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domingo, janeiro 28, 2024

Desilusão

Perdemos na passada 4ª feira nos penalties frente ao Estoril, depois de 1-1 nos 90’, e desperdiçámos mais uma vez a oportunidade de voltar a ganhar a Taça da Liga. Foi uma derrota muito inesperada, algo injusta se olharmos para as oportunidades que criámos, mas que não se pode admitir perante o 15º classificado do campeonato.

 

O Roger Schmidt voltou a dar a titularidade ao Musa, passados vários meses, mas o croata terá feito das menos conseguidas exibições com o manto sagrado. Não entrámos nada bem e aos 16’ sofremos o 0-1 pelo Guitane, num lance em que o Morato lhe deu espaço a mais dentro da área. Foi a primeira e única oportunidade do Estoril no jogo inteiro! O que se viu a partir dali foi um festival de desperdício, que não abona nada a nosso favor. O Di María, completamente isolado e com a bola dominada, acertou no guarda-redes, já depois de o Rafa ter rematado de primeira na marca de penalty, estando também isolado, quando tinha tido tempo de dominar a bola e perguntar ao guarda-redes para onde a queria. O António Silva em dois cantos também falhou a baliza por muito pouco. Ou seja, tivemos oportunidade para deixar o jogo fechado ainda na 1ª parte e fomos para o intervalo a perder...

 

Na 2ª parte, apesar de o Musa não ter estado nada feliz, de o João Mário continuar no seu nível habitual e de o Morato ser uma inexistência atacante na lateral-esquerda, o Schmidt não fez logo nenhuma substituição. Mesmo assim conseguimos empatar aos 58’ pelo Otamendi num remate rasteiro dentro da área, depois de uma boa simulação do Musa (a única boa acção dele no jogo) na sequência de um passe do João Mário (a única boa acção dele em vários jogos...). A 20’ do fim, o Schmidt fez entrar o Marcos Leonardo e o Tiago Gouveia, tirando o Musa e o Kökçü, e deixando o João Mário em campo. Piorámos consideravelmente sem o turco e o Marcos Leonardo juntou-se ao desacerto geral, atirando ao lado quando só tinha o guarda-redes pela frente. No último lance da partida, o Di María atirou uma bomba de fora da área que o guarda-redes Dani Figueira desviou para o poste. Seria o golo do ano...! Nos penalties, o Marcos Leonardo marcou muito mal (aliás, como já tinha feito no Brasil), rasteiro e para o meio da baliza, e o Tomás Araújo, que entretanto também tinha entrado, rematou ao lado. Na nossa baliza, continuo a não perceber porque é que, com aquela altura e aquela extensão de braços, o Trubin não se atira só depois de ver para onde é que a bola vai. Teria defendido mais uns dois ou três penaltys assim (só defendeu um), dado que a maior parte deles não foram nada colocados. Foi assim que ganhámos uma Supertaça ao Rio Ave, segundo o que disse na altura o Artur Moraes: só se atirou depois de ver para onde a bola ia.

 

Em termos individuais, perante tamanho desperdício, torna-se difícil destacar alguém, mas eventualmente o João Neves terá sido o melhor. Apesar de não ter estado brilhante, notou-se a falta do Kökçü parte final da partida. Houve uns minutos de estreia do lateral-esquerdo Álvaro Carreras e, em termos atacantes, viu-se logo uma melhoria (também não era difícil...). Já em termos defensivos, aquela bola que ele deixa passar por cima, falhanço completamente a cabeçada, não augura nada de bom...

 

Deixámos fugir a oportunidade de disputar um troféu, em que tínhamos obrigação de ter ido à final. Não me interessa se é o terceiro na hierarquia nacional, interessa-me é que já não o ganhamos há muitos anos e não se compreende como continuamos a desperdiçar ocasiões como esta.

segunda-feira, janeiro 22, 2024

Mediano

Vencemos o Boavista na 6ª feira por 2-0, mas manteve-se tudo igual na frente, porque todos os outros também ganharam (a lagartada goleou em Vizela por 5-2 e o CRAC o Moreirense por 5-0). Foi outro jogo difícil em que a nossa exibição voltou a não ser fulgurante, tendo como positivo o aspecto defensivo pelo facto de o Boavista não ter criado tantas oportunidades quanto o Rio Ave na semana passada.

