O bichinho começou a formar-se no IV Jantar de Bloguiquistas. E quando o bichinho nasce, eu só muito dificilmente resisto. Claro está que esse clube menor, como vai receber o MAIOR clube do mundo, tentou matá-lo de vez, ao colocar os bilhetes para não-sócios a 65€. Mas graças ao meu amigo M.R. de uma das claques do Glorioso consegui que ele se transformasse em 50€. É mais 10€ do que o limite máximo que eu estava disposto a dar, mas o bichinho atacou de vez e eu não fui capaz de resistir. Ainda por cima, vou estar rodeado de benfiquistas o que tornará a visita ao WC bem menos dolorosa.
Os lagartos estão teoricamente mais fortes, será a minha estreia num derby na casa do rival e não estou muito confiante. Portanto, verificam-se as condições ideais para que... ganhemos!
quinta-feira, novembro 30, 2006
A primeira vez
quarta-feira, novembro 29, 2006
Relembrar X – O primeiro derby
Não é o momento mais edificante, mas é o que mais me ficou na memória do primeiro derby de que me lembro. Estávamos na época 81/82 e fomos jogar a Alvalade. O jogo foi muito polémico com arbitragem do Sr. Marques Pires. Abrimos o marcador na primeira parte na sequência de um canto, em que os jogadores lagartos reclamaram que a bola não tinha entrado. Como naquela altura não havia 153 câmaras em campo, não dá para perceber se tinham ou não razão. Perto do final da primeira parte, houve a compensação e o Jordão empatou através de um penalty inventado.
Foi já no segundo tempo que aconteceu este lance. O Bento, provavelmente o segundo melhor guarda-redes que me lembro de ver no Glorioso (atrás do Preud’homme), de vez em quando tinha destas coisas. Este lance com o Manuel Fernandes fala por si, mas não posso deixar de referir a justificação que o Bento dá para o banco quando está a sair de campo, qualquer coisa do género: “então, ele deu-me um pontapé na cabeça, o que é que eu podia fazer?!” Ao menos foi para a rua na sequência de uma cotovelada (ou ombrada, como diz o comentador) bem dada e não de um empurrão qualquer (a fazer lembrar a expulsão do João Vieira Pinto frente ao clube regional para uma Supertaça, em que ao menos partiu dois dentes ao Paulinho Santos; foi só pena não os ter partido todos...). Para além da expulsão, foi penalty contra nós. O Jorge Martins (que depois jogou no V. Setúbal e Belenenses, e foi o terceiro guarda-redes de Portugal no Mundial 86) foi para a baliza, mas o Jordão ainda fez mais dois golos. Perdemos por 3-1 e o campeonato dessa época foi para os lagartos. O último antes de uma série magnífica de 18 anos de jejum...
P.S. – Quando uma equipa pequena recebe uma grande, é natural que aumente o preço dos bilhetes para tentar capitalizar o previsível aumento da presença de público. Com o Inter, Bayern e clube regional os preços foram normais, mas agora congratulo-me por saber que os lagartos reconhecem que vão receber o MAIOR clube do mundo, caso contrário não teriam colocado o bilhete mais barato para não-sócios a 65€! T-R-E-Z-E C-O-N-T-O-S para um jogo da primeira volta que não decide nada. Vão roubar para outro lado!
P.S. 2 - Lembram-se quem foi o árbitro do vergonhoso jogo da Taça de Portugal do ano passado frente ao V. Guimarães...?
Foi já no segundo tempo que aconteceu este lance. O Bento, provavelmente o segundo melhor guarda-redes que me lembro de ver no Glorioso (atrás do Preud’homme), de vez em quando tinha destas coisas. Este lance com o Manuel Fernandes fala por si, mas não posso deixar de referir a justificação que o Bento dá para o banco quando está a sair de campo, qualquer coisa do género: “então, ele deu-me um pontapé na cabeça, o que é que eu podia fazer?!” Ao menos foi para a rua na sequência de uma cotovelada (ou ombrada, como diz o comentador) bem dada e não de um empurrão qualquer (a fazer lembrar a expulsão do João Vieira Pinto frente ao clube regional para uma Supertaça, em que ao menos partiu dois dentes ao Paulinho Santos; foi só pena não os ter partido todos...). Para além da expulsão, foi penalty contra nós. O Jorge Martins (que depois jogou no V. Setúbal e Belenenses, e foi o terceiro guarda-redes de Portugal no Mundial 86) foi para a baliza, mas o Jordão ainda fez mais dois golos. Perdemos por 3-1 e o campeonato dessa época foi para os lagartos. O último antes de uma série magnífica de 18 anos de jejum...
P.S. – Quando uma equipa pequena recebe uma grande, é natural que aumente o preço dos bilhetes para tentar capitalizar o previsível aumento da presença de público. Com o Inter, Bayern e clube regional os preços foram normais, mas agora congratulo-me por saber que os lagartos reconhecem que vão receber o MAIOR clube do mundo, caso contrário não teriam colocado o bilhete mais barato para não-sócios a 65€! T-R-E-Z-E C-O-N-T-O-S para um jogo da primeira volta que não decide nada. Vão roubar para outro lado!
P.S. 2 - Lembram-se quem foi o árbitro do vergonhoso jogo da Taça de Portugal do ano passado frente ao V. Guimarães...?
sábado, novembro 25, 2006
Desperdício
Ganhámos ao Marítimo por 2-1 num jogo em que o resultado final é muito enganador. Poderíamos (e deveríamos) ter ganho por bastantes mais golos de diferença e devido à inépcia atacante, e também à grande exibição do guarda-redes Marcos, acabámos o jogo intranquilos, porque a vantagem mínima é sempre muito perigosa. Continuamos com o registo 100% vitorioso em casa, a exibição hoje não foi má, mas já jogámos melhor. Na próxima 6ª feira quando formos a casa dos lagartos é que se vai ver se a montanha continua russa ou não.
Logo aos oito minutos poderíamos ter o jogo resolvido. O Nuno Gomes e o Katsouranis falharam duas oportunidades escandalosas, o que foi o prenúncio do que iríamos assistir durante os restantes 82’. Trocávamos bem a bola, baralhando a defesa do Marítimo, e tivemos mais duas grandes oportunidades. Um cabeceamento do Anderson na sequência de um canto e numa grande jogada atacante ao primeiro toque entre o Simão, Nuno Gomes, Miccoli e Nuno Assis, em que o Katsouranis fica liberto, mas remata desenquadrado ao lado, quando estava só com o guarda-redes pela frente. Pouco depois da meia-hora surgiu o nosso golo na sequência de um livre para a área em que acaba por ser o defesa do Marítimo, acossado pelo Ricardo Rocha, a introduzir a bola na baliza. Só que deixámos o adversário reagir bem e a menos de cinco minutos do intervalo, o Marcinho marca um golão de fora da área, num remate sem hipóteses para o Quim. O Marítimo nada tinha feito que o justificasse, mas chegou empatado ao fim do primeiro tempo.
Na segunda parte, pressionámos mais e o Quim passou a fazer parte dos espectadores da partida. Só que aos três minutos da segunda parte, o Miccoli agarra-se à coxa depois de uma corrida e teve que ser substituído. É um filme já por demais visto que me vou abster de comentar. Só não percebi a entrada do Mantorras em vez do Fonseca. Parece que o Fernando Santos tem alguma coisa contra o mexicano, já que o Mantorras não acrescentou nada à equipa, demonstrando que só poderá entrar como último recurso perto do final para aumentar a confusão na área. A construir jogo continua um desastre e nos foras-de-jogo nem falo. Aos 51’ o Marcinho faz uma falta muito dura sobre o Simão a meio-campo (entrou de carrinho com o pé a meia altura) e foi naturalmente expulso. A partir daqui a pressão intensificou-se e em dois minutos o Marcos voltou a fazer duas grandes defesas a remates do Petit e Karagounis (que entretanto tinha entrado para o lugar do Nuno Assis). Até que aos 66’ marcámos o golo da vitória. Boa jogada atacante, com tabelinha do Nuno Gomes para o Simão, centro deste e o Katsouranis a surgir ao segundo poste para marcar de carrinho. Até final todos esperámos pelo avolumar do resultado, mas o Marcos voltou a ter outra grande intervenção a remate do Petit e noutros lances houve grande confusão no desenvolvimento do nosso ataque e nunca surgiram condições ideais de remate, ora porque o último passe era mal feito, ora porque os defesas interceptavam a bola. O Marítimo não criou nenhum lance de golo na segunda parte, mas fiquei sempre com o coração nas mãos até final.
Individualmente tenho que destacar dois jogadores da espinha dorsal: o Simão e o Petit. O capitão foi preponderante no ataque, especialmente durante o segundo tempo quando se encostou mais à esquerda, definitivamente o lugar onde mais rende (alô Fernando Santos?). O pitbull ganhou inúmeras bolas a meio-campo e ainda teve tempo para dois grandes remates. O Katsouranis voltou a marcar um golito e é o nosso melhor marcador! O Nuno Gomes continua muito infeliz na finalização, mas hoje teve melhores intervenções do que frente ao dinamarqueses, nomeadamente na construção de oportunidades para os colegas. O Nuno Assis não esteve tão bem e acabou substituído. A defesa não teve grandes sobressaltos, mas espero ansioso pelo regresso do Luisão para as duas finais que se avizinham. O Anderson não me inspira nenhuma confiança. O Karagounis entrou bem no jogo e é um sério candidato à titularidade caso algum elemento do meio-campo baixe a sua forma.
