto do intervalo, o Paços de Ferreira conseguiu um (injusto) golo, reduzindo a nossa vantagem para 2-1, o Sr. Paulo Paraty viu aí uma grande possibilidade de ajudar o clube da sua cidade a distanciar-se mais na frente. A diferença na arbitragem da 1ª para a 2ª parte foi abissal. Desde o Sr. Carlos Xistra que não me indignava tanto com um árbitro. Felizmente, o Simão fez o 3-1 aos 66’ e aí acabaram-se as esperanças quer do Paços de Ferreira quer do árbitro. Tenho a certeza que o resultado final jamais seria 2-1, ou marcávamos nós ou o árbitro dava um empurrãozinho ajudado certamente por alguma fruta...

O Nuno Gomes voltou à equipa e foi a única novidade em relação aos titulares de Bucareste. Voltámos a fazer uma excelente exibição na 1ª parte, tal como aconteceu no jogo frente ao Boavista. Foram 35’ a grande velocidade e em que marcámos dois golos, ambos bastante especiais: aos 8’ o Simão voltou a marcar de livre directo (sinceramente não me lembro da última vez que o terá feito) e aos 33’ o Nuno Gomes pôs fim ao jejum de golos para o campeonato, com um cabeceamento “à ponta-de-lança” depois de uma excelente jogada individual do Karagounis. Para além destes golos, ainda criámos mais oportunidades: o Miccoli permitiu duas grandes defesas ao guarda-redes (mas o árbitro só viu a segunda, já que na primeira não assinalou canto), embora numa delas tivesse obrigação de ter marcado já que estava isolado, mas em vez de desviar a bola tentou o remate em potência, e o Luisão voltou a falhar uma cabeçada num canto (tal como em Bucareste). A equipa pressionava muito o adversário, não o deixando ter espaços para sair em contra-ataque. O nosso meio-campo, com especial destaque para o Petit, fazia uma marcação muito cerrada a quem tinha a bola. Só que contra todas as expectativas, o Paços marcou antes do intervalo, na sequência de um canto depois de um grande remate do Geraldo (que não volta a fazer outro igual na carreira) e uma boa defesa do Quim. Mas no canto, a equipa, guarda-redes incluído, estava toda a dormir e permitimos a redução da nossa vantagem. Ou seja, passámos de um jogo que já deveria estar ganho, e até com mais de dois golos de diferença, para uma situação de vantagem mínima.

Na 2ª parte, o Paços entrou melhor e nós estivemos enervados na parte inicial por causa da arbitragem miserável do Sr. Paraty. Sinceramente, eu estava a ver o caso mal parado, porque nós não entrámos tão bem como na 1ª parte e o árbitro estava a conduzir habilidosamente o jogo para tornar viável o empate: faltas a nosso favor não marcadas (e numa delas o empate esteve mesmo à vista, quando um empurrão ao Luisão não foi sancionado, e na sequência da jogada a bola passou a rasar o poste do Quim), faltas contra nós inventadas, jogo duro do Paços não sancionado, etc. Foi um fartar vilanagem. Felizmente, o Simão resolveu bisar depois de uma boa jogada do Miccoli, em que este cruzou quase para cima da baliza e o nosso capitão (que não estava fora-de-jogo, acrescente-se, estava “em linha”) só teve que empurrar de cabeça. O Paços não se deu por vencido e até ao fim ainda podia ter marcado mais um golo. Por outro lado, apesar dos dois golos de vantagem, eu também não estava muito descansado, porque não sabia quando é que o Sr. Paraty ia fazer das suas. E um golo deles tornaria tudo incerto outra vez. Mas isso não aconteceu e alcançámos uma vitória mais que justa.

