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segunda-feira, maio 24, 2021

Corolário

Fomos derrotados pelo Braga na final da Taça de Portugal (0-2) e, no ano de maior investimento de sempre na equipa, acabamos a temporada com zero títulos. Era difícil antever pior, mas no fundo o resultado de ontem é de uma maneira distorcida a cereja no topo do bolo, que estava estragado quase desde o início.
 
Com a lesão do Lucas Veríssimo, o Jesus continuou a aposta no Morato para manter os três centrais, mas não foi por aí que a corda partiu. Desde o início do jogo que o Braga foi sempre muito mais agressivo do que nós nas disputas de bola e terminou a partida com bem mais do dobro das nossas faltas (24 vs. 9), o que diz tudo acerca da nossa falta de comprometimento. É que para se jogar é preciso ter a bola e se não há ninguém que corra atrás dela e que faça pressão para a recuperar... Mesmo tendo entrado melhor do que nós, é impossível dissociar esta vitória do Braga da decisão inacreditável do Sr. Nuno Almeida aos 17’, que o Sr. João Pinheiro no VAR não reverteu: numa bola lançada nas costas da nossa defesa, o Abel Ruiz passou pelo Helton Leite e caiu, e o árbitro considerou falta e expulsou o nosso guarda-redes! É que não só o nosso guarda-redes nem toca no adversário, como este faz a finta para o lado e não na direcção da baliza. Mesmo que se considerasse falta, jamais seria para cartão vermelho! A nossa temporada foi uma vergonha, é um facto, mas lances destes e dois(!) penalties em 34 jornadas também a ajudam a explicar. O jogo ficou logo estragado nesta altura e a nossa vida muito complicada. O Jesus sacrificou o Pizzi para entrar o Vlachodimos, mas até acabámos por defender melhor no resto da 1ª parte só com dez do que o que tínhamos feito com a equipa completa. O Braga só teve uma clara oportunidade, já perto do intervalo, com um corte fabuloso do Otamendi que literalmente salvou um golo, impedindo que a bola chegasse ao Ricardo Horta, que só teria de encostar. No entanto, o nosso ataque era quase inofensivo, porque só o Taarabt levava a bola para a frente e o Seferovic e Everton não são jogadores explosivos, que possam ganhar aos adversários em velocidade. Mesmo assim, tivemos uma óptima oportunidade, na sequência de um ressalto num canto, em que a bola sobrou para o Weigl, que rematou para defesa do Matheus. Quando toda a gente já esperava o intervalo, sofremos o primeiro golo já no final da compensação: saída escusada e disparatada do Vlachodimos, o Vertonghen não cortou bem a bola, que ficou à mercê do Piazon, que fez um chapéu ao nosso guarda-redes. É a segunda final da Taça consecutiva em que o Vlachodimos é muito culpado no primeiro golo.
 
Na 2ª parte, esperava que o Jesus colocasse o Darwin logo no reinício, porque o Seferovic era claramente um peixe fora de água (nem fechava bem à direita, nem estava na frente), mas não houve substituições. Os minutos iniciais foram claramente do Braga, que só não aumentou a vantagem graças ao Vlachodimos e também por alguma aselhice na hora do remate. Teve no mínimo umas quatro oportunidades para decidir logo ali a partida. Quanto a nós, só aos 55’ resolvemos mexer, com as entradas do Darwin, Rafa e Nuno Tavares para os lugares do Seferovic, Everton e Diogo Gonçalves. Continuo sem perceber o porquê de colocar um esquerdino a defesa-direito, mas o Jesus lá terá as suas razões... Reagimos a partir de meio da 2ª parte, com o Darwin a falhar um desvio na área, depois de um livre bem marcado pelo Taarabt, e o Rafa a não conseguir rematar com êxito em excelente posição, num lance em que houve uma série de ressaltos. Foram as duas únicas jogadas em que estivemos relativamente perto da igualdade, enquanto do outro lado o Vlachodimos ainda defendeu um remate do Abel Ruiz, mas já não conseguiu fazer nada aos 85’ perante o Ricardo Horta, que apareceu isolado à sua frente depois de uma perda de bola do Rafa perto da lateral no nosso meio-campo. A equipa estava descompensada e o contra-ataque foi venenoso. É incompreensível como é que o Rafa tenta sair a jogar daquela maneira! Até final, ainda deu para o entretanto entrado Chiquinho falhar o nosso golo de honra e para o animal do Eduardo, ex-guarda-redes e treinador dos do Braga, agredir com uma peitada o Taarabt, que lhe respondeu, tendo ido os dois para a rua.
 