O Roger Schmidt deixou o João Neves (com queixas musculares) no banco e lançou o Florentino. A 1ª parte foi muito lenta da nossa parte, com pouca dinâmica e consequentemente poucas oportunidades de golo. Mesmo assim, provavelmente no único bom centro do Morato na esquerda, o João Mário e o Arthur Cabral falharam incrivelmente o desvio, e o próprio Morato falhou um penalty em movimento. No resto do tempo, apesar de termos mais posse de bola, não colocámos em perigo a baliza do João Gonçalves.

Na 2ª parte, apresentámos outra dinâmica (também mal seria...!) e colocámos a bola na baliza logo nos minutos iniciais, mas o VAR Bruno Esteves e o Sr. Gustavo Correia consideraram que a mão à queima do João Mário, muito no início da jogada, era falta... Delicioso! Pouco depois, o Boavista teve a única verdadeira oportunidade pelo Bozenik, mas, apesar de isolado, o remate saiu fraco e o Trubin conseguiu desviar. Aos 60’ inaugurámos finalmente o marcador através do Di María, com um centro largo para a área que ninguém tocou, apesar de a tentativa do João Mário ter obviamente desviado a atenção do guarda-redes, permitindo à bola entrar na baliza. Praticamente na jogada a seguir, o Rafa deveria ter acabado com o jogo, mas o remate saiu ao lado. Fomos controlando mais ou menos a partida e tentando marcar mais um, mas os remates do Kökçü, João Mário e uma cabeçada do Otamendi foram todos defendidos pelo João Gonçalves. Do outro lado, o Aursnes fez uma falta parva perto da área já depois dos 90’, mas felizmente o livre directo saiu muito por cima. O golo da tranquilidade surgiu pouco depois (94’), com uma excelente abertura do Otamendi para o Di María, que tentou desviar do guarda-redes, mas acabou por fazer uma assistência para o entretanto entrado Marcos Leonardo fazer o 2-0.

Com um golo e uma assistência, o Di María foi obviamente o homem do jogo. O Marcos Leonardo fez o segundo golo em dois jogos, o que constitui uma média excelente. O Florentino foi dos mais activos, mas acabou por ser dos primeiros a sair por causa de um amarelo. O João Neves só entrou na parte final, mas a equipa fica logo com outro ritmo com ele em campo. O João Mário melhorou muito ligeiramente em relação a outras partidas, mas continuo a achar que deveria ir para o banco.

Teremos agora a final four da Taça da Liga, em que espero que resgatemos o troféu que já nos escapa há demasiado tempo, e o campeonato só volta em meados da próxima semana.

segunda-feira, janeiro 15, 2024

Lisonjeiro

Vencemos ontem o Rio Ave (4-1) e continuamos a um ponto da lagartada, que venceu em Chaves (3-0), mantendo os quatro de vantagem perante o CRAC (2-0 em casa ao Braga). Parecia que estava a adivinhar, quando escrevi isto no post passado: “Há jogos em que o resultado não espelha o que foi o jogo, mas não foi este o caso.” Ora bem, ontem, foi COMPLETAMENTE este o caso! Quem só olhar para ele, fica sem noção nenhuma das tremendas dificuldades que encontrámos e de como o resultado é até injusto para o que se passou em campo.
 
O Roger Schmidt apresentou o mesmo onze pela terceira vez em apenas oito dias, pelo que o que se passou não é propriamente uma surpresa: claudicámos bastante em termos físicos. O Rio Ave entrou praticamente a ganhar com o 0-1 logo aos 9’ pelo nosso ex-júnior Guga (que não celebrou). Quando se esperava uma reacção da nossa parte, aconteceu exactamente o contrário: o Rio Ave só não marcou mais dois golos, porque o Trubin fez duas excelentes defesas. A equipa estava adormecida, apática e os vila-condenses circulavam a bola praticamente à vontade. Na única coisa de jeito que fizemos na 1ª parte, o João Neves recuperou uma bola e lançou um contra-ataque para o Rafa, que libertou para o Di María aos 29’ marcar um golão de primeira em arco. A bola não estava nada fácil, aos saltinhos, e só um fora-de-série é que marcaria aquele golo, dado que se tivesse enchido o pé, provavelmente alguém no 3º anel teria apanhado com ela.
 