A equipa voltou a estar globalmente bem, com os destaques habituais para o Simão, Luisão (que levou um amarelo e por isso não joga na Vila das Aves, e ainda bem porque estava tapado e o jogo frente ao clube regional é já daqui a quatro jornadas) e o Petit. Os dois gregos complementam-se: o Katsouranis não se mexe muito em campo, mas também não precisa, está sempre no caminho da bola, enquanto o Karagounis está em excelente forma (fez uma 1ª parte magistral), corre bastante e raramente se deixa desarmar. O Nuno Gomes regressou aos golos e espero que a confiança lhe volte em definitivo, e o Miccoli parece muito bem fisicamente (correu o jogo todo), mas voltou a não estar feliz na hora de rematar à baliza. O Anderson está a subir de forma (já só faz duas faltas de apoiar-se no ponta-de-lança contrário por jogo) e o Léo é o pêndulo do costume. O Nélson mostrou a sua pouca confiança, ao preferir correr para a linha quando estava dentro da área e numa excelente posição para rematar à baliza, mas defensivamente não esteve mal. O Quim teve duas saídas em falso, mas fez uma boa defesa já no final do jogo.


Espero que tenhamos entrado em velocidade de cruzado no que às vitórias diz respeito. Mas temo que bastará um jogo com um resultado negativo (como aconteceu frente ao Varzim) para que venhamos abaixo psicologicamente. A não ser que essa partida tenha sido deixada perder (tal como frente ao CSKA há dois anos) por causa da sobrecarga de jogos que daí adviria se ganhássemos. Estava a ser mais difícil do que se supunha e a equipa ter-se-á deixado andar. Temos tudo para ir longe na Taça Uefa e no campeonato é fundamental não perder pontos até recebermos o clube regional, mas temos que nos manter estáveis a nível exibicional. No entanto, e apesar das oscilações, o que é certo é que somos a equipa que está a jogar melhor futebol neste momento.

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Obrigação

Fizemos o que era suposto e eliminámos o Dínamo Bucareste ao vencer na casa deles por 2-1, depois de estarmos a perder por 1-0 ao intervalo. Deste modo, estamos nos oitavos-de-final da Taça Uefa e vamos defrontar o PSG pela primeira vez (!) na nossa história em jogos oficiais. Não fizemos nada mais para além do nosso dever, já que a diferença de classe entre nós e os romenos é abissal. Além disso, com a vitória contribuímos com mais dois pontos para o ranking de Portugal na Uefa e conservámos definitivamente o 6º lugar, já que ambas as equipas romenas foram eliminadas.

O Fernando Santos inovou no onze inicial ao incluir o Derlei em vez do Nuno Gomes. Confesso que não gostei muito de saber isto, porque estes rasgos inovatórios dos técnicos nos jogos europeus muitas vezes dão mau resultado (com as devidas diferenças, lembro-me sempre da titularidade do Costa no clube regional, quando era treinado pelo Oliveira e foi levar 4-0 a Manchester). Apesar de o Nuno Gomes estar em crise de golos, no Funchal, e com a companhia do Miccoli, tinha-se mostrado um jogador (ainda mais) útil nas tabelinhas, algo que seria essencial em Bucareste para podermos chegar com perigo à área contrária. No entanto, a opção pelo brasileiro acabou por resultar, apesar de ele não ter feito uma exibição de encher o olho. Começámos o jogo a controlá-lo a nosso bel-prazer, mas chateei-me logo aos 10’, quando desaproveitámos uma situação de 3 para 1! É inadmissível que não tenhamos acabado logo ali com a eliminatória, por falha de concentração na altura de passar a bola (o que é tão mais grave, quanto os jogadores envolvidos eram o Derlei, Simão e Miccoli). O italiano acabou por rematar, mas já não nas condições ideais e a bola foi interceptada por um defesa.

O jogo seguia lento, mas na única (!) jogada de jeito em todo o jogo, os romenos marcaram aos 23’. Passe para a área e entrada em diagonal no meio dos centrais do Munteanu, que passou a bola por baixo do Quim. A eliminatória estava empatada, mas custava-me a acreditar como isto era possível, já que éramos muito melhor que eles. Não reagimos bem ao golo e só voltámos a criar perigo a cinco minutos do intervalo. E logo em dose tripla (Derlei, Simão e Katsouranis), mas o guarda-redes Lobont esteve bem nas três ocasiões. Apesar do resultado, não estava muito apreensivo, porque a nossa superioridade era muito grande e jogos como contra o Boavista não acontecem sempre.