Em termos individuais, destaco o Otamendi e Weigl, porque foram os únicos que demonstraram algumas ganas em campo. E que falta nos faz que todos sejam assim...! O Taarabt até estava a fazer um jogo bem mais razoável do que lhe é habitual, mas perdeu a cabeça no final e deitou tudo a perder. O Vlachodimos fez uma série de defesas na 2ª parte, mas fica indelevelmente ligado ao primeiro golo e, portanto, é um dos rostos da derrota. A única boa notícia desta partida é que o Morato não destoou dos outros centrais e pode ser que tenhamos ali uma opção válida para o futuro.
 
O balanço da época ficará para um post futuro, mas não é difícil de adivinhar qual é. Correu mesmo tudo mal, o que, dadas as opções bastante discutíveis que foram tomadas, não se pode constituir propriamente como uma surpresa. Até digo mais: se acontecesse a outro clube que não o nosso, até consideraríamos que era bem feito e que os astros se teriam alinhado para punir quem merecia ser punido. O problema é que é do Benfica que estamos a falar e, mesmo que seja impossível ter um distanciamento deste género, se conseguirmos fazer esse exercício em teoria, estaremos mais perto de corrigir a situação. Situação, essa, que eu continuo à espera que me expliquem qual foi e que levou à inacreditável implosão da 2ª volta da época passada, tendo aparentemente continuado por esta época toda.

quinta-feira, maio 20, 2021

Acabou

Terminámos o campeonato com uma vitória em Guimarães por 3-1, mas um dos grandes objectivos para esta partida não foi cumprido, porque, apesar de ter apontado dois golos, o Seferovic não conseguiu ser o melhor marcador do campeonato, acabando com 22, a um do Pedro Gonçalves da lagartada.
 
Com a final da Taça de Portugal no próximo domingo, já se esperava que o Jesus fizesse alguma rotação da equipa, porque a classificação estava definida e só havia a tal questão do melhor marcador para resolver. Mesmo assim, não entrámos mal no jogo e o Seferovic poderia ter inaugurado o marcador ainda antes do quarto de hora, aproveitando uma falha do guarda-redes e com um defesa de carrinho a salvar milagrosamente. Pouco depois, foi o Darwin também a falhar algo escandalosamente o desvio num centro-remate do Gilberto. A meio da 1ª parte veio a pior notícia do jogo com a lesão muscular do Lucas Veríssimo, que provavelmente o tirará da final da Taça. O V. Guimarães, que precisava da vitória para se apurar para a nova competição da Uefa, a Liga Conferência Europa, reequilibrou as coisas, mas sem colocar o Vlachodimos em grandes apuros. Quanto a nós, até ao intervalo, o Darwin teve um remate em arco que merecia melhor sorte e o Nuno Tavares falhou clamorosamente um desvio de pé direito na área, atirando por cima, depois de nova investida do Gilberto na direita.
 
Depois do intervalo, aparecemos com a pontaria mais afinada e inaugurámos o marcador aos 48’ através do Seferovic, depois de uma boa triangulação ao primeiro toque entre o Nuno Tavares, Taarabt e Darwin, com assistência deste na esquerda. Pouco depois, nova assistência do Darwin para o Seferovic, que estava em óptima posição, mas o remate em arco saiu à figura do guarda-redes Trmal. No entanto, aos 58’, o Seferovic conseguiu mesmo bisar, de cabeça, depois de um desvio do Gabriel ao primeiro poste num canto do Taarabt. Ainda faltava mais de meia-hora para o final do jogo, mas achei que era preciso pelo menos mais um golo do suíço, porque se fosse necessário Pedro Gonçalves marcaria três, dado que a Liga incompreensivelmente não marcou os jogos para a mesma hora. Porém, à passagem da hora de jogo, o Jesus fez entrar o Everton, Pizzi e Chiquinho, tirando o Pedrinho, Taarabt e Darwin, e a equipa piorou. Especialmente com a saída do Darwin, que estava a criar muitas situações especialmente pela esquerda. Aos 63’, o V. Guimarães reduziu de cabeça, num canto, pelo Jorge Fernandes e o jogo ficou em aberto. E poderia mesmo ter alcançado o empate num remate cruzado do Estupiñán que o Vlachodimos defendeu com o corpo para canto. Ainda chegou a introduzir a bola na baliza, mas o avançado Foster estava claramente em fora-de-jogo. Já em tempo de compensação, o Everton foi brilhantemente assistido pelo entretanto entrado Grimaldo, ainda olhou para o lado para ver se conseguia assistir o Seferovic, mas, como este estava marcado, resolveu ele mesmo rematar e fazer o 3-1, acabando com as dúvidas.
 