Foi uma vitória justíssima que esperemos que tenha continuação nos próximos dois jogos. Temos é que combater o nervosismo e a intranquilidade que surgem em determinadas alturas do jogo, caso contrário nunca estaremos na nossa plenitude.
P.S. – Como disse o meu amigo Pedro F. Ferreira, hoje voltou a não haver saudação dos jogadores no final do jogo. Frente aos dinamarqueses ainda pensei que fosse por causa dos assobios que se ouviram, mas hoje não têm desculpa. É uma falta de respeito pelos adeptos que apoiam a equipa e vai contra o que sempre foi a tradição do Glorioso! Até neste caso se nota a falta do Luisão…
P.S. 2 – Na rádio ouvem-se coisas que tem que se tirar a limpo na televisão, porque os comentadores estão longe de ser fiáveis. Quem compara as entradas do Ricardo Rocha e do Anderson com a que dá a expulsão do Marcinho só pode ser desonesto. O Rocha falha o pontapé e acerta inadvertidamente no adversário e o Anderson dá um pontapé na bola e na sequência do movimento acerta no jogador do Marítimo. Muito diferentes de uma entrada em riste com os pitons à perna do Simão…
Logo aos oito minutos poderíamos ter o jogo resolvido. O Nuno Gomes e o Katsouranis falharam duas oportunidades escandalosas, o que foi o prenúncio do que iríamos assistir durante os restantes 82’. Trocávamos bem a bola, baralhando a defesa do Marítimo, e tivemos mais duas grandes oportunidades. Um cabeceamento do Anderson na sequência de um canto e numa grande jogada atacante ao primeiro toque entre o Simão, Nuno Gomes, Miccoli e Nuno Assis, em que o Katsouranis fica liberto, mas remata desenquadrado ao lado, quando estava só com o guarda-redes pela frente. Pouco depois da meia-hora surgiu o nosso golo na sequência de um livre para a área em que acaba por ser o defesa do Marítimo, acossado pelo Ricardo Rocha, a introduzir a bola na baliza. Só que deixámos o adversário reagir bem e a menos de cinco minutos do intervalo, o Marcinho marca um golão de fora da área, num remate sem hipóteses para o Quim. O Marítimo nada tinha feito que o justificasse, mas chegou empatado ao fim do primeiro tempo.
Na segunda parte, pressionámos mais e o Quim passou a fazer parte dos espectadores da partida. Só que aos três minutos da segunda parte, o Miccoli agarra-se à coxa depois de uma corrida e teve que ser substituído. É um filme já por demais visto que me vou abster de comentar. Só não percebi a entrada do Mantorras em vez do Fonseca. Parece que o Fernando Santos tem alguma coisa contra o mexicano, já que o Mantorras não acrescentou nada à equipa, demonstrando que só poderá entrar como último recurso perto do final para aumentar a confusão na área. A construir jogo continua um desastre e nos foras-de-jogo nem falo. Aos 51’ o Marcinho faz uma falta muito dura sobre o Simão a meio-campo (entrou de carrinho com o pé a meia altura) e foi naturalmente expulso. A partir daqui a pressão intensificou-se e em dois minutos o Marcos voltou a fazer duas grandes defesas a remates do Petit e Karagounis (que entretanto tinha entrado para o lugar do Nuno Assis). Até que aos 66’ marcámos o golo da vitória. Boa jogada atacante, com tabelinha do Nuno Gomes para o Simão, centro deste e o Katsouranis a surgir ao segundo poste para marcar de carrinho. Até final todos esperámos pelo avolumar do resultado, mas o Marcos voltou a ter outra grande intervenção a remate do Petit e noutros lances houve grande confusão no desenvolvimento do nosso ataque e nunca surgiram condições ideais de remate, ora porque o último passe era mal feito, ora porque os defesas interceptavam a bola. O Marítimo não criou nenhum lance de golo na segunda parte, mas fiquei sempre com o coração nas mãos até final.
Individualmente tenho que destacar dois jogadores da espinha dorsal: o Simão e o Petit. O capitão foi preponderante no ataque, especialmente durante o segundo tempo quando se encostou mais à esquerda, definitivamente o lugar onde mais rende (alô Fernando Santos?). O pitbull ganhou inúmeras bolas a meio-campo e ainda teve tempo para dois grandes remates. O Katsouranis voltou a marcar um golito e é o nosso melhor marcador! O Nuno Gomes continua muito infeliz na finalização, mas hoje teve melhores intervenções do que frente ao dinamarqueses, nomeadamente na construção de oportunidades para os colegas. O Nuno Assis não esteve tão bem e acabou substituído. A defesa não teve grandes sobressaltos, mas espero ansioso pelo regresso do Luisão para as duas finais que se avizinham. O Anderson não me inspira nenhuma confiança. O Karagounis entrou bem no jogo e é um sério candidato à titularidade caso algum elemento do meio-campo baixe a sua forma.
Foi uma vitória justíssima que esperemos que tenha continuação nos próximos dois jogos. Temos é que combater o nervosismo e a intranquilidade que surgem em determinadas alturas do jogo, caso contrário nunca estaremos na nossa plenitude.
P.S. – Como disse o meu amigo Pedro F. Ferreira, hoje voltou a não haver saudação dos jogadores no final do jogo. Frente aos dinamarqueses ainda pensei que fosse por causa dos assobios que se ouviram, mas hoje não têm desculpa. É uma falta de respeito pelos adeptos que apoiam a equipa e vai contra o que sempre foi a tradição do Glorioso! Até neste caso se nota a falta do Luisão…
P.S. 2 – Na rádio ouvem-se coisas que tem que se tirar a limpo na televisão, porque os comentadores estão longe de ser fiáveis. Quem compara as entradas do Ricardo Rocha e do Anderson com a que dá a expulsão do Marcinho só pode ser desonesto. O Rocha falha o pontapé e acerta inadvertidamente no adversário e o Anderson dá um pontapé na bola e na sequência do movimento acerta no jogador do Marítimo. Muito diferentes de uma entrada em riste com os pitons à perna do Simão…
quarta-feira, novembro 22, 2006
45 minutos
Tal como se previa vão ser os dois pontos oferecidos em Copenhaga que muito provavelmente nos vão atirar para fora da Liga dos Campeões. Ganhámos por 3-1 frente aos dinamarqueses, mas com a vitória do Celtic frente ao Manchester United somos obrigados a ganhar em Old Trafford, o que a acontecer atiraria os ingleses para fora da Champions pela segunda vez consecutiva aos nossos pés. Ou seja, missão (quase) impossível. O Celtic já está apurado e gostaria agora de ouvir aqueles que defenderam que “o empate fora é sempre bom resultado” quando NÃO JOGÁMOS para ganhar na Dinamarca...
O jogo de ontem teve pouca história. Os dinamarqueses são muito fracos e não me venham falar outra vez da vitória deles sobre o Man Utd. Os ingleses jogaram com uma equipa de suplentes e falharam uma série de oportunidades de golo, ao passo que o Copenhaga marcou no único lance de golo de que dispôs. Ontem fizemos uma primeira parte razoável e acabámos com o jogo ao fazer os três golos neste período. Entrámos um pouco inseguros e não conseguimos fazer nada de relevante nos primeiros 13’, tirando um remate de cabeça do Miccoli à figura. Mais uma vez marcámos na primeira grande ocasião que tivemos, tal como em Braga. Foi aos 14’ que o Léo finalmente se estreou a marcar com a Gloriosa camisola, depois de uma boa jogada do Simão, que cruzou para o Katsouranis amortecer para o brasileiro. Dois minutos depois, a vitória ficou quase decidida, quando, na sequência de uma recuperação do Simão, o Nélson centrou para o Nuno Gomes assistir o Miccoli, que rematou rasteiro com o pé esquerdo e viu a bola entrar no canto da baliza depois de bater ligeiramente no poste. Os dinamarqueses mostravam-se inofensivos e nós entrámos em economode a partir do segundo golo. Mesmo assim, até final da primeira parte ainda mostrámos alguma vontade de aumentar o resultado e, a pouco mais de cinco minutos do intervalo, um bom remate rasteiro do Nuno Gomes fez com que o guarda-redes defendesse para a frente, permitindo ao Miccoli bisar na partida. O vencedor estava definitivamente encontrado.