A 2ª parte foi praticamente iniciada com o golo do empate. O Anderson estreou-se a marcar esta época (finalmente!) com um remate de cabeça, na sequência de um canto do Simão aos 50’. Foi bom para que pudéssemos acalmar, mas infelizmente isto não aconteceu logo, já que os romenos reagiram bem e colocaram a nossa defesa, mais uma vez imperialmente comandada pelo Luisão, em dificuldades. Não conseguíamos manter a posse de bola e, se bem que o Dínamo não tivesse nenhuma oportunidade descarada de golo, iríamos sofrer até ao fim se o jogo continuasse daquela maneira, até porque ainda faltava muito tempo. E, na eventualidade de sofrermos um golo, as coisas poder-se-iam complicar. Estava na cara que um tento nosso mataria de vez a partida e felizmente isso aconteceu aos 64’. Outro canto do Simão e desta vez foi o Katsouranis (que tinha tido uma série de más intervenções minutos antes, incluindo um atraso idiota ao Quim, o que me fez pedir a sua substituição, até porque me parecia cansado e não recuperava defensivamente tanto quanto deveria; o futebol é uma arte estranha!) a concretizar, num golo muito semelhante ao que obteve na casa do clube regional. Estávamos definitivamente apurados e o objectivo agora era manter a vitória no jogo. Até final tivemos mais algumas situações que poderiam ter dado em golo, nomeadamente um chapéu do Miccoli que foi uma pena não ter entrado, mas o resultado manteve-se.

Começa a tornar-se repetitivo, mas não há nada a fazer. Os destaques vão para os suspeitos do costume, Simão e Luisão, desta feita muito bem acompanhados pelo Petit que fez um jogo enorme ao cortar inúmeras bolas a meio-campo. O capitão fez duas assistências e dinamizou todo o nosso ataque, e o brasileiro cortou praticamente todas as bolas na sua área de jurisdição. O Quim não teve grande trabalho, o Anderson está finalmente a subir de forma, o Léo não sabe jogar mal, mas o Nélson voltou a não estar ao seu nível, com algumas perdas de bola a meio-campo que poderiam ter sido comprometedoras. Quanto aos gregos, desta vez o Karagounis esteve melhor que o Katsouranis (apesar do golo deste), o Derlei subiu na 2ª parte e o Miccoli criou perigo, está nitidamente a subir de forma, mas não esteve feliz na altura do remate.


O jogo da 1ª mão em Paris é numa data muito especial para mim. Espero que o Benfica faça o que fez naquele dia há precisamente um ano. E, se o meu plano correr bem, estarei lá ao vivo para assistir a tudo!

domingo, fevereiro 18, 2007

Miccoli decide

Conseguimos uma vitória importantíssima por 2-0 na casa do Nacional com dois golos do Miccoli, o que nos permitiu voltar ao 2º lugar já que os lagartos empataram em Paços de Ferreira. Foi uma exibição razoável, bastante melhor que a de 4ª feira passada, o que confirmou a nossa inconsistência exibicional deste ano. Basta um mau resultado (Boavista) para nos irmos abaixo e basta uma vitória (mesmo no último minuto) para que voltemos logo a jogar melhor.

Para entrar o Miccoli na equipa, o sacrificado foi o Karagounis. Todavia, não o foi por muito tempo, já que o Rui Costa saiu ainda antes do primeiro quarto-de-hora com problemas musculares. Vamos lá a ver se não fica mais três meses de fora... O equilíbrio foi apenas aparente em toda a primeira parte, porque nós rematámos muito mais vezes à baliza do Nacional, só que para não variar raramente acertámos na baliza. Acho inadmissível que os jogadores do Benfica não acertem na baliza em remates de fora da área com a bola dominada. Na única vez que o fizemos, o guarda-redes Diego Benaglio fez uma defesa magistral para o poste, num estoiro do Petit já muito perto do intervalo.

