segunda-feira, dezembro 25, 2006
sexta-feira, dezembro 22, 2006
Lisonjeiro
A nossa equipa titular foi a mesma que enfrentou o V. Setúbal e a partida iniciou-se em bom ritmo, com as duas equipas a procurarem a baliza, mas sem grandes oportunidades de golo. Até que aos 20’ acontece um dos lances capitais do jogo, com o penalty (indiscutível) que o Gaspar cometeu ao colocar o braço à bola na área. O Simão apontou para o lado habitual (direita do guarda-redes), mas o remate era indefensável. Pouco depois, o Belenenses tem duas oportunidades, com um cabeceamento que o Léo salva antes de chegar à baliza e um remate do Zé Pedro por cima. Estávamos a ser dominados e tentávamos responder em contra-ataque. O Nuno Assis esteve particularmente activo, mas os nossos remates saíam invariavelmente ao lado. A três minutos do intervalo, houve novo golpe de sorte. O Karagounis bate directo um livre que era indirecto, a bola é desviada pela barreira e trai o Costinha. Chegávamos ao 2-0 sem ter feito grande coisa para tal e com uma grande dose de fortuna. Mas também tem que haver jogos que nos correm de feição, não?
No início da segunda parte houve mais do mesmo, ou seja o Belenenses manobrava com à vontade no nosso meio-campo e criava lances de perigo. Uma defesa do outro mundo do Quim num remate à queima-roupa logo aos 48’ salvou-nos da redução da vantagem. E a confirmar que estávamos com a estrelinha, apenas quatro minutos depois fizemos o 3-0. O Kikin Fonseca estreou-se finalmente a marcar em jogos oficiais com um cabeceamento na sequência de uma boa assistência de Nuno Gomes (também de cabeça) e depois de um cruzamento do Karagounis. Adquiríamos uma vantagem confortável, mas quem pensasse que o Belenenses iria baixar os braços estava muito enganado. Numa atitude louvável, o adversário continuou a fazer o seu jogo positivo e a criar oportunidades. O Quim voltou a fazer mais duas boas defesas, a primeira num cabeceamento do Dady e a segunda a um remate deste mesmo jogador na pequena-área, em que a bola ainda vai bater a seguir no poste. Pouco depois, é um livre do Zé Pedro que passa rente ao poste com o Quim desta feita batido. A baliza estava definitivamente do nosso lado. Até que aos 70’ o Fernando Santos leu muito bem o jogo e viu que faltava poder de choque ao nosso meio-campo, que permitia que os azuis manobrassem à vontade. Entrou o patinho-feio Beto e o que é verdade é que, a partir daí, o Belenenses deixou de criar tantos lances perigosos. O brasileiro entrou tão bem na partida que até teve o público a gritar por ele num livre frontal (o jogo dava para tudo...). Felizmente o Simão fez ouvidos moucos e colocou a bola na cabeça do Katsouranis para este fazer o 4-0. Com este resultado estamos a apenas dois golos do ataque mais concretizador da Liga e terminámos a primeira volta em casa, com uma média de quase três golos por jogo. Nada mau, o pior é a performance fora de portas, a única responsável pelos oito pontos que nos separam do líder.
É repetitivo, mas há que destacar outra vez os mesmos: Simão, Nuno Assis e Ricardo Rocha. Continuam em grande forma e os dois últimos estão a jogar como nunca estiveram. O Katsouranis também continua em grande e já tem cinco golos marcados. Ocupa muito bem os espaços e portanto não precisa de ser um jogador que corre muito atrás da bola. Os laterais também participaram no ataque, mas o Nélson continua a perder bolas idiotas no nosso meio-campo, que dão origem a contra-ataques perigosos do adversário. Uma menção igualmente ao Quim que foi um dos melhores em campo, ao fazer uma série de três/quatro defesas muito boas que nos mantiveram a zeros pela quarta jornada consecutiva. Os dois atacantes estiveram muito batalhadores, mas desta feita o brinde do golo foi para o mexicano. A propósito, considero a sua possível dispensa um grande disparate. O homem está mais ambientado, vê-se que não é um mau avançado, mas não tem técnica nem velocidade para alinhar nas alas (imaginem o Nuno Gomes a extremo…). Os titulares são obviamente o Nuno Gomes e o Miccoli, mas este passa muito tempo lesionado e para o substituir é preferível ter um jogador que já está no plantel desde o início da época, do que contratar um novo avançado a meio da temporada. Para Marcéis, já basta o do ano passado.
Agora vem a pausa (ridiculamente) prolongada do Natal e Ano Novo. Há que emagrecer o nosso plantel, mas espero que não se cometa os erros do ano passado. Precisamos, quando muito, de um lateral direito para competir com o Nélson, mas mais ninguém. Quando voltarmos a jogar será, ao que tudo indica, já com a presença do Rui Costa. Vai ser a nossa prenda do novo ano!
quarta-feira, dezembro 20, 2006
Lamento
Este sujeito ou é BURRO, ou é intelectualmente DESONESTO ou estava BÊBADO quando escreveu esta crónica. Ou então é uma combinação das três hipóteses anteriores. Fiquei tão nauseado quando li aquele pedaço de texto que tinha que o expressar aqui, para a necessária catarse. Porque é que aquele ser não se limita a plagiar livros de outros e a arvorar-se de grande escritor que fez com que os portugueses lessem?! A desfaçatez não tem limites para quem é daquele clube. Até se tenta defender o indefensável e o absurdo (a colagem que este sujeito tenta fazer do Benfica ao “Apito Dourado” é digna do Levanta-te e Ri). Infelizmente para esta gente, nem todos somos acéfalos. Como eles.
sábado, dezembro 16, 2006
Tranquilidade
Perante a lesão de última hora do Petit, jogaram os dois gregos no meio-campo juntamente com o Nuno Assis. O Fonseca permaneceu na equipa e teve por companhia o regressado Nuno Gomes. O Simão é indiscutível e a defesa foi a habitual. À semelhança do que aconteceu na Figueira da Foz, entrámos lentíssimos e muito pouco acutilantes na disputa da bola. O V. Setúbal controlou o jogo durante 10’ e teve as tais duas oportunidades, um remate de longe muito bem defendido pelo Quim e um cabeceamento na sequência de um canto salvo sobre a linha pelo Léo. Aos 13’, num lance um pouco fortuito conseguimos colocar-nos em vantagem pelo Nuno Gomes, que aproveitou um mau alívio de um defesa para dominar bem de peito e desviar a bola do guarda-redes Nélson. A equipa não tinha feito nada para merecer o golo, mas pensei que pudéssemos iniciar uma boa exibição a partir daqui. Puro engano! Continuámos com pouca velocidade na transição para o ataque, muitos passes para o lado e para trás, pouca inspiração individual para criar desequilíbrios e um futebol sem alegria. O Nélson teve a bola duas ou três vezes sem ninguém à frente e, em vez de correr, passava-a para trás. O jogo arrastou-se assim até ao intervalo, até porque se percebeu logo que o V. Setúbal não iria conseguir incomodar-nos.
Felizmente tudo mudou na segunda parte. Tivemos mais vontade na disputa dos lances e imprimimos mais velocidade no jogo. Como se calcula, as oportunidades começaram a surgir com frequência. Logo aos 48’ um centro atrasado do Nélson chega ao Simão que, sem marcação e depois da marca de penalty(!), atira por cima. Pouco depois, outro excelente centro do Nélson proporciona ao Nuno Gomes um bom cabeceamento que o guarda-redes defende sem saber como. À passagem dos 60’ foi o Karagounis que, bem desmarcado pelo Nuno Gomes, atirou também por cima. Mas três minutos depois o jogo ficou definitivamente resolvido. Numa boa jogada de contra-ataque, o Fonseca deixa a bola para o Luisão que tenta o remate, mas acaba por assistir o Simão que atira em arco e faz um excelente golo. Pouco depois o Léo faz uma boa jogada pela esquerda, centra e o Fonseca cabeceia ao lado. Foi pena porque seria um grande golo. Entretanto, o Manú entrou para o lugar do Fonseca e teve participação directa no terceiro golo aos 86’. Noutro contra-ataque, o Nuno Gomes cede-lhe a bola e ele remata com força para defesa do guarda-redes, só que a bola continua em jogo, vai ter novamente ao Manú que assiste o Nuno Assis na área para fazer o seu golo anual pelo Benfica. É pena, porque o Assis é dos nossos jogadores em melhor forma, só que não sabe rematar à baliza, caso contrário marcaria muitos mais golos por época. Assim, temos que nos contentar com um ou dois e ou muito me engano ou já está. Dois minutos depois esteve quase a acontecer o quarto golo, num remate do Nuno Gomes que o guarda-redes defendeu para a barra. O jogo chegava ao fim logo a seguir e a vitória foi incontestável.
Em termos individuais, tem que se destacar o núcleo duro da equipa: Luisão, Ricardo Rocha, Simão e Nuno Gomes. Os dois primeiros estiveram excelente em termos defensivos e o Luisão ainda participou no segundo golo. O Simão continua em boa forma e na segunda parte foi o maior desequilibrador da equipa. Sempre que teve a bola nos pés, criava perigo. O Nuno Gomes voltou finalmente aos golos (por pouco marcava dois) e esteve sempre em movimento. É um jogador fundamental para o nosso tipo de futebol, muito baseado em tabelinhas para proporcionar a entrada dos médios na área. Espero que este golo e esta exibição signifique que a sua má forma é passado. Os restantes jogadores estiveram em plano aceitável. Nota-se que o Fonseca não é mau jogador, mas que precisa de rodagem. Tal como a equipa, melhorou muito na segunda parte, nomeadamente a fazer passes que desmarcavam colegas junto às alas. O Nuno Assis também esteve muito mexido e o Katsouranis foi mais discreto do que o habitual, especialmente em termos atacantes, porque teve que fazer de Petit. No entanto, o meio-campo era todo dele. O Léo destacou-se mais que o Nélson, mas ambos parece que se transformaram ao intervalo, tal a diferença para o segundo tempo. O Quim, tirando aquela defesa logo no início, deveria ser contado como mais um espectador.