Em termos individuais, destaque para os dois golos do Seferovic, que não chegaram para ganhar o troféu de melhor marcador por culpa própria, porque os bis que falhou nos últimos jogos (Santa Clara, Tondela, Nacional) davam para ter ganho isto nas calmas. O Taarabt exasperou-me menos do que o habitual, o que é sempre de salientar, mas o Gabriel está sempre com o complicómetro no máximo, o que jogando a trinco é sempre um susto. O Vlachodimos salvou-nos do empate a cerca de 15’ do fim e vou ter pena se ele sair do Benfica, porque o continuo a achar melhor do que o Helton Leite. O Morato, que se estreou a titular na defesa, não comprometeu e quiçá ira manter a titularidade na final da Taça dado que o Lucas Veríssimo está magoado.
 
O Jesus está sempre a dizer que fomos a melhor equipa da 2ª volta e os dados não mentem. Fomos efetivamente a que fez mais pontos, dado que só perdemos nove (uma derrota e três empates). No entanto, a covid-19 está longe de explicar tudo e esta é indiscutivelmente uma época falhada. Esperemos que se salve a Taça de Portugal no próximo domingo.

segunda-feira, maio 17, 2021

Furioso

Vencemos no sábado a lagartada na Luz por 4-3 e acabámos com a sua invencibilidade, e a oportunidade de se tornarem o primeiro campeão invicto em 34 jornadas. Mas, como o CRAC venceu logo a seguir em Vila do Conde por 3-0, o 2º lugar ficou fechado e vamos ter de ir às pré-eliminatórias de acesso à Champions, porque ficaremos em 3º lugar no campeonato. Se o principal objectivo para esta partida foi cumprido, porquê este título para o post? Porque há oportunidades que NÃO se podem desperdiçar, ainda por cima perante o rival e no contexto em que foi. Mas já lá vamos...
 
Voltámos ao esquema dos três centrais e a nossa 1ª parte foi do melhor que se tem visto esta época (bem sabemos que a bitola não é nada elevada, mas enfim...). De tal maneira, que aos 37’ já ganhávamos por 3-0, fruto dos golos do Seferovic (depois de abertura magistral do Pizzi), Pizzi (depois de assistência primorosa do Everton) e Lucas Veríssimo (depois de canto do mesmo Pizzi). A partir daqui o que é um benfiquista pensa? Que há 35 anos andamos à espera de vingar os 1-7 e há oportunidades que não se podem perder. Pois... Tudo começou a ruir em cima do intervalo, quando o Pedro Gonçalves foi andando com a bola sem oposição, o Taarabt escoltou-o muito bem e reduziu para 3-1. Fiquei pior do que estragado, porque a lagartada não tinha feito praticamente nada e só por completa inépcia da nossa parte reduziram a vantagem.
 