Na segunda parte, entrámos com mais velocidade e o Nacional deixou de ter tanta posse de bola. As substituições que eles fizeram, tirando médios para colocar avançados, também enfraqueceram o seu meio-campo e nós tivemos muito mais espaços para jogar. O único lance de perigo do Nacional foi um remate de fora da área que o Quim defendeu bem para canto. Já antes, numa boa triangulação no ataque entre o Simão, Nuno Gomes e Miccoli, este remata de primeira também para fora. Até que aos 62’ surgiu o nosso primeiro golo. O Nélson centra da direita, o Nuno Gomes amortece para o Miccoli, que levanta a bola e, sem a deixar cair, remata rasteiro e cruzado. Grande golo! A partir daqui controlámos ainda melhor a partida, já que o Nacional teve que arriscar mais e naturalmente abriu mais espaços atrás. Tanto assim foi que, apenas nove minutos depois, voltámos a marcar. Houve um livre a favor do Nacional, que a nossa defesa aliviou para a frente, o Miccoli ganhou a bola, bateu dois adversários, isolou-se e, só com o guarda-redes pela frente, consegui desviar a bola dele (embora este ainda lhe tivesse tocado), para dentro da baliza. Faltavam 20’ para o fim, mas não se estava a ver forma de não ganharmos o jogo. Demos a iniciativa aos madeirenses, mas um Luisão imperial cá atrás controlou todos os ataques adversários. Estes últimos minutos foram mais um treino activo para o difícil jogo de Bucareste.

Individualmente tenho que destacar o Miccoli e o Luisão. O italiano porque, à semelhança do que fez na 4ª feira passada, foi decisivo ao marcar os golos da vitória, apesar de não ter feito uma exibição de encher o olho (mas também para quê, quando se é tão eficaz?). O brasileiro porque foi intransponível para os adversários. O Simão continua bastante influente, mas felizmente parece que vai tendo companhia na qualidade das exibições. O Petit foi igualmente muito importante, ao ser o primeiro a travar as tentativas de ataques contrários. E viu-se bem a diferença da pressão que o nosso meio-campo faz com o Petit em comparação com o que aconteceu na 2ª parte do jogo frente aos romenos. O Katsouranis mal se dá por ele, mas é de um grande eficácia e opta sempre pela solução mais segura na altura de passar a bola. O Karagounis não entrou mal, apesar de ser a frio, e é bastante importante quando se trata de conservar a posse da bola. O Nuno Gomes esteve melhor que nos jogos anteriores na medida em que arriscou mais o remate, como se exige a um ponta-de-lança. Para além disso, abriu muitos espaços para os remates fora da área dos companheiros. O Nélson continua numa forma intermitente, mas hoje subiu mais do que no jogo anterior. Ao invés, o Léo esteve mais discreto em termos ofensivos, já que a defender raramente é batido. O Quim esteve bem e seguro, mas o Anderson continua a fazer-me sentir saudades do Ricardo Rocha.

Vejamos se recuperamos bem em termos físicos para Bucareste (espero que a lesão do maestro não seja grave), porque é fundamental continuarmos nas competições europeias. Estou relativamente optimista para o jogo, porque temos melhor equipa que os romenos.

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Vantagem mínima

Confesso que o jogo frente ao Dínamo de Bucareste me desiludiu bastante. Ganhámos por 1-0 com um golo do Miccoli no último minuto e estamos na frente da eliminatória, mas a nossa exibição deixou muito a desejar. Mostrámos pouca chama, muita confusão de ideias, equívocos tácticos e falta de condição física. Depois de uma série de jogos bem conseguidos, é incrível como é que uma derrota deita tão abaixo a equipa. E é também incrível como é que somente uma má exibição faz com que os adeptos deixem de ir em massa ao estádio. Pouco mais de 35.000 espectadores para um jogo de uma competição europeia é um número mau para nós (apesar de isto representar para outros o estádio praticamente cheio...). Infelizmente em Portugal, os adeptos só o são verdadeiramente nos bons momentos.

Entrámos com o mesmo onze que fez o jogão frente ao Boavista, mas cedo se percebeu que a dinâmica estava longe de ser a mesma. Durante a 1ª parte arriscámos muito pouco, parecendo que estávamos mais com medo de sofrer golos do que de marcá-los. Como o Dínamo de Bucareste também se recusou a atacar, o jogo foi bastante enfadonho. Criámos uma grande oportunidade aos 17’, mas o remate do Nuno Gomes na sequência de um bom centro do Simão foi bem defendido pelo guarda-redes. O meio-campo imprimia muito pouca velocidade na transição de bola, os jogadores da frente estavam muito marcados e tínhamos a péssima tendência de afunilar o jogo, pelo que raramente conseguimos chegar à baliza em condições de rematar.