Na próxima quinta-feira defrontamos o Belenenses para colocar o calendário em dia. Eles foram ganhar ao Marítimo por 4-1 e o jogo promete ser muito mais difícil do que o de hoje. Escusado será dizer que é imperioso ganharmos. Depois teremos três semanas sem futebol numa daquelas medidas surreais do futebol português. Uma pausa de Inverno de tanto tempo? Irá o país ser coberto de neve e ter temperaturas negativas?
sexta-feira, dezembro 15, 2006
A melhor notícia do ano
E isto para não dizer que é a melhor notícia dos últimos 20 anos! Vamos ver se finalmente haverá justiça para punir estes CRIMINOSOS que pululam impunemente no futebol português há mais de duas décadas. E que ainda se dão ao desplante de gozar com a justiça (“apita, apita, mas não oiço nada”). O currículo da actual procuradora-geral adjunta fala por si e duvido que alguém a possa pressionar ou condicionar. Ou seja, os tentáculos do polvo estão a ficar em perigo. Ninguém foi ainda condenado, é verdade, mas as escutas que vieram a público são por demais esclarecedoras. Ainda por cima, o melhor argumento que a defesa se lembrou é a suposta inconstitucionalidade das ditas escutas. É por causa de uma questão técnica que querem que todos os arguidos sejam absolvidos. Elucidativo!
Estou bastante confiante depois de ouvir esta notícia. É mais que tempo de pôr cobro a esta POUCA VERGONHA com mais de 20 anos. Ainda agora, na lista para o Conselho de Arbitragem do candidato Madaíl à presidência da FPF estão dois(!) arguidos do processo “Apito Dourado”. Teve que ser um livro escrito pela ex-
P.S. – No sorteio da Taça Uefa calhou-nos o Dínamo Bucareste. Já os eliminámos há uns anos na altura do Heynckes quando perdemos em casa (0-1) e fomos ganhar fora (2-0). O sorteio não foi mau, até porque temos oportunidade de eliminar uma equipa romena que está muito perto de Portugal no ranking da Uefa. Se passarmos, iremos jogar com o vencedor do AEK Atenas-PSG, outros dois adversários que estão ao nosso alcance. Ou seja, temos obrigação de chegar aos quartos-de-final da Taça Uefa. Ao Braga calhou o Parma (teoricamente o menos forte dos adversários possíveis) e o clube regional vai jogar com o Chelsea! Yes! Se tudo correr como eu espero, em Março teremos o Glorioso e o Braga na competições europeias.
segunda-feira, dezembro 11, 2006
A besta negra
Jogámos desfalcados do Nuno Gomes e do Miccoli, mas isto não serve de desculpa. Temos o melhor plantel desde há muito tempo e não podemos ficar reféns de dois jogadores, por muito importantes que sejam. Aliás, a lesão do Miccoli é mais uma a entrar no anedotário do nosso departamento médico. Qual foi a vantagem de ele ter jogado a 50% em Manchester? Porque é que insistimos em fazer alinhar jogadores a meio-gás, para depois os perder durante um ou mais meses? Quem toma estas decisões? Adiante... Dado estas ausências entraram o Fonseca e o Paulo Jorge, tendo nós apresentado uma táctica de 4-3-3, ainda com o Karagounis no lugar do Nuno Assis. Todavia como já disse, a nossa primeira parte foi muito má. Entrámos muito lentos, sem ideias, com pouca agressividade e uma tendência irritante em jogar para trás (tendência essa que se manteve durante a maior parte do jogo). A Naval quase não atacava, pelo que o jogo era bastante aborrecido. Só quando o Simão tinha a bola é que acontecia qualquer coisa de novo. Em duas ou três arrancadas criou desequilíbrios que se tornaram os únicos lances de perigo que construímos. Infelizmente a finalização esteve muito mal, com remates muito ao lado do próprio Simão, do Karagounis e um desvio por cima da barra do Fonseca.
Na segunda parte aumentámos a velocidade e as oportunidades começaram a surgir com mais frequência. Era o Simão o motor de todo o nosso ataque e o Katsouranis o finalizador preferencial. O grego fez o melhor remate do Benfica que proporcionou a única (!) defesa ao guardião Taborda. Todos os restantes remates saíam ou ao lado ou por cima. O tempo passava, mas nós não marcávamos. Cerca dos 65’ entrou o Mantorras para o lugar do Paulo Jorge, todavia o angolano não está com a estrelinha de tempos passados. Um dos nossos grandes problemas era a pouca velocidade na transição para o ataque, muito por culpa do jogo mastigado do Karagounis e, sobretudo, do Petit. Aliás, não percebo porque é que o Nuno Assis saiu da equipa. Fez um jogo menos conseguido em Inglaterra, é verdade, mas tem sido dos nossos melhores jogadores. Sem surpresa, mas já tarde em minha opinião, a 15’ do fim entrou para o lugar do Karagounis. A nossa pressão mantinha-se, porém não conseguíamos enquadrar os nossos remates com a baliza, também porque a cerimónia na hora de rematar era mais que muita. Na última oportunidade que tivemos, o Ricardo Rocha falhou um desvio à boca da baliza na sequência de um livre. E assim voaram mais dois pontos.
Individualmente mais uma vez o Simão destacou-se dos demais. Espero que não se confirme as notícias da sua possível saída em Janeiro, porque estamos muito dependentes dele. Viu-se bem isso na pré-época e agora é por demais evidente. O Katsouranis também esteve em evidência, porque foi um dos mais rematadores. Todos os outros estiveram num nível mediano. O Fonseca mostrou alguns bons pormenores, mas não é nada acutilante na hora de atirar à baliza. Falta-lhe o killer instinct dos verdadeiros pontas-de-lança. O Nélson não esteve tão bem como em jogos anteriores e a nossa produção atacante ressentiu-se disso. O Léo subiu bastante na segunda parte e tem uma energia que parece que não acaba. Os centrais não tiveram grande trabalho, mas o Quim defendeu para a frente uma bola relativamente fácil. O Paulo Jorge esteve mexido, no entanto foi muito inconsequente. O Petit jogou bastante mais vezes do que era desejável para os lados e para trás e emperrou muito o nosso ataque, assim como o Karagounis que para além do mais não esteve nada bem a rematar à baliza.
São jogos como este que fazem ganhar ou perder campeonatos. Jogos em que a exibição não é a melhor, mas em que a vitória é crucial. Já tivemos bastante desta dose este ano e quase sempre com os mesmos (maus) resultados. Com o jogo de ontem, perdi todas as ilusões que tinha. Estamos a metade do campeonato e com a irregularidade de resultados que tínhamos no seu início. E assim é impossível ser-se campeão.
quarta-feira, dezembro 06, 2006
Ainda sonhámos
O jogo de hoje começou de uma maneira muito calma. O Man Utd não estava interessado em acelerar muito o ritmo e nós tivemos sempre muito respeito por eles, nunca atacando à maluca. Até ao nosso golo não houve grandes oportunidades, mas a jogada que lhe dá origem é muito boa. O Simão (mais uma vez em GRANDE frente aos ingleses!) ataca rápido pela direita e faz um passe atrasado para a entrada da área, onde estava sozinho o Nélson, que fuzila o Van der Sar. A partir daqui a velocidade do Man Utd foi obviamente outra. Começou a empurrar-nos para a nossa área e a criar perigo. Nós ainda tivemos outro ataque perigoso outra vez pelo Simão, em que o Miccoli inacreditavelmente não acerta na bola, quando estava em boa posição de remate. Ainda por cima, tivemos muito azar na altura que sofremos o golo do empate, já que foi a última jogada da primeira parte. No entanto, nos últimos 10’ não conseguimos sair com a bola controlada para o ataque e a posse de bola do Man Utd era avassaladora. O Quim invariavelmente chutava-a para a frente e lá vinha outro ataque dos ingleses. Um mau alívio do Nélson dá posteriormente origem a um livre, do qual resultou o golo do empate. Não percebi porque é que o Luisão não saltou à bola (preferindo empurrar o Léo) e porque é que o Nuno Gomes preferiu saltar para cima dos adversários em vez de atacar a bola. O central Vidic antecipou-se ao Quim e igualou a partida.
Na segunda parte entrámos muito pior e até sofrermos o 2-1 praticamente não passámos de meio-campo. Os passes não saíam bem e o Manchester empurrava-nos para a nossa área. A excepção foi um livre indirecto que tivemos, em que o Petit rematou ligeiramente por cima. Para quem tinha que ganhar o jogo, as coisas estavam a tornar-se difíceis. Foi sem supresa que o Man Utd chegou à vantagem, num óptimo centro do Cristiano Ronaldo que encontrou o Giggs sozinho na área a cabecear à vontade. O Katsouranis acompanhou a movimentação do Giggs até à entrada da área e depois inexplicavelmente deixou-se ficar para trás, o que permitiu que o galês aparecesse sozinho frente ao Quim. Depois deste golo, finalmente conseguimos trocar mais de três passes seguidos e criámos mais dois lances de perigo, ambos pelo Simão, que não tiveram o seguimento necessário na área. O Miccoli pediu para sair e entrou o Paulo Jorge, mas com o Nuno Gomes numa forma péssima, não havia ninguém para concretizar. Até final ainda houve tempo para sofrer o terceiro golo da praxe num cabeceamento do Saha na sequência de um canto, em que ficou demonstrado a grande lacuna do Léo: a sua baixa estatura que não lhe permitiu cortar a bola sobre a linha de golo. Perdemos o jogo e perdemos bem, porque o Man Utd demonstrou que está num patamar bem acima do nosso.