No segundo tempo esperava que jogássemos da mesma maneira para irmos marcando mais golos, mas nada disto aconteceu. Só tivemos uma verdadeira oportunidade, quando uma boa tabelinha do Nuno Gomes isolou o Simão, que permitiu a defesa ao guarda-redes. De resto, limitámo-nos a controlar o jogo, atitude que exasperou alguns adeptos. Confesso que preferia que tivéssemos sido mais acutilantes, mas daí até aos assobios (a GANHAR o jogo!) vai uma grande diferença. As substituições também não resultaram, porque saiu o Miccoli (tinha visto um amarelo) que estava a ser o nosso melhor jogador e desta vez o Karyaka não entrou tão bem como em jogos anteriores. As outras duas substituições (Karagounis e Mantorras) foram feitas já muito tarde e os jogadores não tiveram tempo para fazer nada de relevante. Não percebi porque é que o Fernando Santos não lançou o Fonseca, já que era um bom jogo para ele se mostrar e o Nuno Gomes precisa de descanso. Muito perto do fim, sofremos o golito da ordem, num cruzamento da esquerda em que o Allbäck se antecipou ao Ricardo Rocha.
Individualmente há que destacar o Miccoli. A continuar assim, sem lesões, acho que o Luís Filipe Vieira não tem outra hipótese senão exercer o direito de opção, porque seria incompreensível que gastássemos três milhões de euros com o Marcel e outros três com o Fonseca, e não houvesse cinco milhões para o italiano. O Simão também esteve bem, mas não deveria ter falhado aquele golo de baliza aberta. O Nuno Gomes continua na sua senda de desperdício que vem desde o jogo da selecção, mas acaba por ficar ligado a dois golos. O Nuno Assis voltou às boas exibições, continuando a mostrar muita generosidade defensiva. Quando aos dois trincos, voltei a ficar com a ideia que em jogos perante adversários mais fracos não deveriam jogar os dois. O Petit não atravessa um grande momento de forma e o Katsouranis tem a vantagem de ser mais participativo no ataque. A defesa não esteve mal e o Nelson voltou a ser muito participativo no ataque.
Um último reparo para o público. Estiveram pouco mais de 30.000 pessoas e talvez devessem estar menos, porque há gente que não faz lá falta nenhuma. Que sentido tem gastar-se 20€, ver a equipa ganhar e ainda assobiar no fim do jogo?! Porque é que não ficam em casa a verberar contra a televisão? Ao menos não gastam dinheiro e deixam o estádio para quem vai lá apoiar a equipa. Claro que a nossa exibição na segunda parte deixou um pouco a desejar, mas assobiar o Benfica depois de nós ganharmos por 3-1 é uma atitude absolutamente CRETINA! O que seria se tivéssemos empatado ou perdido? Rasgariam o cartão de sócio?!
O jogo de ontem teve pouca história. Os dinamarqueses são muito fracos e não me venham falar outra vez da vitória deles sobre o Man Utd. Os ingleses jogaram com uma equipa de suplentes e falharam uma série de oportunidades de golo, ao passo que o Copenhaga marcou no único lance de golo de que dispôs. Ontem fizemos uma primeira parte razoável e acabámos com o jogo ao fazer os três golos neste período. Entrámos um pouco inseguros e não conseguimos fazer nada de relevante nos primeiros 13’, tirando um remate de cabeça do Miccoli à figura. Mais uma vez marcámos na primeira grande ocasião que tivemos, tal como em Braga. Foi aos 14’ que o Léo finalmente se estreou a marcar com a Gloriosa camisola, depois de uma boa jogada do Simão, que cruzou para o Katsouranis amortecer para o brasileiro. Dois minutos depois, a vitória ficou quase decidida, quando, na sequência de uma recuperação do Simão, o Nélson centrou para o Nuno Gomes assistir o Miccoli, que rematou rasteiro com o pé esquerdo e viu a bola entrar no canto da baliza depois de bater ligeiramente no poste. Os dinamarqueses mostravam-se inofensivos e nós entrámos em economode a partir do segundo golo. Mesmo assim, até final da primeira parte ainda mostrámos alguma vontade de aumentar o resultado e, a pouco mais de cinco minutos do intervalo, um bom remate rasteiro do Nuno Gomes fez com que o guarda-redes defendesse para a frente, permitindo ao Miccoli bisar na partida. O vencedor estava definitivamente encontrado.
No segundo tempo esperava que jogássemos da mesma maneira para irmos marcando mais golos, mas nada disto aconteceu. Só tivemos uma verdadeira oportunidade, quando uma boa tabelinha do Nuno Gomes isolou o Simão, que permitiu a defesa ao guarda-redes. De resto, limitámo-nos a controlar o jogo, atitude que exasperou alguns adeptos. Confesso que preferia que tivéssemos sido mais acutilantes, mas daí até aos assobios (a GANHAR o jogo!) vai uma grande diferença. As substituições também não resultaram, porque saiu o Miccoli (tinha visto um amarelo) que estava a ser o nosso melhor jogador e desta vez o Karyaka não entrou tão bem como em jogos anteriores. As outras duas substituições (Karagounis e Mantorras) foram feitas já muito tarde e os jogadores não tiveram tempo para fazer nada de relevante. Não percebi porque é que o Fernando Santos não lançou o Fonseca, já que era um bom jogo para ele se mostrar e o Nuno Gomes precisa de descanso. Muito perto do fim, sofremos o golito da ordem, num cruzamento da esquerda em que o Allbäck se antecipou ao Ricardo Rocha.
Individualmente há que destacar o Miccoli. A continuar assim, sem lesões, acho que o Luís Filipe Vieira não tem outra hipótese senão exercer o direito de opção, porque seria incompreensível que gastássemos três milhões de euros com o Marcel e outros três com o Fonseca, e não houvesse cinco milhões para o italiano. O Simão também esteve bem, mas não deveria ter falhado aquele golo de baliza aberta. O Nuno Gomes continua na sua senda de desperdício que vem desde o jogo da selecção, mas acaba por ficar ligado a dois golos. O Nuno Assis voltou às boas exibições, continuando a mostrar muita generosidade defensiva. Quando aos dois trincos, voltei a ficar com a ideia que em jogos perante adversários mais fracos não deveriam jogar os dois. O Petit não atravessa um grande momento de forma e o Katsouranis tem a vantagem de ser mais participativo no ataque. A defesa não esteve mal e o Nelson voltou a ser muito participativo no ataque.
Um último reparo para o público. Estiveram pouco mais de 30.000 pessoas e talvez devessem estar menos, porque há gente que não faz lá falta nenhuma. Que sentido tem gastar-se 20€, ver a equipa ganhar e ainda assobiar no fim do jogo?! Porque é que não ficam em casa a verberar contra a televisão? Ao menos não gastam dinheiro e deixam o estádio para quem vai lá apoiar a equipa. Claro que a nossa exibição na segunda parte deixou um pouco a desejar, mas assobiar o Benfica depois de nós ganharmos por 3-1 é uma atitude absolutamente CRETINA! O que seria se tivéssemos empatado ou perdido? Rasgariam o cartão de sócio?!
domingo, novembro 19, 2006
Montanha-russa
Já se percebeu que este ano vamos andar assim. Ora fazemos boas exibições e conseguimos vitórias inequívocas, ou levamos três com actuações sofríveis. Perdemos pelo segundo ano consecutivo em Braga, desta feita por 1-3, e voltámos a lançar dúvidas sobre a nossa capacidade de resposta em jogos importantes. Olhando a frio, chegamos à conclusão que os perdemos todos (Boavista, Manchester, Celtic, clube regional e Braga) e só num dos casos não sofremos três golos. Aliás, em oito jogos fora de casa, conseguimos a proeza de ganhar um, empatar três e sair derrotados em quatro! O sr. Fernando Santos voltou a dizer que “temos que falar internamente”. Estarei errado, ou a época começou há mais de quatro meses? Será que o sr. Fernando Santos fala noutra língua que não em português no balneário? Como é possível os jogadores ainda não terem apreendido a mensagem? Será culpa deles ou incapacidade de comunicação do treinador? Quantas mais vezes vamos ter que ouvir este discurso a seguir a uma derrota?
Ontem começámos pessimamente o jogo e nunca tivemos habilidade para impor o nosso futebol. Os jogadores do Braga chegavam sempre primeiro à bola e os lances divididos eram todos deles. Para ajudar à festa, o Quim resolveu oferecer-lhes o primeiro golo logo aos sete minutos, ao repor mal a bola em jogo, permitindo ao Zé Carlos marcar quase de meio-campo. Os minutos passavam, mas nós continuávamos completamente inoperantes. Através do contra-ataque, o Braga teve oportunidade de aumentar a diferença, mas num lance de bola parada acabámos por ser nós a empatar a partida por volta dos 30’. Livre do Simão para a área, cabeceamento do Katsouranis que o Paulo Santos defende para a frente e o Ricardo Rocha (ATÉ QUE ENFIM, à 5ª época no Benfica marca um golo num jogo oficial!) só teve que empurrar a bola para as redes. Foi um golo caído do céu, porque foi no nosso primeiro remate à baliza! A partir daqui, tive esperanças que conseguíssemos assentar o nosso jogo e dominar o Braga. Puro engano! Melhorámos a nossa produção, mas nunca fomos muito superiores a eles. Numa das poucas boas combinações de ataque, o Miccoli desmarcou-se pela esquerda, centrou e o Nuno Gomes, completamente isolado, conseguiu que o seu cabeceamento acertasse no guarda-redes! Pouco depois, e a menos de cindo minutos do intervalo, um disparate do Nelson a meio-campo permitiu um contra-ataque ao Braga e o Maciel fez o 2-1, num remate em que me pareceu que o Quim voltou a ter culpas, já que não fechou convenientemente o ângulo.