Na segunda parte, entrou o Miccoli para o lugar do Petit (já com amarelo e vindo de lesão), mas não se notaram grandes melhorias, bem pelo contrário, durante os primeiros 15’. O Dínamo de Bucareste soltou-se mais e, com boas trocas de bola, conseguia chegar perto da nossa baliza, embora não criasse verdadeiras situações de golo. Depois deste quarto-de-hora inicial, voltámos a subir lentamente de produção e aos 69’ o Simão acertou pela primeira vez nesta época na baliza num livre directo, só que teve pontaria a mais e a bola foi à trave. Pouco depois entrou o Derlei para o lugar do Nuno Gomes, que está com um nível de confiança assustador (paradigmática aquela jogada em que, à entrada da área e em perfeitas condições de rematar, prefere passar a bola para o Léo que estava em fora-de-jogo). A 3’ do fim, o brasileiro teve um bom movimento de cabeça e a bola passou rente ao poste. Estávamos longe de mostrar o rolo-compressor como no jogo frente ao Boavista, mas mesmo assim já justificávamos a vantagem no marcador. Que acabou por surgir no último minuto, na sequência de um centro do maestro a que o Simão acorreu muito bem, proporcionando ao guarda-redes Lobont uma grande defesa por instinto para a frente, sobrando a bola para o Miccoli rematar contra o chão e finalmente metê-la na baliza. Foi o delírio e um grande suspiro de alívio no estádio da Luz. Até final, ainda deu para o Fernando Santos queimar tempo (!), colocando o João Coimbra no lugar do Rui Costa e para o Nélson preferir jogar para trás (!) quando estava em boa posição de centrar para a área (ninguém o avisou que a eliminatória não está ganha e ainda falta o 2º jogo?!).

Individualmente não houve nenhum jogador que se tenha destacado muito dos demais. O Simão não esteve tão bem como em jogos anteriores, a que não será alheio as constantes alterações tácticas que tem que fazer (começou na frente, ficou a “nº 10” na 2ª parte e raramente esteve nas alas, onde manifestamente rende mais). O Nélson fez um jogo bastante mau, mostrando não ter superado o trauma da Póvoa (o que é deveras preocupante, porque não tem substituto à altura no plantel). O Nuno Gomes continua a seco e ou sobe rapidamente de forma ou arrisca-se a sair da equipa. Os centrais acabaram por fazer um bom jogo, juntamente com o Léo, este especialmente na 2ª parte. Ao invés, os gregos não estiveram tão bem, parecendo o Katsouranis em nítida baixa física a partir de meio da 2ª parte e o Karagounis com uma tendência enervante para afunilar o jogo. O Miccoli também não entrou nada bem no jogo (pareceu perdido no ataque na maior parte do tempo), mas depois estava no sítio certo para marcar.


Mesmo assim, globalmente somos melhor equipa do que os romenos e temos obrigação de passar a eliminatória, mas é bom que estejamos preparados para sofrer em Bucareste. O jogo não vai ser nada fácil e devemos meter na cabeça que temos que marcar golos, caso contrário o cenário poderá tornar-se muito negro. É fundamental passar esta eliminatória, até porque eliminaremos uma equipa do país que é o grande adversário de Portugal no ranking da Uefa e daremos uma ajuda para manter a terceira equipa na pré-eliminatória da Liga dos Campeões daqui a dois épocas.

domingo, fevereiro 11, 2007

Inconcebível

Pela segunda terceira vez na nossa história fomos eliminados por uma equipa de divisão inferior na Taça de Portugal. Perdemos na Póvoa de Varzim por 2-1, contra o 12º classificado (!) da Liga de Honra, e dissemos adeus à prova que era objectivamente mais fácil de ganhar este ano.