Individualmente tem que se destacar outra vez o Simão. Que jogão! Sozinho deu trabalho à defesa do Man Utd e todos (leram bem, todos) os nossos lances de perigo passaram por ele. Infelizmente esteve desacompanhado em termos de ataque. O Miccoli não está ainda a 100% e o Nuno Gomes está uma nódoa. O meio-campo não deu o apoio que costuma dar aos homens da frente e percebeu-se porquê. O Man Utd não é propriamente uma equipa qualquer. O Petit está lentamente a voltar à boa forma, por contraponto ao Katsouranis, que fez um jogo muito mau. Lento, sem apoiar o ataque e fechar o lado direito como se impunha, ainda teve o ónus de ficar ligado ao segundo golo deles. Parece-me em deficiente condição física, talvez devido à sobrecarga de jogos. O Nuno Assis não fez um mau jogo em termos defensivos, mas não conseguiu nada de relevante no ataque. A defesa não esteve mal, com destaque para o Ricardo Rocha que se fartou de cortar bolas. O Nélson marcou um golão e não comprometeu a defender, embora tenha ficado inadvertidamente ligado ao primeiro golo deles.
Enfim, resta-nos a Uefa e principalmente o campeonato, que deve ser o nosso principal objectivo para este ano. As competições europeias são um bónus, mas a grande obrigação é ser campeão, ou pelo menos, lutar para isso.
terça-feira, dezembro 05, 2006
Anedota
Lagartos - 1 - Equipa de Moscovo (vestida de vermelho) - 3.
Onde é que eu já vi isto?
sábado, dezembro 02, 2006
O sabor
A entrada no estádio foi particularmente difícil e só me sentei dois minutos antes de começar o jogo. O sector visitante não tem uma porta específica o que faz com que se tenha que esperar séculos para entrar, porque os adeptos lagartos também entram por essa porta e naturalmente não podem entrar os dois ao mesmo tempo. Mas enfim, lá consegui chegar antes do jogo começar e ainda bem, caso contrário teria perdido o golo do Ricardo Rocha (o enguiço parece estar quebrado de vez; que golão de cabeça!) logo aos 3’. Não poderíamos ter tido melhor entrada no jogo! O golo surgiu na sequência de um canto, depois de um excelente centro do Nélson ao qual o Nuno Gomes correspondeu com uma boa cabeçada para defesa do Ricardo. Os lagartos acusaram bastante este início de jogo e não conseguiam criar perigo. No entanto, nós também não trocávamos a bola com eficiência para tentar o contra-ataque. O jogo não estava a ser bom e os lagartos só tiveram dois lances em que se aproximaram com relativo perigo da nossa área, ambos de cabeça. Porém, aos 36’ há finalmente um contra-ataque eficaz. Excelente passe do Miccoli para o Simão, que passa pelo Custódio como se ele não estivesse lá, isola-se e atira para o poste mais distante assim que o Ricardo saiu da baliza. Foi o delírio no sector visitante! Até final da primeira parte poderíamos ter marcado mais dois: o tal grande remate do Miccoli que bateu no poste e uma recarga do Nuno Gomes, depois de um livre do Simão, que o Ricardo defendeu com o pé.
Na segunda parte estava com receio de uma entrada forte dos lagartos, mas nada disso se verificou. Estivemos irrepreensíveis na defesa e eles raramente conseguiam construir lances de perigo. Infelizmente, no ataque não estivemos tão bem. O Quim passou o tempo todo a pontapear bolas para a frente (para a cabeça do Miccoli?), em vez de a colocar jogável nos companheiros. Se foram indicações do Fernando Santos, foram muito mal dadas. A posse de bola era toda deles, mas o que vale é que foi completamente inconsequente. Todavia, naturalmente que não conseguíamos criar perigo. Andámos assim durante uma boa meia-hora. Nesta altura estávamos a jogar em claro 4-3-3 com o Simão, Miccoli e Nuno Gomes na frente e o Petit, Katsouranis e Nuno Assis a controlar quase todos os ataques lagartos. A segunda parte não teve grande emoção, porque eles praticamente só conseguiam rematar de longe e todas as bolas, quando chegavam à baliza, foram bem defendidas pelo Quim. Ainda assim, houve duas particularmente difíceis: uma do Bueno de cabeça, na sequência de um canto, e outra do Djaló depois de um amortecimento do Liedson. A 10’ do fim, o Polga levou o segundo amarelo e tive a esperança que pudéssemos aumentar o score, até porque os lagartos deixaram de acreditar. No entanto, dois minutos depois o Nuno Gomes tem uma entrada muito dura sobre o Moutinho e é expulso. Não percebo o que lhe passou pela cabeça... Estávamos a ganhar e com o jogo perfeitamente controlado. Agora vai ficar dois jogos na bancada e espero lhe faça bem, porque o 21 realmente não está em grande forma. Até final ainda deu para o Nélson dar dois bailinhos aos lagartos, que infelizmente não tiveram resultados práticos.
Fizemos um jogo muito bem conseguido, mas individualmente tenho que destacar três jogadores: Simão, Nuno Assis e Ricardo Rocha. O capitão marcou um excelente golo e foi o grande dinamizador do nosso ataque, até porque o Miccoli ainda não estava completamente recuperado do problema muscular que teve na semana passada e o Nuno Gomes não está muito confiante. O Nuno Assis foi importantíssimo no meio-campo, tanto a defender como a atacar. Parece uma formiga que nunca pára. O Ricardo Rocha marcou um golão, só me lembro de ter feito uma falta e foi praticamente intransponível. O Quim também esteve em destaque ao resolver bem o pouco trabalho que teve. O Nélson está em excelente forma, mas tem que deixar de tentar fintar perto da nossa área. O Luisão voltou e ainda bem, porque a defesa com ele é outra coisa e o Léo não sabe jogar mal. O meio-campo também esteve muito bem a defender, mas a transposição para o ataque deveria ter sido melhor em grande parte do jogo. Espero que o Miccoli não se ressinta da lesão na próxima 4ª feira, porque notou-se que não estava na sua plenitude. A entrada do Paulo Jorge foi importante para ajudar o Nélson a suster o Tello e o Nani, porque a meio da segunda parte o Katsouranis deu o berro.
São estas vitórias que nos confiança para o futuro. Espero que seja o início da estabilização da equipa, porque mesmo que ganhemos ao Belenenses ainda teremos o clube regional a seis pontos. É fundamental não perdermos mais pontos idiotas e deixarmos de vez a montanha-russa de exibições e resultados que vem desde o início da época. Temos um plantel fantástico e não esqueçamos que ainda não há maestro. Quanto ao jogo em Manchester será bastante mais difícil do que este, mas o favoritismo está do lado deles. No entanto, se jogarmos com a personalidade de hoje uma surpresa não estará totalmente colocada de parte…
P.S. – No fim do jogo ainda deu ter a boa companhia do D’Arcy na volta a casa. Aquele percurso no meio das caras de derrotados dos lagartos é algo que me vai ficar na memória durante muito tempo... :-)
quinta-feira, novembro 30, 2006
A primeira vez
O bichinho começou a formar-se no IV Jantar de Bloguiquistas. E quando o bichinho nasce, eu só muito dificilmente resisto. Claro está que esse clube menor, como vai receber o MAIOR clube do mundo, tentou matá-lo de vez, ao colocar os bilhetes para não-sócios a 65€. Mas graças ao meu amigo M.R. de uma das claques do Glorioso consegui que ele se transformasse em 50€. É mais 10€ do que o limite máximo que eu estava disposto a dar, mas o bichinho atacou de vez e eu não fui capaz de resistir. Ainda por cima, vou estar rodeado de benfiquistas o que tornará a visita ao WC bem menos dolorosa.
Os lagartos estão teoricamente mais fortes, será a minha estreia num derby na casa do rival e não estou muito confiante. Portanto, verificam-se as condições ideais para que... ganhemos!
quarta-feira, novembro 29, 2006
Relembrar X – O primeiro derby
Foi já no segundo tempo que aconteceu este lance. O Bento, provavelmente o segundo melhor guarda-redes que me lembro de ver no Glorioso (atrás do Preud’homme), de vez em quando tinha destas coisas. Este lance com o Manuel Fernandes fala por si, mas não posso deixar de referir a justificação que o Bento dá para o banco quando está a sair de campo, qualquer coisa do género: “então, ele deu-me um pontapé na cabeça, o que é que eu podia fazer?!” Ao menos foi para a rua na sequência de uma cotovelada (ou ombrada, como diz o comentador) bem dada e não de um empurrão qualquer (a fazer lembrar a expulsão do João Vieira Pinto frente ao clube regional para uma Supertaça, em que ao menos partiu dois dentes ao Paulinho Santos; foi só pena não os ter partido todos...). Para além da expulsão, foi penalty contra nós. O Jorge Martins (que depois jogou no V. Setúbal e Belenenses, e foi o terceiro guarda-redes de Portugal no Mundial 86) foi para a baliza, mas o Jordão ainda fez mais dois golos. Perdemos por 3-1 e o campeonato dessa época foi para os lagartos. O último antes de uma série magnífica de 18 anos de jejum...
P.S. – Quando uma equipa pequena recebe uma grande, é natural que aumente o preço dos bilhetes para tentar capitalizar o previsível aumento da presença de público. Com o Inter, Bayern e clube regional os preços foram normais, mas agora congratulo-me por saber que os lagartos reconhecem que vão receber o MAIOR clube do mundo, caso contrário não teriam colocado o bilhete mais barato para não-sócios a 65€! T-R-E-Z-E C-O-N-T-O-S para um jogo da primeira volta que não decide nada. Vão roubar para outro lado!
P.S. 2 - Lembram-se quem foi o árbitro do vergonhoso jogo da Taça de Portugal do ano passado frente ao V. Guimarães...?
sábado, novembro 25, 2006
Desperdício
Logo aos oito minutos poderíamos ter o jogo resolvido. O Nuno Gomes e o Katsouranis falharam duas oportunidades escandalosas, o que foi o prenúncio do que iríamos assistir durante os restantes 82’. Trocávamos bem a bola, baralhando a defesa do Marítimo, e tivemos mais duas grandes oportunidades. Um cabeceamento do Anderson na sequência de um canto e numa grande jogada atacante ao primeiro toque entre o Simão, Nuno Gomes, Miccoli e Nuno Assis, em que o Katsouranis fica liberto, mas remata desenquadrado ao lado, quando estava só com o guarda-redes pela frente. Pouco depois da meia-hora surgiu o nosso golo na sequência de um livre para a área em que acaba por ser o defesa do Marítimo, acossado pelo Ricardo Rocha, a introduzir a bola na baliza. Só que deixámos o adversário reagir bem e a menos de cinco minutos do intervalo, o Marcinho marca um golão de fora da área, num remate sem hipóteses para o Quim. O Marítimo nada tinha feito que o justificasse, mas chegou empatado ao fim do primeiro tempo.
