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segunda-feira, dezembro 24, 2007

Feliz Natal

Neste dia especial, renovo o meu desejo habitual de um Natal GLORIOSO a todos os que merecem.

sexta-feira, dezembro 21, 2007

Sorteio Uefa

Menos mal. Vamos defrontar o Nuremberga e pode ser que nos inspiremos na gloriosa campanha europeia de 61/62, quando fomos bi-campeões europeus. Outra curiosidade é que vai haver uma reunião dos “amigos do Ricardo”: Luisão e Charisteas. Se passarmos, iremos defrontar o vencedor do AEK Atenas – Getafe, o que tomando em conta algumas equipas que estão em prova (Bayern Munique, Tottenham, Fiorentina, Werder Bremen, Everton e PSV) não se pode considerar mau de todo. Acho que temos obrigação de chegar aos quartos-de-final, mas eu também fiquei contente por nos ter calhado o Espanyol e pelo grupo da Champions do ano passado, e fomos eliminados em todos eles, pelo que todo o cuidado é pouco. Mas lá que o sorteio poderia ter sido pior, lá isso poderia. E, sonhando um pouco alto, se no ano passado comemorei o meu aniversário em Paris, pode ser que este ano seja em Madrid...

Quanto aos outros, o clube regional lá teve a sua habitual sorte em sorteios europeus e irá defrontar o Schalke 04, os lagartos também tiveram brinde com o Basileia (pode ser que o Carlitos finalmente justifique a sua contratação pelo Benfica) e ao Braga calhou-lhe a fava com o Werder Bremen. Mas o mais engraçado é ver que, se os lagartos passarem, irão defrontar o vencedor do Bolton – Atlético Madrid! Até seria capaz de ir ao WC só para matar saudades do Simão... :-)

Ligeiras melhorias

Voltámos às vitorias ao derrotar o E. Amadora por 3-0. No entanto, estivemos longe de fazer uma boa exibição, tendo a 1ª parte assemelhado-se (e de que maneira!) ao hediondo jogo do Restelo. Após o intervalo as coisas melhoraram e o golo logo aos 52’ ajudou a estabilizar a equipa. Mas é indesmentível que algo vai mal no Benfica. Aquele 1º tempo foi muito estranho.
O Camacho voltou a apostar na mesma equipa do Restelo, só o Binya entrou para o lugar do lesionado Petit. Quanto a mim, ele voltou a errar ao não colocar o Nuno Gomes ao lado do Cardozo. Caramba, estávamos a jogar em casa frente ao Estrela! No entanto, e muito sinceramente, não percebi os jogadores durante os primeiros 45’. Jogaram sempre devagar ou parados. A velocidade era um termo chinês para a maioria deles. Qual foi a ideia? Uma repetição do jogo de Belém era tudo o que nós não queríamos ver. Querem tramar o treinador? O presidente? Os adeptos? Mesmo assim, como o E. Amadora é bastante mais fraco do que o Belenenses, ainda conseguimos criar duas oportunidades, com cabeceamentos do Cardozo e C. Rodríguez. Nada justifica a 1ª parte de certos jogadores, especialmente do Maxi Pereira. Parecia que tinha aterrado de pára-quedas na equipa, tal a forma como tudo lhe saiu mal. O Katsouranis, Nélson e C. Rodríguez também estiveram irreconhecíveis. O Cardozo estava muito desacompanhado e o Rui Costa fazia o que podia, embora não estivesse a fazer um grande jogo. O Di María e o Nuno Gomes começaram a aquecer ainda antes do intervalo, o que indiciava alterações na equipa.

Estranhamente na 2ª parte ficaram o Nélson e o Rui Costa nos balneários para entrarem aqueles dois jogadores. Caiu-me o queixo ao chão! Se o Nélson estava a jogar mal, o Maxi Pereira nem se fala! Mas o que mais me espantou foi mesmo a saída do maestro. O Benfica está acima de tudo e não deve haver vacas sagradas no plantel. No entanto, só quem não tem olhos na cara é que pode achar que o Rui Costa merecia sair ao intervalo. E é isto que me preocupa no Benfica. O que é que se passa? Como é que o Rui Costa sai e o Maxi Pereira ou o Katsouranis ficam? Não foi por uma questão de merecimento, isso é certo, então porque foi? Eu tenho o Camacho por um treinador justo, mas ele não o foi neste jogo. Porquê? Tenho medo que se passe alguma coisa menos boa dentro do plantel. Melhorámos a produção, não porque o Rui Costa saiu, mas devido ao facto de toda a equipa se entregar mais à luta e começar a ganhar mais bolas ao adversário. O golo cedo ajudou e o E. Amadora nunca criou verdadeiro perigo. Não deslumbrávamos, mas controlámos perfeitamente a partida. Com dois avançados na frente, criámos bastantes mais desequilíbrios (ó Camacho, por favor, percebe lá isto!) e as oportunidades foram surgindo, nomeadamente pelo Cardozo, Katsouranis e Nuno Gomes. Até que aos 70’, o David Luiz sofreu uma falta do tamanho do mundo dentro da área e o Cardozo converteu bem o respectivo penalty, atirando para o lado esquerdo da baliza, quando até agora tinha sempre marcado para o lado direito. A partida estava ganha, mas ainda tivemos tempo de marcar mais um, aos 90’, numa boa jogada de contra-ataque do Di María que assistiu muito bem o Nuno Gomes, e de o Cardozo falhar outro, já perto do apito final do árbitro.

Individualmente destacou-se o Di María, que foi o principal desequilibrador da 2ª parte, porque utilizou uma coisa muito simples: velocidade. O Binya esteve bem a recuperar bolas, mas mal no passe. O C. Rodríguez não parece o mesmo jogador que quando chegou, mas mesmo assim melhorou no 2º tempo. O David Luiz também não esteve mal, especialmente quando se incorporou no ataque. Outro que fez um jogo bem acima da média é o maior mistério do Benfica neste momento: Léo. Gostaria muito que me explicassem qual é a dúvida em relação à sua renovação. O homem é titular indiscutível, dá sempre tudo em campo, tem qualidade, está mais que identificado com o Benfica e com os adeptos, mostra interesse em ficar: qual é o problema? Queremos ir buscar outro Cristiano, Rojas ou Escalona, é isso?

Só uma nota final para dizer o seguinte ao Luisão: um capitão do Benfica, depois de acabar um jogo na Luz, NÃO PODE ser o primeiro a correr para os balneários. Nunca em caso de derrota e também não quando ganhamos. Qual foi a pressa? Ias apanhar o avião? TODOS os jogadores têm obrigação de saudar os adeptos no final da partida, especialmente se ganhamos, e um capitão ainda mais. Nós não atiramos as vossas camisolas de volta para o campo como outros, merecemos ser respeitados e a simbose entre a equipa e os adeptos faz-se muito nestes momentos. Ainda bem que estava alguém em campo como o Nuno Gomes, que ficou incrédulo com a deserção da maioria dos colegas, mas ainda conseguiu saudar os adeptos com o Léo (olha, que coincidência...!), Quim e Adu. Espero que tenha sido apenas um momento menos bom da tua parte, Luisão.

P.S. – Para o sorteio da Uefa amanhã, era bom que evitássemos a Fiorentina e o Tottenham. Quanto aos outros, prefiro o Spartak Moscovo (estará em pré-época na altura dos jogos), Helsingborg ou Basileia. O Nürnberg e o Panathinaikos também não são inacessíveis (até porque os gregos são treinados pelo... Peseiro!), mas presumem-se mais complicados que os anteriores.

domingo, dezembro 16, 2007

Miserável

A pior exibição da época só podia resultar numa derrota. Perdemos em Belém (0-1) e devemos ter dito de vez adeus ao título. Em duas jornadas passámos de uma possível distância de um para 10 pontos em relação ao 1º classificado. Se perder é sempre péssimo, uma prestação como a deste jogo é inqualificável. O Camacho tinha avisado durante a semana, mas parece que os jogadores não lhe deram ouvidos. De tal maneira, que o Petit e o Rui Costa se viram obrigados a pedir desculpa aos adeptos no final da partida. Quem levou com o frio que estava e com 30€ em cima (como foi o meu caso, na boa companhia do D’Arcy) merecia um pouco mais de respeito.

Sinceramente nem tenho vontade de escreve sobre o jogo. Não se aproveitou nada. Entrámos pessimamente e nunca conseguimos ser superiores ao Belenenses. A nossa lentidão de processos foi exasperante e também há alguns jogadores que demonstram uma clara quebra de forma. O mais notório é o caso do C. Rodríguez, que desde que voltou da selecção, não parece o mesmo. O Maxi Pereira também não existiu (aquele domínio falhado que lhe permitiria seguir isolado para a baliza foi patético) e o Katsouranis andou sempre perdido no meio-campo. O desgraçado do Cardozo, apesar de ter falhado um golo relativamente fácil, teve muito pouco jogo e é bom que o Camacho se convença que tem que jogar com ele e o Nuno Gomes na maioria dos jogos. As nossas melhores oportunidades (embora fossem muito poucas) deram-se com os dois em campo. O Rui Costa foi o único que fez alguma coisa de jeito na 1ª parte, mas na 2ª esteve irreconhecível. Além disso, falhou muitos passes para o que é habitual. A defesa também não esteve brilhante, sendo o Luisão muito mal batido no lance do golo, ao dar muito espaço ao avançado contrário. O Nélson melhorou na 2ª parte, mas nunca criou desequilíbrios atacantes. O David Luiz também foi dos menos maus, assim como o Léo.

Era importantíssimo conseguir duas vitórias nestes dois jogos antes das férias natalícias, não só para não perder mais pontos para o 1º, como para ganhar confiança, até porque vem aí o mercado do Janeiro e teoricamente podemos melhorar a qualidade da equipa. Mas não, fizemos um jogo displicente e pareceu que entrámos vencidos. Depois de duas vitórias que nos permitiram seguir em frente nas taças, muito sinceramente não percebi esta atitude da equipa.

P.S. – Estes tipos do Belenenses inventam sempre uma nova. No ano passado foi o inefável “e quem salta é pastel... é pastel... é pasteleeeeee”. Este ano lembraram-se de colocar nos altifalantes do estádio em altos berros durante o jogo(!) os cânticos da meia-dúzia de membros da sua claque. Ridículo!

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Inútil sofrimento

Um golo do Luisão e o segundo bis consecutivo do Cardozo permitiram-nos derrotar a Académica (3-1) e seguir em frente na competição em que temos a obrigação de chegar à final. A Taça de Portugal é realisticamente o troféu mais ao nosso alcance e um clube como o Benfica não pode estar mais um ano sem nada ganhar. Chegámos ao intervalo a ganhar por 2-0, mas o Butt resolveu dar um pouco de emoção ao jogo ao conceder um frango descomunal aos 53’, que o Sr. Carlos Xistra aproveitou (e de que maneira!) para inclinar o campo a favor da nossa baliza. No entanto, nem com meia-dúzia de livres inventados, a Académica foi capaz de igualar. Paciência, Sr. Xistra, para a próxima tem que ser mais eficiente. Experimente um penaltizinho, que é mais fácil! Foi inacreditável a mudança da arbitragem da 1ª para a 2ª parte.

O Camacho aproveitou para fazer algumas alterações na equipa e saíram o Quim, David Luís, Katsouranis, Maxi Pereira e Rui Costa, entrando o Butt, Edcarlos, Binya, Nuno Assis e Nuno Gomes em relação ao último jogo. A 1ª parte foi muito lenta, mas mesmo assim poderíamos ter marcado antes dos 40’. O Edcarlos atirou ao poste logo aos 7’ e o Cardozo também teve uma boa oportunidade, mas rematou por cima. A Académica era inofensiva e o golo do Luisão veio dar justiça ao marcador. Cinco minutos depois, uma excelente jogada do Léo, pontuada com uma óptima tabelinha do Nuno Gomes, isolou o Cardozo que só com o Pedro Roma pela frente fez o que se pede a um matador. Pensava eu que íamos assistir a uma 2ª parte bem calma, mas pelos motivos acima referidos isso não se passou. Para além desses, também estivemos estranhamente nervosos e não criámos nem de perto nem de longe tantas oportunidades como no 1º tempo. O Léo lesionou-se num choque de cabeças logo aos 48’ e isso foi determinante para a viragem da partida, porque entrou o Luís Filipe para defesa-esquerdo e a Académica naturalmente aproveitou para fazer o seu ataque todo por esse lado. A 15 minutos do fim, lá entrou o Adu que, para não variar, ia metendo um golo na primeira vez que tocou na bola. E para manter a tradição, lá marcámos um golo nos últimos cinco minutos com ele em campo. Foi um belo cruzamento do Nuno Gomes, a que o Cardozo correspondeu com uma óptima cabeçada. Acho impossível que o paraguaio não ande a treinar este tipo de lances, já que é o segundo jogo consecutivo em que um excelente cabeceamento resulta em golo.