No entanto, a minha esperança reacendeu-se aos 49’ quando tivemos o segundo(!) penalty da época a nosso favor, por indiscutível falta sobre o Grimaldo, e o Seferovic bisou para os 4-1. A lagartada tinha colocado ao intervalo os titulares Palhinha e João Mário, e aquilo era aparentemente um golpe muito bem dado para lhes acabar com as pretensões de recuperação. Pensava eu... No entanto, logo a seguir o Pedro Gonçalves andou novamente a passear pelo nosso meio-campo todo e a bola só parou no poste do Helton Leite. O Jesus colocou o Gabriel no lugar do Taarabt com vista a estancar isso, mas não contou a sua estupidez acéfala, que o fez levar um amarelo escusadíssimo (por protestos com um adversário) quatro minutos(!) depois de estar em campo, que naturalmente o impediu de fazer a pressão que era necessária. Eu tê-lo-ia tirado logo! A forte reacção da lagartada consubstanciou-se aos 62’ com um bom golo do Nuno Santos, que reduziu assim para 4-2. Pouco depois, o Grimaldo em óptima posição resolveu tentar assistir o Seferovic, quando poderia ter alargado a nossa vantagem. Não o fez e foi a lagartada que relançou o jogo aos 77’, novamente através do Pedro Gonçalves, de penalty, a punir uma falta do Lucas Veríssimo sobre ele mesmo. Portanto, de potencial goleada passámos a um golo de diferença...! Até final, mais duas oportunidades para cada lado, com o Pedro Gonçalves a proporcionar ao Helton Leite uma defesa para o poste que impediu o empate e o entretanto entrado Rafa ver o guarda-redes Adán salvar com o pé uma bola que ia entrar na baliza
 
Em termos individuais, o Pizzi com um golo e duas assistência destacou-se, o bis do Seferovic foi bom, mas como o Pedro Gonçalves também o fez, continuam os dois empatados nos melhores marcadores, e o Everton está decididamente como nunca o vimos. Bom jogo também do Lucas Veríssimo. Quantos aos menos, o Taarabt continua a tirar-me do sério, mas quem o substituiu, o Gabriel, ainda ficou mais perto de me provocar um AVC...!
 
Se me tivessem proposto este resultado antes do jogo, teria assinado logo de cruz. Sim, o mais importante foi conseguido e o que fica para a história é a nossa vitória. Mas, quando acabou o jogo, estava quase tão chateado como se não tivéssemos ganho. É inadmissível estar a ganhar em casa por 4-1 aos 49’, perante um rival que já era campeão, e não aproveitar para o esmagar. Porque é isso que se faz aos rivais sempre que há oportunidade. Como eles nos fazem a nós! É isso a rivalidade! Não perceber isso, é não perceber nada do clube onde se está. Nem jogador, nem treinador! Ainda por cima, o Jesus veio dizer no final que os jogadores do Benfica ainda não sabem defender. Mais uma razão para não ter tirado o pé do acelerador e ter acabado o jogo da forma lamentável que acabámos, com a vitória em perigo. NÃO, não se perdem oportunidades destas, ainda para mais numa época vergonhosa da nossa parte! Seria das poucas coisas que poderíamos lembrar com agrado 
no futuro acerca do tormento que tem sido 2020/21: “– Olha, lembras-te daquela vez que vingámos os 1-7 naquela época horrível? – Claro, mas não somos é ridículos como eles, que celebram esse resultado numa temporada em que nós ganhámos a dobradinha.” E, pronto, a nossa vida seguiria o seu rumo com um sorriso nos lábios. Mas, não, nada disso aconteceu e o que fica desta partida é a tremenda reacção deles, mesmo tendo estado por duas vezes a perder por três golos. Sim, fiquei furioso e parece-me que cheio de razão!

quarta-feira, maio 12, 2021

Tardio

Vencemos na Choupana por 3-1 e ainda não entregámos oficialmente o 2º lugar ao CRAC (goleou anteontem o Farense em casa por 5-1). Depois de uma 1ª parte absolutamente hedionda, melhorámos na 2ª, mas só conseguimos a reviravolta nos últimos dez minutos de jogo. Perante uma equipa que, depois do que nos fez na 1ª volta, espero que desça de divisão e nunca mais suba, esperava-se uma entrada esmagadora da nossa parte, precisamente para fazê-los pagar bem caro o que aconteceu, mas infelizmente não foi nada disso que se viu.
 