Na segunda parte, pressionámos mais e o Quim passou a fazer parte dos espectadores da partida. Só que aos três minutos da segunda parte, o Miccoli agarra-se à coxa depois de uma corrida e teve que ser substituído. É um filme já por demais visto que me vou abster de comentar. Só não percebi a entrada do Mantorras em vez do Fonseca. Parece que o Fernando Santos tem alguma coisa contra o mexicano, já que o Mantorras não acrescentou nada à equipa, demonstrando que só poderá entrar como último recurso perto do final para aumentar a confusão na área. A construir jogo continua um desastre e nos foras-de-jogo nem falo. Aos 51’ o Marcinho faz uma falta muito dura sobre o Simão a meio-campo (entrou de carrinho com o pé a meia altura) e foi naturalmente expulso. A partir daqui a pressão intensificou-se e em dois minutos o Marcos voltou a fazer duas grandes defesas a remates do Petit e Karagounis (que entretanto tinha entrado para o lugar do Nuno Assis). Até que aos 66’ marcámos o golo da vitória. Boa jogada atacante, com tabelinha do Nuno Gomes para o Simão, centro deste e o Katsouranis a surgir ao segundo poste para marcar de carrinho. Até final todos esperámos pelo avolumar do resultado, mas o Marcos voltou a ter outra grande intervenção a remate do Petit e noutros lances houve grande confusão no desenvolvimento do nosso ataque e nunca surgiram condições ideais de remate, ora porque o último passe era mal feito, ora porque os defesas interceptavam a bola. O Marítimo não criou nenhum lance de golo na segunda parte, mas fiquei sempre com o coração nas mãos até final.
Individualmente tenho que destacar dois jogadores da espinha dorsal: o Simão e o Petit. O capitão foi preponderante no ataque, especialmente durante o segundo tempo quando se encostou mais à esquerda, definitivamente o lugar onde mais rende (alô Fernando Santos?). O pitbull ganhou inúmeras bolas a meio-campo e ainda teve tempo para dois grandes remates. O Katsouranis voltou a marcar um golito e é o nosso melhor marcador! O Nuno Gomes continua muito infeliz na finalização, mas hoje teve melhores intervenções do que frente ao dinamarqueses, nomeadamente na construção de oportunidades para os colegas. O Nuno Assis não esteve tão bem e acabou substituído. A defesa não teve grandes sobressaltos, mas espero ansioso pelo regresso do Luisão para as duas finais que se avizinham. O Anderson não me inspira nenhuma confiança. O Karagounis entrou bem no jogo e é um sério candidato à titularidade caso algum elemento do meio-campo baixe a sua forma.
Foi uma vitória justíssima que esperemos que tenha continuação nos próximos dois jogos. Temos é que combater o nervosismo e a intranquilidade que surgem em determinadas alturas do jogo, caso contrário nunca estaremos na nossa plenitude.
P.S. – Como disse o meu amigo Pedro F. Ferreira, hoje voltou a não haver saudação dos jogadores no final do jogo. Frente aos dinamarqueses ainda pensei que fosse por causa dos assobios que se ouviram, mas hoje não têm desculpa. É uma falta de respeito pelos adeptos que apoiam a equipa e vai contra o que sempre foi a tradição do Glorioso! Até neste caso se nota a falta do Luisão…
P.S. 2 – Na rádio ouvem-se coisas que tem que se tirar a limpo na televisão, porque os comentadores estão longe de ser fiáveis. Quem compara as entradas do Ricardo Rocha e do Anderson com a que dá a expulsão do Marcinho só pode ser desonesto. O Rocha falha o pontapé e acerta inadvertidamente no adversário e o Anderson dá um pontapé na bola e na sequência do movimento acerta no jogador do Marítimo. Muito diferentes de uma entrada em riste com os pitons à perna do Simão…
quarta-feira, novembro 22, 2006
45 minutos
O jogo de ontem teve pouca história. Os dinamarqueses são muito fracos e não me venham falar outra vez da vitória deles sobre o Man Utd. Os ingleses jogaram com uma equipa de suplentes e falharam uma série de oportunidades de golo, ao passo que o Copenhaga marcou no único lance de golo de que dispôs. Ontem fizemos uma primeira parte razoável e acabámos com o jogo ao fazer os três golos neste período. Entrámos um pouco inseguros e não conseguimos fazer nada de relevante nos primeiros 13’, tirando um remate de cabeça do Miccoli à figura. Mais uma vez marcámos na primeira grande ocasião que tivemos, tal como em Braga. Foi aos 14’ que o Léo finalmente se estreou a marcar com a Gloriosa camisola, depois de uma boa jogada do Simão, que cruzou para o Katsouranis amortecer para o brasileiro. Dois minutos depois, a vitória ficou quase decidida, quando, na sequência de uma recuperação do Simão, o Nélson centrou para o Nuno Gomes assistir o Miccoli, que rematou rasteiro com o pé esquerdo e viu a bola entrar no canto da baliza depois de bater ligeiramente no poste. Os dinamarqueses mostravam-se inofensivos e nós entrámos em economode a partir do segundo golo. Mesmo assim, até final da primeira parte ainda mostrámos alguma vontade de aumentar o resultado e, a pouco mais de cinco minutos do intervalo, um bom remate rasteiro do Nuno Gomes fez com que o guarda-redes defendesse para a frente, permitindo ao Miccoli bisar na partida. O vencedor estava definitivamente encontrado.
No segundo tempo esperava que jogássemos da mesma maneira para irmos marcando mais golos, mas nada disto aconteceu. Só tivemos uma verdadeira oportunidade, quando uma boa tabelinha do Nuno Gomes isolou o Simão, que permitiu a defesa ao guarda-redes. De resto, limitámo-nos a controlar o jogo, atitude que exasperou alguns adeptos. Confesso que preferia que tivéssemos sido mais acutilantes, mas daí até aos assobios (a GANHAR o jogo!) vai uma grande diferença. As substituições também não resultaram, porque saiu o Miccoli (tinha visto um amarelo) que estava a ser o nosso melhor jogador e desta vez o Karyaka não entrou tão bem como em jogos anteriores. As outras duas substituições (Karagounis e Mantorras) foram feitas já muito tarde e os jogadores não tiveram tempo para fazer nada de relevante. Não percebi porque é que o Fernando Santos não lançou o Fonseca, já que era um bom jogo para ele se mostrar e o Nuno Gomes precisa de descanso. Muito perto do fim, sofremos o golito da ordem, num cruzamento da esquerda em que o Allbäck se antecipou ao Ricardo Rocha.
Individualmente há que destacar o Miccoli. A continuar assim, sem lesões, acho que o Luís Filipe Vieira não tem outra hipótese senão exercer o direito de opção, porque seria incompreensível que gastássemos três milhões de euros com o Marcel e outros três com o Fonseca, e não houvesse cinco milhões para o italiano. O Simão também esteve bem, mas não deveria ter falhado aquele golo de baliza aberta. O Nuno Gomes continua na sua senda de desperdício que vem desde o jogo da selecção, mas acaba por ficar ligado a dois golos. O Nuno Assis voltou às boas exibições, continuando a mostrar muita generosidade defensiva. Quando aos dois trincos, voltei a ficar com a ideia que em jogos perante adversários mais fracos não deveriam jogar os dois. O Petit não atravessa um grande momento de forma e o Katsouranis tem a vantagem de ser mais participativo no ataque. A defesa não esteve mal e o Nelson voltou a ser muito participativo no ataque.
Um último reparo para o público. Estiveram pouco mais de 30.000 pessoas e talvez devessem estar menos, porque há gente que não faz lá falta nenhuma. Que sentido tem gastar-se 20€, ver a equipa ganhar e ainda assobiar no fim do jogo?! Porque é que não ficam em casa a verberar contra a televisão? Ao menos não gastam dinheiro e deixam o estádio para quem vai lá apoiar a equipa. Claro que a nossa exibição na segunda parte deixou um pouco a desejar, mas assobiar o Benfica depois de nós ganharmos por 3-1 é uma atitude absolutamente CRETINA! O que seria se tivéssemos empatado ou perdido? Rasgariam o cartão de sócio?!
domingo, novembro 19, 2006
Montanha-russa
Ontem começámos pessimamente o jogo e nunca tivemos habilidade para impor o nosso futebol. Os jogadores do Braga chegavam sempre primeiro à bola e os lances divididos eram todos deles. Para ajudar à festa, o Quim resolveu oferecer-lhes o primeiro golo logo aos sete minutos, ao repor mal a bola em jogo, permitindo ao Zé Carlos marcar quase de meio-campo. Os minutos passavam, mas nós continuávamos completamente inoperantes. Através do contra-ataque, o Braga teve oportunidade de aumentar a diferença, mas num lance de bola parada acabámos por ser nós a empatar a partida por volta dos 30’. Livre do Simão para a área, cabeceamento do Katsouranis que o Paulo Santos defende para a frente e o Ricardo Rocha (ATÉ QUE ENFIM, à 5ª época no Benfica marca um golo num jogo oficial!) só teve que empurrar a bola para as redes. Foi um golo caído do céu, porque foi no nosso primeiro remate à baliza! A partir daqui, tive esperanças que conseguíssemos assentar o nosso jogo e dominar o Braga. Puro engano! Melhorámos a nossa produção, mas nunca fomos muito superiores a eles. Numa das poucas boas combinações de ataque, o Miccoli desmarcou-se pela esquerda, centrou e o Nuno Gomes, completamente isolado, conseguiu que o seu cabeceamento acertasse no guarda-redes! Pouco depois, e a menos de cindo minutos do intervalo, um disparate do Nelson a meio-campo permitiu um contra-ataque ao Braga e o Maciel fez o 2-1, num remate em que me pareceu que o Quim voltou a ter culpas, já que não fechou convenientemente o ângulo.