Em termos individuais, o Cardozo merece novamente destaque. Mais dois golos para a conta pessoal e um nunca desistir de lutar pela bola. O que a confiança faz, parece outro jogador. Gostei igualmente do Nuno Gomes (participou activamente em dois golos), mas mantém o terrível hábito de ter medo de rematar à baliza. No entanto, continuo a achar que na maioria dos jogos só temos a lucrar em jogar com dois avançados, até porque quando partimos para contra-ataque (e isso foi muito visível nesta partida) faz imensa diferença ter dois homens na frente em vez de um só. O resto da equipa esteve a um nível regular. O Nélson precisa de mais alguns jogos para atingir o seu nível, mas é infinitamente melhor que o Luís Filipe. O Petit e o Binya falharam muitos passes no meio-campo e a equipa ressentiu-se disso, em especial na 2ª parte. O Di María, apesar de não ter estado mal, continua a ter mais minutos que o Adu, o que é algo que não percebo. Por fim, se dúvidas houvesse em relação à titularidade na baliza, ficaram de vez dissipadas.

Numa partida em que tive a agradável companhia do JAS, do Jota e, ao intervalo, da Magnolia Azul, alcançámos o objectivo estar na próxima eliminatória da Taça de Portugal. Não fomos brilhantes, mas fomos eficazes. E isso é muito mais importante.

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Somos GRANDES!

É por estas e por outras que os outros nunca chegarão aos nossos calcanhares! Foi uma exibição de raça, querer, determinação, humildade (que não é para todos) e capacidade de sacrifício, afinal aquilo que está no código genético do nosso clube. Ganhámos em Donetsk (2-1) e garantimos a passagem à Taça Uefa. Depois de uma semana complicadíssima, com três jogos de elevado grau de dificuldade seis dias, conseguimos superar-nos e mantivemo-nos nas competições europeias, cujo afastamento seria catastrófico em termos financeiros e de prestígio.

Com o Nélson, Di María e Cardozo na equipa não poderíamos ter melhor começo. Logo aos 5’, uma falha defensiva dos ucranianos, é bem aproveitada pelo paraguaio para nos colocar em vantagem. Desta vez não precisámos de 21 remates para meter um golo, se bem que o remate do Cardozo por pouco não tenha embatido no poste, o que seria uma perdida escandalosa, já que estava isolado. O Shakhtar respondia, imprimindo muita velocidade ao jogo e passámos por momentos de algum apuro junto da nossa baliza. Mas aos 22’ fizemos o segundo remate à baliza e marcámos o 2º golo! Excelente centro do Maxi Pereira a que o Cardozo respondeu com um cabeceamento à Rui Águas. Será que já anda a treinar o jogo de cabeça? Mas oito minutos depois, o David Luiz (que estava a ser dos melhores em campo) demonstrou que ainda precisa de crescer e empurrou desnecessariamente o Lucarelli na área. Foi o italiano quem marcou o penalty e o Quim esteve pertíssimo de o defender, mas a bola bateu no seu pé e infelizmente entrou na baliza. Faltavam jogar 2/3 da partida e a tarefa não se afigurava nada fácil. A pressão dos ucranianos foi bastante intensa até ao intervalo, mas perto do fim da 1ª parte tivemos uma boa ocasião pelo Maxi Pereira, que rematou de pé esquerdo por cima, quando estava em excelente posição na área.

O início da 2ª parte foi muito mau. Durante 5’ não conseguimos sair do nosso meio-campo e fartámo-nos de oferecer bolas ao adversário, que todavia não aproveitou para criar nenhuma situação clara de golo. Depois disso controlámos melhor a partida e o Shakhtar não foi capaz de criar tanto perigo como na 1ª parte. Infelizmente não saímos com a regularidade necessária para o contra-ataque e quando o fizemos muitas vezes os passes eram mal direccionados, o que nos impediu de criar situações de golo na baliza contrária. O tempo demorou imenso a passar, mas visto agora a frio nunca estivemos verdadeiramente em xeque. No entanto, a história do futebol está cheia de casos de golos fortuitos que deitam tudo a perder, pelo que o nervosismo foi enorme até final. O Camacho fez entrar o Nuno Assis para o lugar do Di María aos 67’ e passámos a controlar mais as subidas do lateral direito, já que o médio português defende bastante melhor. Na parte final entraram ainda o Luís Filipe e o Nuno Gomes (este deveria ter entrado mais cedo, porque o Cardozo deu mostras de bastante cansaço a partir de meio da 2ª parte) e conseguimos manter o resultado.

Em termos individuais, o Cardozo merece obviamente destaque. Esperemos que estes dois golos decisivos na Champions sejam o despertar da sua veia goleadora. Saúdo o regresso do Nélson, que, apesar de um ou outro disparate, demonstrou (como se fosse preciso...) ser muito melhor que o Luís Filipe. O Petit foi importantíssimo a meio-campo, assim como o Katsouranis, se bem que este com alguma intervenções menos felizes, especialmente quando atrasava a bola e esta calhava em pés adversários. Tirando o enorme disparate do penalty, o David Luiz esteve irrepreensível, mas a defesa depois dos calafrios da 1ª parte, lá se recompôs na 2ª. O Rui Costa está bastante cansado, o que é perfeitamente normal, mas apesar de algumas más opções na hora de libertar a bola, é essencial na marcação do timing do nosso ataque. O Di María necessita de melhorar o apoio ao lateral esquerdo, mas subiu de rendimento no 2º período. Finalmente, o Quim esteve lá quando foi preciso.

Vamos ver o que o sorteio nos reservará daqui a duas semanas, mas espero que cheguemos pelo menos tão longe como no ano passado, apesar desta época haver melhores equipas na Taça Uefa. Mas por enquanto saboreemos esta magnífica vitória!

sábado, dezembro 01, 2007

Sem pernas

Perdemos 0-1 com uma equipa que, se Portugal fosse um país onde o crime não compensasse, deveria estar neste momento a fazer o seu périplo na II Divisão. Por tudo o que aconteceu talvez o resultado mais justo fosse o empate, mas o resultado reflecte muito o que se passou na 4ª feira passada. O clube regional foi fazer turismo a Liverpool, enquanto nós dominámos o campeão europeu durante grande parte do jogo. Só que as pernas não dão para tudo e hoje isso notou-se muito claramente. Não conseguimos ser a equipa pressionante, que luta até ao último minuto e consegue resultados, que vínhamos sendo.

A posteriori é mais fácil dizer isto, mas acho que não era preciso ter dotes de adivinho para suspeitar que muito dificilmente poderíamos, com os mesmos jogadores, manter o ritmo de jogo que aplicámos frente ao Milan. O clube regional jogou com quatro jogadores novos em relação ao glorioso jogo europeu e notou-se a diferença. Se é verdade que há jogadores insubstituíveis, acho que o Camacho esteve mal ao não colocar o Binya de início. O Petit vem de uma lesão e já na 4ª feira tinha demonstrado não estar a 100%, o que é perfeitamente natural. Ainda por cima, na próxima 3ª feira vai ter que jogar de certeza por causa do castigo do camaronês. Perdemos muitas bolas no meio-campo e não havia ninguém com capacidade física para as recuperar. Por outro lado, o C. Rodríguez confirmou hoje o que se viu frente ao Milan, não parecendo o mesmo jogador que nos levou às costas durante uma série de jogos. A selecção, a lesão que teve e as viagens não lhe fizeram nada bem. E aqui o Camacho esteve novamente mal, ao mantê-lo em campo durante os 90’. Quando entrou o Adu deveria ter sido ele a sair e não o Nuno Gomes, que finalmente estava a jogar com o Cardozo ao lado. Por último, considero que o Camacho também errou ao fazer entrar o Di María antes do Adu. Já frente ao Milan, o argentino não esteve nada feliz e hoje voltou a não estar. Releva-se demasiado individualista e demora muito tempo a soltar a bola, enquanto o americano teve logo um remate perigoso assim que entrou e é mais objectivo.

Mas o mais importante é que em jogo decisivos não se podem falhar golos como o do Nuno Gomes logo no primeiro minuto. Ainda por cima, vi na TV que a bola nem sequer ia à baliza! Perdemos logo aí a melhor oportunidade que tivemos em todo o jogo. Os primeiros 10’ foram mesmo o período em que conseguimos empurrar mais o clube regional, mas a partir daí e até ao intervalo foram eles a tomar conta do jogo. A muito habilidosa arbitragem do Sr. Jorge Sousa nesses minutos iniciais, ao inventar uma série de faltas inexistentes a favor do clube regional, cortando muitas vezes a pressão que fazíamos, também teve a sua quota-parte de influência na mudança das coisas. Assim, foi natural que eles criassem mais oportunidades do que nós e não espantou o golo com que chegaram à vantagem pouco antes do intervalo. Golo esse que aconteceu numa perda de bola do C. Rodríguez em zona proibida que permitiu ao artista de circo fazer a única coisa de jeito durante a partida toda. Mas infelizmente acabou por ser decisiva. Na 2ª parte, o clube regional consentiu-nos o domínio e tivemos logo aos 46’ uma grande oportunidade outra vez pelo Nuno Gomes, mas desta vez com um bom remate que o Helton defendeu para canto. Rematámos mais que o adversário, mas as bolas que não iam para fora eram invarialvelmente chutadas com muito pouca força. E sem força física não conseguimos fazer a pressão que nos tem dado tantas vitórias nos últimos minutos.

Individualmente acho que o Nuno Gomes foi dos menos maus do Benfica, mas a exibição da equipa não foi mesmo nada de especial. O Rui Costa esteve razoável, mas quando assim é dificilmente conseguimos criar desequilíbrios suficientes. O Maxi Pereira foi outro que mudou do dia para a noite em relação ao Milan e o Katsouranis também esteve muito discreto. A defesa teve algumas dificuldades com a velocidade que o meio-campo do clube regional imprimiu especialmente durante a 1ª parte, mas o Léo foi importante na 2ª quando se fartou de descer pelo seu flanco.

O clube regional voltou a alargar a diferença quando ainda nem chegámos a meio do campeonato. Continuo com bastante fé nesse ser que trocou valores morais por títulos (um prostituto, portanto) de seu nome Jesualdo Ferreira, mas o campeonato ficou mais longe. Estou bastante pessimista para 3ª feira, especialmente em termos da resposta física que iremos dar, mas quem sabe se uma prematura eliminação das competições europeias (que será sempre uma desgraça) não nos permitirá melhorar em termos de campeonato. As coisas estão mais difíceis, mas em teoria estamos a quatro pontos do 1º lugar.

quinta-feira, novembro 29, 2007

O costume

Empatámos frente ao Milan (1-1) e com a vitória “à Glorioso” do Celtic (aos 93’!) frente ao Shakhtar Donetsk já não temos hipóteses de qualificação para os oitavos-de-final da Champions. Como já referi, enquanto não tivermos equipa para lutar pela vitória na Liga dos Campeões, prefiro seguir para a Taça Uefa depois da fase de grupos, porque um palmarés faz-se com títulos e não com oitavos ou quartos-de-final. Só que o problema é que mesmo a qualificação para a Uefa está muito complicada, já que temos que fazer aquilo que não conseguimos desde o glorioso dia 8 de Março de 2006: ganhar fora para a Liga dos Campeões. Muito sinceramente acho difícil, especialmente pela sequência de jogos desta semana. Mas enfim, vamos ter esperança.

Esta partida frente aos italianos foi igual a muitas outras. Fomos a melhor equipa, tivemos mais ocasiões, mas no fim não ganhámos. Geralmente é sempre assim, em especial quando jogamos em casa. Ao contrário do que é habitual, não entrámos nada bem no jogo. Tivemos medo, como o próprio Rui Costa reconheceu, e não espantou que o Milan aproveitasse para se colocar em vantagem logo aos 15’. Inacreditavelmente deixámos o Pirlo rematar à vontade fora da área (ninguém na equipa vê resumos da Liga Italiana?!) e claro que a bola foi direitinha para dentro da baliza. Pouco depois, o Nuno Gomes conseguiu ganhar uma bola no lado direito do meio-campo e correu isolado em direcção à baliza. Fiquei fulo quando ele fez um passe de morte para o C. Rodríguez em vez de tentar o remate, mas pude depois verificar na TV que ele fez bem, porque já tinha o Nesta em cima. Infelizmente, o uruguaio não dominou bem a bola e não conseguiu rematar em condições. Mas aos 20’ o Maxi Pereira teve um momento para recordar para a vida toda. É quase impossível não ter sido o melhor golo da carreira dele, um remate colocadíssimo fora da área, com o pé esquerdo(!), que ainda bateu no poste antes de entrar. A partir daqui e até ao intervalo, fomos a melhor equipa e tivemos algumas boas ocasiões para fazer o 2-1 (especialmente aquela em que o Nuno Gomes isola o Maxi Pereira na direita, mas o remate que até ia ao lado foi interceptado), se bem que o Milan estivesse sempre à espreita do contra-ataque. Então quando a bola chegava ao Kaká (que deveria ser multado pelo seu excesso de velocidade...), temia-se sempre o pior, mas mesmo assim conseguimos defendê-lo relativamente bem.