Com o Diogo Gonçalves castigado e o Rafa lesionado, o Jesus surpreendeu ao fazer ainda mais quatro alterações nos titulares e voltar ao 4-4-2: entraram o Gilberto, Nuno Tavares, Pedrinho, Waldschmidt, Chiquinho e Cervi. Entrámos praticamente a perder, com o 0-1 aos 8’ através de um canto, em que o Seferovic acabou por fazer uma assistência de cabeça para um adversário, que atirou ao poste, tendo a bola no ressalto sobrado para o Pedrão que só teve de empurrar. Os madeirenses precisavam absolutamente da vitória para ainda terem esperança na manutenção e o avançado Riascos deu sempre muito trabalho à nossa defesa, em especial ao Gilberto. Do nosso lado, foi o Seferovic mais uma vez a salientar-se pela negativa, ao falhar inacreditavelmente o remate, quando só tinha o guarda-redes pela frente, depois de um cruzamento do Cervi na esquerda. Na jogada seguinte, atirou de cabeça por cima, depois de um centro do Nuno Tavares, quando estava em posição de fazer bem melhor. Até ao intervalo, devemos ao Helton Leite não ficarmos com uma desvantagem de dois golos, porque defendeu um remate do Éber Bessa, que se isolou depois de passar pelos nossos dois centrais que pareciam dois iniciados.
 
Na 2ª parte, muita coisa tinha de mudar e assim aconteceu. Com o Pedrinho e o Waldschmidt completamente fora dela, só o brasileiro é que saiu, juntamente com os do costume, Chiquinho e Cervi, que são sempre dos primeiros sacrificados, quer joguem bem ou mal. Não estavam a fazer exibições deslumbrantes, mas especialmente o português estava bem longe de ser dos piores. O que valeu foi que foi substituído pelo Pizzi, que encheu o campo (só que não...). Por outro lado, o Jesus resolveu manter o Nuno Tavares e fazer entrar o Grimaldo, jogando com dois laterais-esquerdos. Não percebi, mas também há muitas outras coisas que não percebo... Enfim, o Everton, que estava numa boa sequência e ficou incompreensivelmente no banco, foi dos que entrou melhor e a equipa subiu de rendimento. Mesmo assim, pouco depois do recomeço e num livre para a nossa área, o Helton Leite teve de se aplicar a fundo para salvar um autogolo do Otamendi. A partir daqui, o Nacional desapareceu e nós marcámos um golo aos 50’ num remate de fora da área do Nuno Tavares, que ainda ressaltou num adversário, mas o Sr. Rui Gomes Costa, por indicação do VAR André Narciso, anulou-o, considerando que houve uma falta do Lucas Veríssimo no início da jogada no nosso meio-campo defensivo, 17 segundos antes de a bola entrar na baliza e depois de quatro jogadores participarem na jogada! Dezassete segundos e cerca de 60 m de distância, e anula-se um golo por causa disto! Bem esteve o Jesus no final a criticar este atentado ao futebol! Odeio o VAR, ODEIO-O! Acaba COMPLETAMENTE com a emoção do jogo, nunca sabemos se um golo pode ser comemorado à vontade ou se há uma faltinha de m****, meio minuto e do outro lado do campo antes, que obviamente teve uma enorme influência no facto de a bola ter entrado na baliza...! Aos 65’, entrou finalmente o Darwin para o lugar do Gilberto e o jogo pendeu definitivamente para o nosso lado. Cinco minutos depois, já o VAR André Narciso não quis ver um jogador do Nacional esticar os braços e tocar na bola em plena área (André Narciso no VAR, lembram-se...?). O CRAC está com 16 penalties(!) em 32 jornadas, a lagartada com nove e nós com... UM! Confere! A cerca de 15’ do fim, o Gonçalo Ramos substituiu o inoperante Waldschmidt e nós igualámos finamente aos 77’, numa boa jogada do Everton pela esquerda que assistiu de bandeja o Seferovic, cujo remate, já sem o guarda-redes na baliza(!), ia para fora não fosse o facto de ter tocado no Pedrão e ressaltado lá para dentro! Inacreditável! O Nacional tentou reagir, porque o empate não lhe interessava, mas aos 81’ consumámos a reviravolta, numa perda de bola infantil dos madeirenses de que resultou um ataque rápido da nossa parte, conduzido pelo Darwin na esquerda, que assistiu o Gonçalo Ramos na área para este de primeira não perdoar. Era “só encostar”, tal como o Seferovic no primeiro golo, e no entanto...! O jogo ficou partido e nós acabámos com as dúvidas em novo ataque rápido aos 86’, novamente pelo Darwin na esquerda, que podia mas não tentou o remate e preferiu colocar no meio, onde o Gonçalo Ramos foi mais rápido do que o Pizzi e bisou, apesar de a bola ainda ter sido tocada por um defesa e pelo guarda-redes antes de entrar na baliza! Até final, o Pizzi ainda poderia ter feito o quarto golo, mas viu o seu remate ser interceptado.
 