Para a segunda parte, entrou o Karagounis para o lugar do Katsouranis, mas não se notaram grandes melhorias no nosso jogo, bem pelo contrário. Do meio-campo para a frente todos os jogadores estavam muito bem marcados e raramente conseguimos ter espaços para criar perigo. Tínhamos mais posse de bola, mas o jogo era muito mastigado e afunilado. O Simão veio para a esquerda do losango, mas ontem esteve longe de ser o jogador decisivo que cria muitos desequilíbrios. Mesmo assim tivemos uma grande oportunidade para empatar aos 80’, quando o Karagounis fez um bom centro e o Simão, só com o guarda-redes pela frente, cabeceou por cima da barra. A seguir a este grande falhanço, o Braga matou o jogo ao fazer o terceiro golo. Foi através de um livre na sequência de uma falta desnecessária do Paulo Jorge (a propósito, que péssima entrada em jogo!), em que o Paulo Jorge do Braga se antecipa de cabeça ao Ricardo Rocha e tem a sorte de a bola bater num poste e entrar na baliza. Faltavam oito minutos para o fim e o jogo estava perdido. Ainda assim não gostei de ver a atitude de alguns dos nossos jogadores que, quando perdiam a bola, viravam as costas ao lance (lembro-me do caso do Simão). O jogo é para jogar até ao fim e a Gloriosa camisola tem que ser honrada!
No meio desta pobreza exibicional é difícil destacar alguém. Talvez o Miccoli tenha sido o menos mau, porque foi dos poucos a tentar jogar para a frente e a imprimir alguma velocidade ao nosso jogo. O Luisão fez muita falta (malditos jogos das selecções!) e o Anderson confirmou a sua má forma, ao dar muitos espaços aos avançados contrários, especialmente na primeira parte. De resto, mais ninguém se destacou da mediania. O Nuno Gomes voltou a estar perdulário, na sequência do que fez na selecção. O Nuno Assis pouco se viu, mas quando saiu o Paulo Jorge ainda conseguiu ser pior do que ele. O meio-campo marcou pessimamente e os jogadores do Braga manobravam à vontade. O Quim teve culpas em dois golos e a sua presença na nossa baliza começa a levantar-me sérias dúvidas. Talvez esteja na altura de dar uma oportunidade ao Moreira.
Se a tradição se mantiver (e neste caso é bom que se mantenha…), iremos ganhar folgadamente ao Copenhaga na próxima 3ª feira. Se não conseguirmos os três pontos estaremos definitivamente fora da Champions e mesmo que ganhemos precisamos ainda de uma ajuda do Manchester em Glasgow. O jogo de ontem desiludiu-me bastante, porque sem consistência exibicional é difícil conseguirmos resultados positivos. E nós já andamos há muito tempo neste sobe e desce. Será que vamos ter que levar com isto até ao fim da época?
Ontem começámos pessimamente o jogo e nunca tivemos habilidade para impor o nosso futebol. Os jogadores do Braga chegavam sempre primeiro à bola e os lances divididos eram todos deles. Para ajudar à festa, o Quim resolveu oferecer-lhes o primeiro golo logo aos sete minutos, ao repor mal a bola em jogo, permitindo ao Zé Carlos marcar quase de meio-campo. Os minutos passavam, mas nós continuávamos completamente inoperantes. Através do contra-ataque, o Braga teve oportunidade de aumentar a diferença, mas num lance de bola parada acabámos por ser nós a empatar a partida por volta dos 30’. Livre do Simão para a área, cabeceamento do Katsouranis que o Paulo Santos defende para a frente e o Ricardo Rocha (ATÉ QUE ENFIM, à 5ª época no Benfica marca um golo num jogo oficial!) só teve que empurrar a bola para as redes. Foi um golo caído do céu, porque foi no nosso primeiro remate à baliza! A partir daqui, tive esperanças que conseguíssemos assentar o nosso jogo e dominar o Braga. Puro engano! Melhorámos a nossa produção, mas nunca fomos muito superiores a eles. Numa das poucas boas combinações de ataque, o Miccoli desmarcou-se pela esquerda, centrou e o Nuno Gomes, completamente isolado, conseguiu que o seu cabeceamento acertasse no guarda-redes! Pouco depois, e a menos de cindo minutos do intervalo, um disparate do Nelson a meio-campo permitiu um contra-ataque ao Braga e o Maciel fez o 2-1, num remate em que me pareceu que o Quim voltou a ter culpas, já que não fechou convenientemente o ângulo.
Para a segunda parte, entrou o Karagounis para o lugar do Katsouranis, mas não se notaram grandes melhorias no nosso jogo, bem pelo contrário. Do meio-campo para a frente todos os jogadores estavam muito bem marcados e raramente conseguimos ter espaços para criar perigo. Tínhamos mais posse de bola, mas o jogo era muito mastigado e afunilado. O Simão veio para a esquerda do losango, mas ontem esteve longe de ser o jogador decisivo que cria muitos desequilíbrios. Mesmo assim tivemos uma grande oportunidade para empatar aos 80’, quando o Karagounis fez um bom centro e o Simão, só com o guarda-redes pela frente, cabeceou por cima da barra. A seguir a este grande falhanço, o Braga matou o jogo ao fazer o terceiro golo. Foi através de um livre na sequência de uma falta desnecessária do Paulo Jorge (a propósito, que péssima entrada em jogo!), em que o Paulo Jorge do Braga se antecipa de cabeça ao Ricardo Rocha e tem a sorte de a bola bater num poste e entrar na baliza. Faltavam oito minutos para o fim e o jogo estava perdido. Ainda assim não gostei de ver a atitude de alguns dos nossos jogadores que, quando perdiam a bola, viravam as costas ao lance (lembro-me do caso do Simão). O jogo é para jogar até ao fim e a Gloriosa camisola tem que ser honrada!
No meio desta pobreza exibicional é difícil destacar alguém. Talvez o Miccoli tenha sido o menos mau, porque foi dos poucos a tentar jogar para a frente e a imprimir alguma velocidade ao nosso jogo. O Luisão fez muita falta (malditos jogos das selecções!) e o Anderson confirmou a sua má forma, ao dar muitos espaços aos avançados contrários, especialmente na primeira parte. De resto, mais ninguém se destacou da mediania. O Nuno Gomes voltou a estar perdulário, na sequência do que fez na selecção. O Nuno Assis pouco se viu, mas quando saiu o Paulo Jorge ainda conseguiu ser pior do que ele. O meio-campo marcou pessimamente e os jogadores do Braga manobravam à vontade. O Quim teve culpas em dois golos e a sua presença na nossa baliza começa a levantar-me sérias dúvidas. Talvez esteja na altura de dar uma oportunidade ao Moreira.
Se a tradição se mantiver (e neste caso é bom que se mantenha…), iremos ganhar folgadamente ao Copenhaga na próxima 3ª feira. Se não conseguirmos os três pontos estaremos definitivamente fora da Champions e mesmo que ganhemos precisamos ainda de uma ajuda do Manchester em Glasgow. O jogo de ontem desiludiu-me bastante, porque sem consistência exibicional é difícil conseguirmos resultados positivos. E nós já andamos há muito tempo neste sobe e desce. Será que vamos ter que levar com isto até ao fim da época?
sexta-feira, novembro 17, 2006
José Veiga
Esperei propositadamente pela decisão final sobre o pedido de demissão do José Veiga para comentá-lo. Como se sabe, o Veiga tem um caso contra ele em tribunal movido por um banco do Luxemburgo ainda acerca da Superfute, a sua antiga empresa de representação de jogadores. Ou seja, e primeiro ponto importante, isto NÃO TEM NADA a ver com o Benfica. Como o tribunal foi lá a casa buscar os seus bens (não sem antes avisar a TVI…), o Veiga decidiu que não tinha mais condições para estar no Benfica, por não querer envolver o nome do clube num caso que não lhe diz respeito. E aqui, só há que elogiar a sua postura, tão diferente de outros que para aí andam que, apesar de serem arguidos em casos de corrupção de árbitros que TÊM A VER com o clube que representam, continuam sentados nas suas cadeiras do poder como se nada se passasse.