Para a segunda parte, entrou o Karagounis para o lugar do Katsouranis, mas não se notaram grandes melhorias no nosso jogo, bem pelo contrário. Do meio-campo para a frente todos os jogadores estavam muito bem marcados e raramente conseguimos ter espaços para criar perigo. Tínhamos mais posse de bola, mas o jogo era muito mastigado e afunilado. O Simão veio para a esquerda do losango, mas ontem esteve longe de ser o jogador decisivo que cria muitos desequilíbrios. Mesmo assim tivemos uma grande oportunidade para empatar aos 80’, quando o Karagounis fez um bom centro e o Simão, só com o guarda-redes pela frente, cabeceou por cima da barra. A seguir a este grande falhanço, o Braga matou o jogo ao fazer o terceiro golo. Foi através de um livre na sequência de uma falta desnecessária do Paulo Jorge (a propósito, que péssima entrada em jogo!), em que o Paulo Jorge do Braga se antecipa de cabeça ao Ricardo Rocha e tem a sorte de a bola bater num poste e entrar na baliza. Faltavam oito minutos para o fim e o jogo estava perdido. Ainda assim não gostei de ver a atitude de alguns dos nossos jogadores que, quando perdiam a bola, viravam as costas ao lance (lembro-me do caso do Simão). O jogo é para jogar até ao fim e a Gloriosa camisola tem que ser honrada!
No meio desta pobreza exibicional é difícil destacar alguém. Talvez o Miccoli tenha sido o menos mau, porque foi dos poucos a tentar jogar para a frente e a imprimir alguma velocidade ao nosso jogo. O Luisão fez muita falta (malditos jogos das selecções!) e o Anderson confirmou a sua má forma, ao dar muitos espaços aos avançados contrários, especialmente na primeira parte. De resto, mais ninguém se destacou da mediania. O Nuno Gomes voltou a estar perdulário, na sequência do que fez na selecção. O Nuno Assis pouco se viu, mas quando saiu o Paulo Jorge ainda conseguiu ser pior do que ele. O meio-campo marcou pessimamente e os jogadores do Braga manobravam à vontade. O Quim teve culpas em dois golos e a sua presença na nossa baliza começa a levantar-me sérias dúvidas. Talvez esteja na altura de dar uma oportunidade ao Moreira.
Se a tradição se mantiver (e neste caso é bom que se mantenha…), iremos ganhar folgadamente ao Copenhaga na próxima 3ª feira. Se não conseguirmos os três pontos estaremos definitivamente fora da Champions e mesmo que ganhemos precisamos ainda de uma ajuda do Manchester em Glasgow. O jogo de ontem desiludiu-me bastante, porque sem consistência exibicional é difícil conseguirmos resultados positivos. E nós já andamos há muito tempo neste sobe e desce. Será que vamos ter que levar com isto até ao fim da época?
sexta-feira, novembro 17, 2006
José Veiga
Posto isto e dado que o Luís Filipe Vieira aceitou o pedido de demissão, estou contente ou triste? Sinceramente nem uma coisa nem outra. Como a maioria dos benfiquistas, estive muito céptico acerca da sua contratação (cf. aqui). Um homem conotado com o clube regional e ex-empresário de jogadores não era alguém que me inspirasse confiança. Mas o que é certo é que o seu trabalho no Benfica foi meritório e temos que lhe agradecer por isso. Ganhámos um campeonato, uma supertaça e estivemos no lote das oito melhores equipas da Europa em dois anos e meio. Com a sua chegada, acabou-se o regabofe dentro do balneário, onde tudo transpirava cá para fora e toda a gente dizia o que lhe apetecia. E esta blindagem (como agora se diz) do balneário, que não é nada fácil especialmente num clube como o Benfica, é um dos factores mais essenciais para o sucesso desportivo. Para o bem e para o mal, defendeu sempre a equipa e os treinadores contra ataques externos e até alguns internos. E não é por acaso que a maioria dos jogadores se mostrou do lado dele. Estava ali alguém que dava a cara e amortecia os ataques que tentavam fazer à equipa. Todavia, nem sempre mostrou ter a elevação que eu espero dos dirigentes do Glorioso. Os seus gestos este ano no estádio do clube regional são lamentáveis, apesar de às vezes ser difícil controlar a resposta às provocações. Em algumas alturas falou e deveria ter estado calado. E sempre me fez e continuará a fazer impressão ter alguém não-benfiquista a mandar no futebol do nosso clube.
Por tudo isto, acho que é simultaneamente bom e mau ele ter saído. Bom, porque agora não temos ninguém que tenha problemas com a justiça e que tenha sido apanhado em escutas algo comprometedoras no “Apito Dourado” (enquanto dirigente do Estoril, ressalve-se) em funções no nosso clube. Mas mau porque não vejo ninguém com a sua capacidade para defender o balneário. O Luís Filipe Vieira já disse que não virá ninguém para o seu lugar e a solução será encontrada internamente, o que poderá querer dizer que estará aguardar um desfecho favorável deste caso em tribunal para o seu possível regresso.
Não gosto de ganhar a qualquer preço e os meios não justificam os fins (aliás, também por isso não suporto o clube regional). Logo, detestaria ver o nome do Benfica envolvido em processos mais obscuros e neste sentido, dado que o passado do Veiga não é propriamente imaculado, não fico muito triste com a sua saída. Mas o que é certo é que, enquanto ele esteve no Benfica, a sua conduta foi correcta. Não tenhamos dúvida que a esta situação não é alheio o facto de ele trabalhar no Glorioso (nomeadamente a presença da TVI no tal arresto dos seus bens) e por isso é que a sua saída acaba por ser uma vitória para os nossos inimigos. E isto jamais me poderia deixar contente.
quinta-feira, novembro 16, 2006
Relembrar IX – O original
O primeiro foi frente ao Olympiakos na 2ª mão da 2ª eliminatória da Taça dos Campeões em que virámos um resultado de 0-1 para 3-0. Com este petardo aos 75’, o Manniche marcou o terceiro golo e acabou com as dúvidas em relação a quem se apurava (mais pormenores aqui). Os outros dois são frente ao V. Guimarães num jogo em que ganhámos por 8-0 (uma das várias goleadas dessa época) e em que o guarda-redes adversário era o Silvino (que jogou posteriormente pelo nosso clube e agora trabalha no Chelsea). São o 4º e o 5º golo do jogo e foram marcados com 2’ de diferença aos 55’ e 57’! Para quem era “tosco”, a forma como ele bate o defesa e remata logo depois da finta no primeiro destes golos não está nada mal, e o segundo é um chapéu fabuloso, que não está ao alcance de qualquer um. Grande jogador!
P.S. – Portugal ganhou hoje por 3-0 frente ao Cazaquistão e o facto mais saliente é o Simão ter apontado dois golos. Agora só voltamos a ter selecção daqui a quatro meses. Ainda bem, haja descanso!
domingo, novembro 12, 2006
Rescaldo do IV Jantar de Bloguiquistas
Percorreu-se, como é habitual, várias décadas de história do Benfica, com algumas “estórias” que não se podem contar na praça pública e que também fazem do nosso clube o maior do mundo. Como bónus, ainda pudemos assistir no fim do jantar ao treino da águia Vitória sob uma Luz magnífica. Registe-se a lista dos participantes nesta IV edição: Leonor Pinhão, Pedro F. Ferreira, D’Arcy, Gwaihir, TMA, Superman Torras, Lena, Galaad e eu próprio. No fim do jantar ainda contámos com a companhia do Corto Maltese (vindo directamente do “Natal antecipado”, mas já não a tempo do café…), Papo-Seco e a Trilby.
Ficou prometido uma nova jantarada proximamente que, se a tradição se mantiver, será daqui a mais ou menos seis meses. Todos nós esperamos que nessa altura estejamos em conjunto a dar o braço a torcer em relação ao que a maioria escreveu sobre o Fernando Santos. Seria muito bom sinal!
P.S. - A propósito de “estórias”, não percam a entrevista que o Pedro F. Ferreira fez ao Artur, o Ruço. Para ler aqui.
quarta-feira, novembro 08, 2006
Lembrete – IV Jantar de Bloguiquistas
segunda-feira, novembro 06, 2006
Rolo-compressor
Com a lesão do Léo, a entrada do Miguelito foi a única alteração na equipa que defrontou o Celtic. Desde o início percebeu-se que o Beira-Mar vinha à Luz jogar para o 0-0. Foram inoperantes durante os 90’ e a prova disso é a nossa posse de bola ter chegado aos 70% (!) na primeira parte, e 65% na segunda. Com o autocarro estacionado em frente à baliza, pareceu-me inútil jogar todo o primeiro tempo com quatro defesas e dois trincos (se bem que o Katsouranis fizesse a posição de interior-direito do losango, eu sei). Não entrámos tão rápido como nos jogos anteriores, mas tivemos ocasiões para chegar ao intervalo com o jogo ganho. O Luisão teve inúmeras oportunidades para criar desequilíbrios no ataque, já que progredia com a bola e não tinha ninguém para marcar, mas incompreensivelmente chegava ao meio-campo e passava-a a um colega. Com o Karyaka, Karagounis e Paulo Jorge no banco, adivinhavam-se alterações para a segunda parte, até porque o Petit continuava a exibir o seu abaixamento de forma e o Katsouranis, por muito que tente, não é tão incisivo no ataque como qualquer daqueles três jogadores.