Em termos individuais, óbvio destaque para o Gonçalo Ramos pelos dois golos. O Jesus bem pode dizer que ele está a crescer e tudo o mais, não estou a dizer que ele devesse ter sido mais vezes titular, mas o que não se percebe é porque é que era sistematicamente substituído nos jogos das taças, mesmo quando estes já estavam resolvidos a nosso favor... Será que se tivesse jogado esses 90’ todos o crescimento não teria sido mais rápido...? O Darwin também entrou bem e ajudou a dinamitar a defensiva contrária, assim como o Everton. O Helton Leite foi fundamental na vitória ao fazer duas defesas que impediram o 0-2. Quase todos os outros estiveram num plano muito medíocre, em especial o Pedrinho e Waldschmidt e com o Seferovic a ficar a dever-se mais dois golos. Se não conquistar o título de melhor marcador só pode culpar-se a si próprio.
 
Neste sábado, iremos receber a lagartada e teremos uma missão fundamental: impedi-los de acabarem o campeonato sem derrotas. Obviamente que não nos salvará a época (isso aconteceria se fosse ao contrário), mas não espero menos que um assomo de dignidade por parte dos nossos jogadores, depois desta temporada miserável, ao não os deixar fazer algo que nunca aconteceu connosco no meu tempo de vida.
 
P.S. – Este blog já tem 17 anos e as seguintes palavras vão ser escritas pela primeira vez: a lagartada é campeã nacional de futebol. Igualaram o magnífico recorde do CRAC de ficarem 19 anos sem ganhar o campeonato e espero que, ao menos, este título sirva para a Federação Portuguesa de Futebol acabar com esta idiótica reescrita da história da parte deles, de considerarem que têm 23 títulos, quando obviamente acabaram de conquistar apenas o 19º. Algo que nós fizemos há... 49 anos. É bom que eles comemorem bem, porque todos temos consciência de que, com público e com aquela eliminação da Liga Europa pelo poderoso LASK em casa (1-4), teriam tido uma pressão tal, que é muito improvável que as coisas tivessem corrido bem nas primeiras jornadas. De qualquer maneira, tiveram muito mérito na conquista, em especial o Rúben Amorim. E, longe de mim, não dar os parabéns a um grande benfiquista.

sexta-feira, maio 07, 2021

Fechado

Empatámos ontem com o CRAC na Luz (1-1) e resolvemos o campeonato. Iremos ficar num inesperado e muito desapontante terceiro lugar, com a lagartada (que já tinha ganho no dia anterior em Vila do Conde por 2-0) a igualar, mas não bater, o recorde do CRAC de 19 anos sem ganhar o campeonato. Conseguir apenas dois pontos nos três últimos jogos, com dois em casa, acho que nem eles conseguem dar cabo disso...!
 
Perante a nossa besta negra de jogos na Luz, tínhamos uma boa oportunidade de amenizar a diferença entre vitórias e derrotas no novo Estádio, mas mais uma vez não conseguimos. O CRAC foi sempre muito mais agressivo na disputa dos lances (com tudo de bom e de mal que isso tem) e, com excepção dos minutos finais, fechou sempre melhor os caminhos para a sua área do que nós. Entrámos em campo com os três centrais e o Pizzi novamente ao lado do Weigl, e o jogo começou dividido, como seria de esperar. As oportunidades rareavam até que com um lance de génio do Everton aos 23’, passando por três adversários e fazendo uma tabelinha com o Rafa, inaugurámos o marcador, num remate rasteiro de fora da área sem hipóteses para o Marchesín. A reacção do CRAC foi forte e até ao intervalo o jogo foi todo deles, apesar de não terem tido nenhuma oportunidade flagrante de golo, já que ou a última bola não chegava ao destino ou a pontaria estava desafinada. Quanto a nós, só em cima do intervalo criámos perigo, com o Sr. Artur Soares Dias a assinalar um penalty a nosso favor por falta sobre o Rafa, mas o VAR viria a invalidar o lance por fora-de-jogo do nosso extremo.
 