Posto isto e dado que o Luís Filipe Vieira aceitou o pedido de demissão, estou contente ou triste? Sinceramente nem uma coisa nem outra. Como a maioria dos benfiquistas, estive muito céptico acerca da sua contratação (cf. aqui). Um homem conotado com o clube regional e ex-empresário de jogadores não era alguém que me inspirasse confiança. Mas o que é certo é que o seu trabalho no Benfica foi meritório e temos que lhe agradecer por isso. Ganhámos um campeonato, uma supertaça e estivemos no lote das oito melhores equipas da Europa em dois anos e meio. Com a sua chegada, acabou-se o regabofe dentro do balneário, onde tudo transpirava cá para fora e toda a gente dizia o que lhe apetecia. E esta blindagem (como agora se diz) do balneário, que não é nada fácil especialmente num clube como o Benfica, é um dos factores mais essenciais para o sucesso desportivo. Para o bem e para o mal, defendeu sempre a equipa e os treinadores contra ataques externos e até alguns internos. E não é por acaso que a maioria dos jogadores se mostrou do lado dele. Estava ali alguém que dava a cara e amortecia os ataques que tentavam fazer à equipa. Todavia, nem sempre mostrou ter a elevação que eu espero dos dirigentes do Glorioso. Os seus gestos este ano no estádio do clube regional são lamentáveis, apesar de às vezes ser difícil controlar a resposta às provocações. Em algumas alturas falou e deveria ter estado calado. E sempre me fez e continuará a fazer impressão ter alguém não-benfiquista a mandar no futebol do nosso clube.
Por tudo isto, acho que é simultaneamente bom e mau ele ter saído. Bom, porque agora não temos ninguém que tenha problemas com a justiça e que tenha sido apanhado em escutas algo comprometedoras no “Apito Dourado” (enquanto dirigente do Estoril, ressalve-se) em funções no nosso clube. Mas mau porque não vejo ninguém com a sua capacidade para defender o balneário. O Luís Filipe Vieira já disse que não virá ninguém para o seu lugar e a solução será encontrada internamente, o que poderá querer dizer que estará aguardar um desfecho favorável deste caso em tribunal para o seu possível regresso.
Não gosto de ganhar a qualquer preço e os meios não justificam os fins (aliás, também por isso não suporto o clube regional). Logo, detestaria ver o nome do Benfica envolvido em processos mais obscuros e neste sentido, dado que o passado do Veiga não é propriamente imaculado, não fico muito triste com a sua saída. Mas o que é certo é que, enquanto ele esteve no Benfica, a sua conduta foi correcta. Não tenhamos dúvida que a esta situação não é alheio o facto de ele trabalhar no Glorioso (nomeadamente a presença da TVI no tal arresto dos seus bens) e por isso é que a sua saída acaba por ser uma vitória para os nossos inimigos. E isto jamais me poderia deixar contente.
Posto isto e dado que o Luís Filipe Vieira aceitou o pedido de demissão, estou contente ou triste? Sinceramente nem uma coisa nem outra. Como a maioria dos benfiquistas, estive muito céptico acerca da sua contratação (cf. aqui). Um homem conotado com o clube regional e ex-empresário de jogadores não era alguém que me inspirasse confiança. Mas o que é certo é que o seu trabalho no Benfica foi meritório e temos que lhe agradecer por isso. Ganhámos um campeonato, uma supertaça e estivemos no lote das oito melhores equipas da Europa em dois anos e meio. Com a sua chegada, acabou-se o regabofe dentro do balneário, onde tudo transpirava cá para fora e toda a gente dizia o que lhe apetecia. E esta blindagem (como agora se diz) do balneário, que não é nada fácil especialmente num clube como o Benfica, é um dos factores mais essenciais para o sucesso desportivo. Para o bem e para o mal, defendeu sempre a equipa e os treinadores contra ataques externos e até alguns internos. E não é por acaso que a maioria dos jogadores se mostrou do lado dele. Estava ali alguém que dava a cara e amortecia os ataques que tentavam fazer à equipa. Todavia, nem sempre mostrou ter a elevação que eu espero dos dirigentes do Glorioso. Os seus gestos este ano no estádio do clube regional são lamentáveis, apesar de às vezes ser difícil controlar a resposta às provocações. Em algumas alturas falou e deveria ter estado calado. E sempre me fez e continuará a fazer impressão ter alguém não-benfiquista a mandar no futebol do nosso clube.
Por tudo isto, acho que é simultaneamente bom e mau ele ter saído. Bom, porque agora não temos ninguém que tenha problemas com a justiça e que tenha sido apanhado em escutas algo comprometedoras no “Apito Dourado” (enquanto dirigente do Estoril, ressalve-se) em funções no nosso clube. Mas mau porque não vejo ninguém com a sua capacidade para defender o balneário. O Luís Filipe Vieira já disse que não virá ninguém para o seu lugar e a solução será encontrada internamente, o que poderá querer dizer que estará aguardar um desfecho favorável deste caso em tribunal para o seu possível regresso.
Não gosto de ganhar a qualquer preço e os meios não justificam os fins (aliás, também por isso não suporto o clube regional). Logo, detestaria ver o nome do Benfica envolvido em processos mais obscuros e neste sentido, dado que o passado do Veiga não é propriamente imaculado, não fico muito triste com a sua saída. Mas o que é certo é que, enquanto ele esteve no Benfica, a sua conduta foi correcta. Não tenhamos dúvida que a esta situação não é alheio o facto de ele trabalhar no Glorioso (nomeadamente a presença da TVI no tal arresto dos seus bens) e por isso é que a sua saída acaba por ser uma vitória para os nossos inimigos. E isto jamais me poderia deixar contente.
quinta-feira, novembro 16, 2006
Relembrar IX – O original
Há por aí um jogador que roubou o nome a um dinamarquês que passou pelo Glorioso entre as épocas 83/84 e 86/87 (quando esse jogador mudou de clube bem que poderia ter também mudado o nome para Madjer ou Juary, era mais apropriado). Diziam que era “alto, loiro e tosco”, mas o Manniche foi um dos meus primeiros ídolos porque se fartava de marcar golos (75 em 132 jogos). O próprio, numa entrevista à revista Foot (lembram-se dela?), afirmava que ao quinto toque a bola lhe fugia, mas de que é que isso interessava quando dava cabo das defesas contrárias e fazia o que podem ver mais abaixo? Já que vamos defrontar para a semana a equipa onde acabou a sua carreira e actualmente trabalha, nada mais apropriado do que relembrar três dos seus golos tão diferentes entre si.
O primeiro foi frente ao Olympiakos na 2ª mão da 2ª eliminatória da Taça dos Campeões em que virámos um resultado de 0-1 para 3-0. Com este petardo aos 75’, o Manniche marcou o terceiro golo e acabou com as dúvidas em relação a quem se apurava (mais pormenores aqui). Os outros dois são frente ao V. Guimarães num jogo em que ganhámos por 8-0 (uma das várias goleadas dessa época) e em que o guarda-redes adversário era o Silvino (que jogou posteriormente pelo nosso clube e agora trabalha no Chelsea). São o 4º e o 5º golo do jogo e foram marcados com 2’ de diferença aos 55’ e 57’! Para quem era “tosco”, a forma como ele bate o defesa e remata logo depois da finta no primeiro destes golos não está nada mal, e o segundo é um chapéu fabuloso, que não está ao alcance de qualquer um. Grande jogador!
P.S. – Portugal ganhou hoje por 3-0 frente ao Cazaquistão e o facto mais saliente é o Simão ter apontado dois golos. Agora só voltamos a ter selecção daqui a quatro meses. Ainda bem, haja descanso!
O primeiro foi frente ao Olympiakos na 2ª mão da 2ª eliminatória da Taça dos Campeões em que virámos um resultado de 0-1 para 3-0. Com este petardo aos 75’, o Manniche marcou o terceiro golo e acabou com as dúvidas em relação a quem se apurava (mais pormenores aqui). Os outros dois são frente ao V. Guimarães num jogo em que ganhámos por 8-0 (uma das várias goleadas dessa época) e em que o guarda-redes adversário era o Silvino (que jogou posteriormente pelo nosso clube e agora trabalha no Chelsea). São o 4º e o 5º golo do jogo e foram marcados com 2’ de diferença aos 55’ e 57’! Para quem era “tosco”, a forma como ele bate o defesa e remata logo depois da finta no primeiro destes golos não está nada mal, e o segundo é um chapéu fabuloso, que não está ao alcance de qualquer um. Grande jogador!
P.S. – Portugal ganhou hoje por 3-0 frente ao Cazaquistão e o facto mais saliente é o Simão ter apontado dois golos. Agora só voltamos a ter selecção daqui a quatro meses. Ainda bem, haja descanso!
domingo, novembro 12, 2006
Rescaldo do IV Jantar de Bloguiquistas
A tradição manteve de um modo completamente natural. Quando olhámos para o relógio já eram 3h15 da manhã e a humidade estava a fazer-se sentir de uma maneira muito intensa, pelo que resolvemos acabar a conversa já da parte de fora do estádio (desta vez, assim que saímos do restaurante resolvemos vir logo para fora do perímetro da Luz). Foram mais de sete horas de puro deleite benfiquista e é fantástico como uma paixão comum torna quase desconhecidos em amigos numa questão de minutos. Os dois únicos estreantes eram o Gwaihir (confirma-se que não é o Ricardo Araújo Pereira, hipótese que alguns de nós tinham aventado :-) e o Galaad, e no fim da noite já se combinava uma ida em conjunto ao WC para ver o Glorioso. Quem não foi perdeu mais uma noite fabulosa em que o tempo passou novamente a correr e que foi abrilhantada pela nossa convidada especial. A pessoa que melhor defende o Glorioso na comunicação social, a insuperável Leonor Pinhão, honrou-nos com a sua presença no repasto. Era a surpresa que a comissão organizadora tinha para os restantes convivas!
