Vencemos o Vizela na passada 6ª feira por 2-1 e mantivemos o registo 100% vitorioso neste início de época. Foi um jogo muito difícil dado que aos 75’ estávamos a perder e só marcámos o golo da vitória no final do período de descontos.
Era de prever que isto acontecesse: entrámos em campo só com o Gilberto em vez do Bah (para além da alteração forçada do lesionado Morato pelo António Silva) em relação à equipa que defrontou o Paços de Ferreira e, com o terceiro jogo em seis dias, a equipa ressentiu-se naturalmente do esforço. Confesso que não percebo bem esta gestão física: se o campeonato é o mais importante (e é!), porque é que não espaçámos mais os dias de descanso antes do jogo da Liga do Campeões? Em vez de ter três jogos em seis dias e depois quatro dias até ao encontro europeu, porque é que não fizemos o intervalo de quatro entre o Paços de Ferreira e o Vizela? Ainda por cima, tendo nós tido o Agosto que tivemos com as pré-eliminatórias. Foi notório o cansaço da equipa e a falta do sufoco habitual aos adversários, nomeadamente na 1ª parte. Atirámos, ainda assim, duas bolas aos postes (Gonçalo Ramos e João Mário num livre, esta desviada pelo guarda-redes), mas do lado contrário a bola que foi ao poste entrou! Foi aos 20’ num remate do Osmajic em que o Vlachodimos foi mal batido, porque defender aquele poste era da sua responsabilidade. O Vizela trocava bem a bola, mas assim que se viu em vantagem começou a abusar do antijogo, o que é típico nas equipas portuguesas. Tanto assim foi, que a 1ª parte teve logo quatro minutos de compensação.
Na 2ª parte, o Enzo Fernández teve dois remates muito mal colocados quando até estava em boa posição. O Rafa teve outro que foi à baliza, mas o guarda-redes Buntic encaixou. Do lado contrário, quando não estavam no chão, os jogadores do Vizela ainda fizeram um ou outro contra-ataque perigoso e estiveram quase a voltar a marcar num canto, mas felizmente o cabeceamento saiu ao lado. Cantos era o que nós tínhamos com fartura, mas as cabeçadas nunca atingiam o alvo. Um bom movimento do Gonçalo Ramos proporcionou ao Buntic a primeira defesa digna desse nome, num remate quase à queima-roupa à passagem da hora de jogo. A meio da 2ª parte, o Roger Schmidt mexeu finalmente na equipa, tirando o meio-campo titular (Florentino e Enzo Fernández) e colocando o Musa e o Aursnes. Com sangue novo, intensificámos a pressão, mas a bola estava difícil de entrar. A 15’ do fim, entrou o Bah para o lugar do estoirado Gilberto e aos 76’ finalmente conseguimos a igualdade num golo de fora da área do David Neres, ele que até estava a passar ao lado do jogo. A partir daqui, o Vizela foi completamente amassado, mas o António Silva e o Gonçalo Ramos, ambos em cantos, voltaram a não acertar na baliza de cabeça. Entretanto, o Sr. Fábio Veríssimo dava mostras de não saber controlar o jogo e encheu-nos de amarelos por protestos e por lances que nem falta foram (o do Gonçalo Ramos, por exemplo). Gonçalo Ramos, esse, que foi claramente derrubado na área no início da compensação e que... foi expulso por acumulação de amarelos! Decisão INACREDITÁVEL do Sr. Fábio Veríssimo, que nem sequer deu tempo de ir ao VAR! Com o antijogo que o Vizela fez, naturalmente que teve de haver 8’ de compensação e, apesar de estarmos com menos um jogador em campo, no último lance do jogo, o Rafa rematou de fora da área e um defesa contrário virou-se de costas, mas abriu-se demais o cotovelo, tendo a bola batido nele. O Sr. Fábio Veríssimo (nem sei como...!) assinalou penalty! É um lance que depende muito do critério do árbitro, mas o que é certo é que muitos ‘especialistas’ nos jornais disseram que foi a decisão certa, porque o jogador do Vizela aumentou a volumetria dos braços com aquela rotação. Para mim, o penalty sobre o Ramos é bem mais escandaloso, mas esse não foi marcado. O João Mário não tremeu e fez o 2-1 perante uma festa imensa no estádio. O que ele não pode fazer é esquecer-se que já tinha um amarelo (por protestos...) e ter tirado a camisola. Levou o segundo e acabámos o jogo com nove em campo. Como já se tinha esgotado há muito o tempo de compensação, o Sr. Fábio Veríssimo acabou o jogo logo a seguir, mas caso contrário a coisa poderia ter-se complicado.
Em termos individuais, e apesar deste esquecimento que não se pode voltar a repetir, o João Mário foi o melhor do Benfica. Parece que a veia goleadora o está a motivar e tanto na esquerda, como no meio depois da saída do meio-campo titular, foi dos mais esclarecidos em campo. O António Silva voltou a destacar-se e demonstra uma maturidade assinalável para quem ainda só tem 18 anos. Fez um corte na 2ª parte que levantou o estádio e foram dele os melhores passes a rasgar que fizemos. O Aursnes revelou novamente bastante esclarecimento, ainda por cima tendo entrado numa fase complicada do jogo. O Rafa é sempre importante nas acelerações, mas aquele último passe continua a precisar de ser aprimorado. Quanto aos outros, regra geral, notou-se a sobrecarga de jogos.
Como os outros dois também ganharam (ambos por 2-0, a lagartada no Estoril e o CRAC no Gil Vicente), mantivemos as distâncias de oito e três pontos, respectivamente. Caso sejamos felizes no final da temporada, lembrar-nos-emos deste jogo com um dos mais importantes. No entanto, agora não há tempo para pensarmos nisso dado que, nestes meses loucos até ao Mundial em Novembro, iremos na 3ª feira começar a Champions num jogo contra o Maccabi Haifa na Luz, em que temos absolutamente de ganhar se quisermos ter aspirações aos oitavos-de-final. Veremos como irá a equipa responder, especialmente em termos físicos.