Depois de uma etapa inicial a dormir, esperar-se-ia uma reacção da nossa parte, mas o que se passou foi que levámos dois bolas nos ferros nos primeiros três minutos da 2ª parte!!! A primeira aconteceu logo aos 13 segundos! Inacreditável! Está claro para toda a gente, menos para o nosso treinador, que desde há alguns jogos, alinhamos sempre com dez, dado que o João Mário só está lá a fazer figura de corpo presente. Por outro lado, nesta partida, a necessidade da presença do Florentino tornou-se evidente a partir do momento em que se viu que o Rio Ave manobrava sem problemas no nosso meio-campo. O que aconteceu durante a primeira hora de jogo! O Roger Schmidt preparava-se para fazer três substituições ao mesmo tempo (incluindo o Florentino), quando numa estupidez inacreditável o Aderllan Santos coloca a mão à bola e vê o segundo amarelo. Se eu fosse treinador do Rio Ave, ter-me-ia passado de vez, porque a equipa estava a jogar bem e a dominar o Benfica, e um jogador ainda por cima experiente deita tudo a perder com uma acção daquelas. Do livre dessa falta, resultou uma defesa para canto do Jhonatan a um remate do Di María e na sequência desse canto, aos 61’, fizemos o 2-1 através do António Silva numa bomba num ressalto, depois de um remate interceptado do Arthur Cabral. O Schmidt lá fez entrar o Florentino, Tiago Gouveia e estreou o Marcos Leonardo para os lugares do Kökçü (tinha visto amarelo), Di María e Arthur Cabral. Claro que a expulsão condicionou inapelavelmente o jogo do Rio Ave, mas o que é facto é que subimos de produção com uma equipa bem mais fresca. Nomeadamente o Florentino no meio-campo fartou-se de recuperar bolas em zonas adiantadas, o que nos permitiu criar bastantes situações de perigo. Só à sua conta, o Tiago Gouveia falhou três(!) golos feitos, mas teve participação directa no nosso último golo. Antes disso, aos 80’ acabámos com as dúvidas, com o 3-1 na estreia do Marcos Leonardo, que correspondeu muito bem de cabeça a um centro do Aursnes, que tinha sido desmarcado pelo Rafa. No primeiro minuto de compensação, fechámos o marcador, com o Tiago Gouveia a marcar muito rapidamente um livre e a desmarcar o Rafa, que centrou de trivela para o João Mário só ter de encostar para o 4-1.
 
Em termos individuais, o Rafa esteve presente nos nossos quatro golos, mesmo sem ter marcado nenhum, e por isso merece destaque óbvio. Outro que deve ser realçado é o Trubin, que na 1ª parte não permitiu que a vantagem do Rio Ave se alargasse para números que seriam complicados de inverter. Também gostei do que o Florentino trouxe à equipa a partir do banco e espero que o Schmidt não demore muito tempo a perceber que tem de ser titular em detrimento do João Mário, com o Kökçü a ocupar o lugar deste. Estreia com um golo é sempre um bom auspício e espero que o Marcos Leonardo seja, de facto, um reforço. Quanto aos menos, para além do Morato ter demonstrado todas as suas limitações enquanto lateral (o Costinha fez-lhe a cabeça em água e, se calhar, poderíamos olhar para este numa perspectiva de ser alternativa ao Bah...), o João Mário continua a exasperar todos os benfiquistas, mesmo tendo marcado um golo. Que infelizmente lhe deve dar mais uns jogos de crédito para o Schmidt...
 