Na 2ª parte, o Milan fechou-se na defesa e deixou de atacar. Muito “à italiana”. Enquanto isso, nós íamos fazendo jus à fama de sermos a equipa que mais remata na Liga dos Campeões, o que não deixando de ser positivo, revela igualmente a terrível falta de eficácia que temos. O Rui Costa, Petit e Nuno Gomes tiveram boas ocasiões para marcar, mas o destino da bola nunca foi o lado de dentro da baliza. Como a equipa estava a jogar bem e a pressionar o Milan era natural que o Camacho tardasse a fazer substituições, mas quando as realizou a 15’ do fim percebeu-se que era mesmo para ganhar o jogo: saiu o Luís Filipe para entrar o Di María e houve a troca directa de pontas-de-lança (Nuno Gomes por Cardozo). Aquele passe do Rui Costa a isolar o paraguaio, em que a bola saiu 50cm mais para a direita do que deveria, impedindo o Cardozo de chegar à bola, foi uma pena. Quando se fez a substituição da fezada, com a entrada do Adu, o Camacho surpreendeu ao tirar o David Luiz e a ratice italiana veio ao de cima. As duas únicas oportunidades deles na 2ª parte foram nessa altura. Mas felizmente o Kaká falhou em ambas e o empate manteve-se até ao fim.

O melhor do Benfica foi o Maxi Pereira, que realizou a exibição mais conseguida desde que chegou à Luz e não só pelo golo que marcou. O David Luiz também esteve muito bem, demonstrando grande classe (mesmo assim, ainda bem que o Inzaghi não veio, já que o Gilardino é bem mais fraco). O Rui Costa demorou um pouco a entrar no jogo, mas na 2ª parte os lances de perigo passavam todos por eles. Quem também foi crescendo de produção ao longo da partida foi o C. Rodríguez, que fez uma péssima 1ª parte. O Petit é que mostrou estar a um nível abaixo dos companheiros, o que é natural dado a sua recuperação da lesão, mas mesmo assim na 2ª parte melhorou imenso.

Só uma última palavra para a assistência. Considero LAMENTÁVEL que, num jogo decisivo frente ao campeão europeu e depois de cinco vitórias para o campeonato, o estádio tenha tido apenas cerca de 50.000 espectadores. Alguma coisa está mal quando isto acontece, mas não me parece que a culpa seja da equipa... Mas quem foi apoiou, e muito bem, o Glorioso.

P.S. – Isto de ganhar em Anfield Road é só para grandes equipas. As pequenas geralmente saem de lá derrotadas e por vezes por 4-1...

domingo, novembro 25, 2007

A 7ª vez

Vencemos em Coimbra por 3-1 e alcançámos a 5ª vitória seguida para o campeonato. Além disso, seguindo uma tradição camachiana é a 7ª vez que marcamos golos nos últimos cinco minutos de jogo, sendo que somente em Milão não evitámos a derrota. Portanto, são seis jogos em que estes golos são essenciais. Podem chamar-lhe sorte, vaca, o que quiserem, mas parece-me que é algo mais do que isso. Em 18 partidas com o Camacho, haver quase 40% delas em que conseguimos este feito não pode ser só coincidência. Parece-me mais o resultado do querer, do nunca desistir e jamais baixar os braços. E isto acaba por ter os seus frutos.

Para este encontro em Coimbra tivemos duas baixas muito importantes, o Maxi Pereira e o C. Rodríguez (malditas selecções!), e além disso gastámos uma substituição logo aos 10’, quando o Nuno Assis se magoou (não sei se não foi penalty, mas enfim...) e foi substituído pelo Cardozo. O David Luiz recuperou o seu lugar na defesa e o Katsouranis voltou ao meio-campo, alinhando juntamente com o Binya, Rui Costa e Di María. A consequência prática da saída do Nuno Assis foi a deslocação do maestro para a direita, o que penalizou bastante a construção do nosso jogo atacante. A partida estava equilibrada, mas o Luís Filipe resolveu dar um brinde à sua antiga equipa na sequência de um livre directo, ao fazer uma brilhante assistência quando tentava aliviar a bola, colocando-a nos pés do Lito, que rematou de primeira para golo aos 24’. A nossa defesa demonstrava alguma insegurança, mas nenhuma equipa merecia estar em vantagem naquela altura. Reagimos muito bem e dois minutos depois o Di María fez o seu primeiro remate de jeito (já não era sem tempo...) desde que chegou ao Benfica e a bola foi ao poste. Na recarga, o Nuno Gomes também rematou bem, mas o guarda-redes Ricardo (obrigado, Domingos, por colocares o Pedro Roma no banco!) defendeu bem. Aos 32’ tivemos um livre perto da área e mais uma vez marcámo-lo de forma indirecta, com dois toques e remate. Só que a acção do Nuno Gomes na barreira impediu o defesa de chegar a tempo à bola e assim o Rui Costa pode fazer a igualdade. Passei rapidamente de pior que estragado por não rematarmos directamente (ainda reminiscências do lance semelhante em Glasgow) para a euforia do golo!

Na 2ª parte, e conforme já sucedeu em ocasiões anteriores, não entrámos nada bem. Não conseguimos ter o controlo do jogo e empurrar a Académica para o seu meio-campo. De tal modo, que demorámos uma eternidade a rematar à baliza. Vendo isto, o Camacho promoveu o regresso do Petit aos 60’, tirando o Katsouranis (deixámos assim de ter totalistas no campeonato), quando eu preferia ter visto o Binya a sair, porque este já tinha sido avisado por duas vezes pelo Sr. Olegário Benquerença, e se levasse mais um amarelo não jogaria frente ao clube regional. Felizmente, o camaronês portou-se bem até final da partida. Logo no minuto seguinte, o Rui Costa tem uma abertura das dele e isola o Di María, só que este estava ligeiramente fora-de-jogo e assim o seu remate à barra já não contou. Dois minutos depois, o Camacho esgotou as substituições, entrando o Adu para o lugar do Nuno Gomes. Devo confessar que não gostei da substituição, até porque o Rui Costa se vinha queixando e arriscávamo-nos a jogar com dez até final. Por outro lado, estávamos empatados e tirávamos um avançado. Mas o que é certo é que melhorámos com esta troca. O Rui Costa voltou para o seu lugar natural e o americano foi colocar-se na direita. Com o reforço do meio-campo, conseguimos finalmente empurrar o jogo para a baliza da Académica. Aos 81’ o maestro inicia bem uma jogada, abrindo para o Di María na esquerda, que centra atrasado, devolvendo-lhe a bola, mas o Rui Costa falha clamorosamente o pontapé de primeira quando estava em excelente posição para marcar. O lance não era fácil, mas o maestro tinha obrigação de fazer melhor. E aos 85’, o guarda-redes Ricardo justificou a fezada do Domingos em colocá-lo, saindo a destempo a um lançamento lateral do Binya, permitindo que a bola sobrasse para o Luisão, que de calcanhar(!) a enviou para a baliza. Não satisfeito com a saída a destempo, o guarda-redes adversário ainda se deu ao luxo de falhar a defesa, quando tentava recuperar o seu lugar na baliza, permitindo que a bola passasse por cima da sua mão. A tradição, ao contrário do que eu já começava a duvidar, manteve-se! E ainda tivemos o bónus de mais um golo do Adu, aos 93’, num remate fora da área, em que pareceu igualmente que o guarda-redes poderia ter feito melhor.

Não fizemos um jogo muito conseguido e individualmente não é fácil apontar alguém de caras, mas o Rui Costa terá sido o melhor. O Di María teve bons momentos, mas falta-lhe aparecer mais em jogo, como faz o C. Rodríguez. Com o Nélson operacional, espero sinceramente que a opção pelo Luís Filipe acabe depressa, se bem que ele tenha vindo a acertar mais nos centros. Mas quando faz assistências para golos do adversário está tudo dito. O Adu voltou a justificar que se aposte nele mais vezes e o Cardozo pareceu ainda não totalmente recuperado da agressão do Ricardo Silva. O resto da equipa esteve a um nível mediano, sendo no entanto de salientar o bom regresso do David Luiz, que nem pareceu ter estado tanto tempo lesionado.

A sete dias de receber o clube regional era imperioso vencer e com o empate dos lagartos em Matosinhos, já temos seis pontos de vantagem em relação a eles. Vem aí a semana mais difícil da época, mas tendo finalmente todo o plantel operacional, estou confiante que, como diria o outro, poderemos fazer “coisas bonitas”.

quinta-feira, novembro 22, 2007

À rasca

Lá conseguimos o apuramento para o Euro 2008 ao empatar em casa com a Finlândia (0-0). O fantasma da Polónia e da Sérvia ainda pairou nos últimos minutos do jogo, mas felizmente desta vez não sofremos nenhum golo. Sobre a partida de ontem apraz-me dizer duas coisas:

1) Convém não esquecer que alinhámos sem cinco(!) titulares indiscutíveis (Miguel, Ricardo Carvalho, Jorge Andrade, Petit e Deco), sendo que três deles são defesas. Com meia equipa de fora é natural que a exibição não tenha sido muito brilhante, mas nós somos mesmo um povo muito difícil de satisfazer: primeiro, queremos o apuramento, depois já não chega só o apuramento e se não ganharmos os jogos todos por 3-0 anda tudo a criticar o seleccionador. Já o disse e volto a repetir: inimigos dos meus inimigos, meus amigos são e por isso hei-de sempre gostar do Scolari. Apesar de algumas opções criticáveis, é de longe o melhor seleccionador de sempre do futebol português. Vice-campeão da Europa, 4º lugar no Mundial e apuramento para outro Europeu. Querem mais?

2) Continuo sem perceber porque é que jogámos mais uma vez com 10 durante 84’! Durante o jogo, por vezes, pensava que era perseguição da minha parte, mas o nº 27 fazia sempre questão de me dar razão. Há muito tempo que não via um jogador não fazer NADA durante um jogo inteiro. Quer dizer, há muito tempo não, desde o último jogo deste tipo pela selecção. É INACREDITÁVEL como com dois jogadores de futebol no banco, e que ainda por cima são extremos (Simão e Nani), o Scolari insista em fazer alinhar um artista de circo. Estou a pensar seriamente em deixar de ver jogos de Portugal quando ele for titular. A minha irritação começa a atingir os limites do suportável, ainda por cima ajudada pelo Luís Baila e os seus orgasmos consecutivos cada vez que o homem toca na bola. O que me deixa mais fora de mim é ver que o tipo não tem a humildade para jogar simples quando as coisas não lhe correm bem. Não, insiste sempre nos malabarismos que resultam sempre em palhaçadas inconsequentes. É exasperante!

P.S. – Despediram o Eriksson, não foi? Pois bem, agora os ingleses podem ver o Europeu pela televisão!

segunda-feira, novembro 19, 2007

Rescaldo do VI Jantar de Bloguiquistas

Tal como previsto, realizou-se no passado sábado o VI jantar de bloggers do Benfica. Tal como das vezes anteriores, discutiu-se o Benfica durante mais de sete horas (das 20h às 3h30). Tal como aconteceu antes, ninguém deu pelo passar do tempo. Tal como manda a tradição, saímos do restaurante para o perímetro exterior do estádio (desta vez os senhores da Catedral da Cerveja só nos puseram fora à 1h30, o que deu imenso jeito, porque foi a noite mais fria do ano até agora) e daí para a rua, a partir das 2h00. Tal como habitualmente, ficou desde já marcado novo encontro, lá para Maio, esperemos todos que para comemoração do título nacional.

Quem disse presente neste encontro foram os seguintes convivas: Pedro FF, D’Arcy, S.L.B, TMA, Gwaihir, T-Rex, Dezazucr, Pedro (e habitual companhia), Glorioso Adepto e os estreantes Bakero e Leão Eça Cana.

P.S. – Entretanto, ainda deu para ir vendo o jogo da selecção frente à Arménia. O objectivo era ganhar e foi o que aconteceu (1-0), mas deu para perceber que não jogámos grande coisa. No entanto, o mais importante foi conseguido: nenhum jogador do Benfica se lesionou. Ao contrário do que sucedeu com a selecção do Uruguai, em que parece que o C. Rodríguez está com problemas físicos. Espero que não seja nada de especial. Vem aí uma série de jogos fundamentais para o resto da época.

segunda-feira, novembro 12, 2007

Melhor seria difícil

Vencemos o Boavista por 6-1 e conseguimos uma inédita 4ª vitória seguida no campeonato. Com o inacreditável empate do clube regional (a ganhar 2-0 aos 85’!) na Amadora, estamos agora a quatro pontos do 1º e com a derrota dos lagartos em Braga ficámos com quatro pontos de vantagem em relação a eles. O fim-de-semana esteve próximo da perfeição! Mas deve dizer-se que, apesar de a vitória ser indiscutível, a sorte do jogo não nos foi madrasta. Na 1ª parte, o Boavista teve três boas ocasiões para igualar já depois de estar 1-0 e na 2ª, mesmo antes do 4-1, há um jogador axadrezado que isolado atira ao poste. Isto já para não falar da expulsão (justa), por 2º amarelo, do Zé Kalanga logo aos 55’. Os números talvez sejam exagerados, mas a justeza da vitória é inquestionável.