Percorreu-se, como é habitual, várias décadas de história do Benfica, com algumas “estórias” que não se podem contar na praça pública e que também fazem do nosso clube o maior do mundo. Como bónus, ainda pudemos assistir no fim do jantar ao treino da águia Vitória sob uma Luz magnífica. Registe-se a lista dos participantes nesta IV edição: Leonor Pinhão, Pedro F. Ferreira, D’Arcy, Gwaihir, TMA, Superman Torras, Lena, Galaad e eu próprio. No fim do jantar ainda contámos com a companhia do Corto Maltese (vindo directamente do “Natal antecipado”, mas já não a tempo do café…), Papo-Seco e a Trilby.
Ficou prometido uma nova jantarada proximamente que, se a tradição se mantiver, será daqui a mais ou menos seis meses. Todos nós esperamos que nessa altura estejamos em conjunto a dar o braço a torcer em relação ao que a maioria escreveu sobre o Fernando Santos. Seria muito bom sinal!
P.S. - A propósito de “estórias”, não percam a entrevista que o Pedro F. Ferreira fez ao Artur, o Ruço. Para ler aqui.
Percorreu-se, como é habitual, várias décadas de história do Benfica, com algumas “estórias” que não se podem contar na praça pública e que também fazem do nosso clube o maior do mundo. Como bónus, ainda pudemos assistir no fim do jantar ao treino da águia Vitória sob uma Luz magnífica. Registe-se a lista dos participantes nesta IV edição: Leonor Pinhão, Pedro F. Ferreira, D’Arcy, Gwaihir, TMA, Superman Torras, Lena, Galaad e eu próprio. No fim do jantar ainda contámos com a companhia do Corto Maltese (vindo directamente do “Natal antecipado”, mas já não a tempo do café…), Papo-Seco e a Trilby.
Ficou prometido uma nova jantarada proximamente que, se a tradição se mantiver, será daqui a mais ou menos seis meses. Todos nós esperamos que nessa altura estejamos em conjunto a dar o braço a torcer em relação ao que a maioria escreveu sobre o Fernando Santos. Seria muito bom sinal!
P.S. - A propósito de “estórias”, não percam a entrevista que o Pedro F. Ferreira fez ao Artur, o Ruço. Para ler aqui.
quarta-feira, novembro 08, 2006
Lembrete – IV Jantar de Bloguiquistas
É só para recordar o(a)s interessado(a)s que o deadline para as inscrições para o IV Jantar de Bloguiquistas é sexta-feira, dia 10 de Novembro, às 18h. O dito repasto está marcado para sábado, dia 11 de Novembro, às 20h na Catedral da Cerveja. Já sabem que o email para confirmações ou renúncias é o naosemencioneoexcremento@hotmail.com. Neste momento, estão confirmados os seguintes convivas: Pedro F. Ferreira, D’Arcy, Gwaihir, TMA, Superman Torras, Laura, Galaad e eu próprio. Infelizmente já confirmaram que não vão poder estar presentes os seguintes: Corto Maltese (a não ser que o “Natal antecipado” seja na Catedral da Cerveja... :-), Pedro, T-Rex, Guitarrista, GR1904 e Quetzal Guzman (que prometeu, no entanto, tentar aparecer no fim do jantar). Quanto aos outros bloggers e comentadores habituais de blogs benfiquistas, a “comissão organizadora” continua a aguardar as vossas respostas. Hurry up!
segunda-feira, novembro 06, 2006
Rolo-compressor
Uma segunda parte como há muito não se via permitiu-nos ganhar pela segunda vez em quatro dias por 3-0, desta feita ao Beira-Mar. Foi das melhores exibições do Benfica nesta época e, se chegámos ao intervalo sem conseguir marcar golos, isso foi culpa exclusiva do Alê, o guarda-redes adversário. A malapata do Beira-Mar (duas vitórias em dois jogos para o campeonato na Nova Catedral) parecia querer continuar, mas felizmente os golos surgiram no segundo tempo e mais uma vez acabámos o jogo com água na boca, já que merecíamos ter ganho por mais (olha que luxo!).
Com a lesão do Léo, a entrada do Miguelito foi a única alteração na equipa que defrontou o Celtic. Desde o início percebeu-se que o Beira-Mar vinha à Luz jogar para o 0-0. Foram inoperantes durante os 90’ e a prova disso é a nossa posse de bola ter chegado aos 70% (!) na primeira parte, e 65% na segunda. Com o autocarro estacionado em frente à baliza, pareceu-me inútil jogar todo o primeiro tempo com quatro defesas e dois trincos (se bem que o Katsouranis fizesse a posição de interior-direito do losango, eu sei). Não entrámos tão rápido como nos jogos anteriores, mas tivemos ocasiões para chegar ao intervalo com o jogo ganho. O Luisão teve inúmeras oportunidades para criar desequilíbrios no ataque, já que progredia com a bola e não tinha ninguém para marcar, mas incompreensivelmente chegava ao meio-campo e passava-a a um colega. Com o Karyaka, Karagounis e Paulo Jorge no banco, adivinhavam-se alterações para a segunda parte, até porque o Petit continuava a exibir o seu abaixamento de forma e o Katsouranis, por muito que tente, não é tão incisivo no ataque como qualquer daqueles três jogadores.
No entanto, ao contrário do esperado até porque o Karyaka esteve a aquecer ao intervalo, voltámos com a mesma equipa para o segundo tempo. E, a posteriori, pode dizer-se que ainda bem! Numa daquelas situações que tornam o futebol um desporto imprevisível e que nos apaixona a todos, foram os dois trincos a marcar dois golos em três minutos (52’ e 55’) que dissiparam as dúvidas sobre quem ia vencer a partida. O primeiro golo, marcado pelo Katsouranis de cabeça, resultou da quarta (!) assistência do Nélson em três jogos, e o segundo foi na sequência de um dos nossos inúmeros carrosséis atacantes que permitiu ao Petit entrar na área e rematar cruzado para o lado contrário do guarda-redes. Foi o jogador que deveria ter saído ao intervalo (parece que esteve em dúvida para o jogo por inferioridade física) a marcar o golo que nos deu a tranquilidade. Assim pôde sair calmamente cinco minutos depois (entrou o Karagounis) e receber uma enorme ovação do público. A partir daqui, com o jogo ganho e vindo de um desafio europeu, poder-se-ia pensar que tínhamos fechado a loja. Nada mais errado! Continuámos, ainda com mais veemência, a ser um autêntico rolo-compressor, que esmagou completamente o Beira-Mar e o empurrou para a sua baliza. Da forma como corríamos, parecia que o resultado ainda era 0-0! Foi isto que mais gostei no jogo. As oportunidades sucederam-se (o Miccoli rematou seis vezes e o Nuno Gomes quatro), mas acabou por ser um jogador dos aveirenses a marcar o terceiro golo aos 75’. Foi na sequência de um canto depois de uma finta incrível do Miccoli junto à linha lateral (rodopiou sobre si próprio com a bola colada ao pé e o defesa ainda agora deve estar para saber o que aconteceu), em que a bola é colocada no Luisão que, isolado na área e descaído sobre a direita, fez um passe para o meio e o defesa antecipou-se ao italiano. Esperava-se mais golos até final, mas a pontaria não se manteve afinada (o Karyaka desta vez ficou em branco… :-).
A equipa esteve toda bem, tanto a defender como a atacar. O Beira-Mar só criou dois lances de verdadeiro perigo: num contra-ataque no final da primeira parte e num livre já com 2-0, em que o Quim fez uma grande defesa. Julgo que tivemos muito mérito nisto, já que não os deixávamos respirar quando tinham a bola. Mesmo assim a nível individual destacaram-se o Simão (cada vez mais à vontade no seu papel de “10” que deambula sobre toda a frente de ataque), os dois avançados (que mesmo não tendo marcado golos apesar dos imensos remates, foram muito importantes nos espaços que criaram para os médios) e o Nélson (que continua na sua senda de assistente). O Nuno Assis fez uma primeira parte fraca, mas na segunda esteve muito bem e revela um pulmão impressionante (corria sempre atrás dos aveirenses mesmo com 3-0). O Katsouranis lá facturou mais um e é dos melhores marcadores do Benfica. Os centrais tiveram regulares e o Miguelito libertou-se mais na segunda parte. Confirma-se como um bom substituto do Léo. Os substitutos (Karagounis, Karyaka e Mantorras) inseriram-se bem na dinâmica da equipa, mas o angolano falhou um golo feito já em tempo de descontos.