Na 2ª parte, conseguimos dividir mais a posse de bola, mas a primeira defesa foi do Helton Leite a um remate cruzado do Marega. Saíamos principalmente em contra-ataque, mas, lá está, sem criar perigo iminente, dado que o (mau) timing dos passes continuava a ser um grande problema. À passagem da hora de jogo, novo penalty revertido pelo VAR, que considerou (e bem) que o Diogo Gonçalves é que pisou o Zaidu antes de ser tocado por este. Entretanto, o Sr. Artur Soares Dias ia recheando de amarelos os nossos jogadores e o Jesus achou por bem tirar dois deles, o Weigl e Rafa, lançando o Gabriel e Taarabt. A substituição do alemão veio revelar-se um erro, com o Gabriel na sua lentidão a perder uma bola em zona muito perigosa, pouco depois de ter entrado, e ao deixar todo o espaço do mundo já na área para o Uribe rematar com êxito aos 75’, fazendo o golo do empate. Claro que o Taarabt é muito mal batido perto da linha, permitindo o centro atrasado à vontade, mas é inconcebível como é que se pode deixar um adversário solto na área, numa jogada que decorre de um pontapé de canto. E preencher esse espaço é da responsabilidade do trinco. O Sr. Artur Soares Dias entrou em acção a dez minutos do fim e influenciou o resultado com duas decisões erradas consecutivas: é ÓBVIO que o Pepe deveria ter visto o segundo amarelo por pisão ao Seferovic (que inacreditavelmente pouco depois vê o amarelo por um lance igualzinho), num lance a meio do meio-campo, e depois o árbitro não deixou que o livre fosse marcado rapidamente num lance que culminou num chapéu vitorioso do Everton. Ora, como o livre foi a meio do meio-campo, não se costuma formar barreira nestes casos. Portanto, o lance é interrompido por... nada! Nem para amarelo! Estávamos naturalmente a reagir depois de sofrer o golo, mas o Jesus demorou muito tempo a lançar o Darwin que, quando entrou, se tornou (como seria de prever) uma dor de cabeça para o adversário. Ainda fomos a tempo de ter mais duas oportunidades flagrantes já nos descontos, com um remate de fora da área do Taarabt que o Marchesín defendeu para... a barra(!), tendo depois a bola ressaltado para as suas mãos (a sorte que acompanha esta equipa hedionda é algo que me revolve as entranhas...!) e, mesmo em cima do apito, chegámos a festejar o segundo golo pelo Pizzi, mas o Darwin estava 30 cm em fora-de-jogo no início da jogada...! Foi um enorme balde de água fria!
 
Em termos individuais, o Everton finalmente abriu o livro e foi o melhor jogador do Benfica. O golo é bestial e só lhe falta maior constância exibicional ao longo dos 90’. Demorou quase uma época inteira, mas até que enfim que estamos a vê-lo criar desequilíbrios! Também gostei do Diogo Gonçalves, com o senão de ter procurado o penalty em vez de criar perigo no tal lance que foi revertido. O resto da equipa exibiu-se a um nível aceitável, embora lhe faltasse alguma agressividade na disputa da bola, especialmente quando do outro lado estão jogadores inenarráveis como o Otávio... Ao contrário do que o próprio disse na conferência de imprensa, tirando a entrada do Taarabt, não acho nada que o Jesus tenha estado bem nas substituições.
 
Esta é uma época perdida e só a conquista da Taça de Portugal a poderá salvar de ter o advérbio ‘totalmente’ antes do adjectivo. Espero que sirva para que finalmente se tire ilações (coisa que, nunca é demais repetir, não foi feita no ano passado), porque, apenas um campeonato ganho (e de um modo milagroso...) nos últimos quatro, é mau de mais para se poder compactuar com isto durante muito mais tempo...

segunda-feira, maio 03, 2021

Mediano

Vencemos em Tondela por 2-0 na passada 6ª feira, mas, como os que estão à nossa frente também ganharam (o CRAC 3-2 em casa contra o Famalicão e a lagartada 2-0 também em casa frente ao Nacional, com o primeiro golo a acontecer já nos 10’ finais, para não-variar...), continuamos à distância de quatro e dez pontos, respectivamente. Ao invés, o Braga perdeu no Marítimo por 0-1 e a diferença para nós aumentou para oito pontos. Foi uma vitória que se construiu na 1ª parte e valeu-nos o Helton Leite na segunda para ser mais ou menos tranquila.
 