Estava com muito medo deste jogo, porque dois dos maiores roubos destes últimos anos sucederam-se na casa do Varzim. O célebre jogo do “deixem jogar o Mantorras” em 2001/2002, em que o Sr. Isidoro Rodrigues conseguiu empatá-lo a dois golos, depois de estarmos a ganhar por 2-0, expulsando-nos dois jogadores e dando oito (!) minutos de compensação e, no ano seguinte, a derrota por 2-1 provocada por um penalty muito duvidoso (no mínimo) do João Manuel Pinto, já depois de o Simão ter sido expulso. Por outro lado, assim que soube da nomeação do Sr. Olegário Benquerença para este jogo, as minhas preocupações aumentaram. Para compôr o ramalhete, sempre que voltamos de jogos da selecção há jogadores lesionados, como é agora o caso do Petit e do Karagounis. Mas mesmo apesar destas condicionantes todas, tínhamos mais que obrigação de vencer, até porque o Varzim não está nada bem classificado e despediu inclusive o treinador há pouco tempo.

Com as lesões daqueles dois médios, o Fernando Santos optou pela titularidade do Beto e João Coimbra. Não começámos mal o jogo, mas eles marcaram no primeiro ataque que tiveram aos 13’, através de um autogolo do Nélson. Todavia, o nosso defesa sofreu um empurrão (curiosamente nenhum comentador referiu isto), que o fez desequilibrar-se e tocar inadvertidamente na bola. A partir daqui, pressionámos mais o Varzim e chegámos ao empate aos 30’ num grande golo de cabeça do Simão depois de um centro teleguiado do Rui Costa. Não estávamos a jogar mal, apesar de o Beto a meio-campo ser um grande empecilho à fluidez do nosso jogo atacante. O Simão está de facto em grande forma e a maior parte das nossas jogadas de perigo passaram por ele. Pouco depois do golo, o defesa Alexandre (o tal que não deixou jogar o Mantorras há cinco anos - ele eram empurrões, rasteiras, agarrar a camisola - e só levou um amarelo a cinco minutos do fim!) atirou-se para cima do Simão na grande-área, mas o Sr. Benquerença fez o que muito bem sabe: não assinalou o respectivo penalty a favor do Benfica.

Na 2ª parte, entrámos com o Mantorras logo de início para o lugar do João Coimbra, opção que muito estranhei, porque apesar de tudo não estávamos a jogar mal e criávamos oportunidades. Por outro lado, ainda menos compreensível era a manutenção do Beto em campo, porque ao menos o João Coimbra ainda pode valer alguma coisa, ao passo que do outro já nada se pode esperar. E a péssima decisão que foi esta troca tão cedo comprovou-se durante todo o 2º tempo. Deixámos de conseguir pressionar o Varzim e fomos muito menos perigosos do que na 1ª parte. O Simão deixou de vagabundear pelo ataque e desapareceu do jogo ao assumir o lado esquerdo do losango. Estávamos muito mais lentos, não conseguíamos criar desequilíbrios no ataque e ninguém se desmarcava em condições. Parecia que estávamos à espera que o golo da vitória caísse do céu. O Varzim, ao ver a nossa inoperância atacante, começou a acreditar e a subir mais no terreno. E as coisas poderiam ter ficado muito mais complicadas para nós, quando o Beto teve uma paragem cerebral e fez uma falta passível de amarelo à entrada da área (!) do Varzim, pouco depois de já ter visto um. Neste caso, o Sr. Benquerença teve uma decisão que nos favoreceu, o que é um momento histórico na vida deste árbitro. O Fernando Santos emendou a mão e substituiu finalmente o brasileiro. Mas aos 77’ o Nélson resolveu oferecer a eliminatória ao Varzim. Se no 1º golo ainda tem a desculpa do empurrão que sofreu, neste 2º é inadmissível que faça uma falta perto da linha lateral, quando o adversário está virado para a sua própria baliza! Eu parecia que estava a adivinhar, quando berrei contra ele. Converte-se um lance inofensivo num livre perigoso para a nossa área, do qual viria a resultar o 2-1 para eles. Até final tivemos duas oportunidades de ir a prolongamento, mas o Luisão proporcionou uma boa defesa ao guarda-redes e o Marco Ferreira tirou o golo ao Mantorras, depois de uma abertura fantástica do Rui Costa.