O campeonato vai parar outra vez por causa da selecção (que seca!), mas na próxima jornada vamos a Braga. É uma deslocação muito complicada, mas se mantivermos este nível de jogo será muito difícil não sermos bem sucedidos. As primeiras partidas da época assustaram qualquer benfiquista que se preze e vamos ver se este nível exibicional, e de resultados, é para continuar, mas há que fazer justiça ao Fernando Santos. Não se trata de passar de besta a bestial, mas há quanto tempo não manifestávamos nós o killer instinct que faz com que se procure sempre marcar mais golos mesmo com o resultado favorável? Qualquer semelhança com o tempo do Trapattoni em que marcávamos um golito e depois era tudo a defender para não sofrer nenhum é pura coincidência (conte-se os jogos em que ganhámos por mais de um golo de diferença). Claro que este plantel é infinitamente superior ao de há dois anos, mas acho que nesta atitude se nota o dedo do actual treinador. O futebol está a ser mais agradável agora, mas esperemos é que o resultado final seja semelhante…
P.S. - Um dos momentos do jogo foi o segundo amarelo ao Buba. Foi a primeira vez que vi o estádio da Luz a bater palmas e gritar o nome de um jogador adversário. Não só marca três golos aos lagartos, como ainda se faz expulsar contra nós! Para o ano deve estar contratado… :-)
P.S. 2 – Para além de ter sido a primeira vitória frente ao Beira-Mar para o campeonato na Nova Catedral, este jogo também me permitiu conhecer pessoalmente mais uma grande benfiquista. Igualmente por isso fica na história.
Com a lesão do Léo, a entrada do Miguelito foi a única alteração na equipa que defrontou o Celtic. Desde o início percebeu-se que o Beira-Mar vinha à Luz jogar para o 0-0. Foram inoperantes durante os 90’ e a prova disso é a nossa posse de bola ter chegado aos 70% (!) na primeira parte, e 65% na segunda. Com o autocarro estacionado em frente à baliza, pareceu-me inútil jogar todo o primeiro tempo com quatro defesas e dois trincos (se bem que o Katsouranis fizesse a posição de interior-direito do losango, eu sei). Não entrámos tão rápido como nos jogos anteriores, mas tivemos ocasiões para chegar ao intervalo com o jogo ganho. O Luisão teve inúmeras oportunidades para criar desequilíbrios no ataque, já que progredia com a bola e não tinha ninguém para marcar, mas incompreensivelmente chegava ao meio-campo e passava-a a um colega. Com o Karyaka, Karagounis e Paulo Jorge no banco, adivinhavam-se alterações para a segunda parte, até porque o Petit continuava a exibir o seu abaixamento de forma e o Katsouranis, por muito que tente, não é tão incisivo no ataque como qualquer daqueles três jogadores.
No entanto, ao contrário do esperado até porque o Karyaka esteve a aquecer ao intervalo, voltámos com a mesma equipa para o segundo tempo. E, a posteriori, pode dizer-se que ainda bem! Numa daquelas situações que tornam o futebol um desporto imprevisível e que nos apaixona a todos, foram os dois trincos a marcar dois golos em três minutos (52’ e 55’) que dissiparam as dúvidas sobre quem ia vencer a partida. O primeiro golo, marcado pelo Katsouranis de cabeça, resultou da quarta (!) assistência do Nélson em três jogos, e o segundo foi na sequência de um dos nossos inúmeros carrosséis atacantes que permitiu ao Petit entrar na área e rematar cruzado para o lado contrário do guarda-redes. Foi o jogador que deveria ter saído ao intervalo (parece que esteve em dúvida para o jogo por inferioridade física) a marcar o golo que nos deu a tranquilidade. Assim pôde sair calmamente cinco minutos depois (entrou o Karagounis) e receber uma enorme ovação do público. A partir daqui, com o jogo ganho e vindo de um desafio europeu, poder-se-ia pensar que tínhamos fechado a loja. Nada mais errado! Continuámos, ainda com mais veemência, a ser um autêntico rolo-compressor, que esmagou completamente o Beira-Mar e o empurrou para a sua baliza. Da forma como corríamos, parecia que o resultado ainda era 0-0! Foi isto que mais gostei no jogo. As oportunidades sucederam-se (o Miccoli rematou seis vezes e o Nuno Gomes quatro), mas acabou por ser um jogador dos aveirenses a marcar o terceiro golo aos 75’. Foi na sequência de um canto depois de uma finta incrível do Miccoli junto à linha lateral (rodopiou sobre si próprio com a bola colada ao pé e o defesa ainda agora deve estar para saber o que aconteceu), em que a bola é colocada no Luisão que, isolado na área e descaído sobre a direita, fez um passe para o meio e o defesa antecipou-se ao italiano. Esperava-se mais golos até final, mas a pontaria não se manteve afinada (o Karyaka desta vez ficou em branco… :-).
A equipa esteve toda bem, tanto a defender como a atacar. O Beira-Mar só criou dois lances de verdadeiro perigo: num contra-ataque no final da primeira parte e num livre já com 2-0, em que o Quim fez uma grande defesa. Julgo que tivemos muito mérito nisto, já que não os deixávamos respirar quando tinham a bola. Mesmo assim a nível individual destacaram-se o Simão (cada vez mais à vontade no seu papel de “10” que deambula sobre toda a frente de ataque), os dois avançados (que mesmo não tendo marcado golos apesar dos imensos remates, foram muito importantes nos espaços que criaram para os médios) e o Nélson (que continua na sua senda de assistente). O Nuno Assis fez uma primeira parte fraca, mas na segunda esteve muito bem e revela um pulmão impressionante (corria sempre atrás dos aveirenses mesmo com 3-0). O Katsouranis lá facturou mais um e é dos melhores marcadores do Benfica. Os centrais tiveram regulares e o Miguelito libertou-se mais na segunda parte. Confirma-se como um bom substituto do Léo. Os substitutos (Karagounis, Karyaka e Mantorras) inseriram-se bem na dinâmica da equipa, mas o angolano falhou um golo feito já em tempo de descontos.
O campeonato vai parar outra vez por causa da selecção (que seca!), mas na próxima jornada vamos a Braga. É uma deslocação muito complicada, mas se mantivermos este nível de jogo será muito difícil não sermos bem sucedidos. As primeiras partidas da época assustaram qualquer benfiquista que se preze e vamos ver se este nível exibicional, e de resultados, é para continuar, mas há que fazer justiça ao Fernando Santos. Não se trata de passar de besta a bestial, mas há quanto tempo não manifestávamos nós o killer instinct que faz com que se procure sempre marcar mais golos mesmo com o resultado favorável? Qualquer semelhança com o tempo do Trapattoni em que marcávamos um golito e depois era tudo a defender para não sofrer nenhum é pura coincidência (conte-se os jogos em que ganhámos por mais de um golo de diferença). Claro que este plantel é infinitamente superior ao de há dois anos, mas acho que nesta atitude se nota o dedo do actual treinador. O futebol está a ser mais agradável agora, mas esperemos é que o resultado final seja semelhante…
P.S. - Um dos momentos do jogo foi o segundo amarelo ao Buba. Foi a primeira vez que vi o estádio da Luz a bater palmas e gritar o nome de um jogador adversário. Não só marca três golos aos lagartos, como ainda se faz expulsar contra nós! Para o ano deve estar contratado… :-)
P.S. 2 – Para além de ter sido a primeira vitória frente ao Beira-Mar para o campeonato na Nova Catedral, este jogo também me permitiu conhecer pessoalmente mais uma grande benfiquista. Igualmente por isso fica na história.
quinta-feira, novembro 02, 2006
Caldwell
Este defesa do Celtic deu-nos hoje uma grande ajuda na nossa (indiscutível) vitória por 3-0. Um autogolo e uma assistência para o Nuno Gomes deram-nos uma vantagem preciosa logo aos 21’. Tivemos hoje a sorte que nos tem faltado durante a época, nomeadamente no jogo de sábado passado e no frente ao Paços de Ferreira.
Estava confiante para esta partida, porque demonstrámos na Escócia que somos melhores que o Celtic, apesar daquela derrota por 0-3. No entanto, a nossa primeira parte foi apenas razoável, já que tirando um remate do Katsouranis e outro do Miccoli não criámos mais perigo. Os dois golos resultam de erros do adversário e é verdade que adquirimos a vantagem um pouco sem saber como. Por outro lado, em termos defensivos não estivemos bem, porque deixámos o Celtic manobrar à vontade no meio-campo e não conseguíamos manter a posse da bola por muito tempo. É certo que o Celtic não criou perigo iminente, mas eu esperava que depois do 2-0 conseguíssemos fazer jogadas de contra-ataque, aproveitando o facto de os escoceses terem que arriscar mais. Infelizmente, isso não aconteceu e não compreendi o nosso abaixamento de ritmo, porque era imperativo ganharmos pelo menos por 3-0, para anular a vantagem do Celtic no confronto directo.
No entanto, na segunda parte melhorámos bastante. O Celtic deixou de conseguir circular a bola com à vontade no nosso meio-campo e só teve uma verdadeira oportunidade de golo, com o Quim a safar sobre a linha. A partir daqui, conseguimos que o jogo se desenrolasse primordialmente no meio-campo deles. A nossa circulação de bola melhorou bastante e começámos a criar várias situações de remate, que infelizmente nem sempre eram conseguidas. Até que a 15’ do fim, o Karyaka, que tinha entrado para o lugar do (apagado) Miccoli, fez o 3-0 na sequência da melhor jogada do desafio, muito semelhante à que nos deu o segundo golo frente ao clube regional. Bola a circular por quatro jogadores em tabelas, desmarcação para a direita, centro do Nélson para a entrada da área e remate rasteiro e indefensável do russo. Estava anulada a vantagem do Celtic no confronto directo o que pode ser bastante importante nas contas finais do grupo. Até final o Nuno Gomes ainda poderia ter feito o 4-0, mas o guarda-redes defendeu com o pé e mesmo no fim o Quim conseguiu atirar para canto um livre perigoso à entrada da área.