Com o Otamendi castigado, voltámos aos quatro defesas, com o Gilberto em vez do Diogo Gonçalves (talvez para o poupar do quinto amarelo, se bem que o brasileiro também esteja com quatro). Na frente, o Waldschmidt voltou a fazer companhia ao Seferovic. O suíço, melhor marcador do campeonato, se perder este título por menos de quatro golos já sabe onde os pode procurar: depois de dois frente ao Santa Clara, houve outros dois falhanços escandalosos neste jogo. O primeiro, ainda antes dos dez minutos, num centro rasteiro do Grimaldo com o Seferovic sozinho perante o guarda-redes a atirar de primeira por cima. O Everton parece estar a subir de forma (finalmente!) e teve de cabeça, depois de um ressalto, outra oportunidade, defendida pelo Trigueira. No entanto, aos 12’, inaugurámos mesmo o marcador através do Pizzi, depois de nova boa jogada do Everton pela esquerda, com um centro que apanhou o nº 21 no extremo oposto para um remate cruzado sem hipóteses para o guarda-redes. O Waldschmidt deveria ter feito melhor num canto, mas o remate de pé direito em boa posição saiu muito por cima. Aos 19’ aumentámos a vantagem através de um golão do Everton: na sequência de um contra-ataque, flectiu da esquerda para o meio e rematou em arco tornando inglório o voo do Trigueira. Ainda antes da meia-hora, o Tondela reagiu e o Helton Leite fez bem a mancha ao Mario González impedindo que fôssemos para o intervalo com a vantagem mínima. Nós fomos baixando o ritmo com o 2-0 e foi o Tondela a criar outra oportunidade mesmo em ciam do descanso, com o Lucas Veríssimo a interceptar bem um remate do mesmo Mario González.
 
Na primeiro quarto-de-hora da 2ª parte, o jogo não se alterou muito e podemos agradecer ao Helton Leite ter tirado dois golos ao Tondela e à falta de pontaria do Mario González outro. Entretanto, o Jesus já tinha feito duas substituições, com as entradas do Chiquinho, especialmente, e Pedrinho (para os lugares do Waldschmidt e Rafa) a começarem a produzir efeito a seguir à segunda enorme defesa do Helton Leite, conseguindo nós finalmente reequilibrar o meio-campo e controlar muito melhor as investidas dos beirões. A cerca de 20’ do fim, o Seferovic falhou novo golo literalmente na cara do Trigueira, depois de bem isolado pelo Pizzi, proporcionando a defesa deste com o pé. Pouco depois, foi mesmo o Pizzi num remate em arco, também em boa posição, a fazer a bola sair por cima. Até final, um livre do Grimaldo a rasar o poste e nova defesa do Trigueira perante o entretanto entrado Cervi, isolado, poderiam ter-nos feito aumentar o marcador.
 
Em termos individuais, destaque óbvio para o Everton com um golo e uma assistência. Já não era sem tempo de um dos reforços mais importantes da época mostrar que o é efectivamente e pode ser que esta sequência de jogos seja o wake up call que todos esperamos desde o início da temporada. Voltei a gostar bastante do Chiquinho, cuja entrada estabilizou o nosso jogo e continuo sem não perceber porque é que ele não está mais tempo em campo... O Rafa esteve discreto, bem como o Waldschmidt e o Seferovic não, mas pelas piores razões: que falhanços inconcebíveis! Palavra final para o Helton Leite, cujas intervenções foram fulcrais para manter as nossas redes em branco.
 
Iremos agora defrontar o CRAC na Luz, num jogo fundamental para as aspirações do 2º lugar. Ou ganhamos e ainda nos mantemos na luta, ou não ganhamos e falhamos também esse objectivo. Por outro lado, e dado que temos um histórico miserável em jogos contra o CRAC na Luz, nunca será tarde começarmos a inverter isso. Pode ser já nesta 5ª feira.