No entanto, ao contrário do esperado até porque o Karyaka esteve a aquecer ao intervalo, voltámos com a mesma equipa para o segundo tempo. E, a posteriori, pode dizer-se que ainda bem! Numa daquelas situações que tornam o futebol um desporto imprevisível e que nos apaixona a todos, foram os dois trincos a marcar dois golos em três minutos (52’ e 55’) que dissiparam as dúvidas sobre quem ia vencer a partida. O primeiro golo, marcado pelo Katsouranis de cabeça, resultou da quarta (!) assistência do Nélson em três jogos, e o segundo foi na sequência de um dos nossos inúmeros carrosséis atacantes que permitiu ao Petit entrar na área e rematar cruzado para o lado contrário do guarda-redes. Foi o jogador que deveria ter saído ao intervalo (parece que esteve em dúvida para o jogo por inferioridade física) a marcar o golo que nos deu a tranquilidade. Assim pôde sair calmamente cinco minutos depois (entrou o Karagounis) e receber uma enorme ovação do público. A partir daqui, com o jogo ganho e vindo de um desafio europeu, poder-se-ia pensar que tínhamos fechado a loja. Nada mais errado! Continuámos, ainda com mais veemência, a ser um autêntico rolo-compressor, que esmagou completamente o Beira-Mar e o empurrou para a sua baliza. Da forma como corríamos, parecia que o resultado ainda era 0-0! Foi isto que mais gostei no jogo. As oportunidades sucederam-se (o Miccoli rematou seis vezes e o Nuno Gomes quatro), mas acabou por ser um jogador dos aveirenses a marcar o terceiro golo aos 75’. Foi na sequência de um canto depois de uma finta incrível do Miccoli junto à linha lateral (rodopiou sobre si próprio com a bola colada ao pé e o defesa ainda agora deve estar para saber o que aconteceu), em que a bola é colocada no Luisão que, isolado na área e descaído sobre a direita, fez um passe para o meio e o defesa antecipou-se ao italiano. Esperava-se mais golos até final, mas a pontaria não se manteve afinada (o Karyaka desta vez ficou em branco… :-).
A equipa esteve toda bem, tanto a defender como a atacar. O Beira-Mar só criou dois lances de verdadeiro perigo: num contra-ataque no final da primeira parte e num livre já com 2-0, em que o Quim fez uma grande defesa. Julgo que tivemos muito mérito nisto, já que não os deixávamos respirar quando tinham a bola. Mesmo assim a nível individual destacaram-se o Simão (cada vez mais à vontade no seu papel de “10” que deambula sobre toda a frente de ataque), os dois avançados (que mesmo não tendo marcado golos apesar dos imensos remates, foram muito importantes nos espaços que criaram para os médios) e o Nélson (que continua na sua senda de assistente). O Nuno Assis fez uma primeira parte fraca, mas na segunda esteve muito bem e revela um pulmão impressionante (corria sempre atrás dos aveirenses mesmo com 3-0). O Katsouranis lá facturou mais um e é dos melhores marcadores do Benfica. Os centrais tiveram regulares e o Miguelito libertou-se mais na segunda parte. Confirma-se como um bom substituto do Léo. Os substitutos (Karagounis, Karyaka e Mantorras) inseriram-se bem na dinâmica da equipa, mas o angolano falhou um golo feito já em tempo de descontos.
O campeonato vai parar outra vez por causa da selecção (que seca!), mas na próxima jornada vamos a Braga. É uma deslocação muito complicada, mas se mantivermos este nível de jogo será muito difícil não sermos bem sucedidos. As primeiras partidas da época assustaram qualquer benfiquista que se preze e vamos ver se este nível exibicional, e de resultados, é para continuar, mas há que fazer justiça ao Fernando Santos. Não se trata de passar de besta a bestial, mas há quanto tempo não manifestávamos nós o killer instinct que faz com que se procure sempre marcar mais golos mesmo com o resultado favorável? Qualquer semelhança com o tempo do Trapattoni em que marcávamos um golito e depois era tudo a defender para não sofrer nenhum é pura coincidência (conte-se os jogos em que ganhámos por mais de um golo de diferença). Claro que este plantel é infinitamente superior ao de há dois anos, mas acho que nesta atitude se nota o dedo do actual treinador. O futebol está a ser mais agradável agora, mas esperemos é que o resultado final seja semelhante…
P.S. - Um dos momentos do jogo foi o segundo amarelo ao Buba. Foi a primeira vez que vi o estádio da Luz a bater palmas e gritar o nome de um jogador adversário. Não só marca três golos aos lagartos, como ainda se faz expulsar contra nós! Para o ano deve estar contratado… :-)
P.S. 2 – Para além de ter sido a primeira vitória frente ao Beira-Mar para o campeonato na Nova Catedral, este jogo também me permitiu conhecer pessoalmente mais uma grande benfiquista. Igualmente por isso fica na história.
quinta-feira, novembro 02, 2006
Caldwell
Estava confiante para esta partida, porque demonstrámos na Escócia que somos melhores que o Celtic, apesar daquela derrota por 0-3. No entanto, a nossa primeira parte foi apenas razoável, já que tirando um remate do Katsouranis e outro do Miccoli não criámos mais perigo. Os dois golos resultam de erros do adversário e é verdade que adquirimos a vantagem um pouco sem saber como. Por outro lado, em termos defensivos não estivemos bem, porque deixámos o Celtic manobrar à vontade no meio-campo e não conseguíamos manter a posse da bola por muito tempo. É certo que o Celtic não criou perigo iminente, mas eu esperava que depois do 2-0 conseguíssemos fazer jogadas de contra-ataque, aproveitando o facto de os escoceses terem que arriscar mais. Infelizmente, isso não aconteceu e não compreendi o nosso abaixamento de ritmo, porque era imperativo ganharmos pelo menos por 3-0, para anular a vantagem do Celtic no confronto directo.
No entanto, na segunda parte melhorámos bastante. O Celtic deixou de conseguir circular a bola com à vontade no nosso meio-campo e só teve uma verdadeira oportunidade de golo, com o Quim a safar sobre a linha. A partir daqui, conseguimos que o jogo se desenrolasse primordialmente no meio-campo deles. A nossa circulação de bola melhorou bastante e começámos a criar várias situações de remate, que infelizmente nem sempre eram conseguidas. Até que a 15’ do fim, o Karyaka, que tinha entrado para o lugar do (apagado) Miccoli, fez o 3-0 na sequência da melhor jogada do desafio, muito semelhante à que nos deu o segundo golo frente ao clube regional. Bola a circular por quatro jogadores em tabelas, desmarcação para a direita, centro do Nélson para a entrada da área e remate rasteiro e indefensável do russo. Estava anulada a vantagem do Celtic no confronto directo o que pode ser bastante importante nas contas finais do grupo. Até final o Nuno Gomes ainda poderia ter feito o 4-0, mas o guarda-redes defendeu com o pé e mesmo no fim o Quim conseguiu atirar para canto um livre perigoso à entrada da área.
Individualmente gostei bastante do Nuno Assis (que ERRO não ter jogado de início frente ao clube regional), que imprimiu imenso ritmo ao nosso jogo além de ter ajudado a defender, o que não era habitual nele antes desta época. O Nélson foi decisivo já que fez os centros para o primeiro e terceiro golos. Espero que a invenção Alcides-na-direita tenha acabado de vez. O Simão esteve igualmente muito bem, apesar de não ter tido participação directa nos golos. O Nuno Gomes voltou finalmente a marcar para a Liga dos Campeões o que já não acontecia há oito anos e continua excelente nas tabelinhas. A defesa acabou por ficar a zeros, mas não gostei do Luisão especialmente na primeira parte. Fez uma série de cortes muito maus (para trás ou para a entrada da área) e não revelou a segurança habitual, apesar de ter melhorado no segundo tempo. O Quim também não esteve feliz principalmente nos cruzamentos, já que socou bastantes bolas para a frente. O Petit foi outro que não fez um grande jogo. Os passes em profundidade não lhe saíram bem e na primeira parte esteve um pouco perdido em campo. O Katsouranis esteve melhor que ele e tem a vantagem de se integrar no ataque. O Miccoli também não esteve nos seus dias (terá sido da gripe?). Quantos aos substitutos, o destaque vai obviamente para o Karyaka, que voltou a marcar. O seu tempo total de utilização não deve chegar a 45’ e já tem dois golos! É um caso estranho, este russo. Nunca achei que fosse mau jogador, mas revelava-se muito fraco psicologicamente. Parecia que não conseguia superar os problemas que teve ainda com o Koeman no ano passado, mas espero que estes dois golos lhe dêem alento para se tornar de vez um jogador a ter em conta no plantel.
A vitória do Copenhaga frente ao Man United baralhou um pouco as contas. Apesar disto, não me venham com histórias, o nosso empate na Dinamarca e, principalmente, a forma como jogámos foi um ERRO. Quem marcou o golo foi o Allbäck, o tal ponta-de-lança da selecção sueca que não tinha jogado contra nós. Perdemos uma óptima ocasião para ter os três pontos e não é por eles terem ganho aos ingleses que eu vou mudar de ideias. Não obstante isto, esta vitória pode-nos ser favorável, porque assim o Man United, como não está ainda qualificado, não vai jogar em Glasgow com a equipa B. E se o Celtic não ganhar ao Man United e nós ganharmos (como se espera) ao Copenhaga passamos para o segundo lugar no grupo. E na última jornada, só teremos que fazer em Old Trafford o mesmo resultado dos escoceses na Dinamarca. Com a vantagem de o Copenhaga ainda ter hipóteses para o terceiro lugar se ganhar esse jogo. Por outro lado, se não ganharmos ao Copenhaga arriscamo-nos a nem ir à Taça Uefa, o que seria uma frustração enorme. Mas estou confiante que iremos continuar nas competições europeias.
P.S. - Estes adeptos escoceses são fantásticos! Para além da bonita homenagem que fizeram ao Fehér antes do jogo, mesmo com 0-3 continuavam a cantar e a apoiar a equipa. Gostava muito que houvesse essa mentalidade cá, onde mesmo nos jogos em que estamos a ganhar de vez em quando ouvem-se assobios. Eu sabia que não estava errado quando apoiei o Celtic numa final da Taça Uefa há três anos...
segunda-feira, outubro 30, 2006
Nojento
1) O Hitler ressuscitava e criticava o genocídio que houve no Ruanda nos anos 90; a Al Qaeda vinha repudiar o atentado que houve contra as crianças da escola na Tchechénia em 2004; os responsáveis pela Inquisição voltavam a este mundo e verberavam contra os países onde a pena de morte é aplicada. Que moral havia para tudo isto? Pensariam eles que o resto do mundo tem a memória curta ou que somos todos atrasados mentais?
