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quarta-feira, agosto 17, 2005

Dessintonizado

A propósito da entrada assassina que o McCarthy teve sobre um jogador do Espanhol de Barcelona (uma entrada típica de jogadores que alinham no clube regional), o Co Adriaanse teve a seguinte declaração no final do jogo, quando questionado sobre o porquê da sua substituição dois minutos após esse lance: O respeito pelo adversário é fundamental para mim. Ó meu caro amigo, onde é que o senhor se foi meter?! O senhor está completamente fora da realidade do clube em que está a trabalhar. Ainda se arrisca a ser despedido por ir contra os princípios que norteiam o clube regional. Se ainda não houve ninguém que lhe explicasse esses princípios, eu tomo essa liberdade: o senhor está a trabalhar num clube que se caracteriza precisamente pelo desrespeito constante pelo adversário. Os exemplos são mais que muitos:

1) Quando a bola é atirada para fora por um adversário para ser prestada a assistência a um jogador dessa equipa, e o resultado não é favorável ao clube regional, os seus jogadores “optam” (como dizem os comentadores televisivos) sempre por não devolver a bola, mesmo que estejamos no primeiro quarto-de-hora de jogo (ex: Gil Vicente-clube regional em 2002/03);
2) Quando a bola está na posse do adversário, o árbitro interrompe o jogo por algum motivo e este tem que ser recomeçado por uma bola ao solo, um jogador do clube regional simula que vai devolver a bola ao adversário e aproveita para isolar um companheiro em direcção à baliza (ex: clube regional-PSG em 2004/05);
3) Quando a equipa adversária vai ao estádio do clube regional a poucas jornadas do fim, está em primeiro lugar, e a diferença entre os dois é muito pequena, os seus dirigentes mandam encharcar de lixívia o balneário visitante e os dirigentes adversários são agredidos pelo guarda-costas do presidente do seu clube (clube regional-Benfica em 1990/91);
4) Quando um determinado clube adversário ganha o campeonato, a principal claque do seu clube, com a conivência da direcção, invade as ruas da baixa da sua cidade para não deixar os adeptos contrários festejarem e naturalmente aplicar-lhes o correctivo adequado (final da época 2004/05);
5) Quando a sua equipa está a ganhar por 2-0 numa eliminatória da Taça de Portugal frente a um adversário menos conceituado, e há um penalty a seu favor durante a 2ª parte do jogo, já aconteceu ser o guarda-redes a convertê-lo (ex: clube regional-Varzim em 2002/03);

Poderia dar bastantes mais exemplos, mas também não quero ser fastidioso. Só a série de cotoveladas, joelhadas e pontapés, de personagens como Rodolfo, André, Paulinho Santos, Jorge Costa, Costinha, Maniche, McCarthy & Cia daria para um longo testamento. A continuar nesta senda de desportivismo, não auguro um futuro nada risonho para o Co Adriaanse no clube regional. Ou ele se adapta à mística desse clube ou então pode começar a pensar noutra equipa. Sim, porque o contrário é impossível. Toda a gente sabe que portista é antónimo de desportista.

6 comentários:

tma disse...

E só falaste do futebol, porque se tivesses falado também do hóquei, o rol de exemplos de "respeito pelo adversário" ficaria tão extenso que seria necessário abrir outro blog só para os mencionar...

Anónimo disse...

Fabuloso. Tudo o escrito foi verdade. Esse clube regional é de facto uma estrumeira...

MB disse...

Este é da escola do Luiz, perdão Vitor Fernandez...ou seja completamente desconhecedor da cultura azul.

S.L.B. disse...

Tens razão, TMA. Ainda no recente Portugal-Espanha para o campeonato do mundo de hóquei em patins, houve uma entrada violentíssima de um jogador espanhol, o Pedro Gil, sobre um português. Adivinha em que clube joga o Pedro Gil?

MB: Pode ser que o Co Adriaanse tenha o mesmo destino do Vitor Fernandez. São educados e desportistas demais para estarem num clube daqueles.

tma disse...

Sim, o mesmo Pedro Gil no final da taça de Portugual em hóquei parecia um gladiador de stick na mão. E à semelhança do que se passou no Espanha-Portugal, o PG nem sequer viu o cartão azul pelo seu comportamento anti-desportivo.

E voltando ao Adriaanse, o facto de não convocar o Jorge Costa não sei até que ponto será uma reedição do que se passou na era Octávio. Com a diferença que agora nem sequer está em campo para atirar a braçadeira de capitão pelos ares.

S.L.B. disse...

É verdade, TMA, e agora também não o estou a ver Charlton nenhum a querer ir buscá-lo...