Por outro lado, gostaria de salientar estas coincidências que acontecem sempre com o Camacho. Desde o 6-2 em Setúbal em 2002/03 que não marcávamos seis golos no campeonato e é mesmo a primeira vez que os marcamos em jogos oficiais na nova Luz. Este nunca baixar de braços, mesmo com o resultado mais que favorável, juntamente com a quantidade de golos que marcamos nos últimos minutos (e hoje foram mais dois) são coisas que (olha que curioso!) só acontecem a ele. A equipa apresentou-se de início com o Nuno Gomes, sem o Edcarlos e portanto com o respectivo recuo do Katsouranis para a defesa. Todavia, não fizemos uma boa 1ª parte. Tivemos o mérito de marcar relativamente cedo, 18’ pelo Cardozo, mas depois deixámos o Boavista manobrar à vontade no nosso meio-campo, o que nos poderia ter causado dissabores, porque eles tiveram algumas boas ocasiões para empatar, se bem que o Cardozo e o Luisão também estivessem próximos do 2-0.

A 2ª parte foi melhor. É óbvio que a expulsão aos 55’ nos facilitou a vida, porque passámos a ter muito mais espaço, embora o Boavista, estranhamente ao que é habitual nas equipas do Jaime Pacheco, tenha sido sempre muito permissivo na hora de defender. No entanto, através de um contra-ataque que o Luís Filipe deveria ter morto logo à nascença com uma falta na linha lateral, o Boavista conseguiu empatar pelo Jorge Ribeiro apenas 3’ depois da expulsão. Felizmente nós reagimos bem e 4’ volvidos chegámos de novo à vantagem com a estreia do Maxi Pereira a marcar na sequência de uma óptima jogada do Léo. Desta vez não deixámos correr o marfim como na 1ª parte e aos 66’ o C. Rodríguez fez o 3-1 num inteligente golpe de cabeça, depois de uma entrada do Rui Costa na área, e o vencedor ficou encontrado. O Boavista teve a tal bola ao poste e nos últimos 11 minutos marcámos mais três golos, dois dos quais do Nuno Gomes. Como ouvi a um adepto à saída do estádio, desforrámo-nos do incrível jogo do ano passado e do empate com as quatro bolas aos ferros. E só não fizemos o 7-1, porque o Bergessio marcou um penalty sem concentração nenhuma (parecia o Butt na Amadora) e permitiu a defesa ao guarda-redes, o que me fez sair um pouco chateado do campo, porque foi a última jogada da partida.

A equipa fez um jogo muito interessante, especialmente na 2ª parte. Houve bastante jogadores com exibições acima da média, mas não acho que tivesse havido algum que se tenha destacado muito dos demais. Com o espaço todo que teve, o Rui Costa foi dos melhores, se bem que a pontaria tenha que ser revista. O C. Rodríguez abusou um pouco do individualismo na 1ª parte, mas depois soltou-se mais uma vez e confirmou ser o nosso melhor reforço este ano. O Cardozo marcou um golo muito oportuno e espero que a lesão que teve (num lance bárbaro que nem falta foi!) não seja grave. O Nuno Gomes fez mais um bis e mostrou que temos que jogar com dois avançados na maioria dos jogos. O Binya esteve muitíssimo mais retraído do que é habitual, a que não será de todo alheio o lance de Glasgow. Não percebo é porque é que o Camacho não dá uma oportunidade ao Adu em jogos destes com o resultado já feito. Até porque o Di María já esteve em melhor forma do que agora.

Uma última palavra para a arbitragem ENORMEMENTE habilidosa do Sr. Paulo Paraty. Enquanto o resultado esteve na vantagem mínima foi tentando provocar os nossos jogadores, não assinalando faltas a nosso favor e inventado outras para o adversário. O cartão amarelo ao Léo é ridículo e teve azar porque o jogador do Boavista que fez a falta a seguir foi um que tinha já amarelo e quando o Paraty puxou do cartão não se apercebeu quem era e depois teve que o expulsar. O lance foi mesmo à minha frente e fiquei com a nítida sensação que se o árbitro tivesse reparado que era um jogador já amarelado não tinha mostrado nada. Assim que a diferença no marcador foi subindo, e como já lhe era impossível inverter o rumo do jogo, a arbitragem modificou-se para melhor, de tal maneira que até assinalou dois penalties a nosso favor (ambos indiscutíveis, claro).

P.S. – Como comentei ao intervalo com os meus colegas de bancada e não foi a 1ª vez que o fiz, a minha grande esperança no Jesualdo Ferreira começa a dar os seus frutos. Em apenas duas jornadas, a vantagem reduziu-se a metade. E este jogo teve laivos de hilaridade. Eu nem o estava a ver, porque com 2-0 a favor deles jamais me passou pela cabeça que não ganhassem e só um sms do D’Arcy é que me alertou para o que se passou! A saída do Helton no 1-2 é magnífica e depois há um inédito penalty contra eles aos 91’! Ainda estamos muito longe de o polvo estar morto, mas nos bons velhos tempos do Apito Dourado esta situação era impensável...

sexta-feira, novembro 09, 2007

VI Jantar de Bloguiquistas

A “comissão organizadora” (Pedro F.F., D’Arcy e eu próprio) achou que estava mais que na altura de a blogosfera benfiquista se reunir de novo à mesa para mais um jantar. Assim sendo, e tendo em conta as (poucas) datas disponíveis até ao Natal, decidimos marcar o repasto para sábado, dia 17 de Novembro, às 20h. Sensivelmente daqui a uma semana e meia, é o dia do jogo da selecção frente à Arménia, que poderá ser visto nos ecrãs do restaurante com a melhor vista de Lisboa, o Catedral da Cerveja. Esperamos uma comparência tão grande quanto a edição anterior, que os faltosos e os que nunca foram possam ir, e como de costume será melhor avisar em casa que não têm horas de voltar...

Agradecemos que enviem os vossos emails de confirmação para
tertuliabenfiquista@gmail.com.

terça-feira, novembro 06, 2007

Mal perdido

Infelizmente continua o hábito de os resultados entre Celtic e Benfica serem iguais e portanto fomos derrotados em Glasgow por 0-1. Estas são as derrotas que me custam mais a digerir, porque fomos a melhor equipa durante largos períodos do jogo e o resultado é injusto. O que valeu foi o que o Milan foi vencer na Ucrânia e deste modo ainda podemos ter esperanças de atingir a Taça Uefa. Aliás, nem quero pensar o contrário, porque ser eliminado das competições europeias antes do Natal seria catastrófico. Estou bastante chateado e não me apetece alongar de mais sobre o jogo, pelo que vou referir só o seguinte:

1) Antes de mais, gostaria de dizer isto: espero que o Binya (que até estava a ser dos melhores) leve cinco jogos de suspensão na Champions e que o Benfica o castigue durante um mês no campeonato. Aquele tipo de entradas assassinas são apanágio do clube regional, não do Glorioso Sport Lisboa e Benfica. Prefiro perder um bom jogador a ter que levar com um Paulinho Santos ou um André em potência. Não admito comportamentos daqueles a jogadores do Glorioso. Ou ele muda, e esta é a última oportunidade que deverá ter, ou então pode ir-se embora. Antes ir parar à II Divisão do que ter atitudes à la clube regional;

2) Outro aspecto que me irritou solenemente foi a forma como marcámos os livres perigosos que tivemos a favor. Então aquele do Rui Costa à entrada da área foi de bradar aos céus! Estará escrito em algum lado que temos que dar dois toques na bola num livre directo antes de rematar à baliza? E que tal experimentarmos rematar directamente, hein? Como é possível não se criar perigo num livre à entrada da área?!;

3) Porque é que o Cardozo está há três meses em Portugal e ainda não lhe pusemos à disposição um treinador específico para os lances de cabeça? Porque é que o homem continua sem praticar remates de cabeça nos treinos? Será que o Rui Águas não pode fazer uma perninha e dar-lhe uma ajuda? Não conseguimos tirar ilações daquele cabeceamento ao poste a meio metro da linha de golo em Milão? O lance na 2ª parte em que o paraguaio falha o cabeceamento e acaba por tocar na bola com o braço, quando estava em cima da pequena-área(!), é inacreditável. Falhámos aí a melhor oportunidade para igualar a partida;

4) Não percebi a saída do Rui Costa e menos ainda a entrada do Bergessio, com o Adu no banco. Porque é que o Camacho não utilizou o seu talismã? Neste momento, o Adu está inclusive em melhor forma que o Di María, que não entrou nada bem na partida, embora neste caso tenha substituído o nosso pior jogador na noite de hoje, o Maxi Pereira;

5) Porque é que será que temos dois Cardozos, um para o campeonato e outro para a Champions? Apesar do inacreditável falhanço de cabeça, ele fez um dos melhores jogos até agora pelo Benfica. Ganhou bastantes mais bolas que o costume e na 1ª parte os remates mais perigosos foram dele. Aliás, a equipa esteve globalmente bem, inclusive o Luís Filipe! Só foi pena o Luisão ter-se encolhido no lance do golo e dessa forma ter permitido que o remate fora da área ressaltasse nele, e enganasse o Quim. Até nisto o Celtic teve sorte.

segunda-feira, novembro 05, 2007

Essencial

Vencemos em Paços de Ferreira (2-1) e conseguimos reduzir em dois pontos a vantagem do clube regional, que empatou em casa frente ao Belenenses. Um fim-de-semana prolongado impediu-me de postar mais cedo, mas obviamente não me impediu de ver o jogo.

Em 1º lugar, tenho que reconhecer que tivemos sorte na vitória. Entrámos muito bem, o que não vem sendo nada habitual, e durante os primeiros quinze minutos, o Paços de Ferreira mal passou de meio-campo. Todavia, o nosso domínio não era traduzido em oportunidades flagrantes, mas acabámos por ter uma aos 20’, já depois do pressing inicial, num óptimo contra-ataque, em que o Léo isolado permitiu a defesa do guarda-redes. Só que um minuto depois marcámos mesmo. Livre do Rui Costa e cabeceamento à ponta-de-lança do C. Rodríguez. Infelizmente a vantagem só durou 8’, porque na sequência de um canto uma grande desconcentração defensiva, começando no Nuno Assis (batido infantilmente) e acabando nos jogadores na grande-área que deixaram o marcador sozinho, sofremos o empate. A partir daqui o jogo mudou um pouco, com o Paços a mostrar-se mais perigoso do que nós, apesar de jogar em contra-ataque.

Na 2ª parte exercemos maior domínio, mas as oportunidades mais perigosas foram deles. O Camacho fez entrar o Nuno Gomes (saiu o Maxi Pereira) para o lado do Cardozo e a nossa exibição melhorou ligeiramente, mas era muito difícil entrar na defesa contrária. Perto do fim entraram o Di María e posteriormente o Adu, e com o norte-americano em campo esperei ardentemente que a tradição se mantivesse. E assim foi! A 4’ do fim marcámos o golo do triunfo, outra vez na sequência de um livre do maestro, com a recarga vitoriosa a pertencer ao Katsouranis. Pela 5ª(!) vez este ano marcámos nos últimos cinco minutos, o que me parece estar longe de ser uma coincidência, até porque isto mesmo aconteceu com o Camacho na sua estadia anterior. O jogo só termina no fim e nós podemos não estar a jogar bem, mas nunca desistimos. E não me venham dizer que os golos nesta altura são só sorte... Sorte foi pouco tempo depois a bola ter embatido na nossa trave na sequência de um canto. Aí sim, tivemos mesmo estrelinha.

Individualmente tenho dificuldades em destacar alguém, porque não houve nenhum jogador a sobressair dos demais. O C. Rodríguez terá sido um dos melhores, mas desapareceu um pouco do jogo a certa altura. O Rui Costa fez as duas assistências, mas houve lances a meio-campo em que não tomou a melhor opção. O Katsouranis é cada vez mais um relógio suíço e marcou novamente um golo decisivo. Os restantes jogadores lutaram muito, mas não estiveram particularmente inspirados.

Era essencial ganhar este jogo e o objectivo principal foi atingido. Neste momento só dependemos de nós para ganhar o campeonato e isso em termos psicológicos é importantíssimo. Espero que o resultado nos estimule para uma boa prestação na 3ª feira em Glasgow, onde não podemos perder de maneira nenhuma, caso contrário só muito dificilmente não ficaremos de fora das provas europeias.


P.S. – Há uma 1ª vez para tudo, até para uma ida à cidade do Porto. E quanto mais não fosse, só pelos resultados do fim-de-semana fiquei com muita vontade de lá voltar! :-) Ou o empate do clube regional e a minha presença na cidade terá sido apenas uma mera coincidência? De qualquer maneira, duas coisas ressaltam do jogo: o fora-de-jogo mais escandaloso que eu já vi (e é preciso ser-se muito desonesto intelectualmente para comparar esta VERGONHA com a falta discutível sobre o Léo da qual resulta o nosso 2º golo), na jogada do golo do clube regional (o Postiga vem a recuar no campo sempre em offside de pelo menos um metro e depois acaba por marcar), e a lamentável omissão desse facto por parte do Jorge Jesus. Haveria de ser com o Benfica e ninguém o calava. Ele bem sabe como é que se costuma retribuir estes esquecimentos...

quinta-feira, novembro 01, 2007

Previsível

Perdemos 2-1 em Setúbal e fomos eliminados da Taça da Liga. Não posso dizer que o resultado me tenha surpreendido, já que alinhámos com uma equipa B e o V. Setúbal demonstrou mais uma vez que tem uma boa equipa.

