O Roger Schmidt voltou a dar a titularidade ao Musa, passados vários meses, mas o croata terá feito das menos conseguidas exibições com o manto sagrado. Não entrámos nada bem e aos 16’ sofremos o 0-1 pelo Guitane, num lance em que o Morato lhe deu espaço a mais dentro da área. Foi a primeira e única oportunidade do Estoril no jogo inteiro! O que se viu a partir dali foi um festival de desperdício, que não abona nada a nosso favor. O Di María, completamente isolado e com a bola dominada, acertou no guarda-redes, já depois de o Rafa ter rematado de primeira na marca de penalty, estando também isolado, quando tinha tido tempo de dominar a bola e perguntar ao guarda-redes para onde a queria. O António Silva em dois cantos também falhou a baliza por muito pouco. Ou seja, tivemos oportunidade para deixar o jogo fechado ainda na 1ª parte e fomos para o intervalo a perder...
Na 2ª parte, apesar de o Musa não ter estado nada feliz, de o João Mário continuar no seu nível habitual e de o Morato ser uma inexistência atacante na lateral-esquerda, o Schmidt não fez logo nenhuma substituição. Mesmo assim conseguimos empatar aos 58’ pelo Otamendi num remate rasteiro dentro da área, depois de uma boa simulação do Musa (a única boa acção dele no jogo) na sequência de um passe do João Mário (a única boa acção dele em vários jogos...). A 20’ do fim, o Schmidt fez entrar o Marcos Leonardo e o Tiago Gouveia, tirando o Musa e o Kökçü, e deixando o João Mário em campo. Piorámos consideravelmente sem o turco e o Marcos Leonardo juntou-se ao desacerto geral, atirando ao lado quando só tinha o guarda-redes pela frente. No último lance da partida, o Di María atirou uma bomba de fora da área que o guarda-redes Dani Figueira desviou para o poste. Seria o golo do ano...! Nos penalties, o Marcos Leonardo marcou muito mal (aliás, como já tinha feito no Brasil), rasteiro e para o meio da baliza, e o Tomás Araújo, que entretanto também tinha entrado, rematou ao lado. Na nossa baliza, continuo a não perceber porque é que, com aquela altura e aquela extensão de braços, o Trubin não se atira só depois de ver para onde é que a bola vai. Teria defendido mais uns dois ou três penaltys assim (só defendeu um), dado que a maior parte deles não foram nada colocados. Foi assim que ganhámos uma Supertaça ao Rio Ave, segundo o que disse na altura o Artur Moraes: só se atirou depois de ver para onde a bola ia.
Em termos individuais, perante tamanho desperdício, torna-se difícil destacar alguém, mas eventualmente o João Neves terá sido o melhor. Apesar de não ter estado brilhante, notou-se a falta do Kökçü parte final da partida. Houve uns minutos de estreia do lateral-esquerdo Álvaro Carreras e, em termos atacantes, viu-se logo uma melhoria (também não era difícil...). Já em termos defensivos, aquela bola que ele deixa passar por cima, falhanço completamente a cabeçada, não augura nada de bom...
Deixámos fugir a oportunidade de disputar um troféu, em que tínhamos obrigação de ter ido à final. Não me interessa se é o terceiro na hierarquia nacional, interessa-me é que já não o ganhamos há muitos anos e não se compreende como continuamos a desperdiçar ocasiões como esta.