Espero que a equipa técnica olhe bem para esta partida e veja que a nossa exibição esteve muito longe de ser boa e que acabámos por ter sorte com a expulsão, caso contrário não sei mesmo se teríamos conseguido ganhar o jogo. O plantel tem opções para fazer alguma rotação e não podem estar sempre a jogar os mesmos, caso contrário quebramos em termos físicos, como já se viu neste encontro. Ainda por cima, teremos a decisão de um troféu ainda este mês e convinha disputá-lo nas melhores condições...

quinta-feira, janeiro 11, 2024

Arthur Cabral

Vencemos ontem o Braga por 3-2 e qualificámo-nos para os quartos-de-final da Taça de Portugal. Há jogos em que o resultado não espelha o que foi o jogo, mas não foi este o caso. Foi uma partida tremendamente difícil perante um adversário que nos eliminou desta competição no ano passado. Competição, esta, que nunca é demais realçar é a nossa grande vergonha. Três títulos em 27 anos fazem de nós uma espécie de lagartada da Taça. Urge corrigir isto rapidamente!
 
O Roger Schmidt utilizou a mesma equipa que venceu em Arouca, ao passo que o Artur Jorge do Braga trocou de guarda-redes (o que foi bom para nós, diga-se de passagem, mas já lá vamos). Até nem entrámos mal, mas foi o Trubin o primeiro a intervir, defendendo para canto um remate cruzado. Desse canto aos 7’ surgiu o 0-1 pelo Zalazar num remate de fora da área, que foi desviado pelo João Mário e traiu o nosso guarda-redes. Abanámos um bom bocado com o golo e demorámos a reencontrar-nos. Um remate de fora da área do João Neves e um cabeceamento do António Silva num canto foi o perigo (relativo) que conseguimos criar. Seria problemático ir para intervalo a perder, mas o Braga estava muito coeso e não nos dava muitas chances para criarmos perigo. Até que os 42’ conseguimos fazer um contra-ataque, com o João Neves a libertar para o Kökçü e este a isolar o Rafa, que desfeiteou bem o Hornicek. Relembrando o que se passou frente à lagartada para o campeonato, conseguimos dar a volta ao jogo em poucos minutos, dado que aos 44’ o Arthur Cabral recebeu um lançamento lateral de costas para a baliza, tirou o adversário do caminho com um toque de calcanhar e rematou de pé esquerdo, fazendo a bola passar por entre as pernas do Hornicek. Não sei se o Matheus teria sofrido este golo, mas de qualquer forma foi um movimento brilhante do nosso avançado.
 
A 2ª parte começou praticamente com o 2-2 num tiraço de fora da área novamente do Zalazar, que infelizmente para nós honrou a memória do Eusébio, cujo 10º aniversário da sua morte foi lembrado antes da partida. À semelhança da 1ª parte, este golo mexeu connosco e foi o Braga a mostrar-se mais à vontade nos minutos seguintes. Mesmo assim, ainda tivemos uma boa jogada colectiva muito mal finalizada pelo Otamendi com um remate à entrada da área para as nuvens e outra iniciativa do Arthur Cabral, que rematou para defesa do Hornicek. Na nossa baliza, o Trubin respondeu bem perante novo remate do Zalazar, desta feita num livre. Até que aos 70’ passámos novamente para a frente com o 3-2 através do Aursnes, depois de ser brilhantemente desmarcado pelo calcanhar do Arthur Cabral. Fantástico! O Schmidt colocou logo a seguir o Florentino, saindo o inenarrável João Mário e passando o Kökçü para a esquerda, e conseguimos conter a reacção adversária. Mesmo assim, acho que o nosso treinador demorou muito a fazer mais substituições, que só aconteceram aos 88’! Os da frente estavam muito desgastados e não se compreende que o Schmidt tenha demorado séculos a perceber isso. Felizmente, não houve consequências nefastas desta lentidão nas substituições.
 