Num restaurante durante uma festa de anos é difícil ter toda a atenção disponível para a TV, mas mesmo assim consegui ver o jogo na sua totalidade. Depois de nos colocarmos em vantagem, perto do intervalo e na sequência de (mais) um penalty discutível a nosso favor (já podemos ser roubados durante o campeonato todo que nos vão sempre atirar à cara os jogos desta competição para as equipas B) convertido pelo único marcador do Benfica nesta taça, o Adu, esperei que, se não ganhássemos, ao menos levássemos a partida para os penalties. No entanto, esqueci-me do novo reforço do V. Setúbal, o costa-marfinense Zoro, que teve papel preponderante na reviravolta. O lance do 1-1 é patético (magnífica assistência) e no 1-2 ele consegue deixar o avançado rematar à vontade dentro da área.

Agora que acabou esta competição para os habituais suplentes, espero que se tire as ilações devidas. O Luís Filipe, Miguelito e Zoro não têm lugar no plantel. É preferível ter juniores que sempre são mais baratos e ainda têm margem de progressão, ao contrário daqueles três. Nunca hão-de passar da mediania e de vez em quando têm paragens cerebrais que nos custam golos (o modo como o Miguelito é batido pelo defesa-direito deles no lance do 1-1 é inacreditável). O Andrés Diaz pode ser emprestado, porque também aparenta ser um jogador vulgar. O Di María parece que precisa de férias. O Edcarlos, a jogar a trinco, foi quem fez os nossos dois melhores remates à baliza, ambos de cabeça. O C. Rodríguez esteve apagado, mas o homem não é de ferro. Alguém, por favor, coloque o Bergessio a ver sessões contínuas de jogos do Eusébio, para ele aprender como se coloca o corpo na hora de rematar à baliza. O Adu foi dos melhorzinhos e não percebi a sua saída já depois do 1-2 (não era preferível ter tirado o Zoro e recuado o Edcarlos?).

Perdemos uma excelente oportunidade de conquistar algo este ano. É uma competição secundária, mas faz parte do calendário oficial, portanto tínhamos obrigação de fazer mais. Espero que a brincadeira não se repita na Taça de Portugal, mas acho que aí o Camacho não vai arriscar desta maneira. Até porque nessa altura não estaremos tão sobrecarregados de jogos.

segunda-feira, outubro 29, 2007

À Benfica – parte II

Vencemos o Marítimo (2-1) com o golo do triunfo a surgir aos 86’ pelo Adu e depois de jogarmos mais de uma hora com dez jogadores por expulsão do Quim. O resultado é justíssimo, porque a partir do momento em que ficámos em inferioridade numérica fomos de longe a melhor equipa e a única que quis verdadeiramente ganhar o jogo. O Marítimo tem uma equipa muito boa e enquanto estiveram 11 para 11 foram melhores. Um pouco inexplicavelmente deixaram de o ser aquando da expulsão, mostrando-se muito satisfeitos com o empate.

Foi mais uma vitória do súor, do querer, da vontade, da determinação e da luta contra as adversidades. Na 4ª feira o problema maior foram os ferros da baliza, neste jogo foi obviamente a inferioridade numérica. Com o Edcarlos e o Di Maria de regresso, o Nuno Assis com gripe, o Bergessio no banco e o Katsouranis de volta ao meio-campo, não começámos bem a partida e logo aos 8’ uma péssima saída do Quim permitiu ao Kanu fazer-lhe um chapéu e inaugurar o marcador. Reagimos bem ao golo e o maestro teve duas boas oportunidades, mas em ambas permitiu a defesa do guarda-redes. Só que aos 18’ surgiu pela esquerda, centrou e o Ricardo Esteves cortou para canto com a mão. O Cardozo ia furando a baliza na conversão do indiscutível penalty e estava feita a igualdade. Aos 30’ surge um dos lances principais do jogo. Falta do Quim na área, penalty e expulsão. No estádio deu-me a sensação que o jogador do Marítimo estava fora-de-jogo, mas efectivamente encontrava-se em linha e a falta também é óbvia. O Butt substituiu o Edcarlos e, quando o Makukula se aprestava para bater o penalty, entraram em acção os 44.312 espectadores da Luz. A assobiadela foi monumental e ajudou indiscutivelmente o nosso guarda-redes a defender o penalty. Até final da 1ª parte ainda houve oportunidades para os dois lados, mas o empate subsistiu até ao intervalo.

Confesso que estava com poucas esperanças para a 2ª parte, porque o Marítimo se vinha revelando um adversário muito difícil, mas o que acabou por acontecer enche-me de orgulho. Houve “Benfica” dentro do campo. Aqueles dez jogadores tiveram na alma “a chama imensa” e lutaram até à exaustão, de tal maneira que quase não se percebeu que estávamos em inferioridade numérica. Logo no início entrou o Luís Filipe para o lugar do apagado Di María e o Maxi Pereira avançou para médio-direito. Curiosamente aquele até entrou bem na partida e o uruguaio é muito mais lutador que o argentino, pelo que controlámos melhor o meio-campo. O Marítimo deixou de ter um jogo tão ligado como no 1º período e nós sempre que tínhamos a bola atacávamos. Claro está que nunca avançámos à maluca e aqui houve muito dedo do Camacho, o tal que é “limitado tacticamente”, já que raramente fomos apanhados em contrapé na defesa e demos uma lição de como se joga só com dez. As oportunidades começaram a surgir, mas o Maxi Pereira e o C. Rodríguez revelaram falta de pontaria. Entrementes não tivemos sorte num remate do Katsouranis que foi desviado pelo defesa e passou a rasar o poste, enquanto o Marítimo teve dois lances perigosos, um dos quais muito bem defendido pelo Butt. Éramos a melhor equipa, jogávamos bem e de forma inteligente, e eu já estava decidido a ovacionar no final, mesmo que empatássemos o jogo, só que felizmente o Adu entrou aos 80’ para o lugar do esgotado Maxi Pereira. Comentei com o Jota, que nos deu o prazer da sua companhia, “com este em campo marcamos sempre nos últimos minutos.” E assim foi! A 4’ do fim, uma insistência do Léo pelo lado direito(!) resultou num cruzamento e o americano, qual ponta-de-lança, esgueirou-se pelo meio dos defesas e fez o golo da vitória. Foi o delírio na Catedral! Até final conseguimos conservar muito bem a posse de bola e, com o empate dos lagartos em casa do Nacional, subimos ao 2º lugar.

É injusto destacar alguém individualmente, quando toda a equipa foi excelente a partir do momento da expulsão. Mesmo assim, tenho que referir o Léo e não só pelo centro da vitória, o Binya que cada vez mais se assume como um potencial novo Petit e o Maxi Pereira tanto a lateral-direito como a médio. O Rui Costa não esteve feliz em alguns lances, mas com ele em campo sinto-me mais descansado porque está ali alguém que sabe sempre o que fazer à bola. O C. Rodríguez acabou exausto, mas teve uma actuação com altos e baixos. Por outro lado, temos que aprender rapidamente a jogar com o Cardozo, de modo a que este não tenha que vir buscar jogo atrás. O paraguaio é muito perigoso na área, mas a passar a bola não é tão forte e perdemos alguns ataques por causa disso. Os centrais (Luisão e Katouranis) tiveram bastante trabalho, mas mostraram-se seguros. Seguro esteve igualmente o Butt, apesar da entrada a frio, e o Adu merece também uma palavra, já que está convertido no nosso Mantorras deste ano. Entra e marca nos últimos minutos.


Quarta-feira há a 2ª mão da Taça da Liga e, apesar de ser uma competição secundária e de o Camacho já ter afirmado que vai fazer alterações (o que é mais que normal), temos obrigação de lutar para vencer. Não vai ser nada fácil, até porque o V. Setúbal continua invicto, mas espero que estas vitórias sofridas tenham dado a moral necessária a equipa.

quinta-feira, outubro 25, 2007

À Benfica

Vencemos o Celtic com um golo do Cardozo aos 87’ e conseguimos os primeiros pontos na Champions. Este era um jogo fundamental, porque qualquer outro resultado que não a vitória afastar-nos-ia de modo quase definitivo das competições europeias e isso seria trágico. Assim, saltámos para o 3º lugar com os mesmos pontos dos escoceses e mantemo-nos na luta. Se não perdermos em Glasgow e conseguirmos quatro pontos nos jogos que faltam, devemos garantir a Uefa.

Com o Katsouranis de novo a central, o Nuno Assis na direita, o Bergessio com o Cardozo e o Di María no banco, começámos muito mal o jogo e a 1ª parte foi para esquecer. O Celtic estava muito fechado e nós não tínhamos velocidade para entrar na defesa deles. A bola praticamente não chegava aos avançados e só tivemos dois lances perigosos, com um incrível falhanço do Cardozo, que rematou na atmosfera depois de um centro do Léo, e uma cabeçada do Katsouranis a permitir uma boa defesa ao guarda-redes. Do outro lado, o Quim fez uma grande defesa que impediu um golo certo. A 2ª parte foi completamente diferente. Sinceramente perdi conta às oportunidades que tivemos. Só o Cardozo teve cinco(!), incluindo duas bolas que bateram uma na trave e outra no poste. Como comentava com o Pedro F.F. ao telemóvel e com o D’Arcy via sms, parecia a reedição do jogo frente ao Boavista no ano passado. Os escoceses só tiveram uma grande oportunidade depois de um centro da direita, em que o avançado se antecipou ao Luisão e rematou às malhas laterais. Finalmente a 3’ do fim, chegou o desejado golo por quem mais o merecia.

Individualmente destacou-se naturalmente o Cardozo. Uma parte do conhecedor público benfiquista já o assobiava no início do 2º tempo, mostrando que continua a saber como se incentiva um jogador que acabou de chegar, mas felizmente ele deu uma resposta adequada depois de uma 1ª parte fraca. No entanto, o potencial está lá e só não vê quem não quer. É tudo uma questão de confiança e se há mérito que ele tem é de nunca desistir. O golo que marcou é um golão e espero que seja o início de muitos, mas já o trabalho na segunda bola ao poste é de louvar. Não é qualquer jogador que recebe a bola de costas para a baliza, roda 180º e remata de primeira. A equipa subiu muito de produção na 2ª parte, especialmente depois das entradas do Di María e Adu. A óptima assistência para o golo do paraguaio é do argentino. O C. Rodríguez foi o melhor na 1ª parte, mas rebentou a meio da 2ª, assim como o Rui Costa, que teve uma jogada brilhante num canto, mas o remate saiu por cima. O Binya é a prova que o Fernando Santos nunca deveria ter sido treinador para o Benfica. O Nuno Assis continua com a irritante mania de jogar preferencialmente para o lado e para trás, mas não foi dos piores. Também não desgostei do Bergessio, outro jogador a precisar de se adaptar melhor. É muito lutador e tem bastante força. Quando conseguir rematar decentemente à baliza, pode ser muito útil. A defesa esteve bem, com o Maxi Pereira a revelar-se uma boa opção para a direita, mas a precisar de arriscar mais no ataque. Mas ponham o Léo a treinar cruzamentos, por favor!


Não fizemos um jogo brilhante, mas não alinho na teoria dos “profetas da desgraça”. Criámos várias situações de golo e lutámos até ao fim. Aliás, como temos feitos nos outros jogos e já é a 3ª vez que marcamos golos nos últimos cinco minutos. Está longe de ser uma coincidência. Contem lá os jogadores novos que alinharam de início e percebam de uma vez por todas que uma equipa não se faz em dois meses! Gosto da capacidade de luta deste Benfica e de nunca virar a cara ao esforço. Foi uma vitória arrancada a ferros (seguindo um chavão do futebol), com sangue e bastante súor, mas são estas que me trazem mais satisfação, porque são vitórias “à Benfica”.

segunda-feira, outubro 22, 2007

American's cup

Um casamento de um familiar fez com que perdesse o 2º jogo do Benfica ao vivo desde que a Nova Catedral foi inaugurada (quem é que se lembra de casar num dia em que o Glorioso joga, anyway?!) e um outro motivo de força (bastante) maior fez com que não só ainda não tivesse visto a gravação deste empate frente ao V. Setúbal (1-1), como não pudesse postar antes desta hora. Mas enfim, na saúde infelizmente nós ainda não mandamos...

Pelo meio tive oportunidade de ver o resumo e perdemos boas oportunidades. O golo deles resulta de um escandaloso fora-de-jogo (está vingado o penalty da Amadora) e o tento do Adu já nos descontos é muito bom. Parece que o americano merece mais oportunidades de jogar. Eu sei que nem sequer é comparável, mas ao menos o Setúbal não conseguiu um resultado tão bom como o Fátima...