Individualmente gostei bastante do Nuno Assis (que ERRO não ter jogado de início frente ao clube regional), que imprimiu imenso ritmo ao nosso jogo além de ter ajudado a defender, o que não era habitual nele antes desta época. O Nélson foi decisivo já que fez os centros para o primeiro e terceiro golos. Espero que a invenção Alcides-na-direita tenha acabado de vez. O Simão esteve igualmente muito bem, apesar de não ter tido participação directa nos golos. O Nuno Gomes voltou finalmente a marcar para a Liga dos Campeões o que já não acontecia há oito anos e continua excelente nas tabelinhas. A defesa acabou por ficar a zeros, mas não gostei do Luisão especialmente na primeira parte. Fez uma série de cortes muito maus (para trás ou para a entrada da área) e não revelou a segurança habitual, apesar de ter melhorado no segundo tempo. O Quim também não esteve feliz principalmente nos cruzamentos, já que socou bastantes bolas para a frente. O Petit foi outro que não fez um grande jogo. Os passes em profundidade não lhe saíram bem e na primeira parte esteve um pouco perdido em campo. O Katsouranis esteve melhor que ele e tem a vantagem de se integrar no ataque. O Miccoli também não esteve nos seus dias (terá sido da gripe?). Quantos aos substitutos, o destaque vai obviamente para o Karyaka, que voltou a marcar. O seu tempo total de utilização não deve chegar a 45’ e já tem dois golos! É um caso estranho, este russo. Nunca achei que fosse mau jogador, mas revelava-se muito fraco psicologicamente. Parecia que não conseguia superar os problemas que teve ainda com o Koeman no ano passado, mas espero que estes dois golos lhe dêem alento para se tornar de vez um jogador a ter em conta no plantel.
A vitória do Copenhaga frente ao Man United baralhou um pouco as contas. Apesar disto, não me venham com histórias, o nosso empate na Dinamarca e, principalmente, a forma como jogámos foi um ERRO. Quem marcou o golo foi o Allbäck, o tal ponta-de-lança da selecção sueca que não tinha jogado contra nós. Perdemos uma óptima ocasião para ter os três pontos e não é por eles terem ganho aos ingleses que eu vou mudar de ideias. Não obstante isto, esta vitória pode-nos ser favorável, porque assim o Man United, como não está ainda qualificado, não vai jogar em Glasgow com a equipa B. E se o Celtic não ganhar ao Man United e nós ganharmos (como se espera) ao Copenhaga passamos para o segundo lugar no grupo. E na última jornada, só teremos que fazer em Old Trafford o mesmo resultado dos escoceses na Dinamarca. Com a vantagem de o Copenhaga ainda ter hipóteses para o terceiro lugar se ganhar esse jogo. Por outro lado, se não ganharmos ao Copenhaga arriscamo-nos a nem ir à Taça Uefa, o que seria uma frustração enorme. Mas estou confiante que iremos continuar nas competições europeias.
P.S. - Estes adeptos escoceses são fantásticos! Para além da bonita homenagem que fizeram ao Fehér antes do jogo, mesmo com 0-3 continuavam a cantar e a apoiar a equipa. Gostava muito que houvesse essa mentalidade cá, onde mesmo nos jogos em que estamos a ganhar de vez em quando ouvem-se assobios. Eu sabia que não estava errado quando apoiei o Celtic numa final da Taça Uefa há três anos...
Estava confiante para esta partida, porque demonstrámos na Escócia que somos melhores que o Celtic, apesar daquela derrota por 0-3. No entanto, a nossa primeira parte foi apenas razoável, já que tirando um remate do Katsouranis e outro do Miccoli não criámos mais perigo. Os dois golos resultam de erros do adversário e é verdade que adquirimos a vantagem um pouco sem saber como. Por outro lado, em termos defensivos não estivemos bem, porque deixámos o Celtic manobrar à vontade no meio-campo e não conseguíamos manter a posse da bola por muito tempo. É certo que o Celtic não criou perigo iminente, mas eu esperava que depois do 2-0 conseguíssemos fazer jogadas de contra-ataque, aproveitando o facto de os escoceses terem que arriscar mais. Infelizmente, isso não aconteceu e não compreendi o nosso abaixamento de ritmo, porque era imperativo ganharmos pelo menos por 3-0, para anular a vantagem do Celtic no confronto directo.
No entanto, na segunda parte melhorámos bastante. O Celtic deixou de conseguir circular a bola com à vontade no nosso meio-campo e só teve uma verdadeira oportunidade de golo, com o Quim a safar sobre a linha. A partir daqui, conseguimos que o jogo se desenrolasse primordialmente no meio-campo deles. A nossa circulação de bola melhorou bastante e começámos a criar várias situações de remate, que infelizmente nem sempre eram conseguidas. Até que a 15’ do fim, o Karyaka, que tinha entrado para o lugar do (apagado) Miccoli, fez o 3-0 na sequência da melhor jogada do desafio, muito semelhante à que nos deu o segundo golo frente ao clube regional. Bola a circular por quatro jogadores em tabelas, desmarcação para a direita, centro do Nélson para a entrada da área e remate rasteiro e indefensável do russo. Estava anulada a vantagem do Celtic no confronto directo o que pode ser bastante importante nas contas finais do grupo. Até final o Nuno Gomes ainda poderia ter feito o 4-0, mas o guarda-redes defendeu com o pé e mesmo no fim o Quim conseguiu atirar para canto um livre perigoso à entrada da área.
Individualmente gostei bastante do Nuno Assis (que ERRO não ter jogado de início frente ao clube regional), que imprimiu imenso ritmo ao nosso jogo além de ter ajudado a defender, o que não era habitual nele antes desta época. O Nélson foi decisivo já que fez os centros para o primeiro e terceiro golos. Espero que a invenção Alcides-na-direita tenha acabado de vez. O Simão esteve igualmente muito bem, apesar de não ter tido participação directa nos golos. O Nuno Gomes voltou finalmente a marcar para a Liga dos Campeões o que já não acontecia há oito anos e continua excelente nas tabelinhas. A defesa acabou por ficar a zeros, mas não gostei do Luisão especialmente na primeira parte. Fez uma série de cortes muito maus (para trás ou para a entrada da área) e não revelou a segurança habitual, apesar de ter melhorado no segundo tempo. O Quim também não esteve feliz principalmente nos cruzamentos, já que socou bastantes bolas para a frente. O Petit foi outro que não fez um grande jogo. Os passes em profundidade não lhe saíram bem e na primeira parte esteve um pouco perdido em campo. O Katsouranis esteve melhor que ele e tem a vantagem de se integrar no ataque. O Miccoli também não esteve nos seus dias (terá sido da gripe?). Quantos aos substitutos, o destaque vai obviamente para o Karyaka, que voltou a marcar. O seu tempo total de utilização não deve chegar a 45’ e já tem dois golos! É um caso estranho, este russo. Nunca achei que fosse mau jogador, mas revelava-se muito fraco psicologicamente. Parecia que não conseguia superar os problemas que teve ainda com o Koeman no ano passado, mas espero que estes dois golos lhe dêem alento para se tornar de vez um jogador a ter em conta no plantel.
A vitória do Copenhaga frente ao Man United baralhou um pouco as contas. Apesar disto, não me venham com histórias, o nosso empate na Dinamarca e, principalmente, a forma como jogámos foi um ERRO. Quem marcou o golo foi o Allbäck, o tal ponta-de-lança da selecção sueca que não tinha jogado contra nós. Perdemos uma óptima ocasião para ter os três pontos e não é por eles terem ganho aos ingleses que eu vou mudar de ideias. Não obstante isto, esta vitória pode-nos ser favorável, porque assim o Man United, como não está ainda qualificado, não vai jogar em Glasgow com a equipa B. E se o Celtic não ganhar ao Man United e nós ganharmos (como se espera) ao Copenhaga passamos para o segundo lugar no grupo. E na última jornada, só teremos que fazer em Old Trafford o mesmo resultado dos escoceses na Dinamarca. Com a vantagem de o Copenhaga ainda ter hipóteses para o terceiro lugar se ganhar esse jogo. Por outro lado, se não ganharmos ao Copenhaga arriscamo-nos a nem ir à Taça Uefa, o que seria uma frustração enorme. Mas estou confiante que iremos continuar nas competições europeias.
P.S. - Estes adeptos escoceses são fantásticos! Para além da bonita homenagem que fizeram ao Fehér antes do jogo, mesmo com 0-3 continuavam a cantar e a apoiar a equipa. Gostava muito que houvesse essa mentalidade cá, onde mesmo nos jogos em que estamos a ganhar de vez em quando ouvem-se assobios. Eu sabia que não estava errado quando apoiei o Celtic numa final da Taça Uefa há três anos...
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