Em termos individuais, óbvio destaque para o Arthur Cabral. O futebol é maravilhoso também por situações como esta. Num minuto, a sua carreira no Benfica estava acabada, com tentativas de marcar golos de costas para a baliza e com o rabo(!), e principalmente com um pirete aos adeptos. Noutro minuto, consegue a nossa qualificação europeia e transforma-se em campo a olhos vistos. Está muito mais leve, mais entrosado com os colegas e a fazer valer o seu físico para causar danos às defesas contrárias. O Rafa também está em grande forma e marcou mais uma vez. O João Neves só sabe carburar em grande no meio-campo e o Trubin voltou a ser decisivo nas suas intervenções. Só o João Mário destoa completamente na equipa e espero sinceramente que o Schmidt compreenda que ficamos muito melhor com o Florentino e Neves no meio, e o Kökçü na esquerda no lugar dele. É que seria bom voltarmos a jogar com onze...!
 
Veremos o que nos reserva o sorteio dos quartos (e possíveis meias-finais), mas voltar a colocar as nossas mãos na Taça de Portugal é bom que seja um objectivo fulcral nesta temporada.

quarta-feira, janeiro 10, 2024

Retoma

Vencemos em Arouca no passado sábado por 3-0 e alargámos a vantagem para o CRAC no 3º lugar para quatro pontos, dado que eles empataram no Bessa (1-1). Quanto à lagartada, continua um ponto à nossa frente, fruto da goleada ao Estoril (5-1). Foi uma exibição agradável, na senda das que temos feito nos últimos jogos, se bem que com alguns erros imperdoáveis que só graças ao Trubin não tiveram consequências nefastas.
 
Na 1ª parte, o Rafa meteu a bola três vezes na baliza, mas só uma delas contou, já que o VAR invalidou os dois primeiros lances. O Arouca ainda teve algumas oportunidades, duas delas resultantes de falhas clamorosas do Kökçü e Morato, mas no primeiro caso o Trubin foi literalmente um gigante ao fechar a baliza ao adversário isolado e no segundo fomos salvos por um fora-de-jogo logo no início da jogada. Este lance aconteceu em cima do intervalo e já depois do nosso golo aos 39’, marcado pelo Rafa depois de ser brilhantemente desmarcado pelo Di María.
 
Na 2ª parte, o nosso domínio intensificou-se e alargámos a vantagem muito cedo (47’) pelo Kökçü na sequência de uma assistência do Rafa, num lance que foi primeiramente invalidado por fora-de-jogo, mas posteriormente validado pelo VAR. O Arouca não chegou tantas vezes à nossa baliza, enquanto nós falhámos uma possível goleada com o Rafa isolado a atirar ao lado por causa de um ressalto da bola no relvado e um quase golo de meio-campo do Di María, que passou ligeiramente por cima. Aos 85’, fechámos o marcador através do entretanto entrado Musa, num golão de calcanhar antecipando-se a um defesa depois de um cruzamento do Kökçü.
 
Em termos individuais, o Rafa esteve novamente em destaque, conseguindo colocar por três vezes a bola na baliza, mas infelizmente só contanto uma delas, ao que juntou a assistência para o segundo golo. Se, de facto, não renovar contrato, promete ser uma despedida em grande. O Kökçü também fez um golo e uma assistência, está claramente a subir de produção, mas teve um erro que não pode cometer, ao passar uma bola sem verificar se está algum adversário por perto, que nos poderia ter saído bastante caro. Foi graças ao Trubin que isso não aconteceu e o ucraniano é outro dos destaques da partida, com um par de intervenções de grande nível. Quanto aos outros, o Di María fez uma assistência e quase um golo de meio-campo, e o João Neves, já se sabe, não consegue jogar mal. Uma menção também para o Musa, que continuo a considerar o menos mau dos nossos avançados e espero bem que os rumores da sua saída não se confirmem. O Arthur Cabral foi titular, está definitivamente melhor do que no início da temporada, mas ainda tem um longo caminho à sua frente.
 