[Adenda: vi finalmente o jogo e não poderia estar mais em desacordo com o que ouvi na rádio e li por aí. Não acho de todo que tenhamos feito um péssimo jogo. O V. Setúbal ainda não perdeu para o campeonato, empatou no WC e jogou com a equipa titular, enquanto nós só alinhámos com quatro titulares (considerando o Binya titular). Criámos situações mais que suficientes para resolver a eliminatória já na Luz e o V. Setúbal, depois do golo irregular, só teve mais uma situação de perigo com um cabeceamento rente ao poste. O Nuno Assis foi dos melhorzinhos, o Katsouranis foi quem mais empurrou a equipa para a frente, o Bergessio precisa urgentemente de não imitar os jogadores de rugby, para o Binya todos os adversários são iguais, o Dabao e o Adu vieram mexer com o nosso jogo, o Di Maria foi o melhor na 1ª parte, mas desapareceu na 2ª, o Zoro ofereceu um golo, felizmente recusado pelo V. Setúbal, o Luís Filipe esteve ao seu nível habitual, o Miguelito por este andar jamais se constituirá opção ao Léo e o Fábio Coentrão precisa de rodar para não se perder de vez.]

quinta-feira, outubro 18, 2007

Dúvida desfeita

Ganhámos 2-1 no Cazaquistão e só um cataclismo impedirá a selecção portuguesa de estar presente no Euro 2008. Todavia, o jogo foi bastante difícil e só a oito minutos do fim marcámos o 1º golo, através do Makukula que assim se estreou da melhor maneira pela selecção. Aliás, a sua prestação surpreendeu-me já que entrou muitíssimo bem (nem parecia estreante) e na meia-hora que esteve em campo foi essencial para a melhoria do nosso futebol. Acho que ganhámos uma opção muito válida para ponta-de-lança.

Na sequência do jogo do passado sábado, espero que a dúvida tenha ficado de vez desfeita. Voltámos a jogar com 10 durante 84’ até o artista de circo ser substituído. Aliás, não me lembro da última vez que vi uma exibição individual tão deplorável como a dele neste jogo. Não me venham falar do centro que deu o golo do Makukula, porque isso qualquer um dos outros extremos que estavam em campo (C. Ronaldo e Nani) conseguiria fazer. Foi literalmente o único(!) lance positivo que efectuou em 84’. Não conseguiu fintar nenhum adversário, as perdas de bola foram incontáveis, os centros eram sempre para o guarda-redes ou para a linha lateral do lado oposto e o homem pura e simplesmente não consegue tocar na bola sem fazer uma pirueta qualquer, que na maior parte do tempo é obviamente inconsequente. Uma lástima. Não percebo porque é que se insistiu na sua titularidade, até porque o Nani tinha entrado bem no jogo frente ao Azerbaijão, mas espero sinceramente que depois deste espectáculo o erro não se volte a repetir.

P.S. – Não se pode fazer uma petição para não ter jogadores do Benfica na selecção em jogos frente a estes adversários menos fortes? Agora foi o Nuno Gomes a lesionar-se, ainda por cima numa altura em que parecia estar a subir de forma. Sorte malvada!

sábado, outubro 13, 2007

Diferenças

Só dois parágrafos pequenos sobre a vitória da selecção no Azerbaijão por 2-0. Quem tem orgasmos recorrentes sobre a titularidade do Quaresma na selecção, espero que tenha gostado deste jogo. A diferença entre ele e o Simão, é que o Simão é um jogador de futebol, enquanto o Quaresma é um artista de circo. Por vezes é um malabarista, mas a maior parte do tempo é simplesmente um palhaço. Jogar simples é chinês para ele, ser objectivo igualmente. Mas o que é isso comparado com as trivelas inúteis e as fintas inconsequentes...?

Outra diferença é ver a selecção com o Ricardo Carvalho. Se ele estivesse estado nos jogos anteriores, aposto que não os tínhamos empatado.

segunda-feira, outubro 08, 2007

Desnecessariamente sofrido

Um bis do Nuno Gomes selou o nosso triunfo (2-1) em Leiria e finalmente, depois de cinco jogos, voltámos a vencer. Foi um desfecho absolutamente justo se bem que os números finais sejam enganadores, já que ficámos a dever a nós próprios mais uns quantos golos. Como as vantagens mínimas são sempre perigosas, lá levámos com o forcing final do Sr. João Ferreira que inventou um livre à entrada da área por falta inexistente do Nuno Assis aos 92’ e depois permitiu que se marcasse o canto que daí resultou com 40 segundos(!) para além dos três minutos de compensação que deu. Foi uma arbitragem bastante habilidosa (penalty por marcar sobre o Nuno Gomes, pelo menos duas faltas sobre o Cardozo à entrada da área por assinalar e alguns foras-de-jogo muito duvidosos) que mostra que eles não andam a dormir. Felizmente já ouvi declarações de um administrador da SAD (Rui Cunha) no final do jogo a chamar a atenção para este facto. É URGENTE que o Benfica não se cale perante o que se vai passando nos campos (no WC duas(!) faltas seguidas do Vukcevic não foram sancionadas e do lance resultou o 1º golo dos lagartos frente ao Guimarães) como se estivesse a pagar uma penitência pelo penalty da Amadora.

Voltando ao jogo, o Camacho deixou o Di Maria no banco e fez alinhar o Nuno Gomes e o Cardozo de início. Com a lesão do Nélson, o Maxi Pereira fez de lateral-direito e o Binya entrou para o meio-campo. Os jornalistas já chateiam com as perguntas sobre os dois avançados (o Camacho esteve prestes a abandonar a flash-interview da TVI e com razão), mas é verdade que o Benfica jogou melhor hoje do que nas partidas anteriores. O bis do Nuno Gomes não é alheio à presença do Cardozo, que arrasta defesas consigo dando mais liberdade ao nº 21. E o próprio paraguaio beneficia de ter alguém a jogar perto de si, porque as bolas que ganha de cabeça encontram mais facilmente um destinatário certo. No entanto, começámos muito mal a partida e logo aos 2’ sofremos um golo, quebrando assim a série de cinco jogos seguidos invictos para o campeonato. Reagimos bem e a um óptimo centro do C. Rodríguez correspondeu o Nuno Gomes com uma cabeçada à ponta-de-lança para fazer o empate aos 16’. Até final da 1ª parte continuámos a ser a equipa que tentou mais o golo, mas nem sempre com a velocidade devida. O que era inexplicável, porque deu toda a sensação que se acelerássemos um pouco o jogo, o Leiria não teria pernas para nós. Um bom remate do Katsouranis de fora da área foi a nossa melhor chance. Perto do intervalo há um lance do Luisão com o ponta-de-lança adversário já na nossa área em que o nº 4 encosta-se ao jogador do Leiria de uma maneira que o árbitro poderia ter considerado faltosa. Foi um lance idiota, porque a bola se dirigia para a bandeirola de canto e não havia necessidade de ter arriscado um penalty daquela maneira.

A nossa 2ª parte foi melhor, porque o Leiria quebrou fisicamente devido ao jogo europeu. Só teve uma oportunidade (e bem grande, por sinal) aos 63’, mas o João Paulo (o tal que nos marcou o golo do empate nos descontos em Paços de Ferreira no ano passado) falhou escandalosamente com a baliza aberta. Antes disto, já um excelente passe do maestro tinha proporcionado ao C. Rodríguez uma óptima rotação sobre o defesa e um remate poderoso que o guarda-redes defendeu para canto. Estávamos mais forte e aos 66’ o Katsouranis desmarcou muito bem o Nuno Gomes para o golo da vitória. Acho que o guarda-redes poderia ter feito mais, mas a movimentação do 21 é digna de realce. Até final, o Katsouranis, o Binya e, principalmente o Rui Costa, tiveram boas oportunidades para marcar, mas o resultado manteve-se.

Individualmente destacou-se, claro está, o Nuno Gomes que depois de um longo jejum voltou a marcar dois golos num só jogo. O Binya mostrou novamente que, enquanto o Petit não voltar, tem que ser titular. O Katsouranis esteve activo no ataque, mas pareceu-me lento a recuar para ajudar a defesa. O Cardozo continua infeliz na hora do remate, mas é um jogador bastante útil pelo desgaste que provoca nos defesas. O Rui Costa é... o Rui Costa. Em relação ao C. Rodríguez também não vale a pena estar a ser repetitivo. Espero que troquemos rapidamente o empréstimo pela totalidade do passe. Na defesa, o Léo esteve estranhamente inseguro (tanto assim foi que o Camacho o substitui pelo Luís Filipe aos 67’), o Quim só não defende o impossível e não desgostei do Maxi Pereira a defesa-direito, apesar de relevar muitas limitações na hora de fintar os adversários.

O campeonato vai voltar a parar por causa das selecções e da Taça da Liga. Esta vitória era fundamental, não só para a moral da equipa como também para não deixar fugir mais os adversários directos. Espero que este jogo tenha significado o início da recuperação do Benfica.

quinta-feira, outubro 04, 2007

Triste

Perdemos em casa com o Shakhtar Donetsk (0-1) e tornámos bastante difíceis, para não dizer que hipotecámos de vez, as nossas hipóteses de seguir para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Ainda por cima, o Celtic venceu o Milan (2-1) em casa, pelo que neste momento estamos a três pontos da Taça Uefa. Duas derrotas em dois jogos é muito mau e se isto me deixa muito triste, mais ainda fico com a atitude aqueles que se dizem adeptos do Benfica, mas que fariam melhor ao clube se ficassem em casa (desenvolvimento na Tertúlia).

Entrámos bastante mal, com excepção de um bom remate do C. Rodríguez defendido pelo guarda-redes, mas a partir dos 20’ conseguimos equilibrar o jogo e dispusemos de algumas boas situações, nomeadamente um remate do Di Maria e outro do Katsouranis às malhas laterais. Os ucranianos mostraram que são uma boa equipa (a léguas do Dínamo de Kiev e a diferença pontual no campeonato percebe-se perfeitamente), o que não é de espantar dado o investimento todo que fizeram no plantel. Não é normal uma equipa daquela zona do globo contratar um dos melhores marcadores do campeonato italiano (Lucarelli) e uma série de brasileiros muito bons (gostei do nº 7, Fernandinho, e do 9, Ilsinho), de tal forma que só actuaram três(!) ucranianos a titular. Numa perda de bola a meio-campo, nessa altura contra a corrente do jogo e num lance em que o Nélson se lesionou, surgiu o golo deles aos 42’. Já tinham tido oportunidades anteriormente, mas conseguiram marcar numa altura péssima para nós, à beira do intervalo e quando estávamos a conseguir finalmente criar ocasiões. O Nuno Gomes substitui o Nélson e pudemos jogar novamente com os dois pontas-de-lança.

Na 2ª parte voltámos a não entrar bem. Com o recuo do Maxi Pereira para defesa-direito e o Rui Costa ao lado do Katsouranis, começámos a dar muito espaço ao adversário para contra-atacar, o que eles fizeram com bastante perigo. Não conseguíamos recuperar a bola, porque também não tínhamos ninguém para correr atrás dela. Como consequência disso não chegava jogo aos avançados. O Camacho viu isso muito bem e lançou o Binya aos 61’ tirando o Di Maria (que, apesar da bola ao poste, voltou a apresentar-se abaixo do que deveria, mesmo considerando o facto de ter actuado no lado direito onde é menos perigoso do que à esquerda; precisa de melhorar bastante o último passe e parece-me cansado). A maior parte dos treinadores de bancada, quais Rui Santos, assobiou esta substituição como seria de prever. Quantos mais avançados é que é bom! Recuperar bolas e ter o controlo do meio-campo é para maricas! Enfim... Claro que a nossa produção melhorou bastante a partir daqui (o tal treinador que é “limitado tacticamente” afinal parece que percebe um pouco disto...). Começámos a empurrar o Shakhtar para o seu meio-campo de tal forma que eles só tiveram mais uma grande ocasião em que nos apanharam em contrapé com três avançados frente ao Léo. Felizmente não deu em golo e nós tivemos uma série de ocasiões para marcar: Cardozo, Katsouranis e Edcarlos (esta foi incrível!) de cabeça e remate do Nuno Gomes para defesa do guarda-redes. Infelizmente não conseguimos e acabámos por perder.

Não fizemos um bom jogo, longe disso, mas também não estivemos abaixo de cão, como a maioria do comentadores quer fazer crer. Os ucranianos têm uma boa equipa e acho que o resultado mais justo seria o empate. Individualmente, o Quim voltou a estar brilhante e o C. Rodríguez foi outra vez dos que mais correram. O maestro precisa de descanso, o Katsouranis esteve um pouco perdido e o Cardozo, apesar de infeliz na concretização, precisa de adquirir ritmo de jogo e não se consegue isso no banco. Tem remate fácil e é importante para ganhar bolas de cabeça na área, como se viu no chuveirinho final e nos lançamentos laterais para a gránde-área do Binya, que a propósito entrou muitíssimo bem na equipa.