O Petit e o Karagounis fizeram muita falta, mas a derrota deveu-se à atitude passiva da 2ª parte. Quando vi uma das páginas d’ A Bola desta semana, que referia o facto de termos jogos de três em três dias este mês se passássemos esta eliminatória da Taça, achei logo mau prenúncio. E a (não) atitude do 2º tempo deixa-me pensar que isto pode ter estado no subconsciente dos jogadores. Por outro lado, temos alguns elementos em má forma, como é o caso evidente do Nuno Gomes, que foi de uma inoperância total. O Simão não dá para tudo e não podemos esperar do Rui Costa um jogo completo a 100 à hora (mesmo assim fez duas assistências fantásticas). O Nélson fez dos piores jogos pelo Benfica e mesmo o Léo não esteve ao seu nível. O Katsouranis teve que estar preocupado com as asneiras do Beto e portanto não apareceu tanto no ataque como de costume, ao passo que o Anderson continua a ganhar muito poucos lances aos pontas-de-lança adversários. Mas o Fernando Santos tem grandes responsabilidades principalmente por causa das substituições que nos estragaram o jogo.

Esta derrota irá certamente afectar a afluência de público no jogo da próxima 4ª feira com o Dínamo de Bucareste, mas espero que não afecte o desempenho dos jogadores. Já perdemos uma Taça e portanto é bom que nos mentalizemos que temos outra para ganhar. Se chegarmos ao fim da época sem nenhum troféu, a desilusão será tremenda.

sábado, fevereiro 03, 2007

A maior injustiça da história do futebol

Os 50.222 espectadores que estiveram ontem na Luz assistiram a um jogo histórico. Em 25 anos que vejo futebol, não me lembro de um desafio assim, e duvido que tenha havido muitos como este em toda a sua história. Fizemos a melhor exibição da época (e arrisco-me a dizer das últimas épocas) e empatámos 0-0 com o Boavista, num jogo em que o resultado mais justo seria 7-0, e sem nenhum favor. Sim, não é um erro, nem é exagero meu. Se houvesse justiça, o Benfica teria ganho por s-e-t-e. Quatro (!) bolas aos ferros, três do Katsouranis (um novo recorde mundial, certamente) e uma do Luisão, e três oportunidades de golo de baliza (literalmente) aberta falhadas de uma forma escandalosa pelo Anderson, Simão e Nuno Gomes, já para não falar nas três ou quatro defesas do William, tornam este resultado profundamente enganador.

Poucas vezes terei saído do estádio tão chateado. A sensação de incredulidade acompanhar-me-á durante boa parte desta semana. De tal maneira que nem tenho muita vontade de escrever sobre o jogo. Houve nitidamente algo de sobrenatural na noite de ontem. Pressionámos e subjugámos o Boavista durante uma hora inteira, só escapando os primeiros e últimos 15 minutos, mas pura e simplesmente a bola não quis entrar. E não me venham com histórias. Os tais falhanços do Anderson (logo aos 17), do Nuno Gomes (cabeçada sem tirar os pés do chão e só com o guarda-redes pela frente) e Simão (completamente isolado) são aselhice, mas as quatro bolas nos postes e barra são manifesta falta de sorte. E fico-me por aqui, porque estou tão fora de mim que não me apetece discorrer mais.

P.S. – Não percebi a substituição do Karagounis logo aos 63’. Era manifesto que o Katsouranis e o Rui Costa não iriam durar até ao fim àquele ritmo e o Fernando Santos lembra-se de tirar o médio que se estava a tornar mais influente em jogo, especialmente na segunda parte. Se estávamos a jogar bem (e estávamos), qual era a necessidade de fazer substituições tão cedo?! Perdemos muito gás depois dessa troca, até porque alterámos o sistema de jogo para 4-3-3, abandonando o losango.


P.S. 2 – Alguém explique ao Derlei, por favor, que o Benfica é muito diferente daquele clube onde ele jogou há três anos? Cotoveladas a jogadores que estão a passar por ele, com a bola noutro lado, faz parte da cultura desse tal clube, não do Glorioso Sport Lisboa e Benfica. Eu sei que o vírus desse clube é muito forte e que quem por lá passa depressa fica contagiado (basta ver as declarações do Jesualdo ainda sobre a expulsão do Quaresma), mas parece que ele ainda não percebeu onde está agora... Poderíamos (e deveríamos) ter ficado a jogar com 10 por causa de uma atitude que nos envergonha a todos.