Esperemos que esta (aparente) subida de forma se confirme nos próximos jogos, porque temos decisões importantes, especialmente nas taças, já neste mês de Janeiro.

quarta-feira, janeiro 03, 2024

Enganador

Vencemos o Famalicão por 3-0 no último jogo de 2023 na passada 6ª feira, mas, como todos os outros ganharam, mantém-se tudo igual na frente. Quem só olhe para o resultado fica com uma ideia bastante errada do que se passou, dado que só conseguimos marcar o segundo golo a cinco minutos do final e, apesar de a vitória ser justa, passámos por bastantes dificuldades em especial na 2ª parte.
 
Com o Otamendi castigado, o Roger Schmidt colocou o Tomás Araújo no seu lugar e finalmente deu uma oportunidade ao Tiago Gouveia como titular, dado que o Di María teve direito a férias adicionais (não concordo muito com estes precedentes, mas enfim...), enquanto na frente o Tengstedt lesionou-se e o Arthur Cabral voltou a ter uma oportunidade. Deveríamos ter marcado logo aos 5’, mas o Rafa falhou escandalosamente o golo, depois de assistência do Morato, atirando ao lado. O Tiago Gouveia apresentava um grande dinamismo na esquerda e o João Neves o habitual no meio, e foi este que principiou a jogada do primeiro golo, com uma abertura muito boa para a desmarcação do Rafa, que assistiu o Arthur Cabral para o seu primeiro golo no campeonato, com um desvio subtil na grande-área aos 31’. Motivado pelo golo, o brasileiro teve uma iniciativa individual pouco depois, que culminou com um remate de pé esquerdo fora da área, que passou ao lado do poste. Apesar de uma exibição ainda assim agradável, não conseguimos criar mais chances no primeiro tempo.
 
Na 2ª parte, baixámos bastante a intensidade, apesar de ainda termos tido uma boa oportunidade na fase inicial pelo João Neves, com um remate de trivela que o guarda-redes Luiz Júnior defendeu. No entanto, a partir daí foi o Famalicão a tomar conta do jogo e devemos ao Trubin termos ficado com a baliza a zeros, porque fez três óptimas defesas perante adversários praticamente à sua frente. Para além disso, ainda vimos o Zaydou atirar com estrondo ao poste a pouco menos de 20’ do final. Também tivemos as nossas oportunidades, em especial pelo Kökçü num livre defendido para canto e noutro lance de contra-ataque, em que o Rafa desmarcou o Arthur Cabral, que acertou no ombro do guarda-redes! Aos 70’, o Schmidt lá se decidiu conter os avanços do Famalicão e fez uma tripla substituição, colocando o Florentino, Gonçalo Guedes e Musa para os lugares do Kökçü, Tiago Gouveia e Arthur Cabral. Como é habitual, a entrada do Florentino reequilibrou a equipa e selámos a vitória aos 85’ num contra-ataque bem delineado, em que o Gonçalo Guedes centrou para o Musa assistir o Rafa, que fez o 2-0 no seu jogo nº 300 com o manto sagrado. Aos 89’ noutro contra-ataque, o mesmo Rafa isolou o Musa para o 3-0, mas o croata deveria ter bisado pouco depois, dado que atirou ao lado quando também estava isolado. Entretanto, já o Jurásek tinha rendido o lesionado Aursnes e perto do final tivemos a estreia do Gustavo Marques, que entrou para o lugar do Tomás Araújo, também com dificuldades físicas.
 
Em termos individuais, com um golo e duas assistências, é óbvio que o Rafa foi o homem do jogo. Novo jogo completo do João Neves em alta rotação, nova vitória do Benfica. Há quem possa achar que são coincidências... O Arthur Cabral está visivelmente mais magro e pode ser que o golo lhe dê mais confiança, mas continuo na minha de que o Musa é o menos mau dos três pontas-de-lança. O Trubin foi fulcral na vitória com uma série de intervenções em momentos decisivos. O Kökçü parece subir de forma e compensa alguma falta de pedalada com aberturas fantásticas. O Tiago Gouveia provou novamente que merece MUITOS mais minutos na equipa.
 
Terminámos 2023 a um ponto da liderança o que, atendendo ao que fomos vendo nalguns momentos desta temporada, não é nada mau. A equipa parece estar a subir de forma e esperemos que esta tendência se mantenha nos jogos que se avizinham.