Estamos numa fase muito negativa e espero sinceramente que consigamos dar a volta por cima já em Leiria. Nota-se que precisamos de uma vitória para as coisas acalmarem. O potencial está lá, mas “Roma e Pavia não se fizeram num dia”. Não é a criar esta instabilidade permanente, a fazer pressão para resultados imediatos e a assobiar as más intervenções dos nossos jogadores que vamos conseguir qualquer coisa. Os bons adeptos vêem-se nestas alturas, os maus é melhor que fiquem em casa que não fazem falta nenhuma.

P.S. – Este senhor alemão chamado Wolfgang Stark fez das piores actuações que eu vi a um árbitro nas competições europeias. Pactuou com o anti-jogo dos ucranianos, não deixou a maca entrar em campo uma única vez(!) e pelo menos por três vezes houve jogadores assistidos em pleno relvado, as equipas fizeram quatro substituições na 2ª parte e ele só deu quatro(!) minutos de desconto. Inacreditável!

domingo, setembro 30, 2007

Sem ganhar

Empatámos 0-0 com os lagartos na Luz e pelo 4º jogo consecutivo não conseguimos vencer. Com a vitória do clube regional, já estamos a oito pontos do 1º lugar. “Ainda há muito campeonato e tal”, mas a diferença começa a ser significativa. O que vale é que o clube hediondo é treinado pelo Jesualdo e portanto podemos continuar a ter esperança.

Ao contrário do que vinha sendo habitual nas últimas partidas, entrámos bem no jogo. Actuando com velocidade criámos problemas à defesa lagarta, mas isto durou apenas 20’. Com a entrada do Luisão na equipa titular, o Katsouranis subiu para o meio-campo, onde teve a companhia do Maxi Pereira, jogando o Rui Costa a “10”. Nos extremos, o Di Maria e o C. Rodríguez eram dos mais mexidos, mas o que é certo é que as bolas raramente chegavam ao Nuno Gomes e foi o Quim quem acabou por ter mais trabalho (se bem que não muito) durante a 1ª parte. A partida estava viva, mas nós insistíamos SEMPRE no erro de bombear bolas para a frente, onde o Nuno Gomes perdia claramente de cabeça para o Polga ou o Tonel. Foram vezes sem conta que o Quim marcava os pontapés de baliza para o meio-campo contrário, com a bola a ser invariavelmente ganha pelos defesas e por isso a partir dos 20’ deixámos de surgir na área contrária.

Na 2ª parte melhorámos bastante de produção, a que não foi alheio o facto de FINALMENTE termos passado a sair a jogar pelo chão. Aos 56’, um excelente remate do Rui Costa a 30m da baliza criou a nossa melhor oportunidade, com o Nuno Gomes na recarga a rematar incrivelmente ao lado, mas com a bola ainda a ser desviada pelo Stojkovic sem que o árbitro tenha marcado o respectivo canto. Logo no estádio achei estranho que o Nuno Gomes, completamente isolado e com o lado direito da baliza à sua mercê, tivesse conseguido rematar para fora e pela TV dá para ver que a bola foi desviada, caso contrário seria golo. O jogo estava mais partido e os espaços abundavam nos dois meios-campos. O Di Maria também teve uma boa oportunidade ao isolar-se, mas não conseguiu fazer o passe de morte para o Nuno Gomes, porque entretanto a bola foi cortada por um defesa. Logo a seguir, um cruzamento do maestro proporcionou ao Nuno Gomes um excelente cabeceamento, com a bola a sair ao lado. Aos 81’, o Quim também evitou um golo do nº 31 contrário, ao defender com o pé. E até final fomos nós que procurámos mais o golo, mas as forças já não abundavam.

Mais uma vez não compreendi as substituições do Camacho. Ou melhor, até as aceito, só não percebo é porque é que foram feitas tão tarde (Nuno Gomes por Cardozo aos 74’ e Adu em vez do Di Maria aos 82’). Mais: porque é que os suplentes do Benfica só se levantaram do banco para aquecer aos 70’?! É certo que não estávamos a jogar mal, mas era preciso fazer algo mais para tentar ganhar o jogo. A razão pela qual o Cardozo e o Nuno Gomes deixaram de jogar juntos é algo que me ultrapassa (foi assim na Madeira e curiosamente foi o nosso melhor jogo). O maestro tem que ser preservado e não pode jogar 90’ três vezes por semana. E o Adu mostrou que deveria ter entrado mais cedo, já que o gás do Di Maria também se esgotou a meio da 2ª parte. Individualmente, o melhor foi o Katsouranis que finalmente mostrou a sua mais-valia no lugar onde costuma jogar na selecção grega. A defesa esteve em bom nível (com o Luisão as coisas são mais simples), nomeadamente o Nélson que, ao fazer uma excelente partida para quem vinha de uma lesão, demonstrou que a lateral-direita tem que ser dele. O Quim voltou a mostrar que a baliza é sua e ponto final. O Maxi Pereira fez um jogo muito esforçado a meio-campo, correndo durante os 90’e o C. Rodríguez deve ter desfeito de vez as dúvidas a quem ainda as tinha. Tem muita qualidade técnica, poder de choque e capacidade de finta. Não percebo como é que o PSG o deixou ir embora, mas ainda bem. O Rui Costa não sabe jogar mal, mas fisicamente não acho que esteja no seu auge. O Nuno Gomes batalhou muito com os centrais contrários, mas deveria ter concretizado aquela recarga.

Quanto aos lances polémicos, acho que o Pedro Henriques errou para os dois lados. Todavia, NÃO existe intencionalidade na mão do Katsouranis. O braço dele está COLADO ao corpo e não faz movimento nenhum, pelo que não existe penalty. Os lagartos são engraçadíssimos, ao pretenderem que o penalty fosse marcado, porque o fiscal-de-linha o assinalou! Não interessa se foi falta ou não (este argumento é lindo!), o que interessa é que o fiscal-de-linha provocou a interrupção do jogo, assinalou o penalty e o árbitro deveria ter ido atrás! Tal como aconteceu na Amadora, portanto “o critério tinha que ser igual”. Só rir! Mas acho que há de facto um penalty na 1ª parte do Katsouranis sobre o Romagnoli, apesar de este já ir em queda. Não era um escândalo se fosse assinalado. No entanto, no último minuto a falta do Moutinho sobre o Adu é EVIDENTE. É mesmo em cima da linha, é penalty, mas percebo que para o árbitro fosse difícil de ver se era dentro ou fora da área. Agora, falta é de certeza e é incompreensível como é que o Pedro Henriques, a 2m do lance, mandou seguir.

Quarta-feira temos outro jogo importantíssimo frente ao Shakhtar Donetsk. Já agora, era bom que voltássemos às vitórias...


P.S. – O nº 31 dos lagartos é um dos jogadores mais NOJENTOS do campeonato. Passa a vida a fazer jogo sujo e a tentar sacar faltas e cartões aos adversários. Desportivismo é uma palavra que lhe passa completamente ao lado. Além disso, errou na profissão, deveria ter ido para o circo. As cambalhotas que deu depois de um toque do Rui Costa entram directamente para o anedotário nacional. Se não fosse um palhaço, daria um bom malabarista. Lamentável!

quinta-feira, setembro 27, 2007

Fraquíssimo

Eliminámos o E. Amadora da Taça da Liga nos penalties (5-4) depois de um empate 1-1 nos 90’, mas esse foi o único facto positivo do jogo de ontem. A exibição foi má demais para ser verdade e assim os habituais titulares da equipa não têm com que se preocupar, porque não é a jogar deste modo que a maioria dos que actuaram ontem lhes pode roubar o lugar.

Com a agradável companhia do D’Arcy, TMA e Jota fui à Amadora na esperança de ver alguns jogadores da nossa 2ª linha mostrarem que são opções válidas, mas a desilusão foi muito grande. A 1ª parte praticamente não existiu e só um remate do Di Maria e outro de livre do Maxi Pereira criaram perigo. Aliás, esse remate do argentino proporcionou ao guardião contrário a única(!) defesa de todo o jogo. O E. Amadora marcou aos 35’ através de um livre do Maurício a quase 30m da baliza, em que eu comentei a minha estranheza pelo facto de só termos três jogadores na barreira. Nem de propósito, a bola passou pelo local onde deveria ter estado o 4º jogador. Para além disso e apesar da força do remate, ficou a sensação que o Butt poderia ter feito melhor.

Na 2ª parte entrou o Adu e saiu o Maxi Pereira (o qual me começa a preocupar, já que pela 2ª vez consecutiva efectuou uma péssima exibição). O nosso jogo melhorou um pouco, mas não conseguíamos criar situações de perigo. O E. Amadora jogava em contra-ataque, mas mesmo assim o Butt fez mais defesas que o guardião contrário. O Yu Dabao saía muitas vezes da área e depois não estava lá ninguém para concretizar. Dominávamos o E. Amadora, mas o nosso jogo era muito aos repelões. A desinspiração era geral. O Di Maria, curiosamente ou talvez não, desde que deixou de actuar a extremo-esquerdo (como nos jogos frente ao Copenhaga e Nacional), tem vindo a perder protagonismo, o C. Rodríguez era dos mais esforçados mas sem grande espaço para criar perigo, o Binya esteve discreto e o Yu Dabao precisa de crescer. Na defesa, o Luisão e o Zoro foram dos melhorzinhos, ou melhor, dos menos maus, o Léo pode continuar a dormir descansado enquanto o Miguelito jogar desta forma e o Nélson necessita de readquirir o ritmo. O Adu foi o único ponto positivo em termos individuais. Deixou-se daquelas fintas inconsequentes de passar os pés por cima da bola e ficar no mesmo sítio, como no jogo frente aos dinamarqueses, e parece mais objectivo. Tem bom toque de bola e, quando o utilizava ao 1º toque, criava alguns desequilíbrios. Em termos muito negativos, tenho que falar do Nuno Assis. É urgente alguém rever o contrato dele, para verificar se não existe uma cláusula que o impeça de jogar para a frente! É exasperante a forma como só joga para o lado e para trás, impedindo consecutivamente o desenvolvimento de ataques rápidos.

Empatámos através de um penalty inexistente aos 90’. O Binya rematou fora da área, um jogador do E. Amadora levantou os braços, mas o que é certo é que a bola lhe bateu na cabeça. Ou muito me engano, ou conforme comentávamos na bancada, vamos ter que levar com este penalty durante a época toda. O Sr. Duarte Gomes tenta redimir-se do célebre penalty do Jardel na antiga Luz. Os que sofremos frente ao Leixões e V. Guimarães, e que nos custaram quatro pontos, já ninguém se vai lembrar. O Adu marcou-o muito bem e fomos para os penalties. Só falhámos um, precisamente pelo Butt, que rematou sem nenhuma concentração e a bola claro que foi ao lado. O que vale é que eles falharam dois e assim sendo seguimos, de forma algo imerecida, para a próxima eliminatória.


P.S. – Viva o Fátima!

domingo, setembro 23, 2007

Porquê a resignação?

Empatámos 0-0 em Braga e à 5ª jornada já estamos a seis pontos do 1º classificado. Isto quando a nossa 2ª volta é bastante mais difícil do que a 1ª. Estou a ver o panorama muito negro e, se quando empatámos frente ao Guimarães, eu não fiquei desiludido, já no jogo de hoje o caso muda de figura. Não percebi a falta de ambição, principalmente na 2ª parte, perante um adversário que teve menos dois dias de descanso depois das competições europeias do que nós. Por outro lado, e o que mais me decepcionou, foram as substituições do Camacho, quando era preciso tentar algo mais para conseguir a vitória. Completamente incompreensíveis.

Em relação à equipa titular em Milão, saíram o Miguel Vítor e o Cardozo, entrando o Gilles Binya e o Nuno Gomes. Não começámos mal o jogo e até criámos oportunidades pelo Di Maria e o C. Rodríguez, este num lance em que não soubemos aproveitar a superioridade numérica no ataque. Mas a partir de metade da 1ª parte, deixámos de conseguir chegar com perigo à baliza do Braga. Ainda tivemos uma boa oportunidade pelo Rui Costa, cujo remate saiu ligeiramente por cima, todavia não imprimíamos velocidade ao nosso ataque e fazíamos tudo a passo de caracol. O Rui Costa, infelizmente, não é eterno e não esteve tão activo como nos jogos anteriores, o Maxi Pereira foi hoje um jogador a menos, o C. Rodríguez não pode fazer tudo sozinho e o Di Maria não consegue jogar a 200 à hora durante o jogo todo. Como o Léo não subiu como habitualmente e o Luís Filipe não existe, não tivemos capacidade de criar desequilíbrios atacantes. Na defesa não estivemos mal e os problemas que existiram foram resolvidos pelo super-Quim.