2) Há um filme do John Waters, chamado Pink Flamingos, em que uma personagem come fezes de cão na cena final. Ora, o interessante disto é que as fezes eram verdadeiras (!), como podem confirmar aqui. Estaremos de acordo se pensarmos que isto alarga as fronteiras do que consideramos nojento.
O que é que estes preâmbulos têm a ver com o clube regional, perguntarão vocês?
Como existe tal clube, as fronteiras do que é nojento são ilimitadas e estão sempre a ser superadas. Esse clube emitiu um comunicado no seu site (que, por razões óbvias de higiene, me dispenso de linkar) em que declara ter havido premeditação por parte do Benfica na lesão do Anderson. Ou seja, o clube do mundo com mais historial no campo das entradas assassinas perante os adversários vem criticar o Benfica por um jogador seu ter tido o azar de ter partido a perna depois de uma entrada PERFEITAMENTE NORMAL do Katsouranis, que tenta (e consegue) jogar a bola. Muito diferente desta e destas entradas, em que bola nem vê-la... Há gente sem nenhuma vergonha na cara!
Questão prévia: lamento a lesão do Anderson até porque está há pouco tempo no clube regional, ainda não adquiriu a sua cultura, é um excelente jogador e portanto faz falta ao futebol. Consequentemente muito diferente de espécimes como o André, Paulinho Santos, Jorge Costa entre outros que foi pena não terem acabado as respectivas carreiras mais cedo, tal o nível de assassinatos que praticavam em campo. O Anderson esteve lesionado durante quase duas semanas e não sei até que ponto estava disponível para jogar, mas mesmo partindo do princípio que estava, como é que é possível dizerem que foi lesionado de propósito?! Eu sei que moral, ética e valores de fair-play e desportivismo estão há muito arredados de quem representa aquele clube, mas tentarem fazer-nos passar por parvos é que não! Basta só ver as imagens da televisão. O Katsouranis só olha para a bola e faz um carrinho de lado para a tentar cortar. Infelizmente para o Anderson a sua perna direita ficou por baixo da coxa esquerda do Katsouranis, que faz um movimento regular e consegue tocar na bola com o pé direito, atirando-a para fora. Ver aqui uma agressão semelhante a uma entrada por trás sem bola é sintoma de uma mente bastante retorcida. Apanágio, afinal, de quem é daquele clube...
Por outro lado, reparemos no absurdo da questão: se o Benfica tivesse planeado lesionar o Anderson porquê fazê-lo à meia-hora de jogo e com o resultado já em 0-2?! Não seria mais lógico fazê-lo logo no início, quando se poderia minorar os estragos? Eles não só acham que nós seríamos capazes de tal acto hediondo, como ainda por cima pensam que temos o Q.I. tão baixo quanto o deles para o cometer quando o jogo já estivesse decidido...! Ah, e ele ainda voltou ao jogo e esteve a festejar aos pulos no fim, algo muito saudável para alguém que tinha uma perna partida... Quem é que nos garante que aquilo não era uma fissura e que foi por causa desse esforço de ter voltado ao jogo e estado aos pulos no fim que se tornou uma fractura?
Para quem se advoga agora de grande moral para fazer estas acusações, gostaria apenas de relembrar duas situações (há muitas mais, mas um post com quatro páginas seria extremamente maçudo...), até porque pode haver pessoas com a memória curta que venham dizer que nunca um jogador de tal clube lesionou gravemente um adversário:
1) De que clube era o assassino, perdão, jogador que, com o jogo PARADO e de uma maneira vil e cobarde, deu uma cotovelada que partiu o maxilar do capitão da equipa adversária (em jogo da época 97/98), remetendo-o ao estaleiro durante um mês e, não contente com isso, ainda andou dois dias a negar tal agressão até que (finalmente) surgiram as imagens televisivas que a mostraram?
2) De que clube era o jogador que provocou a única lesão grave da carreira do Figo, num jogo da Liga dos Campeões em 2002, cuja recuperação nunca se deu completamente e que o fez jogar o Mundial desse ano em inferioridade física, com os resultados que se conheceram para a selecção nacional?
Façam um favor à Humanidade: afoguem-se todos numa ETAR!
domingo, outubro 29, 2006
Inglório
Ao contrário do que tem sido habitual, começámos pessimamente o jogo e aos 20’ já perdíamos por 0-2. Nesta altura cheguei a temer que a minha previsão de 0-3 falharia por defeito. Não conseguíamos ligar uma jogada, a bola não chegava aos jogadores da frente, os espaços no meio-campo eram mais que muitos e deixávamos os jogadores de clube regional rematar à vontade. O primeiro golo surgiu aos 12’, quando um remate do Postiga é desviado inadvertidamente pelo Lisandro e trai o Quim. Ficamos a saber que a sorte não só protege os audazes como também os corruptos. Oito minutos depois foi a vez do Quaresma tirar o Nélson do caminho e fazer o 0-2, mas há uma falta não assinalada sobre o Petit no início desta jogada... Só que o Anderson lesionou-se e teve que sair por volta da meia-hora e a partir daí conseguimos equilibrar as coisas. O clube regional atacava mais, mas nós poderíamos ter chegado ao intervalo empatados se o Helton não tivesse feito duas intervenções do outro mundo a remates do Kikin Fonseca e do Paulo Jorge. Ao intervalo, o resultado seria justo se houvesse só um golo de diferença.
Na segunda parte entrámos um pouco melhor (também pior do que na primeira era impossível) e o jogo ficou equilibrado, com o clube regional a jogar declaradamente em contra-ataque. Aos 53’ o Nuno Assis entrou para o lugar do Paulo Jorge e aí a balança começou a pender para o nosso lado. Já conseguíamos trocar a bola e chegar-nos à baliza adversária. Até que por volta dos 60’, e também já com o Mantorras em campo no lugar do Fonseca, marcámos o nosso primeiro golo através do Katsouranis. Foi na sequência de um canto muito bem marcado pelo Simão com o desvio do grego ao primeiro poste. Cerca de 10’ depois, o Mantorras teve uma excelente oportunidade após uma óptima simulação do Nuno Gomes, mas falhou o remate. Estávamos claramente em cima deles e sentia-se que o empate era possível. E assim aconteceu aos 81’ na melhor jogada da partida. Foi num contra-ataque nosso, com um bom passe do Mantorras a desmarcar o Nélson, que centrou rasteiro para o Nuno Gomes desviar do guarda-redes. Tínhamos feito o impensável e o jogo estava empatado. Mas no único ataque de jeito que o clube regional fez nos últimos dez minutos conseguiu um lançamento lateral. E aí alguém se esqueceu do Bruno Moraes que marcou de cabeça, já dentro da pequena-área, o (injustíssimo) golo da vitória aos 91’. É incrível como a desconcentração faz perder pontos desta maneira!
Em termos individuais há que destacar o Simão que mesmo durante a nossa péssima meia-hora inicial era o único jogador que tentava empurrar a equipa para a frente. Também gostei bastante do Ricardo Rocha que esteve praticamente intransponível. O Quim fez um par de boas defesas e não teve culpa nenhuma nos golos. O Nélson viu-se um pouco aflito na primeira parte, mas depois subiu de rendimento e fez a sua segunda assistência da época para o Nuno Gomes. O Luisão e o Léo estiveram regulares, com o esquerdino a combinar muito bem com o Simão. No meio-campo, o Petit esteve muito mal. Durante toda a primeira parte raramente acertou um passe e nunca foi tampão suficiente aos ataques do clube regional. O Katsouranis também pareceu perdido durante boa parte do jogo, mas marcou um excelente golo de cabeça (tivesse ele feito isto em Glasgow…). O Paulo Jorge foi a surpresa na equipa titular dado que vinha de uma lesão com duas semanas e não esteve ao nível que já vimos. Mesmo assim participou directamente nas duas oportunidades que tivemos na primeira parte com a assistência numa delas e o remate na outra. O Fonseca foi muito esforçado e teve o tal remate que poderia ter entrado. O Nuno Gomes estava a ser um dos jogadores que mais estava a passar despercebido até marcar o golo do empate. Típico dos grandes jogadores e com isto já tem três golitos no campeonato. O Nuno Assis deveria ter sido titular, já que a sua entrada revolucionou a equipa e mesmo o Mantorras entrou bem na partida.
A sorte não quis nada connosco (o primeiro golo deles foi à tabela e o terceiro caiu literalmente do céu), mas considero que nós cometemos um grande erro depois de chegarmos ao empate. Em vez de os pressionarmos um pouco mais para chegar à vitória, já que se percebeu perfeitamente que o clube regional estava em baixo em termos anímicos, começámos a tentar fazer o “controlo” do jogo. Quando ganhávamos a bola não éramos tão rápidos a partir para o ataque, o Nuno Gomes estranhamente começou a posicionar-se no lado esquerdo em vez de estar na área e demonstrámos que o empate nos servia. Mesmo assim não deixámos o clube regional criar perigo nenhum, mas acabámos por sair derrotados quando poderíamos ter ganho. A falta de audácia paga-se caro. Por outro lado, não percebi a constituição inicial da equipa. O Nuno Assis, que tem sido um dos nossos melhores jogadores, foi para o banco, preferindo o Fernando Santos colocar em campo o Paulo Jorge que já não jogava há duas semanas. Viu-se bem a diferença quando o Nuno Assis entrou em campo… Um aspecto preocupante e que tem que ser revisto rapidamente é que aquele meio-campo, quando é submetido a alguma pressão, treme por todos os lados e é inconcebível que estejamos a perder por 0-2 aos 20’.
Estou imensamente frustrado com esta derrota, porque ficou a sensação que a vitória estava ao nosso alcance. Em termos globais não jogámos mal, mas cometemos erros incríveis. Estamos indiscutivelmente a jogar melhor que há uns tempos atrás, mas continuamos com o péssimo hábito de sofrer três golos. Espero que na próxima 4ª feira possamos dar a volta obtendo uma vitória frente ao Celtic, porque, apesar de eu já não acreditar no apuramento, sempre são 600 mil euros que entram para a nossa conta.