A 2ª parte ainda foi pior que a 1ª. O Braga começava a mostrar dificuldades físicas, mas nós não soubemos aproveitar esse facto. O que é incompreensível já que tivemos cinco(!) dias de descanso. Estava visto que teria de ser feita alguma coisa a partir do banco, mas o que aconteceu tornou a emenda pior que o soneto. Quando se esperava a saída do Maxi Pereira e a constituição de uma dupla atacante com o Nuno Gomes e o Cardozo, o que se verificou foi precisamente o contrário. Saiu o jogador que mais velocidade imprimia ao nosso jogo (que já não era muita...), o Di Maria, e o próprio Nuno Gomes, para entrarem o Cardozo e o Nuno Assis. Ou seja, trocou-se jogador por jogador sem arriscar minimamente. O que eu não percebo. Este era um jogo vital e se há algo que me faz confusão é ver que o Benfica não faz tudo o que está ao seu alcance para ganhar um jogo. Pode não o conseguir, mas tem obrigação de lutar e de arriscar para tal. O que objectivamente não fez hoje. Tirando um remate acrobático do Edcarlos e outro ao lado do Katsouranis, não criámos mais nenhuma oportunidade de golo. A cinco minutos do fim, saiu o maestro e entrou o Romeu Ribeiro. Outra opção que não compreendi. Se era para fazê-lo descansar deveria ter saído mais cedo.

Individualmente gostei do Quim (já se torna um hábito referi-lo e estamos há quatro jogos sem sofrer golos para o campeonato), do Katsouranis (está cada vez mais central) e a espaços do Binya (enquanto o Petit não voltar, o lugar parece ser dele) e do C. Rodríguez (foi dos poucos a lutar e a tentar jogar para a frente). O maestro não sabe jogar mal, mas tem que ser preservado, caso contrário o gás acabar-se-lhe-á rapidamente e não o teremos em condições para os jogos mais decisivos. O Di Maria voltou a mostrar os mesmos defeitos (timing de soltar a bola e pouca capacidade de aguentar o choque) e as mesmas virtudes (velocidade e técnica de drible). O Nuno Gomes esteve discreto, mas se queremos ganhar jogos não podemos substituir pontas-de-lança por pontas-de-lança, e o Cardozo precisa nitidamente de alguém a jogar mais perto dele.

Quarta-feira temos outro jogo decisivo, neste caso na Amadora e para a Taça da Liga. É expectável que o Camacho faça alterações na equipa, mas convém não esquecer que é a 1ª edição desta competição e que o nosso historial nos obriga a tentar conquistá-la. Mas espero que sejam dadas oportunidades a quem tem jogado menos. Com os lagartos para a semana e a Champions daqui a 10 dias, teremos que mostrar para que nos serve um plantel com 29 jogadores.


P.S. – Continua a malapata com as camisolas alternativas...

quarta-feira, setembro 19, 2007

Desfalcados

Perdemos frente ao Milan em San Siro por 2-1 e, se bem que uma derrota seja sempre um resultado negativo, acho que não temos que ficar desiludidos pelo jogo que fizemos. Jogar em casa do campeão europeu (ainda por cima, sendo uma equipa italiana) seria sempre complicado, mas quando nos faltam quatro(!) titulares, três dos quais são defesas e o outro o Petit, julgo que não se podia pedir mais. O Milan é de facto muito forte e joga quase de olhos fechados, facto a que não será alheio manter a mesma equipa-base há uns bons cinco anos.

Para muitos, o Camacho inventou ao colocar o Miguel Vítor de início, o Katsouranis e o Maxi Pereira no meio-campo defensivo, e o Nuno Gomes no banco. Já ouvi referir, pelos habituais profetas da desgraça e gente que só gosta de estar do conta, que se fosse o Fernando Santos a fazer estas alterações seria crucificado. Não estou nada de acordo. Era quase um suicídio se fôssemos jogar em San Siro com um trinco adaptado (Maxi Pereira), outro de 35 anos a ter que fazer trabalho defensivo e quatro(!) jogadores de ataque. O meio-campo do Milan chamaria um figo a esta constituição. Penso que o Camacho fez bem, embora que se possa sempre questionar porque não colocou o Romeu Ribeiro a trinco, mantendo o Katsouranis na defesa. Mas depois de se ver o jogo e o resultado é sempre mais fácil mandar palpites. De qualquer modo, comparem esta exibição com a do ano passado no jogo de estreia da Champions e digam lá qual foi a melhor...

A diferença entre as duas equipas foi notória, se bem que as ausências no Benfica pesassem bem mais do que as do Milan. O Quim voltou a ser dos melhores em campo, mas infelizmente falhou no lance mais fácil de toda a partida, ao atrasar-se no livre do Pirlo aos 9’ do qual resultou o primeiro golo. Reagimos bem e o Rui Costa teve uma grande jogada que finalizou com um remate fortíssimo que o Dida defendeu para a frente e aos 22’ tivemos a nossa melhor oportunidade num cabeceamento do Cardozo ao poste depois de um centro do Di Maria, que ainda foi desviado por um defesa. Claro que entretanto já o Milan tinha proporcionado ao Quim duas excelentes defesas. Aos 24’ um mau toque do Miguel Vítor perto da grande-área italiana deu origem a um contra-ataque do qual resultou o 2-0 pelo Inzaghi. Foi azar do miúdo, que de resto não esteve mal. Até ao intervalo, outra boa arrancada do maestro proporcionou ao Cardozo um remate à figura do Dida.

Na 2ª parte, o jogo manteve-se muito parecido, com o Milan a jogar preferencialmente em contra-ataque e o Quim a salvar mais uns quantos golos. Os nossos remates não saíram tão bem e só conseguimos marcar já nos descontos através do Nuno Gomes (entretanto entrado para o lugar do amarelado Cardozo), num lance em que o Edcarlos estava ligeiramente adiantado à defesa do Milan [correcção: revi o lance no resumo e o Edcarlos está em linha com o Katsouranis, que fez o centro; portanto, não há irregularidade nenhuma]. A esta diminuição de produtividade atacante não foi alheio o cansaço físico do Rui Costa, que se tornou mais visível a partir de meio da 2ª parte. O Camacho resolveu (e bem) proporcionar-lhe uma despedida condigna de San Siro, substituindo-o perto do fim. Mesmo assim, o maestro foi indiscutivelmente o nosso melhor jogador e volto a bater na mesma tecla: ainda é muito cedo para o tentar reformar já para o ano. Outro que me entusiasmou foi o C. Rodríguez. Já tinha jogado bem frente à Naval e hoje fez uma grande exibição. Não tem medo de procurar a bola, participa bastante no desenvolvimento do ataque, não se esconde do jogo e tem boa qualidade técnica. Já o Di Maria mostrou que ainda precisa de amadurecer. Nem sempre tomou a melhor opção quando se tratava de libertar a bola. O Maxi Pereira também esteve bem a fazer de Petit, mas o Cardozo é que poderia ter jogado um pouco melhor. Pareceu-me muito lento e com pouca frescura física, sendo muitas vezes batido pelos defesas que chegavam primeiro à bola. Achei natural a sua saída para dar lugar ao Nuno Gomes, porque, apesar de estarmos a perder por 2-0, não é por se ter muitos avançados que se ganham jogos e a equipa não estava a jogar mal naquele esquema. O Edcarlos também se portou bem, mostrando ser um jogador muito sóbrio. O Camacho ainda aproveitou para lançar o camaronês Gilles Binya aos 72’, que se destacou pela combatividade que deu ao meio-campo. Definitivamente um jogador a rever. O pior do Benfica foi indiscutivelmente o Luís Filipe, que mostrou todas as suas limitações. Pode ser um substituto do Nélson, mas só em meia-dúzia de jogos por ano. É bom que o nº 22 volte depressa!


Daqui a duas semanas teremos um jogo importantíssimo para a qualificação, em casa frente ao Shakhtar Donetsk que nesta jornada bateu o Celtic por 2-0. É imperioso vencer essa partida para ganharmos vantagem sobre os ucranianos, já que o Milan é de outra galáxia e se tudo correr normalmente as outras equipas só poderão aspirar a somar um ponto frente a eles.

P.S. – Conheço muitos pouco jogadores que sejam idolatrados (é mesmo este o termo) em todos os clubes por onde passaram. É o caso do Rui Costa. Já não há palavras para descrever a sua grandeza.

domingo, setembro 16, 2007

Nas calmas

Ganhámos à Naval por 3-0, graças a três golões, mas estou de acordo com o Camacho quando ele diz que os primeiros e os últimos 15 minutos do jogo foram sofríveis. A nossa vitória é indiscutível, mas o que é certo é que até ao primeiro golo aos 22’ não tínhamos criado nenhuma oportunidade. Só que a partir deste tento a Naval deixou de existir e nós controlámos o jogo praticamente à vontade. Excepção feita aos minutos finais em que graças ao Quim (com uma meia dúzia de intervenções fabulosas!) voltámos a não sofrer golos.

Sinceramente não me lembro do último jogo em que chegámos ao intervalo a ganhar por 2-0, mas mesmo não tendo feito uma grande exibição percebeu-se que tínhamos o jogo ganho logo aí. O Cardozo ficou a descansar e alinhou de início o C. Rodríguez, com o Di Maria nas costas do Nuno Gomes, para além da entrado na defesa do Edcarlos para o lugar do Miguel Vítor. Uma alteração para lhe dar rodagem certamente já a pensar no jogo frente ao Milan. E foi mesmo o C. Rodríguez a abrir o marcador com um remate rasteiro fora da área, que não deu hipóteses ao guarda-redes. Pouco depois o Petit atirou ao lado de cabeça, na sequência de um livre muito bem marcado pelo Di Maria (cuidado com a maneira como ele os cobra!). Até que aos 35’ assistimos ao momento do jogo, melhor dizendo, do campeonato. O maestro fez uma excelente abertura para o Luís Filipe, que efectuou um centro de volta para ele já dentro da grande-área. Depois de rodopiar 360º com a bola colada ao pé direito, o Rui Costa deu um pequeno toque com o esquerdo por cima do guarda-redes. Só visto! Sublime! Já aqui disse várias vezes: pobres de vós que não compram cativos só para o ver jogar!

Na 2ª parte, marcámos muito cedo o 3º golo. Foi logo aos 52’ em que o Nuno Gomes correspondeu de uma maneira excelente a um centro do C. Rodríguez, lançado sublimemente pelo maestro, e marcou um golo de cabeça à ponta-de-lança. Finalmente! Resolvíamos em definitivo o jogo. Até final poderíamos ter aumentado o marcador, mas o Di Maria por duas ocasiões, ambas depois de boas arrancadas pela linha, não conseguiu centrar em condições para os colegas. O Camacho não gostou da parte final, porque nos fartámos de oferecer bolas ao adversário, já que tentávamos fazer tudo com muito rapidez. Assim sendo, a Naval poderia ter marcado mais de uma vez, já que atirou por duas vezes à barra e fez com o Quim disputasse o estatuto de melhor em campo com o Rui Costa. Infelizmente a 15’ do fim tivemos o pior momento do jogo com a lesão do Petit. Escorregou e torceu o joelho, sendo baixa certa para o jogo frente ao Milan e vamos lá a ver se não é por meses. Se há jogador insubstituível é mesmo o Petit e não sei como vamos sobreviver sem ele.

Em termos individuais, o Rui Costa continuar a mostrar que ainda está muito novo para ser director-desportivo. Parece cada vez mais refinado e é um prazer ver a alegria com que joga à bola. Por seu lado, o Quim deve estar na sua melhor forma de sempre. O Butt bem se pode queixar, mas assim não tem hipótese nenhuma. Também gostei bastante da dupla uruguaia. Muito lutadores, nunca desistem de lutar pela bola e com excelentes pormenores técnicos (as recepções de bola do Maxi Pereira são muito boas). O Nuno Gomes fez um jogo esforçado entre os centrais contrários, sendo importante nas tabelinhas com os médios e tendo finalmente acertado com a baliza. O Katsouranis continua um senhor na defesa, mas com a lesão do Petit deve voltar para o meio-campo. O Léo é outro que não sabe jogar mal. Quanto ao Edcarlos não gostei muito na 1ª parte, já que falhou algumas intercepções de bola, mas pode ter sido o nervosismo na estreia. O Di Maria esteve menos vistoso que em ocasiões anteriores, mas tem uma qualidade técnica impressionante. O Luís Filipe não é nenhum génio, mas é inacreditável a maneira como é assobiado a cada passe errado que faz. Há gente que fazia melhor em ficar em casa...

Vamos ver como nos portamos na 3ª feira em Milão. Não temos nada a perder, mas por isto é que eu gosto do Camacho: disse que íamos lá para tentar ganhar! A lesão do Petit e a falta do Luisão e David Luiz são grandes contras, mas acho que temos condições de fazer um bom jogo e dar-lhes luta. Qualquer ponto trazido de lá seria muito bom, mas pelo menos não tenho dúvidas que honraremos a camisola.

P.S. – A lesão do guarda-redes Taborda proporcionou um dos melhores momentos de sempre no novo estádio. A interacção do público, nomeadamente dos No Name, com o Rui Costa, que estava junto à bandeirola de canto para marcar um livre, foi algo que só por si fez valer a pena o preço do cativo. Felicidade pura! É por isto que nós somos invejados pelos outros. Ninguém tem um jogador, ou melhor dizendo, uma pessoa destas no plantel.