P.S. – É a primeira vez que me lembro de sairmos da casa do clube regional sem ter visto cartões amarelos. Quer isto dizer que o Sr. Lucílio Baptista esteve bem? Pelo menos, não esteve mal e eu estava à espera de sermos bastante mais prejudicados. Claro que os dois golos aos 20’ ajudaram o árbitro a não ter que ficar nervoso…
P.S. 2 - Qual foi a ideia de termos jogado com os calções pretos?! Achavam que iamos dar 4-0 como em Leiria?! Não percebo estas fezadas num clube profissional...
quarta-feira, outubro 25, 2006
IV Jantar de Bloguiquistas
Como de costume, quem estiver interessado(a) em ir poderá enviar um email para naosemencioneoexcremento@hotmail.com.
segunda-feira, outubro 23, 2006
De encomenda
Se eu mandasse no Benfica, palavra de honra que para a semana aparecia com os juniores em campo ou então até nem ia. Perdíamos por falta de comparência e ficávamos a três pontos desse clube inominável. Nada que não desse para recuperar até final. Seria uma medida que daria imensa visibilidade à infame manutenção deste estado de coisas. É impossível disputar um campeonato desta maneira! A arbitragem de hoje mostrou que está tudo na mesma e raramente saí tão irritado de um jogo em que tivéssemos ganho. O festival de cartões amarelos aos nossos jogadores foi inacreditável. As amostragens ao Simão, Karyaka e Beto (todos com faltas perfeitamente inócuas) entraram para o anedotário nacional. O Miccoli leva um amarelo, porque o fiscal-de-linha só levanta a bandeirola (para assinalar um fora-de-jogo inexistente, registe-se) depois de ele ter tocado na bola, quando o italiano tinha olhado para o fiscal-de-linha antes de começar a correr atrás do esférico (o lance foi mesmo à minha frente). O apito do árbitro mal se ouviu, mas como o Miccoli continuou a jogada levou um amarelo. O segundo amarelo é ainda mais incrível. Ele é agarrado e derrubado, e no meio dos agarrões vira-se para trás para se libertar. NÃO toca no adversário e acaba na rua. Que conveniente não jogar para a semana…
Quanto ao jogo, considero que fizemos uma exibição bastante razoável. Entrámos bem na partida (para não variar), mas no primeiro ataque que o Estrela fez marcou um golo na sequência do canto aos 13’. Ao contrário do que tem sido habitual, não reagimos assim tão mal ao golo sofrido e, depois de o Simão ter falhado uma oportunidade de baliza aberta, por volta da meia-hora empatámos numa boa insistência do Katsouranis que assistiu o Miccoli, para este bem colocado na área empurrar para a baliza. Até ao intervalo continuámos a tentar, mas mais uma vez não tivemos engenho para acertar na baliza. Na segunda parte não entrámos tão bem, mas numa boa jogada do Nélson aos 54’ há uma jogador do Estrela que faz falta sobre ele dentro da área e o árbitro assinala o respectivo penalty. Esse jogador viu o segundo amarelo e foi expulso. O Simão atirou como habitualmente para o lado direito do guarda-redes, mas a colocação do remate tornou a bola indefensável. A 20’ do fim, o Fernando Santos coloca o Karyaka em campo e tira o Katsouranis, uma substituição arrojada apesar de estarmos a jogar frente a 10. Pouco depois há o tal lance do segundo amarelo ao Miccoli e a (justa) contestação ao árbitro não parou mais até final do jogo. Há um outro jogador do Estrela que vê também dois amarelos e a “batalha campal” saldou-se por 14 amarelos e três vermelhos! O Karyaka ainda teve tempo para falhar duas oportunidades de baliza aberta, antes de marcar o terceiro golo de cabeça depois de um excelente cruzamento do Léo. Será que este ano vai marcar golos também a outras equipas? Voltámos definitivamente ao famigerado losango, mas a constante rotação entre os jogadores da frente permite ocupar os espaços de uma maneira que não conseguíamos no início da época. A nossa vitória foi mais que justa e, com o empate no jogo entre o Anti-Benfica do Sul e o do Norte, ficámos a três pontos do primeiro lugar e com um jogo em atraso.
Individualmente é difícil destacar alguém, mas o Simão parece voltar à boa forma. Também gostei do Katsouranis, principalmente na primeira parte. Os dois avançados estiveram igualmente bem, embora o Nuno Gomes tenha perdido duas boas ocasiões para marcar. O Léo é outro que volta a estar ao nível que nos habituou. Mas mais uma vez sofremos um golo que tínhamos a obrigação de evitar. Desta feita foi o Petit que falhou a intercepção de cabeça. O Nélson, apesar de não estar ainda como no ano passado, TEM que ser titular. A diferença em relação ao Alcides é abismal!
Não obstante as nossas melhorias exibicionais, para a semana vamos jogar num certo sítio fétido de onde sairemos certamente derrotados e não acabaremos o jogo com 11. Alguém que apostar? Enquanto alguns seres continuarem a pulular impunemente no futebol nacional, isto não vai mudar. É triste viver num país que permite isto…
P.S. – Gostei das declarações do Fernando Santos sobre a premeditação do árbitro em expulsar um jogador nosso. É bom que haja algum responsável nosso a dizer as verdades.
P.S. 2 – Quando é que voltaremos a marcar um golo num livre “à Camacho”? O primeiro e único foi há quatro anos em Braga pelo Zahovic. Hoje foi o Miccoli a acertar mal na bola…
P.S. 3 – Tão amiguinhos que estavam os dois presidentes do Anti-Benfica do Sul e do Norte no camarote presidencial. Depois, os lagartos que venham dizer que são um clube “diferente”. Lamentável…
quarta-feira, outubro 18, 2006
Falta de pontaria
Todavia, a primeira parte não deixou transparecer o que acabou por suceder depois. Tivemos 15 minutos iniciais em que trememos bastante, tendo o Celtic criado uma excelente oportunidade logo no segundo minuto, muito bem defendida pelo Quim. Mas depois fomos nós que tomámos conta do jogo e repetimos a boa exibição de Leiria. Boas trocas de bola, jogadores em constante movimento e sempre com os olhos na baliza foram 30’ em que dominámos completamente os escoceses. No entanto, tivemos o grande contra de não criar verdadeiras situações de golo, porque as bolas nunca seguiam na direcção da baliza. Quatro remates quase frontais, sem oposição, e foram todos ao lado! A nossa melhor oportunidade surgiu já perto do intervalo num cruzamento do Léo que encontra o Katsouranis completamente isolado, mas este cabeceia por cima da barra. Começámos a perder o jogo nesse lance.
Na segunda parte voltámos a sentir a pressão dos escoceses, com a diferença que eles marcaram logo aos 55’. O Alcides deu todo o espaço do mundo (como é habitual) para que o cruzamento fosse efectuado, há um jogador que remata torto perto da marca de penalty, mas a bola, que seguia para fora, é desviada intencionalmente pelo Miller (um bom avançado) para dentro da baliza. Ainda pensei que conseguíssemos reagir, porque efectivamente estamos a jogar melhor que há uns tempos atrás, mas nada disso aconteceu. A excepção foi um grande remate do Nuno Assis que embateu na barra. A partir daí não criámos mais perigo nenhum e o Celtic conseguiu marcar outro golo igualmente pelo Miller, desta feita num contra-ataque muito bem efectuado depois de um canto a nosso favor. Estávamos derrotados e ainda faltavam 25’ para o fim do jogo. A equipa continua a acusar muito os golos sofridos e até o Fernando Santos reconhece isso (mas já teve TRÊS MESES para corrigir esta situação, não?!) As nossas substituições não resultaram, porque o Nélson entrou muito mal no jogo (foi para extremo) e o Fonseca também não fez nada de especial. O élan que tínhamos criado na primeira parte desvaneceu-se com as saídas do Katsouranis e Nuno Gomes e com a situação de desvantagem. Até final, ainda sofremos um terceiro golo no último minuto, o que torna esta derrota (injustamente) muito pesada.
Gostei bastante do Nuno Assis, de longe o melhor do Benfica. Deu dinâmica ao meio-campo e, ao contrário do que é habitual nele, jogou bastantes vezes para a frente. O Ricardo Rocha também esteve impecável e consolida cada vez mais a sua posição de titular. O Quim não podia ter feito nada nos golos e o Luisão e Léo também não estiveram mal. Globalmente jogámos bem até sofrermos o primeiro golo, com o Petit e Katsouranis muito interventivos, mas com o trio da frente com menos inspiração do que no passado sábado. O Simão ainda deu nas vistas (que pena aquele livre frontal ao lado ainda com 0-0…), mas o Nuno Gomes e, principalmente, o Miccoli estiveram muito desinspirados.
Espero que este jogo dê para o Fernando Santos tirar algumas conclusões: o Alcides NÃO PODE ser titular a defesa-direito. Foi o pior jogador em campo e é uma nulidade no ataque. Há a estória da altura, mas relembro que fizemos uma grande exibição em Old Trafford no ano passado com o Nélson e Léo nas laterais, além de que o Celtic não tem muitos jogadores altos na frente. Por outro lado, não percebo a convocatória do Karyaka e a sua permanência no banco, tendo nós feito só duas substituições. Se era assim, porque é que não foi o Manú para o banco? Não será mais extremo que o Nélson?!
Acho melhor começarmos já a pensar na Taça Uefa e concentrarmos as nossas energias no campeonato, que deverá ser o nosso grande objectivo. Da maneira como estamos este ano, ficaríamos muito provavelmente pelos oitavos-de-final e pode ser que na Uefa tenhamos mais hipóteses. Acho que jogámos bem, mas enquanto cada golo sofrido nos fizer abater animicamente desta maneira será difícil irmos longe.
P.S. – Então, ainda há alguém que ache que foi bom empatar em Copenhaga? Um empate fora na Champions é sempre bom resultado, é…? Pois, pois…